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terça-feira, outubro 31, 2006

Sócrates por maior margem que Luis Filipe Vieira


Sócrates foi eleito por 97 por cento dos votos dos militantes socialistas. Mas estes 97 por cento correspondem a quase 30 por cento daqueles que podiam votar. Os outros não pagaram quotas ou estavam em situação irregular. Foi apesar de tudo uma eleição concorrida.
Sócrates conseguiu o unanimismo no partido depois de ter abafado as familiazecas de contestários internos.
Não vences o engenheiro...junta-se a ele.
A única voz discordante próxima de Sócrates, e que não é do partido, é mesmo Fernanda Câncio que não perde oportunidade para despertar o animal feroz que há nele. E não é só nos jantares de passagem de ano. Nos intervalos concorda com ele no tema do aborto.

No outro lado da democracia portuguesa, no futebol,Vieira foi eleito por uma margem semelhante (95)mas só 5 por cento de lampiões é que votaram no ex-rei dos pneus.

E chegados aqui meus amigos a realidade é brutal: mesmo com Sócrates a lichar os bolsos dos contribuintes e votantes, estes sádicos portugueses votam mais no sócratismo do que os desgraçados benfiquistas no seu timoneiro de estilo bigode husseísta.

Aliás com tanto entusiasmo nos partidos o melhor é eles transformarem-se em sads ou antes em saps ( sociedades anónimas políticas). Ainda davam lucro em vez do prejuízo que custam a nós pagantes .

Fátima Campos Ferreira veste-se de Fátima Lopes


Está a decorrer neste momento no canal 1 um debate sobre o aborto.
Já se engalfinharam várias deputadas militantes do pró e contra. Houve palmas e apupos.
No calor do debate aquilo já virou um galinheiro moderado pela Fátima Campos Ferreira, naquele seu estilo irritante de jornalista séria com o tique de entoar a voz e espetar o dedo.

Este programa é um embuste da RTP muito bem feito, melhor vendido.
Parece que ali se debate a salvação da humanidade mas tudo esprimido não dá nada.
Não há bicho careto que não aceite ali ir.
Vai-se transformar no Acontece em versão sociedade e a Fátinha no Carlos Pinto Coelho de saias.
É caso para dizer: Fátima Campos Ferreira veste-se de Fátima Lopes.

O debate sobre o aborto é sempre um debate cínico de qualquer um dos lados, dos a favor e dos contra.

Não consigo ter uma posição definitiva, mas há coisas que são óbvias para mim:

Abortar não pode ser um método anticontraceptivo.
O aborto provoca sequelas psicológicas e fisicas nos homens e nas mulheres envolvidos.
Abortar não pode ser um serviço á la carte.
Hoje há muitos métodos anticontraceptivos eficazes e acessíveis.
Que fazem os governos para facilitare o acesso aos jovens e às famílias pobres e ignorantes dos métodos anticontraceptivos ?
Têm de ser definidas muito bem as regras e as responsabilidades dos envolvidos.
Deverá haver possibiliades para interropções mas terá de haver limites.

Juntar tudo isto e mais, (escrevo ao correr do teclado) bom senso, sentido de humanidade, tolerância e respeito pela vida é difícil.
A mulher que aborta não pode ser uma criminosa.
Mas é verdade que um feto se forma a partir do início do ciclo da fecundação.
E este facto inquina qualquer debate.

domingo, outubro 29, 2006

Uma foto por dia


Patrick Demarchelier citado no filme O Diabo Veste-se de Prada. Um grande fotógrafo. A prova aí está na foto soberba. Nõ há nada como o preto e branco.

Blogue que acusava Sousa Tavares passou a elogiá-lo


Começou por ficar off-line depois passou a ser um blogue de elogio.
Estranho, muito estranho...

Confesso que não perçebo nada. Alguém explica ?

Duro- diz ela


Cenas de gaja. O blogue tem piada e vai ser publicado, em parte, em livro "Puro e Duro" pela Sissi, autora anónima.

Em Portugal ninguém lia, era tudo uma corja de analfabrutos, até as grandes superfícies passarem a vender livros aos montes.
O tal nicho de mercado abriu e foi ver frustradas sexuais, abandonadas pelos maridos aos quarenta, a darem em escritoras obstinadas, a fazerem catarse e a ganharem bem com isso.

Jornalistas -papagaios que liam noticias no teleponto transformados em escritores de grande sucesso.
A fome de ler deu em empantorranço de letras.
Na verdade esta cultura colorida permite mais mercado, mais trabalho, mais emprego, mais dinheiro em circulação, todos ganham.
Já tinhamos o telelixo passámos a ter o literalixo.

Se escrevessem menos e praticassem mais aí sim: era mais duro. E o puro era à moda da Lewinsky: charuto no salão.




Diz a Sissi:


«No sexo como em tudo o resto, a minha mente não é normalizada. Tento não me limitar a existir, mas a viver.

Tento não apenas falar, mas conversar. Parece-me justo que também queira ter bom sexo. Nem que para isso tenha que explicar como». A mesma Sissi que diz: «Acredito profundamente que sem comunicação o sexo é apenas um conjunto, muitas vezes desconexo, de actos mecanizados.

De resto ter sexo é, primordialmente, comunicar o desejo pelo desejo de outrem. É estar em contacto, enviar sinais, receber feedback.

Quando os corpos se conhecem e se apetecem, os caminhos inspiram menos dúvidas. Há qualquer coisa de confortável e terrivelmente apaziguador em percorrer o corpo do nosso amor.

Não conheço melhor sensação que aquela que nos faz apetecer o colo de alguém que ainda tem nele o cheiro do nosso corpo. Mas enquanto não chegamos aí, como fazemos? Desconheço outra forma de comunicar ao meu parceiro aquilo que gosto que não seja verbalizando. Quanto muito, posso pegar-lhe na mão e mostrar-lhe. E sorrir e dizer-lhe: É aqui…».

Fidel Reaparece em vídeo



Fidel Castro reaparece na televisão estatal e diz que a sua doença é uma calúnia. Ehehehe!!!

Bruscamente no domingo pela manhã

Foto de Paolo Pellegrin, Magnum, prémio Eugene Smith

A hora mudou, os GNR fazem 25 anos e o Miguel Sousa Tavares(MST) acha que a internet é um local de gente mal formada, uma conspiração anónima global, um antro onde se fazem engates e recrutam terroristas da Al-Quaeda.

O Sol voltou fazendo lembrar uma das cantigas mais tocantes da minha adolescência, o Sol de Inverno na voz então poderosa da Simone, num écran arredondado, riscado e turvo a preto e branco.
Os domingos trazem-me sempre um sentimento de espaço e de tempo, quando não trabalho e fico a preguiçar como se tivesse todo o tempo do Mundo. Podia partir para a rua, Leica ou qualquer outra no olho e disparar ao sabor da luz ou dos acidentes.
Ontem entrei em comboios expostos. O meu pequeno David delirou com as máquinas.
Antes passara por uma exposição de fotografias do meu filho André. É uma felicidade vermos os nossos filhos com talento e reconhecermos por ali alguma inspiração paternal.

Claro que estas coisas só se escrevem num blogue, ao domingo e de manhã, quando o Sol vem contornar, desenhar, o ânimo que há em nós e alguma, bastante por vezes, irritabilidade. Falo agora do MST: não compreendo como uma pessoa inteligente, por quem tenho imensa admiração, pode escrever tal enormidade sobre a net e como dar trela a uma calúnia, segundo ele,ao ponto de insultar, ameaçar, mas nunca ter afirmado que o texto citado como original foi inventado pelo canalha anónimo. É que se o tal texto existe mesmo, então a conversa muda de figura.

Sócrates Barreiros canta o orçamento 2006



Imperdível

sábado, outubro 28, 2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

Luis Filipe Vieira ganha, Vale e Azevedo condenado


Luis Filipe Vieira sucede a Luis Filipe Vieira.
Longa vida camarada!
O povo votou, está votado. 95 por cento de lampiões votaram no ex-rei dos pneus e elegeram o presidente vermelho.
Agora este homem tímido no passado, que quando queria falar balbuciava, já consegue alinhar duas frases seguidas.
Uma performance melhor da de muitos jogadores que nem duas seguidas conseguem dar.
O bigode- radar à Saddam tornou-se no ícone daqueles que são benfiquistas, bons chefes de família e aprenderam a saborear as derrotas como uma dádiva divina.
Amanhã o líder vrmelho vai entrar no Estádio do Dragom. Uma atitude de quem os tem no sítio e negros. Irá pavonear a vitória eleitoral.

Vieira bem pode cantar de galo: foi eleito por 95 por cento dos que votaram. Mas 95 por cento de todos aqueles que estão inscritos no benfica não votaram. Topam ?

A isto se chama um chefe legitimado pelo povo, mesmo que a grande maioria tenha preferido ficar em casa a ver o pobre Vale e Azevedo a ser de novo condenado no preciso dia em que o seu carrasco ganhava de novo o controle da àguia.

Scuts e RCC (Rápido Como o Carago)

A primeira imagem do TGV socratista com o sistema Mário Linux (RCC, rápido como o carago)
As scuts nasceram para renovarem a decrépita rede rodoviária nacional.
As Ip´s do cavaquismo e de Betoneira do Amaral eram estradas já obsoletas sem segurança activa, sem engenharia para responderem aos novos desafios do desenvolvimento, ao parque automóvel maior e mais rápido.
As scuts eram estradas novas, seguras, com abs, airbag, controle de tracção, controle de estabilidade, àreas de serviço, foram pensadas como as novas estradas.
Nunca foram pensadas como auto-estradas para serem alternativa às nacionais existentes.
A ideia política era tornar o país mais curto em tempo, mais moderno, mais àgil. Artérias de desenvolvimento, crescimento, a verdadeira regionalização já que passava a haver menos distância ao litoral, do interior às grandes cidades.
O dinheiro do Feder, ao que julgo cerca de 60 por cento do custo total, tinha como fundamento a modernização de Portugal.

O governo de Durão Barroso na sua febre neo-liberal achou que pôr a CREL a pagar portagem era a redescoberta da galinha dos ovos de ouro e Santana seguiu o mau exemplo.
Sócrates que na campanha eleitoral tinha prometido não aumentar impostos, nem pôr os portugueses a pagar scuts, mente agora sem vergonha e decide pôr a pagar as scuts.
Alguns troços não têm alternativa nas nacionais, a renegociação com as concessionárias vai ser dura e desfavorável ao Estado e as receitas liquídas depois de esprimidas vão dar uma ninharia ( o custo anual das scuts é agora 1,5 por cento do pib) já que só o sistema para pôr os utentes a pagar vai custar uma nota negra e porventura irá fechar acessos a povoações tornando-as ainda mais marginais.

Uma vergonha.

A Espanha construiu vias rápidas ( exemplo a de Badajoz-Madrid) sem custos para o utilizador. Aliás as auto-estradas pagas em Espanha são aquelas que são alternativas às estradas nacionais ( óptimas!) e que foram constrúidas nos anos 70.

O que é verdade é que estas portagens são mais um imposto sobre os portugueses.
É mais um expediente para os contribuintes continuarem a pagar um Estado gordo, gastador, inibidor do investimento público e privado. Um Estado absurdo, incompetente, caro e desorganizado.

Os portugueses podem continuar nesta letargia.
Não se ralem. Não ponham em causa o engenheiro.
Amanhã Mario Linux vai anunciar pela enésima vez o TGV. Mais uma loucura.
Todos sabemos que o TGV é para países onde as distâncias a vencer têm de ser no minímo de 600 quilómetros. Sócrates quer um Porsche para andar no Bairro Alto. Os tansos pagam.
Sabemos que o TGV não vai criar mais riqueza nem crescimento.
Um país triste. Vamos ter alta velocidade mas as carruagens da linha de Cascais chegam a ficar pelo caminho, desatrelando-se da máquina. Não é o máximo ?

Agora a dor de cabeça de Linux é que o TGV não se vai poder chamar TGV.
Para adaptar a coisa à lngua portuguesa porque não RCC ( Rápido Como o Carago?)

Scarlett com Allen e futebol


Scarlett esteve em Madrid a assistir à vitória do real Madrid sobre o Barça. Mas é com Scoop o novo filme de Woody Allen rodado em Inglaterra que ela irá de novo dar que falar.

Madonna e os seus três filhos


A primeira foto de Madonna com os seus três filhos. Lá está o pequeno David.

quinta-feira, outubro 26, 2006

A verdadeira carta aberta a Sócrates

O professor Santana Castilho contactou-me porque a carta aberta que aqui publiquei continha imprecisões. Na verdade ela foi-me enviada por Pedro Cabeçadas, que não conheço. Pensei que fosse um username do e-mail mas não é.
Aqui vai a versão original chegada mesmo agora.
Quando é para bater no socratismo estamos sempre disponíveis.

Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras, motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta num direito que o Senhor ainda não eliminou: o de manifestar publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação.
Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu comportamento. Desminta, se puder, o que passo a afirmar:
1. Do “Statistics in Focus” nº 41/2004, produzido pelo departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da zona euro.
2. Outra publicação da Comissão Europeia, “L’Emploi en Europe 2003”, permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 12. E que vemos? Que em média, nessa Europa, 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado, enquanto que em Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. Ou seja, a mais baixa dos 12 países, com excepção da Espanha. As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por cento. Se fosse directa a relação entre o peso da administração pública e o défice, como estaria o défice destes dois países?
3. Um dos slogans mais usados é o do peso das despesas de saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de 1.458 €. Em Portugal esse gasto é ... 758 €. Todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França 2.730 €, a Áustria 2.139, a Irlanda 1.688, a Finlândia 1.539, a Dinamarca 1.799, etc.
Com o anterior não pretendo dizer que a administração pública é um poço de virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o dinheiro que consome. Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É um santuário de burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas, infelizmente para o país, os mesmos paradigmas são transferíveis para o sector privado. Donde a questão não reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro das finanças caíram, lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo público. A questão reside em corrigir o que está mal, seja público, seja privado. A questão reside em fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas piores. De entre muitas razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe aponte duas:
1. Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos têm-se dito barbaridades. Como é sabido, a taxa social sobre os salários cifra-se em 34,75% (11% pagos pelo trabalhador, 23,75% pagos pelo patrão). Os funcionários públicos pagam os seus 11%. Mas o seu patrão Estado não entrega mensalmente à Caixa Geral de Aposentações, como lhe competia e exige aos demais empregadores, os seus 23,75%. E é assim que as “transferências” orçamentais assumem perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar os dinheiros públicos. Por outro lado, todos os funcionários públicos que entraram ao serviço em Setembro de 1993 já verão a sua reforma calculada segundo os critérios aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de quase metade dos activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais de uma década.
Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido para artífice das iniquidades que subjazem à sua politica o ministro Campos Cunha, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos seus 7.000 euros de salário os 8.000 de uma reforma conseguida com 6 anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão legal que a suporta ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio fazia parte.
2. Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e ignorou a economia. Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia dos seu encantos baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a Alemanha em 3,2. Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de euros que as empresas privadas devem à segurança social? Por que não pôs em prática um plano para fazer andar a execução das dividas fiscais pendentes nos tribunais tributários e que somam 20.000 milhões de euros? Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais, que em 2004 significaram 1.000 milhões de euros? Por que não modificou o quadro legal que permite aos bancos, que duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento de impostos? Por que não revogou a famigerada Reserva Fiscal de Investimento e a iníqua lei que permitiu à PT Telecom não pagar impostos pelos prejuízos que teve...no Brasil, o que, por junto, representará cerca de 6.500 milhões de euros de receita fiscal perdida?
A verdade e a coragem foram atributos que Vossa Excelência invocou para se diferenciar dos seus opositores. Quando subiu os impostos, que perante milhões de portugueses garantiu que não subiria, ficámos todos esclarecidos sobre a sua verdade. Quando elegeu os desempregados, os reformados e os funcionários públicos como principais instrumentos de combate ao défice, percebemos de que teor é a sua coragem.

terça-feira, outubro 24, 2006

Paris Hilton canta na praia

Mais Busherie

Miguel Sousa Tavares acusado de plágio

Miguel Sousa Tavares está possesso com o blogue freedomtocopy.blogspot.com.htm.

Um anónimo acusa-o de plágio no seu romance Equador.

Miguel diz hoje na imprensa que em tribunal ou por vias de facto o assunto será resolvido. Acho de uma total cobardia acusações deste tipo sem se dar a cara.

Vai-te a ele, a ela, ou a eles, sejam quem for.

Apoio. Gosto do Miguel e admiro o seu talento.

Mas que há coincidências... las hay, las hay.


Já não é a primeira vez que o tema plágio irrita o Miguel.

O ano passado foi a vez dele se indignar contra o grupo de teatro tomarense Fatias de Cá por ter representado Equador sem a sua autorização.

O sucesso tem destas chatíces.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Uma foto por dia

Erich Lessing e a revolução Húngara. 1956

O choque eléctrico de Sócrates

A morte de Sócrates

É o primeiro mês verdadeiramente mau para Sócrates.
O estado de graça ( que por acaso é bem caro!) chegou ao fim.
O orçamento é uma desilusão.
Não tem ambição, corta por todos os lados, aumenta os impostos, não emagrece a função pública, não promove o investimento público, é mais da mesma despesa.
É injusto socialmente, persegue a classe média, penaliza os pensionistas e reformados, consegue o pleno: não agrada a ninguém a não ser aos verdadeiramente poderosos.

É um orçamento cruel, retira a esperança aos portugueses.
Mas as broncas são mais que muitas.
A última foi o choque eléctrico: o ministro da tutela não fazia a minima ideia do aumento, o seu secretário de estado insultou os contribuintes que lhe pagam o salário, Sócrates mandou dizer aos berros que eles tinham de baixar o preço da electricidade nem que a tivessem de vender em pó!
Agora os portugueses consolam-se com 7 por cento contra 15.
Tal como se contentam com este governo contra o de Santana ou o de Durão contra o de Guterres.
Os portugueses são uns gajos porreiros: dão sempre o outro bolso quando lhe roubam um deles e votam sempre no mal menor. É desta miséria que se faz a vida política portuguesa: resignação e oposição de conversas de café acalentadas numa visita consumista por um os centros comerciais que tutelam os suburbios ou uma dose dupla de telenovela depois da janta.

Sócrates está cansado.
Hoje já não sabia como se chamava agora o rendimento minimo garantido. Acontece aos melhores. Mas que esta política da tanga não vai dar bom resultado já se vê: as scuts também trouxeram Sócrates para mais uma mentirola, para não falarmos das taxas nas urgências, nos medicamentos vendidos á balda em farmácias para a cura da sida e do cancro, ao fracasso do ensino, o ano escolar adiado.

Agora entrará em cena Linux. Mário Linux, o ex-comunista que virou o vingador do cavernismo estalinista. Para a semana vai haver foguetório. Vai haver tgvs, Ota para otários e outras moderníces.
Sócrates aposta no espectáculo. É a política virtual para um país neo-real.

E o Sr. Silva ? Está óptimo. Desde que virou humanista ninguém o cala e desde que viu um frigorifico em casa de uma pobre não pára de dizer que o país é um sucesso e que não contem com ele para força de bloqueio. Safa ! Safa !....

domingo, outubro 22, 2006

A vida de Leibowitz nos retratos dos outros

Annie Leibowitz acaba de publicar um livro de vida. Da sua vida.
É uma edição potente, grande formato, design rasgante, impressão sublime.
Ela que anda há uma vida a fotografar os outros fotografa-se agora a ela mesmo através das fotografias que fez aos outros e que Susan Sontag, companheira de 15 anos de vida, também lhe fez na intimidade.
"A Photographer`s Life" percorre o período em que Annie seguiu os Rolling`s Stones ( 3 anos de tournée), os anos da Rolling Stone, o tempo das drogas, a vida com Susan, os anos Vanity Fair.

O Miguel Calado Lopes, editor do Actual, pediu-me um texto sobre o livro.
Para mim é um prazer escrever sobre génios e fotografia.

sábado, outubro 21, 2006

Fotojornalistas de olho no vídeo

O editor executivo de fotografia do Daily Telegraph acaba de chegar à chefia do jornal ( desde o passado dia 16) e está decidido a fazer uma revolução multimédia.
" O futuro dos fotógrafos do telegraph é o vídeo" - disse Stuart Nicol fazendo uma previsão do que será no futuro próximo a relação do fotojornalismo do telegraph com a fotografia e o vídeo, a edição em papel e edição online.

Na Associação de Imprensa, de que Stuart Nicol foi presidente até janeiro passado, 42 fotógrafos estão já equipados com as novas Canon S3, uma pequena câmera de 500 euros que permite fazer num cartão de 2 gigas 16 minutos de vídeo com qualidade óptima para a internet e ao mesmo tempo fotografar numa resolução superior para se obter uma fotografia com definição suficiente para publicar no papel.

O que o novo editor de fotografia do telegraph pretende é introduzir um novo conceito multimédia no fotojornalismo, o que me deixa muito entusiasmado.
Sinto que não estou só.
Quando estive de editor multimédia no EXPRESSO, antes do cargo que agora ocupo de coordenador-geral de fotografia, introduzi algumas experiências com fotógrafos que resultaram. Uma delas foi feita por António Pedro Ferreira durante uma entrevista a Bill Gates. A meu pedido ele fez um pequeno vídeo com uma câmera amadora, mas de excelente qualidade, e pusemos o vídeo a correr online anunciando a entrevista de Sábado no papel. Eu mesmo filmei a apresentação da candidatura de Cavaco em vídeo e transformei um pequeno vídeo que passou online numa versão em slideshow a preto e branco feita com frames do filme e passados a preto e branco.
Algumas vezes fotógrafos em reportagem enviaram-me fotos feitas com telemóvel, em cima do acontecimento, ultrapassando a agilidade das agências, da rádio e das televisões. O online permite este desafio e é uma das características que me leva a adorar este meio.

Mas o que está a mudar no fotojornalismo é muito relevante.
Fotógrafos como Cristopher Morris e Nachtwey da Agência Seven ( verdadeiros gurus do fotojornalismo) já falam em audio e video para ilustrarem melhor as suas fotografias e o melhor exemplo, sublime mesmo, é o site Magnum inmotion que sendo produzido pela mais prestigiada agência de fotojornalismo, criada em 1946 por Henri Cartier-Bresson, é o mais avançado em expressão multimédia tendo como base as fotografias e os fotógrafos mais ortodoxos da história do fotojornalismo.

A relação entre técnica e estética ( um dos temas caros para mim nas minhas aulas na Universidade Autónoma) não pode ser alienado. A nova tecnologia digital, barata, eficaz, acessível para o utilizador está a abrir novos horizontes para o fotojornalismo.
A convergência da fotografia com o video e o audio na mesma câmera e na mesma work station, com ferramentas que se cruzam e completam é o verdadeiro mundo multimédia.
Se cruzarmos as edições tradicionais de jornais em papel com as edições online então percebemos como o fotojornalismo tão ligado ao papel tem agora o seu golpe de asa: o vídeo e o audio como complemento para o online.

Este é um grande desafio de futuro que precisa de fotojornalistas abertos e entusiastas pelas novas linguagens e de jornais onde se sinta a necessidade inevitável de apostarmos no futuro. Não no descrédito do papel.
Mas sim no entendimento que uma marca vende no papel, na net, nos telemóveis, nos outdoors, nos ipods, na televisão ou até em sinais de fumo se os leitores preferirem esta forma de comunicação.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Uma foto por dia

De novo Erwitt. A foto que melhor exprime o que sinto hoje. A minha homenagem à vida e à felicidade.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Uma foto por dia

Elliott Erwitt. A melhor maneira de acabar um dia cheio de fotografias.

Fatal em obras

Tenho o blogue marado porque me pus a fazer um upgrade da nova versão. Resultado: perdi tudo o que era links e vídeos e vou ter de voltar a arrumar tudo. Não se admirem de alguma desorganização.
Muito obrigado

quarta-feira, outubro 18, 2006

O sonsismo-santanismo de Carmona

Carrilho pode ser arrogante mas não deixa de dizer algumas verdades. Uma delas é que Carmona Rodrigues é um sonso.
A entrevista que ele deu hoje à SIC Notícias é exemplar disto.
Vejamos: a câmara deve mil milhões de euros. Ele acha que não é preocupante é só grave. " Há cheques a entrar e cheques a saír a coisa vai-se pagando".
O túnel do Marquês vai custar mais não sei quantos milhões e vai estar pronto para as calendas. " Não é grave. Vai-se arranjar a superfície depois ( talvez para a próxima campanha) a coisa abre.
O Parque Mayer está parado. " Não há problema, Frank Gery vai retomar o projecto,( cuidado com as carteiras lisboetas!) e o Teatro Capitólio será o primeiro a ser reconstruído ( sempre ouvi dizer que Gery não queria retomar o teatro). Já imagino aqueles actores da TVI a bajularem Carmona no dia da inauguração e o santana abraçado à Eunice Munoz. Poupem-nos !
Lisboa tem 30 teatros da câmara não nos esqueçamos e estão quase todos às moscas.
O resto lá mais para o verão quando forem os dias maiores.
A cidade tem muitos carros ? Calma: vai subir o preço/hora dos parques da EMEL e quem quiser que pague ou que ande em transportes públicos. Quais ? Naqueles machimbombos que foram feitos para transportar gado de pé? ou o Metro que em cada estação tem de se mudar de linha ?
Quanto ao projecto de reconstrução da baixa, uma proposta de Zézinha, ele apoiou-a junto do governo mas logo reconheceu que não a conhecia e que era um disparate. Brilhante!


Carmona não tem uma ideia para a cidade. É a versão light de Santana mas com custos semelhantes. Um total vazio de ideias sobre o que deve ser uma cidade moderna. Triste, caro, medíocre, tonto. Um terramoto que não pára de abanar uma das mais belas cidades do Mundo. Entregue ao diletantismo político.
Até o Restaurador Olex faria melhor.

O jornalismo do papá já era

Penso que não há dúvidas em ninguém que o jornal inglês The Independent é um jornal de referência praticando um jornalismo sério.

Há pouco estatelado no sófá com a TV a dar uma entrevista com Carmona Rodrigues ( já lá vamos...) passava os olhos pelo jornal.

Manchete: toda a história da adopção do pequeno David por Madonna no Mali. Depois lá dentro um grande desenvolvimento da história e mais outra peça sobre Boy George.

Nas centrais duas enorme fotos recortadas de um Bentley GT e de um Rolls Continental num comparativo entre os dois carros, com preços, características técnicas e... a gente famosa que possui aquelas obras da arte e da engenharia.

Outro artigo sobre o significado dos beijos e as diferentes atitudes e sentimentos que um beijo pode revelar. Para ilustrar o artigo uma série de fotos sobre famosos beijando em circunstâncias diversas.
A verdade é que a imprensa está a mudar, e de que maneira, os conteúdos e a forma de os apresentar.
Deixou de haver notícias tábu ( salvo seja, safa!) e a importância de dar ao leitor assuntos ligeiros mas bem contados fazem toda a diferença.

O jornalismo do papá está a sucumbir e nós temos de avançar para novas estratégias de conquista dos leitores, sem caírmos na tabloidização.

terça-feira, outubro 17, 2006

Nove dicas para vender mais jornais

Com a devida vénia passo a transcrever um excelente artigo publicado hoje no Diário de Notícias sobre o futuro dos jornais em papel e os desafios da net.
É um tema que muito me interesssa e este artigo vai ao encontro daquilo que sempre defendi no jornalismo online: ser uma lebre do jornalismo tradicional, ir muito à frente quer na rapidez e na agilidade de dar notícias, breaking news, como na evolução para novas formas de linguagem multimédia: os podcasts audio e vídeo, os sound bites, os programas em flash, por aí fora.


Internet está a mudar tudo.

Os jornais, se querem continuar - e ganhar -, então têm de seguir novas regras." O aviso é feito pela Brass Tacks Design, uma empresa que efectuou a reestruturação gráfica e editorial em alguns dos maiores e mais importantes jornais norte-americanos, numa espécie de manifesto, algo invulgar.

Assim, através de nove regras, esta entidade, que tem como referência, entre outros, Morgan Dickerman, editor do Wilson Daily Times, ou Cate Brett, directora do Sunday Star-Times (o maior jornal neo- zelandês), aponta caminhos para que os jornais enfrentem o futuro com mais optimismo.

Primeira regra: "Cair na real quanto ao valor da Internet." Os jornalistas gostam imenso de dizer "Será sempre um jornal, porque desde sempre foi um jornal", aponta o documento, para mais adiante advertir que a "Internet não é a evolução como o telégrafo, o telefone, a rádio ou a televisão, é sim a revolução como foi Gutenberg." Não é apenas uma nova forma de publicar "é a democratização da edição, porque permite que qualquer pessoa publique (html, MySpace, blogues), procure e comunique (e-mail) neste meio". "O futuro [da imprensa] pode ser menos sombrio se se actuar de forma rápida e decidida", aconselha.

Segunda medida: "Tentar que os jornalistas contribuam para a circulação." "Os jornalistas são motivados por muitas coisas, como prémios, serviço público e causas, mas circulação não é uma dessa motivações." Porém, a associação diz que a única maneira de reverter a situação é criar um caderno de prioridades para quem produz o jornal. "Todos, desde os editores executivos ao editor do obituário, devem ter uma parte da sua compensação ligada à performance da circulação." "Que tipo de histórias irá esta estratégia criar?", questiona o documento, para logo responder: "Histórias mais curtas, relevantes e interessantes - o género de histórias que os leitores consistentemente lêem - e menos histórias maçudas". Outra vantagem: "Põe fim a reuniões longas."

Em terceiro lugar, a Brass Tacks Design aconselha: "Ignore os seus leitores fiéis". Ou seja, é inútil ir atrás dos leitores fiéis, porque esses já não compram mais do que já compram. E, como cativar novos leitores é lento, o ideal é ir atrás dos ocasionais, transformando-os em subscritores, para assim ir aumentando a sua base.

"Parar de ir atrás de novas histórias, na imprensa, pelo menos", é a quarta sugestão. Isto porque todas as notícias novas devem estar no site do jornal. "A Internet é para as breaking news. Os jornais são para as histórias que dão contexto e sentido sobre as notícias."

A seguir, "Alimentar o que dá rendimento", havendo duas maneiras de o fazer: cortar custos ou aumentar investimento. "Tem-se cortado, cortado, cortado, mas não se tem investido para aumentar receitas", alertam os especialistas, acrescentando que "é tempo de investir em pessoas, papel, produtos, promoções e produção". "Os custos irão crescer, mas não se pode manter margens para sempre, agindo como canibais."

"Baixar o preço" é a sexta medida aconselhada. 60 cêntimos por dia parecem pouco, mas 163,99 dólares ao fim do ano é muito. É preciso baixar o preço de capa, uma medida que será compensada pelas receitas publicitárias e pelo aumento da circulação.

"Resolver o enigma das receitas online" é imperativo. "Os sites não vendem, porque não foram desenhados para vender", logo, "é preciso redesenhá-los de forma a incluir no seu interior um ambiente atractivo para os anunciantes", aconselham os especialistas norte-americanos.

"Promover o jornal como se o seu sucesso dependesse disso" - porque, de facto, depende - é o oitavo conselho. Assim, "se quiser apanhar peixe, então tem de estar onde o peixe está", ou seja, na televisão, na rádio, de novo, na Internet, através de campanhas criativas e eficazes.

Por último, "Juntar as mãos e cantar Kumbaya". Alertando que o "momento não pode ser de luta entre as áreas editorial, publicidade, marketing e de produção", os profissionais norte-americanos defendem a necessidade de soluções alargadas dentro da empresa. Se, por um lado, a parte editorial deve dar prazos que permitam à produção/distribuição colocar os jornais mais cedo na rua junto do leitor, por outro, a mesma área deve também obter melhor espaço na primeira página em troca de melhor posição para os anunciantes dentro do jornal. Internet está a mudar tudo. Os jornais, se querem continuar - e ganhar -, então têm de seguir novas regras." O aviso é feito pela Brass Tacks Design, uma empresa que efectuou a reestruturação gráfica e editorial em alguns dos maiores e mais importantes jornais norte-americanos, numa espécie de manifesto, algo invulgar.

Assim, através de nove regras, esta entidade, que tem como referência, entre outros, Morgan Dickerman, editor do Wilson Daily Times, ou Cate Brett, directora do Sunday Star-Times (o maior jornal neo- zelandês), aponta caminhos para que os jornais enfrentem o futuro com mais optimismo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Sócrates, a namorada e outras divagações.

Sócrates volta a pedir sacrifícios aos portugueses.
Está na hora de apresentar o novo orçamento, chegou a ladaínha anual.
Sinceramente não percebo como os portugueses continuam a aguentar estas políticas. Desde que me conheço que ando a ouvir falar em crise, por uma razão ou outra.

A verdade é esta: não há economia que resista a um Estado gastador como o nosso.
Não pode haver crescimento se o Estado gastar o que o país produz.
Fomos o país da Europa onde os impostos mais cresceram, apesar de não estarmos ainda na média europeia de cobrança, mas também não estamos com o rendimento médio da mesma Europa.
Logo: somos dos que mais pagamos. Para quê ? Para os funcionários públicos, para as obras de fachada, para os investimentos a fundo perdido sem futuro á vista. Para os autarcas gastadores.

É uma viagem sem retorno: enquanto não houver a coragem para cortar na despesa pública serão os pagantes de impostos que vão aguentar. Só que... começa a secar a teta: a classe média sucumbe a tanto imposto directo e indirecto.- Ao iva, ao imi, ao irs, ao ia, ao isc etc.

O ministro da saúde que tutela um dos ministérios mais gastadores corta nas urgências. muito bem. Concordo. E quantos funcionários dispensou ? Não tem um para exemplo ? Um só?

A educação é das mais caras da Europa. Vão fechar escolas e cursos. Óptimo viva a racionalização. E quantos professores e afins meteram na rua ? Nem um para amostra ? São todos indispensáveis, competentes e úteis ?
Podia-me estender mas um blogue tem de ser sucinto.

Sócrates que anda preocupado mais a namorada Câncio com a questão do aborto, trazendo atrás uma matilha de sanguinários àvidos por desmancharem vidas, não deveria antes preocupar-se com as questões "caras" aos portugueses? Será que o engenheiro ainda não percebeu que a lei que temos já é mais que avançada, ao nível da espanhola, mas o que temos por resolver é a aplicação prática da lei ?

Quando se deixam estes socratistas de tretas e começam a governar com seriedade? E já agora podiam-nos custar um pouco menos de dinheiro.

domingo, outubro 15, 2006

Portas e os assuntos do mar


Outro grande momento histórico de Portugal. Portas sabe em directo na TV que também vai ser nomeado ministro do mar. Sorte a de Sócrates, azar o nosso.

Ouçam o Menino Guerreiro do Santana



É impagável este vídeo. Depois desta palhaçada não queriam que o engenheiro ganhasse as eleições? Isto é mau de mais para ser verdade. Mas que é verdade é. Ouçam !

A salada de João Carlos Abreu

Estive hoje com João Carlos Abreu, o secretário do turismo e da cultura do Governo Regional da Madeira.
É das figuras mais queridas da ilha mas, há que admiti-lo, das mais polémicas.
Tinha-me cruzado com ele numa festa em casa de um actor de que já não me lembro, algures em Alfragide, nos anos oitenta. Só sei que estava lá a Lurdes Feio, jornalista na altura de O Jornal. Hoje ao reencontrá-lo em casa de Nini, a artista que fotografei para a ÚNICA, não deixou de ser para mim uma agradável surpresa. Ele teve recentemente um grave problema cardíaco e é em casa da artista que tem recuperado, olhando o mar " como um navio que não pára".
Preparou para nós ( Nini, Isabel Lopes e eu) uma salada de salmão, requeijão e frutas antes de ter abalado para um almoço num dos seus sitios mais queridos da ilha. Pareceu-me uma pessoa extremamente positiva, apesar das vicissitudes recentes, com um prazer enorme de viver nos seus 70 anos.
Para mim foi uma surpresa e a prova de que nem sempre as figuras públicas mais criticadas, e caluniadas, são aquilo que dizem ser.
Aliás como a Madeira. Aquilo até nos pode custar caro ( é preciso saber quanto nos custa também os Açores, já agora) mas é uma terra que nem parece Portugal. Sente-se desenvolvimento, qualidade de vida e civilização.
Tomara o continente e tomara Lisboa.
O presidente Carmona podia ir lá inspirar-se para deixar de fazer as figuras lamentáveis que tem feito últimamente.

Sol sempre vai dar brindes

Afinal o Sol sempre vai dar droga, desculpem...brindes.
A semana passada os vendedores em banca receberam uma circular anunciando que os próximos tablóides radiosos vão trazer lá dentro um cheque no valor de 1 jornal para poderem ser trocados nas bancas por um exemplar.
Claro, que aquilo não vai ser para todos. Vai ser uma espécie de raspadinha: uns jornais trazem cheque, outros não.
Para quem jurou pela mãezinha que nunca daria nada a ninguém não está mal.
Ainda os havemos de ver a venderem faqueiros. Eheheh!!!...

Nini, 2ª parte


Nini esta tarde na sua casa do Funchal fotografada para o Expresso
( ver Única no próximo sábado)
Fotografia de Luiz Carvalho
A casa mergulha no mar. Mas quando nos debruçamos sobre o largo varandim que enquadra a piscina de fundo negro. reparamos que afinal o Atlântico ainda está longe e que a nossos pés estão casas, parte da divertida paisagem do Funchal, como um presépio.
Como arquitecto esta casa é um murro na alma e um deslumbramento para os olhos.
É uma casa numa rua discreta, com uma entrada simples onde só um muro branco remata o alçado. Lá dentro está o segredo: o espaço rasgado, espelhado, a perspectiva que faz mergulhar no espelho da piscina e que nos atira para os limites inatingiveis do mar.
O Jerónimo é o mordomo que nos recebe a ladrar.
Pede mimos e gane a pedir rua para encontros furtuitos com rafeiras.
Tem dez anos, idade avançada para retrovier. Carente, dependente e integrado na casa onde não há um objecto que destõe, muito menos o cão.
Nini é branco ou preto. Usa grayscale na roupa e na obra.
Os quadros, calhaus de traço firme e suave, tanto quanto baste para definir uma forma, um gesto, um movimento, enchem as paredes mas não atafulham. Dialogam.
A pintura tem a velocidade da autora, a inquietação.
Fotografar a artista torna-se difícil tanto que o resultado acaba sempre inferior à realidade.
No rosto fica a ansiedade pela perfeição, a luz do flash trai, o Sol esconde-se timído atrás das nuvens.
Os olhos claros, transparentes, recusam a violência que Deus dá quando se juntam elementos tão fortes como o mar, a paisagem, os olhos sem filtro.
Voltaremos às fotografias, amanhã pela manhã, depois de uma entrevista longa onde o que me ficou de contável é uma evidência: nada, nada se faz sem muito trabalho.

sábado, outubro 14, 2006

Nini do Funchal e do Mundo


Nini na sua loja no centro do Funchal, ontem ao fim da tarde
e o pôr do Sol na Fortaleza.


A última vez que estive no Funchal foi há 2 anos para fotografar Alberto João Jardim.
Foi um gôzo para mim já que simpatizo com o Presidente e divirto-me sempre com as suas bujardas políticamente incorrectas.
Ele exorcisa muito do anarca que há escondido em mim, ou pouco assumido.

Hoje estou aqui, também com Isabel Lopes que na altura estava comigo para a entrevista, para fazermos o retrato de uma madeirense que está a dar que falar no Mundo, Nini é seu petit nom.

É uma mulher polifacetada. Designer, pintora, arquitecta de interiores, empresária.... o melhor é lerem na próxima ÚNICA.

Para já ao primeiro contacto descobre-se uma mulher de rara fibra, daí muito do seu sucesso.

Amanhã haverá a entrevista e uma sessão de fotografias na sua casa sobre o mar, a mais bela da Madeira segundo aqui consta.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Fatal mais rápido do que alertas SIC

Deixem-me ser vaidoso: quando postei a notícia abaixo sobre o acidente com o avião em Nova Iorque fui mais rápido do que o serviço de alertas SIC que eu subscrevo. Só passados alguns minutos é que recebi o alerta.

Isto prova que hoje as notícias podem andar muito rápido e até um bloguista sem expressão armado em jornalista(!!) pode dar uma notícia primeiro do que um site com uma estrutura organizada.

O segredo da internet está na agilidade e não na burocracia.
Não estou a dizer que isso aconteça na SIC que tem uma excelente equipa coordenada pelo meu amigo Ricardo Rosa, grande cúmplice multimédia nos projectos Impresa, com quem adorei trabalhar).
O que quero dizer é que é possível dar notícias na net sem grandes redacções. Mas...mas tem de haver sempre uma redacção com cultura net e isso não se pode ir buscar à redacção do papel, apesar de a convergência ter mesmo que existir.

A redacção online é astuta, rápida, imaginativa, um corpo capaz de responder ao minuto, a redacção do papel colabora depois em trabalhos mais aprofundados fazendo a ponte entre as duas edições.
É uma opção discutível, mas há uma coisa de que tenho a certeza: é infalível, sobretudo se partirmos de um patamar onde a redacção tradicional está demasiado presa a métodos de trabalho de há 10 anos.

Outra certeza : é a notícia, a agilidade, a provocação ao leitor, o factor surpresa, que atraem as audiências na net.
Fazer dos leitores uma comunidade de leitores.
Para isso há que envolver a audiência, fazer sentir aos visitors que o site, aquele site onde vão é deles e que eles têm ali o seu quinhão de participação efectiva: comentários, blogues, videos, fotos, jornalismo do cidadão, por aí fora.
Fazer da net um suplemento da edição de papel é mortal.

Avião pequeno contra prédio em Nova Iorque


Pequeno avião ou helicóptero acaba de embater em prédio de Nova Iorque ao nível do 10º andar. Mais noticias aqui

David Hockney em Londres

É um dos meus preferidos. David Hockney em Londres. A minha citação e homenagem.

Fotojornalismo em exame

Agora à minha frente alunos meus de fotojornalismo da UAL, Universidade Autónoma de Lisboa, respondem a 3 perguntas de um teste.
Uma pergunta inside sobre o conceito de " instante decisivo", a outra sobre a relação entre a técnica fotográfica e a linguagem que ela permite e a última sobre a convergência entre fotojornalismo e internet.

Sinto-me sempre desconfortável em ter de pôr como matéria académica alguns dos assuntos que mais me tocam. Isto é: ter de chumbar um aluno por achar que o instante decisivo do Cartier-Bresson é "aquele momento feliz em que o fotógrafo diparou a máquina e conseguiu uma foto artística" e outras banalidades similares.

Em 30 alunos só um respondeu exemplarmente a esta pergunta apesar de eu ter falado até à exaustão nas aulas deste tema e de ter usado a fotografia da Gare du Nord para servir de exemplo. Não é só na vida profissional que temos de repetir até mais não uma coisa que deveria ser ponto assente para trabalho.

Também acho estranho dar uma generosa nota a um aluno que transformou a fotografia numa coisa acadámica. Mas no fundo fico feliz por poder falar de fotojornalismo e saber da recepção que os alunos têm a uma matéria que eu considero estruturante na aprendizagem do jornalismo.

terça-feira, outubro 10, 2006

Lisboa, a cidade que Carmona destrói

Hoje fui a Lisboa. tornei-me num suburbano desde que o Expresso passou para Paço d´Arcos, Laveiras mais exactamente. Antes, tinha-me mudado para o Estoril, numa aldeia chamada Livramento.
Eu era um lisboeta que vivia num bairro antigo. Fartei-me de viver num bairro muito popular mas que tinha um bar que me infernizava as noites, taxistas aos berros às tantas da madrugada a pôrem gasóleo nos fogareiros, o galo da vizinha a acordar-me às sete.
Não tinha lugar para estacionar. Era bom para lá viver aos 30 mas aos 40 começa-se a não ter pachorra.
Na linha tenho melhor qualidade de vida, e pago menos, muito menos.

Hoje paguei um balúrdio para estacionar, mais à frente arrisquei-me a ser bloqueado por um daqueles maçaricosda EMEL. As ruas estão esburacadas e porcas. Não é uma capital europeia é uma cidade lugúbre de um antigo país de Leste.
Mas apesar desta falta de qualidade a câmara de Carmona insiste em cobrar caro a quem quer e precisa de ir a Lisboa.
Faz muito bem. Por mim tenciono lá ir o menos possível e acho que toda a gente o devia fazer. Deixem a cidade para museu, sem carros, sem estacionamento, transformem a Avenida da Liberdade num mausoléu e a Zézinha que organize muitas missas campais no alto do Parque.

A direita pôs esta câmara no poleiro. Agora aguentem e não chorem.

segunda-feira, outubro 09, 2006

As birras com o Expresso

Uma amiga de longa data escreveu-me a dizer que ia deixar de comprar o Expresso porque trazia um erro nas palavras cruzadas. Ela que é professora de português, sábia em latim, estava indignada. Expliquei-lhe que errar é humano e que o latim é mais traiçoeiro do que a língua portuguesa ( nem sei se isto dito assim não é já uma blafésmia!).
A verdade é que o Expresso sempre provocou reacções destas de amor e ódio. É um dos mistérios do Expresso. Mesmo na minha família há quem me diga abertamente, como se eu não fizesse parte do jornal e não sabendo que ele é uma grande parte da minha vida, que não compra mais o Expresso, que prefere o Público, ou que o Sol traz muito que ler. Quando pergunto o que leram no tablóide não se lembram de uma notícia.
O meu pai que tem uma tabacaria que vende 50 Expressos estava tão zangado por não lhe terem mandado mais jornais que quase se zangava comigo como se eu tivesse culpa."Depois admirem-se de eu vender Sóis!". Quando viu a distribuição reforçada nada me disse e também não comentou que tinham sobrado dezenas de tabloídes radiosos e que o jornal que dá emprego ao filho e que tem muito do filho afinal esgotou sempre.
A minha amiga vai decerteza continuar a comprar o Expresso.
Ela vai compreender que estamos a fazer um jornal exigente no desenho,nas fotografias, mas sobretudo no conteúdo e na forma sintética e essencial de darmos notícias.
A qualidade vem sempre ao de cima quando o azeite é bom.
Quanto aos azeiteiros têm poucas hipóteses de boiar.

Che Guevara foi morto há 39 anos


Faz hoje 39 anos que o corpo de Che Guevara foi encontrado na Bolívia ( foto de cima). Acabava assim da forma mais cruel a vida aventureira de um burguês que se dedicou à causa da revolução marxista. A fotografia feita por um fotógrafo anónimo ficou como um dos ícones dos anos sessenta e quase tão emblemática como a imagem de Korda feita durante um comício em Cuba e que eu não consigo entender como conseguiu impôr-se como o ex-libris do herói.

Sempre achei a fotografia banal mas ao ser das poucas feitas naquelas circunstâncias e ao ter sido apanhado aquele olhar altivo e arrogante fez dela o retrato oficial. O local e as circunstâncias fazem muito por uma imagem.

Prefiro de longe a fotografia feita por René Burri ( reproduzida acima) mas na verdade também foi feita depois da outra.

Com a morte anunciada de Fidel- que a Time afirma hoje ter um cancro em fase terminal- é mesmo uma grande época que se encerra.

Não sou comunista mas confesso uma admiração enorme por estes homens. Eles foram o melhor e o pior para o povo, mas também nunca mais haverá política nem revoluções feitas com tanto romantismo, convicção e ideologia.
Vamos ter necessidade desta poesia e fé na coisa pública e na acção política.

domingo, outubro 08, 2006

As manhãs de sábado em Estremoz

As manhãs de sábado em Estremoz são muito movimentadas.
Agora que chegou o Outono com toda a gente regressada de férias, a cidade volta a ter alma.
A feira dá uma vida muito própria com todos aqueles comerciantes de galinhas e enchidos, alguns antiquários, agricultores de fruta e ciganos com negócios de ocasião.

O terreiro fica cheio de carros e de tias e tios, proprietários de quintas na zona, mas também de muito povo.

Foi por ali que Henri Cartier-Bresson, em 1956, fez uma fotografia precisamente numa manhã de feira com homens de chapéu.

Quando estou no Carrascal não perco uma ida a Estremoz.
A minha mulher adora a feira, eu temo o colestrol espalhado por aquelas bancas de queijos e enchidos, o meu filho de 5 anos, marimba-se no folclore e arrasta-me para a loja do chinês onde brinquedos o esperam.
Eu cedo porque acabo por fazer a festa com meia dúzia de euros. Na verdade já não posso ver aquela quinquilharia fatela.

O corte com o ambiente alentejano é radical e forte.
Eu adoro ir ao Café Alentejano ( onde se pode encontrar por vezes o arquitecto José António Saraiva, e eu encontrei-o por lá algumas vezes quando ele era meu director) mas a minha mulher acha o ambiente sujo. Eu acho-o fotogénico com aqueles alentejanos de pronúncia forte e pose indolente. É bom para fotografias a preto e branco.

Agora vou a uma pastelaria que nada tem de alentejano mas com uns pastéis de nata suculentos.
Hoje lá estive. A minha preocupação era comprar o Expresso. Estava esgotado apesar de ainda haver Sóis.
Só o encontrei no quiosque junto ao quartel.
Já sei que a edição do meu jornal voltou a esgotar apesar de termos tirado 220 mil. Fantástico!
Passei a tarde à sombra da laranjeira a ler o Expresso. Senti um grande orgulho em trabalhar ali, desculpem-me a franqueza. O jornal traz artigos excelentes, o primeiro caderno histórias muito bem escritas como a das miúdas na internet e a Economia é de uma qualidade assombrosa.
A Única com o seu novo papel está brilhante.

As fotografias da edição estão muito equilibradas e penso que não se pode apontar ali uma fotografia má. Sendo que algumas são na verdade muito boas. A reportagem de Jordi em Cabo Verde, o portfolio de Rui Duarte Silva nas vindimas e outros trabalhos estão muito bons.

A minha equipa tem respondido muito bem aquilo que eu tenho pedido: temos de ter as fotografias melhores da imprensa portuguesa. Sei que vamos conseguir. Vai dar trabalho, algumas lágrimas, mas uma infinita alegria no final. Esta edição demonstra-o bem.

Claro que haverá sempre quem goste do antigamente e de chorar sobre um passado que teve coisas boas mas estava completamente desajustado daquilo que deveria ser um jornal de referência, tão bom como qualquer jornal europeu.

Aqui no Alentejo a luz de Outono aquece. Os vizinhos andaram a caiar de branco as casas.

O azul do chão do meu quintal dado pela sabedoria da D. Aurora vai-me deixar saudades destas horas de silêncio.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Foto da discórdia 2

Edifiçio da Impresa fotografado às 23h e 10 m de hoje. Foto: Luiz Carvalho


As centenas de pessoas que trabalham na Impreza dormirão a esta hora.
A redacção do EXPRESSO foi jantar preparando-se para mais um grande fecho.
Esta fotografia feita por mim há minutos é uma pausa.
Há um fotógrafo que vai para casa. É o Nuno Botelho.
Nunca ganharei um prémio com isto.



Cartier-Bresson em Valladolid

Grande exposição de Henri Cartier-Bresson em Valladolid até meados de Novembro.

Zapatero e Mr. Bean

quarta-feira, outubro 04, 2006

Autarcas reunidos, cuidado com os rapazes !



Os autarcas de Portugal estão reunidos em Lisboa. Quer dizer: cuidado com os rapazes!...

Vieram dizer que não aceitam a lei das finanças locais do governo. Quer dizer: os rapazes querem mais "money" para rotundas, fontanários, passeios de calçada à portuguesa, obras de arte, repuxos, quartéis de bombeiros, centros culturais, empresas municipais, grupos folclóricos, reabilitação urbana, subsídios a colectividades, subsidios a rádios locais, a jornais locais, regionais, autocarros para velhinhos, almoços para velhinhos, fogo de artfício etc, etc, etc.

Acho que o grande problema deste país já não é a baixa produtividade, a falta de competitividade, a sórna lusa, a incapacidade do Benfica, a influência dos pitos dourados ou a angústia do frangueiro da Luz perante a bola a fugir-lhe por entre as pernas, nem a moda saloia dos tablóides de fim de semana.
O problema deste atraso de país está nos autarcas, nesse lote de trezentos e tal presidentes de câmara e suas camarilhas que mamam na têta do orçamento alimentado pelos trouxas que pagam impostos e dos que pagam e não bufam.

Esta democracia está cada vez mais gulosa e cara e são estes bimbos que fazem a verdadeira política: influenciam localmente as populações mimando-as com inutilidades e que elas retribuem em votos em nome da terra. Portam-se como mulheres de emigrantes caprichosas que sonham com mármore e móveis de Paços de Ferreira em casas caras e inúteis.
Os autarcas são do pior que há neste país: o bimbismo, uma das pesadas e caras heranças do cavaquismo.

Vale a pena citar alguns desses cromos: Professor Carmona, Rio, Felgueiras, Isaltino, Macário, Seabra, o de Coimbra, o de Gaia, o Restaurador Olex de Viseu, se isto é gente a quem voçê comprava um carro usado é porque é mesmo optimista e quer ir para o céu.

Fizeram queixinhas a Cavaco mas este desdramatizou: só trinta e poucas autarquias vão ter cortes. Portanto: continua o fartanço da vilanagem !

O caciquismo em versão " Sinhôzinho Malta" na época da telenovela. Até o elenco já está velho mas unidos vencerão.

A foto da discórdia


Consegui finalmente a "foto da discórdia". Para verem e comentarem.

terça-feira, outubro 03, 2006

Bonés há muitos, artistas poucos, jornalistas menos

O meu post sobre os Dantas da fotografia está a gerar polémica. Já há discussão no blogue Escrita com luz e os comentários já dão para aquecer a discussão.

Apesar do raio da foto verdunga se recusar a entrar no blogue - tentei hoje mas o download não dá- acho que até o blogger se recusa a ter daqueles trastes por cá, insisto em afirmar que aquilo é um bluf total. Catrica que me perdoe, mas aquilo deixa-me os nervos em franja

Todos querem ser artistas.

Até um editor de boné de um tablóide semanal quer fazer arte, só que acaba a publicar alguns dos mais caricatos retratos alguma vez feitos na imprensa.

Caro ( caríssimo mesmo) artista: arte é para os museus, o fotojornalismo para os jornais.

Os bastardos da comunicação social segundo Alberto João Jardim

Mais Jardim impagável

As Calinadas deAlberto João Jardim

segunda-feira, outubro 02, 2006

Apoiantes de Lula cantam o Hino



Dedicado aos irmãos brasileiros votantes no Lula.

Novidades no Público online

Soube agora ao visitar o blogue de António Granado, o mestre dos mestres do jornalismo online, um professor com que só temos a aprender.
O Público abriu de novo a edição impressa online e há novidades nomeadamente nos alertas Público e os feeds RSS de notícias e as notícias desktop.
Confesso que não sinto especial alegria em escrever isto mas seria desonesto em não o referir.

O Diabo veste-se de Prada

Meryl Streep está desiludida com a sua vida de actriz e afirma que hoje não sabe se voltaria a percorrer o mesmo caminho. No seu último filme " O Diabo veste-se de Prada" ela faz o papel de uma directora de revista feminina, tal como está na foto acima.

Ela acha que hoje a indústria do cinema prefere as actrizes jovens e sensuais em detrimento de outro tipo de papéis mais dedicados a artistas consagradas.

Uma coisa é certa: Meryl está em forma e a idade ainda a tornou mais misteriosa.

Os Dantas da Fotografia

Não resisto a escrever sobre este tema, embora saiba que vou ser desagradável.
O tema é o dos falsos artistas da fotografia.
Confesso-me chocado quando vejo uma fotografia de Paulo Catrica ( que não conheço e que suponho ser uma excelente pessoa) fazendo parte do espólio do Banco Espírito Santo como sendo uma obra de arte definitiva.

Ora a fotografia em questão é de uma banalidade confrangedora com a agravante de conter erros técnicos básicos como seja a má calibração dos brancos. A fotografia está verde.

A imagem foi tirada no interior do belo edifício da Impresa, onde eu trabalho, onde eu vivo 12 horas dos meus dias ( num horário optimista) e pergunto-me como é possível ter a lata de fazer uma imagem tão banal ainda por cima num cenário lindo de luz, reflexos em vidros, elevadores transparentes, gente em movimento, repuxos de àgua e até, acreditem, mulheres bonitas a passarem a um ritmo de várias por minuto ou por metro quadrado.

Catrica deve ter montado o tripé, esperado que aquilo ficasse às moscas, escolheu uma hora onde o contraluz era incontornável e disparou. O resultado é de uma frieza arrepiante, de uma total falta de sensibilidade para interpretar um cenário com aquela grandiosidade.

Esta postura de despojamento, distância e ignorância técnica, embalada em tiragens de grande formato, feitas por competentes laboratórios fotográficos, dão a muitos destes artistas um estatuto de eleitos: são votados por júris de incompetentes ( caso do júri do Besfoto) que sem saberem ver nem fotografar tornam-se nos fotógrafos mais representativos da nação.

Digo isto sem despeito. Sou fotojornalista e não pretendo entrar no reino dos céus.
A verdade é que estes tiques pegam: basta que cada um deles acerte no seu próprio estereótipo para isso se tornar em estilo.

Depois do sucesso basta repetir a fórmula.
L`artiste ! Nunca falha.
As imagens mais banais fotografadas em 6x6, impressas em grande e se possível montadas numa vistosa moldura negra ( que aliás eu bem gosto) ficam a matar.
Penduradas numa galeria são arte, com o lobbie dos amigos à volta um acontecimento .
A fotografia não interessa. O acto de fotografar não conta.
A técnica é para técnicos não para artistas.
Desfocado é estilo, tremido é in, mal enquadrado é demolidor.
Os ignorantes não percebem, logo: gostam porque é diferente e se é diferente é arte.

Os bancos pelos vistos pagam bem estes devaneios e o comendador Berardo, qual Midas, já pensa em transformar nitrato de prata em ouro.
Com jeito Sócrates compra para espólio estatal.



Nós fotógrafos devemos pôr-nos sempre em causa.
Temos de ultrapassar as resistências à mudança de nós próprios porque achamos que se fizermos sempre como nos aceitaram, e bem até agora, temos a vidinha a salvo.
Temos de saír dessa àrea de conforto e arriscar, mudar todos os dias. Pôrmo-nos em causa antes que alguém nos ponha.
Isso é bom e permite-nos andar para a frente.
Não é insegurança é irreverência.
O acto de fotografar é para olhares amestrados e não para diletantes.

Morte aos Dantas. Ponto.



Tenho de digitalizar a tal foto depois pô-la-ei aqui. Entretanto poupo-vos o martírio de olharem para ela ::)))

domingo, outubro 01, 2006

Ainda o World Press Photo


Quando o World Press Photo nasceu eu tinha 1 ano e no meu mundo de menino a fotografia entrava através de uma Zeiss 6x9 do meu pai, um amador do preto e branco.

Cresci a espreitar fotografias de margens recortadas, esmaltadas, num brilho que me fascinava.
As figuras que eu via devolviam-me um sentimento estranho. Era mágico mas também intrigante. Lembro-me dessa experiência mesmo sendo tão pequeno.

Uma fotografia que alguém cortou um canto eliminando duas figuras deixou-me perturbado como se aquela mutilação fosse vitimar as personagens.

Eu tinha 1 ano e de Portalegre à Holanda ia a distância de uma vida, da vida que encontrei quinze anos mais tarde quando descobri que a fotografia podia falar dos outros, do outro Mundo que era Portugal rural e pobre mas também do Mundo grandioso com as suas misérias e grandezas que eu sonhava um dia conhecer ao vivo.

O World Press Photo tem a minha idade, menos um ano para sermos rigorosos, e todos os anos me deixa fascinado pela capacidade e vitalidade que o fotojornalismo mantém para descrever o nosso tempo, a globalidade do ser humano, nas várias vertentes da aventura terrena.

Este ano voltou a acontecer com a abertura ao público no Centro Cultural de Belém ( ontem) da exposição do melhor que a imprensa mundial produziu em fotos.

Foi por tudo isto, e algumas razões que a razão desconhece, que me tornei fotojornalista, que um dia deixei a arquitectura ( outra fascinante actividade) para poder fazer fotos que mexam connosco.

Coffee com Annan e Durão no Falcon


Durão Barroso e Kofi Annan fotografados por Luiz Carvalho e Luiz Carvalho fotografado por Kofi Annan

À minha frente Margarida Sousa Uva lia o Paris-Match com uma reportagem sobre o marido Durão Barroso.
Na outra fila do corredor do pequeno Falcon a jacto alugado pela Comissão Europeia, o Presidente falava descontraídamente com Kofi Annan.
Eu sentia-me um privilegiado.
Viajava tête-à-tête com dois dos homens mais poderosos do Mundo.
Nas filas de trás ia o meu colega Daniel do Rosário, correspondente do EXPRESSO em Bruxelas, o correspondente do El Pais e o staff de Durão Barroso.

Ser fotógrafo traz destas vantagens e cativa lugares especiais.
Durão Barroso tinha convidado o EXPRESSO na sua viagem a St. Petersburgo à Cimeira do G8.
Ia sentado naquele lugar para poder fotografar melhor o ambiente da viagem, em especial o Presidente da Comissão e o Secretário -geral da ONU.

Ao princípio Durão Barroso não estava à vontade com a câmera e eu tive o cuidado de não insistir muito em fotografar. Quando senti que era o momento pedi-lhe e foram minutos muito divertidos.
Ao ter perguntado a Kofi Annan se não se importava que eu o fotografasse ele respondeu que só com uma condição: se lhe desse depois as fotografias- rindo-se.

Pediu-me a Canon emprestada, pegou-lhe sem saber onde era o disparador, depois começou a fotografar-me. Tirei entretanto a minha pequena câmera de bolso Ricoh GR ( trago-a sempre comigo) e comecei a fotografar Kofi a fotografar-me ( uma confusão!).Entretanto Margarida Sousa Uva, que sempre quis ser fotógrafa, pegou na minha pequena câmera e começou também a disparar. Fotografámo-nos uns aos outros, depois já era o staff que também queria ser fotografado ao lado do "patrão" e de Kofi Annan. Muito divertido.

Quando voltei a ter a Canon nas mãos não perdi tempo e comecei a disparar. O ambiente era de tal forma descontraído que permitiu ter feito a fotografia que o EXPRESSO publica esta semana em grande formato: Durão e Kofi em amena e bem disposta cavaqueira.

Foi o meu director Henrique Monteiro que gostou da fotografia (ela tinha sido usada em teste para um dos números zero do berliner) e a quis publicar com grande destaque pedindo um texto a Durão Barroso.

Fiquei muito feliz com esta publicação e é a prova de que uma fotografia quando tem interesse pode gerar acontecimentos, caso do texto de Durão Barroso, e tornar-se numa fotografia que mexe connosco.

( também em www.expresso.pt)