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domingo, setembro 30, 2007

Meneses aguenta e não chora ?

A vitória de Meneses acabará por ter um sabor amargo. Sem o controle do grupo parlamentar ( ele nem sequer é deputado) e sem o apoio dos barões do partido, Meneses acabará por se ver na maior das solidões.
Este fim de semana o herói laranja parou para pensar e reorganizar o seu exército de acólitos, mas na segunda -feira quando a questão de continuar ou não na Câmara de Gaia e as primeiras medidas a tomar, tudo lhe vai cair em cima da cabeça. Os barões vão fazer-se de mortos e quando a casa estiver a ruír darão a machadada final.

As vitórias rápidas, conseguidas por atalhos, nunca se consolidam e acabam por ser um fiasco. Veja-se no que deu a pressa de Santana em ser primeiro-ministro. Ao abreviar eleições e aceitar logo o legado de Durão, espalhou-se. Pese embora que ele se espalha sempre de qualquer maneira. Menos na teatralidade, claro.

Meneses se vier dizer que larga Gaia cairá no descrédito, mas se ficar também. O homem vai ter que aguentar, e não chorar, como o fez no Coliseu em 1995 que mais parecia uma Madalena arrependida. Claro que o mundo dá muitas voltas e ninguém que estivesse ali no Coliseu imaginaria que um dia aquele tontasso pudesse vir a ser líder do PSD.

O olhar sério e a voz pausada não vão poder disfarçar uma insustentável falta de credibilidade e seriedade. O PSD ainda não assentou. Nem o país. Sócrates é que factura bem e continua a sair-lhe a sorte grande. Embora o sossego tenha acabado para o engenheiro.

sábado, setembro 29, 2007

Em directo a ver Meneses

A noite das facas longas

- Abraçou Angelo Correia que deu a mão a Marques Mendes no inicio da vida política

- Falou aos "portugueses lá de fora". Seria para a Amazónia ?

- Fala devagar para dar estilo de credibilidade

- O nosso partido é maravilhoso- diz ele !!!

- Dá graxa ao PSD e fala nos útimos 30 anos.

- Já vai na década de 70 !

- Sá Carneiro já factura !

- E Cavaco é citado sem falar no seu nome !!!

- Quer todos os ppd`s unidos à volta dele..Obrgado !

- O lider de todos os laranjas, sem excluir ninguém.

- Palavra de simpatia ao Marques Mendes. E já tem prestigio e pode trabalhar com Meneses.

- Todos têm lugar no seu PSD

- Foi a noite das facas longas

PSD, DERROCADA TOTAL

Sócrates vai ter opositor à altura

Que vão fazer os notáveis ? Para onde vão as figuras que fizeram do PSD um partido democrático ? Para onde vai um partido com Menezes à frente ? Vai ser pior que no tempo de Santana? O populismo aí está, Sócrates vai ter um actor a fazer-lhe frente, num estilo semelhante à moda de Gaia.
Os notáveis, as Ferreiras Leites deste mundo que estiveram calados à espera que Mendes ganhasse pelas manobras do aparelho que vão agora fazer ?

Poderão voltar atrás ? Não terão cometido um erro de palmatória ? Ou Menezes vai revelar-se um líder nacional ? Ou não passará nunca como um dirigente local sem estaleca nacional ?

Os próximos tempos vão aquecer na política.

Cavaco, Durão, Lopes, Leite, Rio, e muitos outros não vão dormir com a consciência tranquila.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Monica Bellucci está em Portugal


Mónica Belluci tem estado em Portugal, na zona de Lisboa, durante esta semana a filmar um anúncio para a marca de lingerie Intimissimi.

A actriz e manequim italiana tem tido o maior cuidado em não se deixar ver, evitando assim muito bem a curiosidade dos jornalistas, fotógrafos e admiradores.
Chegou a ter prevista uma sessão fotográfica e entrevista para um semanário de referência mas à última hora "borregou", alegando algumas dificuldades na rodagem do filme, que tornaram o seu tempo ainda menos disponível.

Quem perdeu a oportuniade da sua vida de fotografar a bela não vos vou dizer quem foi.

Acabou o jornal que me fez repórter

O Tal & Qual morreu hoje. Foi um fenómeno na imprensa portuguesa nos anos 80 depois da equipa do programa da RTP com o mesmo nome ter sido corrida pela administração de Proença de Carvalho e Maria Elisa. Os fundadores foram Joaquim Letria ( o pivot na RTP), Hernâni Santos, José Rocha Vieira e Ramon Font ( correspondente da TVE em Lisboa).

Aproveitando o sucesso que o programa tinha na RTP, e o escândalo que foi a sua suspensão, assim como a célebre Informação2, os jornalistas quiseram fazer um jornal muito barato, com uma equipa reduzida e que tinha como objectivo editorial dar uma informação irreverente, que fosse alternativa ao institucional Expresso e à esquerda MFA de O Jornal.

O jornal saía ao Sábado e foi um sucesso de vendas. Chegou a vender 130 mil exemplares. Era o semanário mais vendido em Portugal. Os textos eram curtos, sintéticos, os títulos apelativos, as fotos impactantes.

Em 1982 eu entrei para o Tal & Qual depois de ter vendido como free-lancer uma reportagem inédita sobre a chegada das Doce durante a escandaleira com o jogador Reinaldo. O jornal fez manchete com " Laura Diogo volta para o seu herói!" e via-se o namorado (parecido com o Reinaldo) a empurrar-lhe o carrinho das malas e a beijá-la na boca. A reportagem foi muito bem paga e no mês seguinte eu era o único fotógrafo do jornal. Durante 3 anos eu acumulava o meu emprego de arquitecto com o de fotojornalista do Tal & Qual.

Era também o editor de três páginas de espectáculos e cultura. Tinha uma vida louca mas muito divertida. Andava sempre a fotografar com a minha BMW e passado pouco tempo de entrar para o jornal comprava um MGB-GT o carro que me acompanhou durante 14 anos.

No tal& Qual fiz das melhore reportagens da minha vida. Jornalismo puro e duro. Descobri a mãe da Linda de Suza, que ela desancava numa entrevista à TV Guide, e a família a viver pobremente na zona da Amadora. Fui eu que falei e fotografei pela primeira vez a Dona Branca, uma velhinha que emprestava dinheiro e pagava uma percentagem louca aos depositantes.
Aprendi a ser rápido, astuto, esperto e a não ter desculpas para não fazer uma foto. Não eram aceites negas e ensaiámos um estilo fotográfico muito inglês. Fotos de corpo inteiro em movimento, retratos assumidamente posados, produções fotográficos de ilustração, fotos à socapa, disparar primeiro perguntar depois, fotos ao longe com grande teleobjectiva, muito do que hoje é banal na altura era fresco. Foi uma rotura com as fotografias chatas e estereotipadas dos jornais da altura. Mesmo o Expresso ainda não tinha dado o arranque a sério com a Revista dirigida pelo Vicente Jorge Silva e que tinha o Rui Ochoa como fotógrafo depois de ter sido dispensado pelo Hernâni Santos que não aceitou ele fotografar para o jornal sendo o fotógrafo da candidatura de Soares Carneiro.

Foi uma escola para mim e muito do que hoje tenho de repórter devo-a a essa recruta com o Hernâni Santos, um tipo talentoso, brilhante jornalista, com toda a escola da BBC, mas um biltre como pessoa. E que tinha a mania que era fotógrafo como todo o diletante que se preza. A minha saída do jornal foi muito infeliz. Depois de ter comunicado que ia fundar a Grande Reportagem ( 1985) o Hernâni decidiu não me pagar uns subsídios em atraso e correu comigo ao murro da redacção.
Para grande regozijo meu estava há duas semanas no Expresso quando me ligou o Ferreira Pinto a convidar-me a regressar. O Santos tinha dado em agricultor no Bombarral, foi pastar vacas e acabou sem glória uma carreira que podia ter sido notável.

O fim do Tal & Qual estava anunciado há muito. O jornal de hoje nada tinha a ver com os primeiros anos. Envergonhava mesmo dizer que se tinha trabalhado naquele pasquim. Por lá passaram nomes como Ferreira Fernandes, José Júdice, Ferreira Pinto ( um príncipe da escrita), o Jorge Morais ( um talento ímpar do jornalismo), o Luis Marques ( hoje administrador da RTP), o Henrique Monteiro ( muito pouco tempo mas ainda passou), o João Garcia, o Alcides Vieira( hoje director da SIC), o Vítor Bandarra, o Mário Zambujal, a Zaida Tristão... só por estes nomes dá para ter uma ideia da importância e da qualidade do jornal.
O fotógrafo fundador foi o Carlos Gil que fez a Maria do Salazar e as primeiras fotos em público da Snu e do Sá Carneiro, depois esteve o Ochoa e depois eu. Diga-se que eu fui o fotógrafo a estar mais tempo no início e só o Acácio Franco que me sucedeu esteve mais tempo. o António Pedro Ferreira ainda colaborou nas minhas férias.

O Tal & Qual foi um grande projecto e uma grande escola.
O segredo para o sucessodo era simples: criatividade, dedicação, estrutura simples e pensar sempre no leitor. Tornou-se indispensável aos sábados e isso é a chave.
Temo que esses tempos de entrega, de fervor pela reportagem, nunca mais voltem a ter essa militância. Vivíamos para o jornal e a nossa vida era excitante. Encontrávamos histórias em todo o lado. Aproveitávamos bocas dos amigos, cheirávamos histórias como o meu cão cheira a rua.
Éramos respeitados, temidos e muito bem pagos. Era uma forma de estar na profissão que não se compadecia com fretes a fontes, amiguismos. Havia rigor na escrita e exigência nas fotografias. Posso dizer que era um jornalismo independente e sério. Nos três anos que lá estive o jornal nunca teve nenhum processo e foram bem escaldantes alguns dos temas publicados.
O único foi um casal de nudistas que processou o jornal por ter aparecido de costas na capa.

Quem matou o Tal & Qual ?


Miguel Sousa Tavares ataca Porto de Lisboa

Miguel Sousa Tavares classifica Administração do Porto de Lisboa como "associação de malfeitores"

Miguel Sousa Tavares qualificou ontem à noite a Administração do Porto de Lisboa (APL) como uma "associação de malfeitores", durante um debate sobre a construção do novo terminal de cruzeiros na capital, obra promovida por aquela entidade.
"Ao contrário de pessoas que dizem que a Administração do Porto de Lisboa tem coisas positivas, eu acho que é uma associação de malfeitores", afirmou o jornalista no debate promovido pelo Fórum Cidadania Lisboa e pela Associação do Património e da População de Alfama.Segundo Sousa Tavares, "não é por acaso" que a APL — tutelada pelo Ministério das Obras Públicas — não se fez representar no debate sobre o terminal, uma obra que envolve a construção de um hotel e de um muro com seis metros de altura e cerca de 600 metros de comprimento. "É um inimigo público da cidade", acusou Sousa Tavares. / Público e Lusa

Santana voltou, está perdoado.


Até ele está admirado: mesmo quando foi nomeado primeiro-ministro não teve tantos parabéns e apoio como ontem. Pedro Santana Lopes ( a quem o Rádio Marginal citou como ex-presidente da Câmara de Lisboa) voltou à berlinda depois de ter tido a coragem ( e lata, e o talento artístico) de abandonar o estúdio da SIC Notícias por ter sido interrompido em directo pela chegada do Mourinho.

Santana veio dizer o que toda a gente sente e não pode dizer. As televisões acham-se no direito de enxovalharem entrevistados, público e até quem lá trabalha em nome das famigeradas audiências.
E não estou a falar da SIC Noticias talvez a única onde há rigor e seriedade.
Estão a matar a televisão, depois de terem começado a matar os jornais. O público não é estúpido e sabe distinguir o lixo do que é sério. As pessoas estão fartas de ser enganadas e de terem de comer todo o tipo de alarvidades intelectuais em nome dos rankings das audiências. Claro que as audiências são importantes, indispensáveis para a sobrevivência das empresas, mas devem ser sustentadas pelo lado da qualidade e não pelo lado da mediocridade, so apelo fácil e demagógico ao gosto mais elementar e pobre.

O público também se educa, pese embora que não é essa a primeira função da televisão nem dos jornais. Mas as grandes marcas nunca o seriam se tivessem optado pelo populismo como público alvo. Não haveria Rolls, Rolex, Leica....o exemplo até pode ser mau, mas a verdade é que sem uma cultura de exigência não chegamos a nenhum lado.
O jornalismo tablóide ( como se tem visto até à exaustão) no Caso Maddie e se vê todos os dias em atropelos, mentiras, sensacionalismo só leva à morte do jornalismo.
As televisões na sua histeria de noticiários de hora e meia, enchendo chouriços, esticando a corda, mostrando banalidades está a fazer com que qualquer dia ninguém tenha pachorra para ver televisão.
Para quê aturar aqueles cromos se na net tenho o essencial da informação, escolhida pelo meu critério, sem ter de suportar manhosos?

Santana abriu a discussão. Não vale tudo no jornalismo. Basta.

quinta-feira, setembro 27, 2007

A menina de Marrocos não era Maddie



A investigação de um fotojornalista da France Press. levou à conclusão que a menina vista e fotografada em Marrocos não era Maddie

Grande exposição de fotografia em Madrid

São mais de 300 fotografias de referência que estão expostas em Madrid até Novembro. Uma grande mostra, o Prado da Fotografia. Voltarei ao tema. Clique aqui para saber mais.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Tomem lá fotos Vanity Fair

Mourinho chega e o povo aplaude derrotados

Estou enganado ou fomos ao aeroporto feitos totós aplaudir uma equipa de derrotados ?
Os tipos da Selecção de Râguebi são porreiraços, levam no corpinho, partem braços e ombros, chafurdam na lama e têm o melhor cozido à portuguesa no seu restaurante do Clube de Monsanto...mas perderam. Certo? E até me pareceu que perdemos contra um país como a Roménia, ou daquela zona deprimida. Perdemos, ok. E agora são heróis ?

Isto fez-me lembrar aquelas recepções aos cançonetistas ao Festival da Eurovisão no tempo do Botas: perdíamos que nem uns desgraçados mas os fãs corriam ao Aeroporto da Portela para transformarem os tristes rouxinóis em bravos cantores da Pátria. Poupem-nos !

Nós portugueses temos este espírito masoquista, a boa vontade cristã. Adoramos dar esmola, perdoar aos " losers "e até batemos palmas àqueles que pelo murro se vão da lei da derrota libertando.
Depois do silêncio do povo em volta da escandaleira Scolari, batemos agora palmas a derrotados. Vamos esquecer o Mourinho porque é rico, vencedor, tem personalidade e foge à regra do portuguesinho mediano. Mourinho detesta calões, indisciplinados, perdedores, chorinhas, acomodados. Portanto: é um snobe, mau português e pior chefe de família.
Quando um país se deslumbra com derrotados, estão à espera de quê ? Milagres ?
Só se for de Fátima que ganhou ao Porto !!!

Santana Lopes abandona directo na SIC

Santana teve uma atitude exemplar: interrompido quando estava a dar uma entrevista a Ana Lourenço,em directo no estúdio da SIC Noticias, para se ver a chegada de José Mourinho ao aeroporto, onde este nada disse e onde o repórter esteve a encher chouriços e a dizer banalidades depois do treinador já ter saído de cena, Santana decidiu abandonar o estúdio. Disse que achava inacreditável interromper uma entrevista para fazer um directo sobre futebol "Acham que é com isto que o país anda para a frente ? Está tudo doido ? Vocês têm as vossas regras eu tenho as minhas. Não vou responder a mais nada". E saiu.

Estes golpe de asa traz de volta o velho Santana. Com todo o respeito e solidariedade que tenho para com a estação, acho que por vezes nós jornalistas precisamos de perceber que há limites para tudo. No jornalismo não vale tudo. Se a SIC queria dar a chegada do Mourinho em directo devia ter avisado o entrevistado ou ter passado a imagem do directo do Mourinho em oráculo.

Acabou por serem dois grandes momentos de televisão: a chegada do herói e a partida do ex-herói.
Puro divertimento, portanto.

A política de sarjeta do PSD

A coisa estava preta, passou a estar imprópria. Quando dois candidatos a primeiro-ministros se degladiam na praça pública como dois putos rufias, que não olham a golpes baixos para obterem uma vitória... amaldiçoado partido que tais lideres tem.
Marques Mendes tenta manter o nível mas as nebulosas que se apresentam em torno dos militantes que votam e alguém pagou por eles ou entre os que querem votar, pagaram e não podem, não ajudam á transparência.
O papel dele é ingrato, mas a verdade é que se pôs a jeito quando tomou a posição que tomou relativamente aos autarcas arguidos e depois ao desfecho calamitoso na Câmara de Lisboa. Mendes deu de bandeja Lisboa ao PS. Se eu fosse do PSD também não lhe perdoava.
Isto é como no caso Scolari: quem erra tem de se demitir. Quem tem funções públicas só pode agir assim. É chato ? É desagradável ?É. Mas isso é o preço de quem opta por uma carreira pública.

Meneses desceu ainda mais baixo. Desesperado quer ganhar a qualquer preço.
No horizonte Morais Sarmento e a terceira via já se perfilam no horizonte. Deixam brincar agora as crianças para atacarem quando o tempo estiver de feição e o engenheiro chamuscado com o fracasso da Presidência europeia e da retoma que não virá, começar a cair em desgraça. Infelizmente para nós.

terça-feira, setembro 25, 2007

ABAIXO A JUNTA MILITAR DA BIRMÃNIA

Não nos esqueçamos dos nossos irmãos budistas que sofrem a repressão da Junta Militar

Animoto o anti-soundslides

Abaixo o soundslides, viva o animoto! Isto é uma experiência, não levem a sério, mas topem a pinta deste programa que uma alma caridosa aqui do FATAL me sugeriu.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Scolari vai em paz e pode protestar pelo castigo

Há um treinador nacional que dá um murro em directo num jogador. O Mundo assistiu atónito. Por muito menos, jogadores foram castigados exemplarmente e ficaram com a carreira feita num oito. Scolari bateu, negou, depois disse que eram umas festinhas, depois pediu desculpa, a mulher puxou-lhe as orelhas, deixou a coisa acalmar e quando a Federação ( o seu patrão) negociou com a FIFA para o impetuoso ser simbolicamente castigado, o homem volta a atacar e quer recorrer da leve sentença.
Perante isto que faz a Federação e o seu inefável presidente ? Vem apoiar o boxeur como se tivesse feito uma coisa de bem. É de mais. Em Portugal, onde já vimos um porco andar de bicicleta, ainda não vimos, nem veremos, um treinador de futebol ao murro, a ser posto de patins.

Estado dá tolerância à droga nas prisões

A distribuição de kits nas prisões contendo seringas e preservativos, prevista a partir de hoje, pode estar cheia de boas intenções mas falha numa questão de princípio: quando o Estado cede em matérias tão sensíveis como o combate à droga, é o próprio Estado que se está a demitir e a entrar em rotura. Com ele vão cano abaixo a democracia e a sociedade porque andamos a lutar desde o 25 de Abril ( pese embora que detesto este termo).

Ao aceitar que é uma questão incontornável os presos drogarem-se nas prisões o Estado assume-se ineficaz, impotente, no combate à droga e à corrupção nos estabelecimentos prisionais.

Se as prisões são espaços controlados como é possível entrar a droga ? Pelos canos da água, pelos esgotos ou cai do céu nas horas do recreio ?A droga que circula nas prisões passa com a cumplicidade dos guarda prisionais toda a gente sabe, prová-lo é muito mais difícil.
Sabendo que há uma forte percentagem de drogados e infectados pela SIDA nas prisões porque não faz então o Estado em colaboração com o Serviço Nacional de Saúde um rastreio eficaz e não aproveita para salvar das malhas da droga os infelizes presos? Porque não dar o tratamento de desintoxicação e readaptação para a vida? Ainda por cima sabe-se que muitos daqueles presos o são porque cometeram crimes por causa da maldita droga. É alimentando o vício e promovendo a decadência que se reintegram os cidadãos condenados ? Não me parece que se combata o crime dando armas aos malandros.
Claro, que fazer o contrário, tratar, prevenir, ter um plano de combate, custa dinheiro, dá trabalho. É muito mais fácil distribuir umas seringas e os desgraçados que se amanhem.
A Prisão já era uma escola da má vida, passou a ser tolerada como o inferno da pesada.

domingo, setembro 23, 2007

Novo código dá prisão por piropos

Piropo em Itália. Uma foto de Ruth Orkin feita no ano em que eu nasci, 1954


O piropo era uma instituição. À volta do piropo nasceram das mais divertidas histórias s de picante subliminar. O piropo era o desabafo que havia em cada macho latino, uma mistura de galã e de lobo da floresta escondido à espreita de capuchinhas solitárias. Sem piropo os latinos não teriam a lata, a descontracção e a estupidez natural, nem a mesma alma e sensibilidade para o eterno feminino. Sem piropo nãohavia canção do bandido. O piropo traz alegria no trabalho ao ponto de um homem das obras pendurado num andaime se transformar num Pessoa.

Os sindicatos não se pronunciam sobre o assunto mas no fundo não contestam a poesia operária e popular. Com ditadura do proleta, ou sem ela, não há uma boca trabalhadora que não se atreva no dislate pró-feminino. Atreve-te e desbronca.
Sabemos como muitas mulheres hesitam em passar por de baixo de um prédio em obras, mas sempre arriscam com a excitação de poderem ouvir um soneto terminado em vogais abertas e sinceras. Faz vergonhas mas alimenta o ego. E mulher séria não tem ouvidos !

Na versão de bitaiteiro polido frases como " conheço-a de qualquer lado!", "diz-me as horas ?", " desculpe dá-me lume?", " o seu marido é aquele infeliz ali ao canto?", " quer que lhe mude a roda do carro?", " Voçê faz-me lembrar a minha mãe!" e outros ataques bacôcos ficam sujeitos a penalização. Livros como " a arte do engate" ficarão como manuais de utilização não utilizável.

É um mundo que se desmorona. O piropo analógico dá lugar ao piropo electrónico e os antigos sedutores atacam agora no Hi5.

O imaginário latino seria uma pobreza franciscana sem piropos. Muitos filmes e fotografias dos anos 50 ( como esta bela foto da Ruth Orkin que tenho em grande na parede da minha sala) atestam esse tique que é um misto de timidez, sinceridade, desejo, por parte dos galanteadores e cinismo por parte das destinatárias: fingem que não ouvem, coram, mas vão contar á noite tudo ao marido. E ainda se rebolam a rir quando partilham com as amigas as melhores bocas do dia.


Agora que o piropo estava a cair em desuso, tal como o macho latino da Malcata, vem o novo código penal proibi-lo como se fosse um acto bárbaro, agressivo ou boçal. Na sociedade da chatice aí está mais uma proibição. Ainda por cima inútil.

Os virtuosos do piropo reformaram-se, ou foram pré-reformados, mas para acautelar os ímpetos, o engenheiro Sócrates mandou pôr-lhes um adesivo na boca, em nome dos bons costumes e da segurança social.

O Código da malandragem


O novo regulamento do Código Penal vai para o inferno como outros bem intencionados que lá ardem. Sabemos, mas não podemos provar, que este novo regulamento foi alterado com rapidez porque o Poder Político socialista agastado com as humilhações que passou no Processo Casa Pia tinha de se vingar logo que chegasse ao Poder. E não perdeu tempo. E Mendes deu um empurrão.
Lembre-mo-nos das célebres transcrições de escutas telefónicas entre António Costa e Ferro Rodrigues. Eram uma escandaleira e lembremos os vexames porque passaram altas figuras do Estado. Também acho que aquilo foi de mais, pôs o nome na lama de gente inocente e acabou por tirar força e verdade à investigação.
Tem de haver mecanismos que protejam os acusados e os inocentes e ninguém deve ser julgado nos jornais nem na praça pública. Isto é mesmo uma das razões fortes da democracia: proteger os inocentes e castigar justamente os prevaricadores. Não é o que acontece como bem sabemos.

Acontece que a Justiça em Portugal é uma bosta e que pouco ou nada tem sido feito para a tornar mais eficaz. Os juízes ainda escrevem em papel, transportam toneladas de dossiers, os tribunais não estão em rede e os computadores que por lá estão são verdadeiras máquinas de escrever. Só faz lembrar o filme de Welles "O Processo" baseado no romance de kafka.
A má justiça é mesmo um dos factores de subdesenvolvimento do país e quando se chega aos crimes económicos é de fugir. Quem for queixoso num negócio, tarde ou nunca será reparado. Isto leva à fuga dos investimentos.

Também é verdade que as guerras entre as polícias, o Ministério Público e o Poder político têm tornado ainda mais ineficaz e confusa a justiça. Agora o governo quer matar o Ministério Público. Percebe-se: foi ele que fez tremer no processo Casa Pia e foi ele, em Itália, que deu origem ao processo Mãos Limpas. Estão a ver o medo, não estão ?

Há excelentes profissionais na polícia, sem meios, rodeados de burocratas, empatas e carreiristas que não querem uma polícia eficaz, mas sim uma polícia açaimada pelo controle político.
Os juízes tornaram-se vedetas, opinam, pressionam, dão entrevistas, têm opinião sobre tudo e tornaram-se não em agentes da justiça mas em mais um lobby de pressão sindical e política.

A Justiça só é possível para os pobres, que nada influem, ou para os muito ricos que podem pagar advogados a 500 euros à hora ( e não são os mais baratos).
Portanto: o novo regulamento do Código Penal, que à partida parece mais justo porque defende o cidadão encarcerado pelas longas prisões preventivas, transforma-se como muito bem escrevia hoje no Correio da Manhã Moita Flores, num instrumento que vai permitir pôr cá fora mais bandidos, vigaristas e assassinos, cuja acusação precisando de tempo extra de investigação vai prescrever e permitir pôr ao fresco muita malandragem.

O Estado vê-se livre de parasitas nas prisões, poupa na limpeza das latrinas e no macarrão, e os cidadãos que se danem. Se querem justiça paguem a uns capangas ou disparem sobre o pianista!...
Se o Processo Casa Pia fosse hoje, muito do que se escreveu não teria vindo à luz do dia e muitos dos pedófilos que aguentaram atrás das grades teriam estado em aprazível liberdade.
Mas também é verdade que é um escândalo os acusados continuarem por julgar, nunca serão definitivamente condenados ( se for caso disso) e a única penalização que tiveram e terão foi a preventiva. Isto é inadmissível e não vai ser resolvido com este novo código. Pelo contrário vai ser agravado o ineficaz funcionamento dos tribunais. É o que todos dizem. Menos o governo.

PS: É natural que os meus posts tenham erros de gramática e sintaxe. Não é que eu seja analfabeto. Mas estes posts são feitos de rajada. Este demorou 7 minutos a escrever. Nos jornais há jornalistas que nem um post destes escrevem numa semana e têm a correcção do editor, do desk e outros. E mesmo assim saem erros. Entre escrever com erros por distracção e não escrever, prefiro escrever posso sempre emendar como o faço constantemente. Desculpem. Mas uma linguagem tipo SMS não seria mal vista na blogosfera onde a emoção está à flor da pele.

sábado, setembro 22, 2007

Os Jornais e o falhanço António Costa

Terreiro do Paço, foto Luiz Carvalho.
Lisboa no tempo dos carros, fotógrafos e muita vida.

Já percebi: António Costa está protegido por S. Francisco de Sales, o santo padroeiro dos jornalistas. Já previa e confirmo. Não se escreve nos jornais uma linha que denuncie a incompetência das primeiras semanas da nova Câmara de Lisboa. Nem se vai escrever.

Sejamos honestos: as primeiras semanas de Costa em Lisboa são para esquecer: fechou o Terreiro do Paço aos carros aos domingos e Lisboa entupiu; a Salazarista Zézinha, recuperada por si para anzol da direita bafienta, foi um fracasso com aquela ideia xenófoba de pôr o comércio chinês da baixa num ghetto. O ter vindo dizer que o projecto de Gehry para o Parque Mayer estava ultrapassado enquanto Manuel Salgado dizia que vai voltar a ideia do teatro revisteiro, depois de ter dito há 4 anos ao Expresso que revista nunca mais, é uma patacoada total.

O espírito pobrezinho e socialista de que o Parque Mayer tem de ressuscitar com teatros é de uma banalidade intelectual óbvia. O teatro de revista felizmente morreu, mesmo que isso custe ao meu querido amigo Raúl Solnado que admiro, prezo e estimo e que foi mandatário do candidato socialista. o Parque Mayer foi já tempo que deu risos; aqueles actores estão moribundos e o país não precisa mais daquilo. Para nos rirmos basta ouvirmos o governo.
Querer fazer do Parque Mayer um espaço revivalista revisteiro é pura perda de tempo e pior: perda do nosso dinheirinho.

O projecto do Frank Gehry era ousado, projectava para a frente, punha Lisboa no mapa da cultura e do turismo internacional, chamava gente, dava dinheiro, pagava-se a si próprio. Mas o lobby do amiguismo em volta de Costa, aquela matilha de tipos vestidos de preto com gel no cabelo que circulam como hienas em volta dos candidatos ( já o tinham feito com Carrilho, Lopes e Carmona) não perdoariam a chance de poderem projectar o Parque. Já estou a imaginar uns edifícios de cubos sem janelas, umas arestas redondas, uns tijolos de vidro, uns gradeamentos em ferro pintado com espaços para as crianças se escaparem. Já imagino o jardim Botânico ligado ao parque por uma ponte de vidro e ferro, sempre fechada ou de um elevador transparente pintado a cinzento.

Os nossos arquitectos são chatos, não têm sentido do espectáculo e transformaram a arquitectura portuguesa num somatório de caixotes tristes, pouco funcionais e caros de construir e manter como o caraças ! Claro há sempre as excepções.
Vejam as caixas do Miguel Carrilho da Graça, pagas na proporção da sua arrogância, fujam do Siza e do seu Bonjour tristesse.

Costa nem as passadeiras para peões pintou e, pelo que vi esta semana numa ida a Lisboa matinal, o trânsito continua caótico e as cargas e descargas uma total anarquia.
Só não mudou a ganância do bloqueamento das rodas dos carros.
Mas os lisboetas têm o que merecem. Felizmente deixei de viver lá.

FOTOS DA SEMANA

A semana em que Mourinho deixou o Chelsea e Scolari tremeu em Portugal, enquanto Aquilino entrou no Panteão. Na moda, na política e no drama há loiras que brilham, não pela cor do cabelo mas pela notariedade.
Fotos da semana, edição Luiz Carvalho, clique aqui para ver

Dia sem carros, dia do atraso de vida

Carro português verde correcto puxado por militantes verdes

Vrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!

Hoje os fiéis do políticamente correcto estão felizes. Podem andar a butes, à vontade, porque os carros foram proibidos em 6o cidades. Tudo começou há anos com uma iniciativa de uns verdes e que todos os políticos, mesmo os mais cavernícolas da direita, seguiram. Perceberam que o povo adere a estas iniciativas como os confrades de S. Vicente de Paulo aderem à esmola. Portanto: é uma iniciativa que não custa dinheiro, acalma os esquerdas e põe os direitas a sentirem-se uns ecologistas do quilé !

O que esta multidão de pedestres não entende é o seguinte: o planeamento urbano nunca existiu, as pessoas vivem longe e trabalham longe; as escolas, os centros comerciais, todas as infraestruturas estão fora de mão. O carro é um instrumento de trabalho, um utensílio, uma comodidade a que os cidadãos têm direito. A história da sociedade moderna é muito a história do automóvel pelo lado útil e depois pelo obscuro objecto de desejo.

O Estado português desprezou os bons transportes públicos, os interfaces, o planeamento urbano e a componente da mobilidade. Se em Londres é possível viver a 40 quilómetros, ou mais, do centro com toda a comodidade e rapidez, em Portugal é impensável vencer com eficácia essa distância diariamente. É possível mas sai caro e perde-se uma vida.

Lisboa, por exemplo, é uma cidade com maus acessos de comboio, poucos parques gratuitos à entrada, com uma ligação rápida ao centro, com um Metro confuso ( basta vermos aquela linha que sai do Cais do Sodré para o Marquês onde tem de se mudar de comboio!) e uns autocarros manhosos, atrasados, lentos e caros.

Ninguém que tenha pressa e ande a trabalhar pode andar de transportes públicos com filhos às costas e horas marcadas. Andar nos transportes públicos é bom para pobres, reformados e calões; Ou para quem gosta de passear com o povo e seu odor.
Se em Paris andar de Metro é normal, mais rápido e barato, aqui é uma maçada.
Pensar em cidades sem carros, multidões, néons, outdoors, confusão é matar as cidades.

Lisboa começou a sucumbir quando há anos Krus Abecassis começou a ficar complexado com a esquerda e cortou o trânsito no Chiado. Depois o Chiado desertificou-se, depois ardeu e hoje é uma sombra do que era, também por causa daquele projecto lamentável do Siza Vieira.

Num destes dias sem carros estava eu a falar com o então Presidente João Soares e estava o Presidente da Carris, que acho ainda o ser. O tipo estava furibundo comigo e com a defesa dos carros. Nisto passa um autocarro com 30 anos a deitar fumo. Quando lhe perguntei se aquilo é que era o seu modelo de transporte albanês o tipo meteu o autocarro no saco. Depois veio Sócrates, entrou na conversa, era então ministro do ambiente, e foi uma discussão entre nós do Terreiro do Paço ao Campo Grande. A minha irritação com o engenheiro começou naquele dia e eu ganhei-lhe.

Cidades organizadas com zonas pedonais e custos ( não portagens) para quem traz o carro para a cidade, concordo. Porque tem de haver regulação.Transportes públicos amigos do utilizador, rápidos e confortáveis, sim. Perseguição esquerdista aos carros como se fossem o mal do Mundo, discordo. Pago impostos tenho direito a usar o meu carro.

Vejam o que escreveu sobre isto Miguel Sousa Tavares no Expresso. (O link desapareceu !)

Vrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!

A malta quer é sound bites, o resto é palha


Um dos problemas da sociedade actual de comunicação é que nunca se disse tanto e se percebeu tão pouco.
O público não lê , ouve sound bites. Os políticos foram os primeiros a perceber este fenómeno depois de terem entendido que a publicidade vende mais branco, mesmo que se trate de produtos desnecessários, imbecis, caros, e de dependência garantida.
Há nos anos acompanhei a primeira campanha de Cavaco Silva e ficava constrangido porque não tinha um discurso profundo. Tudo se resumia a meia dúzia de frases feitas, conceitos básicos, primários, mas tocantes, que acabavam por passar bem na televisão e assim davam o mote da mensagem do candidato. Cavaco já tinha razão antes de tempo.
Pelo contrário, Sampaio falava em espiral parecendo usar textos de críticos de arte e ensaio. Guterres que Vasco Pulido Valente chamou de picareta falante, acabava por dizer muito e não se percebia patavina. Era o diálogo....e a vida ! Era só fazer as contas...

As televisões usam esta distracção do povo: perceberam que em 4 milhões de espectadores nenhum consegue ouvir e ver uma reportagem do princípio ao fim. Ouvem segundos e depois ligam tudo como se se tratasse de uma só história. Portanto: o que conta é a imagem e o sound bite, enquanto a mulher aspira o chão, o cão ladra, os filhos berram e a televisão passa.

Na net é a mesma coisa: os leitores do INSTANTE FATAL que se sentem ofendidos porque não gosto de amadores, escrevem coisas que só prova que não perceberam, ou não leram, aquilo que eu escrevi. Nem lhes interessa. O que conta foi a frase, que eu não gosto de amadores. Identificaram-se com a palavra e o resto não interessa nada. Acharam-se tocados e até acham que eu no meu blogue eu não devia ser incendiário. Era o que me faltava ! Aqui escrevo o que quero, não presto contas aninguém, e faço-o como cidadão, não como jornalista. Ponto.

Cada vez percebo melhor o Sócrates e a sua política de marketing: dizer o menos possível à maralha, fazer umas flores, prometer uns trocos, dar uma de competente e mauzão... e vamo-nos a eles !
Ele é que sabe e não foi com o canudo que aprendeu. Não foi não !

quarta-feira, setembro 19, 2007

CANDID CAMERA

Porque não gosto de fotógrafos amadores

Não gosto de amadores, nem da Amadora.
Mas gosto de amantes.
No meu post no Expresso online Flagrante deleite, de ontem, dizia que não apreciava fotógrafos amadores.
Passo a explicar melhor, porque alguns leitores ficaram arreliados comigo.
Não gosto daqueles que encaram a fotografia como uma actividade diletante, como se se tratasse de um concurso de pesca à linha, uma maratona de fim- de -semana, um pretexto para cavaqueiras animadas em torno de assuntos tão excitantes como se a Canon é melhor do que a Nikon, o raw melhor que o jpeg, as performances do zoom da Tokina versus o zoom standard da 400D, por exemplo. É o tipo de conversa que me chateia e que me irrita.
O amador é um coca-bichinhos que perante uma fotografia do Robert Frank é capaz de dizer que está sobrerevelada, mal exposta, e que foi mal lavada mostrando uma predominância de amarelo. O amador é aquele chato que na hora de fazer uma fotografia manda parar o Mundo para ir buscar um tripé, meter um filtro Cokin e pedir á amiga para dizer whisky enquanto dispara.

O amador é aquele picuinhas que tem uma pachorra infinita para preencher os formulários de todos os concursos de fotografia e depois exibir as taças e as medalhas para a famelga o referir no testamento.

Portanto, a minha declaração nada tinha a haver com aqueles que não são profissionais e fazem fotografia, mas sim com aqueles que aproveitam o sábado de manhã para lavarem o carro na rua, bater os tapetes, atestar de água o limpa-vidros, encher os pneus de ar e depois tapar o popó para mais uma semana debaixo do telheiro.

Amadores no sentido de amarmos o que fazemos somos todos, e nesse sentido não quero evocar a palavra em vão. A fotografia está cheia de tiques, modas e maçadores. Confesso que detesto aqueles sites de fotógrafos amadores, que têm sempre umas fotos muito giras, que parecem pintura, tecnicamente cuidadas mas que são uma chachada total.

Prefiro e admiro mesmo os verdadeiros outsiders, as crianças que fotografam, os pais que registam a vida da família, os que pegam em descartáveis e Lomos e fazem fotos sensíveis, sinceras, admiráveis.

Prefiro sempre mulheres simples e belas, ou sofisticadas e chiques, às pirosas engalanadas de cabelo oxigenado e folhos coloridos. Não sei se me fiz entender...

PS: está claro que não gosto, mas também acabo por achar graça e ternura. Não vale a pena levarmos tudo demasiado a sério.

Fotojornalismo deluxe


Leia aqui o post de Luiz Carvalho "Fotojornalismo deluxe" no Flagrante deleite do Expresso

terça-feira, setembro 18, 2007

Do mal o Mendes ou Menezes e às vezes ?


O debate Menezes-Mendes há pouco na SIC notícias foi uma chatice. Eu adormeci a meio mas do que ouvi, entre umas boas brasas, deu para entender isto: o tom de Menezes é mais convincente e é o único possível para enfrentar a representação bufa de Sócrates.
Mendes está preso de si próprio, do seu passado recente nos governos do PSD. Mal abre a boca enterra-se num saco de contradições. Se contesta a Ota vem o fantasma do seu ex-governo que apoiou, se pede baixa de impostos cai-lhe a camarada Azeda o Leite, ou o Catroga, a clamarem que impostos ao alto, unidos como os dedos da mão, havemos de acabar com a classe média ao som desta canção !...

Menezes sabe-a toda: já ninguém se lembra de duas das cenas mais ridículas e descaradas da política portuguesa. Uma, quando Menezes parecendo o Egas Moniz de corda ao pescoço com a famelga veio dizer que o Ministério Público o queria linchar, ao acusá-lo de trocar bilhetes de primeira por vários de segunda, e levar a família a passear à borla à custa da Assembleia da República. Outra, quando em pleno congresso do PSD no Coliseu de Lisboa veio dizer que se Durão ganhasse era a vitória dos sulistas e liberais. O Coliseu deu-lhe a maior pateada de que há memória num congresso, eu estava lá e bem vi... a pateada nunca mais parava, seguida de um silêncio, que só o porta-voz do PSD Zeca Mendonça veio pôr fim ao implorar ao microfone:" Tenham ao menos respeito a quem aqui está e não pode merecer este partido: o nosso querido professor Cavaco Silva!" Fez-me lembrar o reitor do Santuário de Fátima: " peregrinos!! Nossa Senhora está muito magoada com os vossos pecados!"- enquanto os desgraçados se arrastam de joelhos pelo chão e vão pagando em cera derretida a dor sem remédio.

Menezes que sabe copiar, como se viu no seu blogue, e que sabe posar, é um bom futuro Sócrates do PSD. Pode ganhar mesmo, e se for para substituir Sócrates eu até voto no tipo. Tudo o que seja para apear o engenheiro vamos a isso, pese embora que a emenda é pior que o soneto, enquanto vamos ouvindo outra versão do populismo pimba da nossa medíocre política.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Professores, resistir no meio das incertezas

Hoje começou o novo ano escolar e com ele as habituais barracadas do governo. Confesso que a classe dos professores me motivava alguma animosidade até há pouco tempo. Conhecia gente amiga professora que não fazia puto, ganhava mais do que eu quando era arquitecto num ministério ( e eu era do topo da carreira) e que mostrava um permanente frete em ensinar. Alguns eram uns copofónicos que preparavam as aulas entre uma jantarada bem regada no Bairro Alto e uma ressaca a Guronzan para animar alunos.
Portanto, eu achava que os professores se classificavam entre os chatos que me tinham dado aulas no Camões e no Padre António Vieira ( com as honrosas e saudosas excepções de sempre) e a geração do 25 de Abril que tirara o curso com passagens administrativas, apesar de terem ido ás aulas e saberem mais do que o desgraçado Sócrates.

Hoje a realidade dos professores é muito diferente. Tenho um familiar que me conta as suas desventuras na escola onde trabalha há anos: desprezo pelas novas tecnologias, burocracia, alunos vadios sem controle, ambiente de caserna, insegurança, uma classe de velhadas obsoleta, falta de responsabilidade, por ai fora. A burocracia é de tal ordem que um professor para usar um computador tem de o requisitar com 48 horas de antecedência e o data show tem de ser com requerimento especial. Bem pode o primeiro- ministro fazer aquelas palhaçadas de se exibir num palco em forma de PC, a realidade é dura, triste, pacóvia.

Uma professora que conheci esta semana dizia-me com ar resignado que andou 15 anos com a trouxa às costas, longe dos filhos e da família para poder sobreviver a uma profissão, paga à hora como uma mulher a dias, sem recompensas nem dignificação. Como pode um professor ser livre, independente, culto e amar a sua profissão quando ganha uns trocos, está longe dos seus e tem o fantasma da precariedade permanentemente ?

Que faz o Estado para premiar e classificar os competentes, premiar a excelência em detrimento dos instalados, os do quadro, dos velhadas manhosos que depois de conseguirem um lugar cativo se entretêm a riscar dia-a-dia o que falta para a reforma ?

Um país onde os professores, os juízes, os jornalistas, as autoridades, os médicos, os quadros, ganham uma miséria não pode ir longe. São as elites avançadas que fazem os povos avançar. Ora sem uma classe média responsável, dignificada, paga com rigor, não se pode fazer nada.

O miserabilismo que se instalou no Estado, mas também nas empresas com as suas gestões de merceeiro são o cavar de uma sociedade medíocre, sem ambição, sem visão, sem nada.

Este é o Portugal dos pequeninos que os nossos governantes e gestores ( a única classe que em Portugal deu um salto enorme em honorários, superior à Europa), os socialistas e os neo-liberais criaram.
Uma apagada e vil tristeza.

domingo, setembro 16, 2007

Sernancelhe dá lição exemplar a Sócrates


José Cardoso é o presidente da Câmara de Sernancelhe, no coração do Cavaquistão, e é um autarca de coragem. Há meses tocou a reunir o povo e deu a martelada de saída para a destruição de um pavilhão miserável com 30 anos que o Ministério da Educação teimava em que fosse uma das suas escolas exemplares.
Numa atitude bem beirã do vai ou raxa, o Presidente acaba de conseguir a sua escola reconstruída com óptimas condições para os alunos do concelho poderem estudar dignamente.

O Ministério meteu a viola no saco e responde laconicamente que as dificuldades foram vencidas, a Câmara foi a culpada mas o que lá vai, lá vai e nem uma acusação vai ser feita a quem quer que seja.

Pelos vistos o governo de Sócrates só entende a linguagem da força e está nas mãos dos portugueses saberem resistir às provocações de um governo que dizendo-se socialista ataca os cidadãos nos seus direitos mais elementares.

A Câmara de Sernancelhe é das mais competentes que já vi e não é por ser a minha terra. Não conheço pessoalmente o presidente e até tinha uma ideia bastante negativa dele por não ter convidado o meu amigo padre Cândido para a reabertura de uma capela recuperada há uns tempos atrás. O homem é presidente do PPD, recebeu cavaco na primeira tournée da campanha presidencial mas na verdade foi um MDP-CDE nos tempos do reviralho.
Este ano no verão verifiquei a obra ali feita e é digna de registo.
É uma câmara que trabalha para a população e soube muito bem resistir às arruaças de um governo que só existe para prejudicar os contribuintes sempre na base da poupança reles, mesquinha e medíocre.
Que nunca lhe doam as mãos senhor presidente !

Sócrates quer aeroporto na Lua

sábado, setembro 15, 2007

Socolari pior que Avelino Ferreira Torres


É fácil julgar e os portugueses adoram destruir mitos e deuses.
Deram cabo do Carlos Cruz, uma figura popular de uma arrogância escondida, adoraram assistir à derrota humilhante de Soares, usaram o desdém para com Herman José não lhe perdoando o novo-riquismo e a sobranceria ganha com a fama.
Esqueceram os ídolos de pés de barro que mamaram noites seguidas nos reality shows, não dariam uma esmola ao pobre Zé Maria, ficaram indiferentes à prisão do puto que andava de Ferrari depois de dar ares de ídolo na TVI.
Deixaram cair o tipo do pontapé na outra, em directo, também na inefável TVI ( a estação que só por si é o retrato cultural dos portugueses).

Scolari não vai no entanto cair na desgraça dos portugueses, pese embora que são estes que lhe pagam o chorudo ordenado de 15o mil euros por mês ( mais coisa menos coisa) juntamente com patrocínios de respeitáveis empresas e que, vamos ver, se continuam a patrocinar um desportista que em directo faz da arruaça estilo.

Cavaco veio muito bem dar a sua opinião, discreta e crítica. Muito bem.
Há coisas que não se podem admitir quando se ocupam cargos públicos e quando se está na representação de um país. Scolari é treinador nacional e deve ser um exemplo para todos, sobretudo para os jovens, na forma como deve o desporto ser praticado, cultivado. Tem de ser exemplar. Passaria tanto pela cabeça de Scolari bater num jogador como na mente de Sócrates enfiar um estabefe em Manuel Pinho depois da enésima gaffe do ministro.
A cultura do futebol já é demasiado agressiva para ainda ser patrocinada por um seleccionador nacional em direct perante milhões de adeptos assanhados.
Somos humanos, erramos, passa-mo-nos da carola mas há sempre um lado incontornável: a dignidade e o consequente assumir das consequências dos actos praticados.
Quando cometemos erros intoleráveis, mesmo explicáveis, só há uma saída honrosa: a demissão. Tudo é perdoado e explicável, até um crime o que não implica que o criminoso não seja acusado.
Pode ser dramático, desagradável, mas é a vida. Ora ao manter-se agarrado ao cargo, ao lugar, às mordomias e à massaroca, Scolari fica sem perdão. Não há nada que justifique a sua atitude. a não ser o desespero e a falta de controle, mas esses estados de alma não são para um desportista utilizar em campo.

Quando Avelino Ferreira Torres desatou aos pontapés nos caixotes do estádio foi um escândalo. Agora por atitudes muito mais graves o brasileiro fica impune; levará uma sanção simbólica e continuará o seu papel de seleccionador da equipa nacional.
Se isto não é uma vergonha, onde está a vergonha ? Que dizer de jogadores que por muito menos viram a sua carreira destruída ou seriamente ameaçada ? Se um jogador faz do corpo o seu instrumento de trabalho onde o factor físico e por vezes agressivo é necessário, o mesmo não se pode dizer de um treinador que tem de usar a cabeça, o controle, a calma.

Estou desolado. Depois de termos um primeiro-ministro que sobreviveu a uma escandaleira sobre a sua licenciatura- impensável num país europeu sem se terem tirado dali consequências políticas- temos agora este triste espectáculo do treinador pugilista que vai continuar a comandar (?) as tropas da bola.

Quero ver o que vamos ainda aguentar depois do pugilato, mas não é difícil adivinhar: a derrota humilhante de uma equipa nacional às mãos de um treinador desnorteado. Esta história toda vai, infelizmente, acabar muito mal.
Devia acabar. Já!

O Instante fatal de Socolari


Socolari superstar

Ter razão fotográfica antes de tempo

Foto de Henri Cartier- Bresson em Lisboa. 1956
A foto da primeira página do Expresso desta semana dá-me uma alegria redobrada. Primeiro porque é uma fotografia do meu mestre preferido e reverendado Henri Cartier-Bresson, feita em Portugal, em Lisboa, tinha eu dois anos. Segundo porque um jornal publicar uma fotografia daquela qualidade na primeira página é um luxo, de uma sofisticação, que infelizmente já muito poucos jornais no Mundo se podem gabar. A fotografia está ali para lembrar os leitores que esta semana arranca uma nova colecção sobre "La créme de la creme" fotográfica. Outro luxo editorial. Não é um produto de prestígio é uma edição Expresso. Ponto.

A minha razão antes de tempo prende-se com o facto de quando eu há 20 anos evocava o santo nome de Henri Cartier- Bresson em vão e não só, era quase apedrejado por aqueles para quem a fotografia não passava de um exercício de piruetas técnicas, tiques artistóides ou um modo honesto de uns baste-chapas ganharem a vida à flashada.

O meu amigo Alfredo Cunha, que tinha nascido a revelar fotos e que sendo quase da minha idade já era profissional antes do 25, atirava-me no seu jeito brincalhão que eu era o petit Cartier. Eu aparecia nos " serviços" de Leica M4 ( era na verdade bastante pedante!) e eles de Nikons F`s motorizadas. Um dia no Palácio de Belém um dos fotógrafos da velha guarda no meio de uma recepção do general Eanes atirou-me: " Eh pá, isso fotografa?!- referia-se a besta à Leica. Sempre achei graça à ignorância dos macacos e o maior gozo era verificar no dia seguinte que as minhas fotos eram melhores do que as deles. Tirando as do Cunha, claro.

Hoje a fotografia da Magnum, a preto e branco, de autor, tornou-se moda, ganhou estatuto, prestígio e o que é notável é que o público adora. As pessoas amam boas fotografias e fazem bicha para verem boas exposições.
Tenho muito orgulho em ter contribuído um pouquinho para esta sensibilidade em Portugal.

AS FOTOS DA SEMANA

A bênção de Dalai Lama e o perdão de Scolari, na semana em que Tatcher reviveu o passado em Down Street e os McCann voltaram ao amargo lar em Rothley.


Direita e caipirinha

Ontem escrevia aqui no meio de alguma leviandade anárquica, que gosto de cultivar, que se aderir ao budismo não implicasse abdicar de algum hedonismo na minha vida eu até me poderia interessar pela cultura Zen.
Encontrei o meu amigo Nuno Lobito em trânsito no elevador do Expresso a caminho de um confim no Mundo e ele tranquilizou-me: se precisares do Porsche, se andares muito nele, isso é compatível com o budismo. Boa. Ele é um fiel praticante e já me tinha oferecido um livro de iniciação.
Hoje no meio de uma sessão fotográfica com uma protagonista da direita portuguesa, porventura a excepção ao cinzentismo do casting da politica lusa, ela dizia-me que há uma direita culta, liberal, conservadora, que cultiva a harmonia, a criatividade e que está muito á frente da esquerda. No fundo é como dizer que a caipirinha não é incompatível com a direita e sua prática. Gosto da ideia. Não transcrevo as palavras exactas mas o conceito agradou-me. Depois do Dalai Lama é a direita a seduzir-me. Bem, quem convive comigo já acha que eu sou das direitas. Há meses ao ter dito em voz alta no open space do Expresso que " eu até sou de esquerda", provoquei uma gargalhada geral que por pouco provocava atraso no fecho da edição...

Confesso que estes temas me atraem. Budismo, Direita, prazer, e um mar de silêncio quando o dia acaba e o sonho começa.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Fotos de Soraia vistas por 10 mil

O video sobre fotos de Soraia Chaves, de Luiz Carvalho, atingiu 10, 510 visitas no You Tube

SÕCOLARI. Um pisteiro no rasto da derrota



Aquela esquerda bem aviada do gaúcho foi precisa, rápida, certeira. O brasuca desta vez não estava fora de jogo, estava dentro do campo e disparou a murraça. Não é que os sérvios não o mereçam muitas vezes. As suas atrocidades de guerra, piores que as dos nazis, se é que a partir de determinado grau de ignomínia se pode medir a bestialidade humana, bem o demonstraram: um povo cruel, vingativo, desumano. Mas aqueles rapazes que ontem limparam 11 portugueses em campo relvado, que por eles podia virar concentrado, não vinham bater. Vinham para ganhar e ganharam. O senhor Sôcolari deu com a sua equipa de vedetas um triste espectáculo de futebulês e indignado por ver perder o seu leonino contrato, -lo fora de si. O brasileiro que gosta mais de money do que macaco de banana ao ver avida a andar para trás pôs o braço a andar para a frente. Disparou o airbag da agressão de uma forma pavloviana. Foram-me à equipa, agora estão-me a ir ao bolso; eu vou-me a eles.

Já se discute da grandiosidade do sôco. Há personalidades notáveis que em privado glorificam o glorioso gladiador.
Foi um gesto inexplicável vindo de um homem ponderado, esperto, que usa na vida a táctica aplicada a todas as situações. Há 1 ano ouvi-o numa conferencia a contar a forma como triunfou na vida e aquilo foi uma lição de brasuca-espertísse ou como triunfar na vida do futebol sem talento para a chincha mas com queda para o bluff total. O homem é vivo e ainda por cima acredita numa virgem da sua terra.

O gesto do seleccionador da nação é tão imprevisível como outros gestos que nos últimos tempos atormentaram o Portugal socrático.
Também era imprevisível que aquele casal de ingleses pudesse dar a ver o reallity show de mentiras, omissões e frieza. Era imprevisível que uma mãe pacata matasse os filhos e se suicidasse de seguida no longínquo Cavaquistão. Era impensável que uma loira com a mania que é Salazarista pelo lado do marido desse numa socialista, fazendo a ponte entre o apartheid chinês e as lojas de marcas do alto do Chiado. Impensável a novela BCP. Impensável Carmona à frente do PSD em Lisboa. Impensável que o Sol viesse a dar produtos de prestígio ! Eehehe!..
Pior: demasiado impensável ver Sócrates que deixou a ideia de ter sido um aluno pouco aplicado a fazer uma propaganda anti-cábulas na abertura das aulas. Não houve nenhum aluno brilhante a perguntar-lhe o que estava ali a fazer: a gozar com quem marra nos livros ou a tentar uma vaga para repetir os exames? Os alunos pelo visto já aprenderam com os jornalistas: perguntar ofende.

Que vai fazer Madaíl ? Vai ser mais tolerante para o brasileiro do que a sua mulher que lhe deu com o rolo da massa quando ele chegou a casa ? Ou vai proteger o treinador de fracasso em fracasso até à derrota final ?
Um momento fraco qualquer um tem. Mas se o homem não marca pontos na bola metam-no no Parque Mayer e renasçam os campeonatos de boxe dos tempos do Belarmino Fragoso.
Não vai falhar, não.