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terça-feira, junho 29, 2010

A bola era redonda, o treinador um perfeito quadrado.

Temos os melhores jogadores, os mais cotados no mercado da bola mundial, homens que viraram estrelas do firmamento futeboleiro, que empolgam multidões e até metem golos, mas quando se juntam no clube de Portugal, desorientados por um treinador sem talento, apenas um professor de ginástica, sem rasgo ou ideias, parecem uma equipa de um qualquer clube bolinha.

Isto prova que no futebol, como na vida real, o homem é ele e as circunstâncias e estas só são favoráveis quando se conjugam vários factores como a inteligência emocional, a ambição e o génio.

Na vida profissional, fora do futebol,  é também assim: nenhum grande talento brilha metido numa equipa de medíocres, burocratas, cinzentões e oportunistas. Esse estado de coisas mata qualquer talento e tolhe a vida a quem ama o que faz e o consegue com sucesso.

Faz-me lembrar uma redacção a que eu pertenci em 1985, que tinha os maiores crânios do jornalismo português, alguns ainda estão no activo e são considerados os Ronaldos da televisão, e metidos naquele saco de gatos, dirigido por um tipo sem competência, acabou numa revista falida ao fim de 3 meses e com dívidas a toda a gente.

Ter um Ronaldo para ser dirigido por um quadrado é um desperdício e uma perda de tempo. é a quadratura do círculo.

O nosso problema é sempre o mesmo: falta de gente genial, falta de Mourinhos e uma total incapacidade para pensar, arranjar estratégias, cumprir um objectivo. Como na porca da política.

As desculpas esfarrapadas do tal professor de ginástica, ditas em cima do final da derrota em directo para a RTP,  com um palavreado imbecil, digno de um deputado das berças, é o triste retrato do futebol português.

Não por termos perdido. Mas por não termos seguido o exemplo de abnegação e espírito de luta do grande Eduardo mãos de tesoura.

WORKSHOP PRÁTICO DE FOTOGRAFIA, NÍVEL 2.

Fim-de-semana fotográfico (17 e 18 de Julho) para quem sabe o básico e quer avançar na prática da fotografia.

Dominar a luz na câmara e no flash, fazer do photoshop uma câmara escura tradicional.

Dicas e alguns truques para fotografias mais criativas e tecnicamente correctas.

Treinar o olhar, dominar a técnica avançada.

segunda-feira, junho 28, 2010

sábado, junho 26, 2010

Queriam auto-estrada de borla? Tomem!!!

As scuts são uma aberração. Primeiro porque foram caríssimas, segundo porque não servem as populações locais como deviam, terceiro porque hipotecaram as contas do país para gerações. Devia ter-se optado por estradas seguras, modernas, que dessem múltiplos acessos às localidades e que pudessem ter sido construídas apenas com os dinheiros do FEDER. Foi assim que fizeram os espanhóis. Pegaram no traçado original das estradas antigas e adaptaram-nas aos tempos de hoje. Gratuitas para os utilizadores.

Nós preferimos grandes auto-estradas de borla à boa maneira guterrista, e agora estamos com este monstro de quilómetros sem saber o que fazer para o prejuízo não ser tão brutal.

Na verdade, não faz sentido eu pagar para passar na A5 de Cascais e na A23 fazer quilómetros de borla sem que apareçam sequer entradas e saídas para povoações.

Não faz sentido pagar a CREL e os tipos que fazem Viana-Braga andem de borla numa super-auto-estrada, que porventura (e aqui está o erro histórico) não tem uma alternativa decente a não ser a velha estrada que atravessava vilas e aldeias durante horas.

A solução é complicada porque tudo nasceu torto. Até João Cravinho ,que é agora um defensor das scuts gratuitas, transformou a A que vai para Torres Vedras em auto-estrada portagada e retirou acessos às populações. Já ninguém se lembra porque há muita memória curta por aí.

Não há outra solução que não seja pagar quem usa as estradas bestiais. Nem é justo os do Norte não pagarem e os do Sul pagarem. E dizer que ter um aparelho que distingue gente local de outros passantes é um atentado à privacidade! Essa então é de um cavernismo total.

PS: Por lapso apaguei dois comentários sobre este post. Se mos puderem reenviar para publicação agradecia. As minhas desculpas.

quinta-feira, junho 24, 2010

As fotos dos alunos do Workshop de Fotografia de 19 e 20 de Junho

Fotografias de puro deleite dos meus alunos do workshop do passado fim-de-semana. Chegaram com uma câmera e saíram com um olhar treinado e alguma técnica básica. Um orgulho para mim. Obrigado a todos.


Workshop de Fotografia (Básico) de 19 e 20 de Junho from Luiz Carvalho on Vimeo.

quarta-feira, junho 23, 2010

Maior Exposição do Mundo é a pior exposição da paróquia!

Os fotógrafos gostam geralmente de se lamentar. As razões para as lamurias são a forma como os outros, os que consomem fotografia ou têm Poder na fotografia, desbaratam e tratam com inferioridade a imagem fixa. E assim os fotógrafos sentem-se enjeitados e pobrezinhos.

Enquanto os pintores são considerados artistas, e as suas obras apresentadas em espaços cuidados com boa iluminação e molduras adequadas, mesmos que sejam uns trolhas, os fotógrafos contentam-se e aceitam na boa, em exibirem as fotografias nuns miseráveis cartões colados com fita dupla que cospe as fotos para o chão. Eu também já caí nessa asneira.

Todos os artistas das várias áreas põem condições para exibirem as suas obras, mas os fotógrafos raramente apresentam as obras com dignidade, design, excelência. Emprestam fotos a sucateiros para as pendurarem em qualquer lado. Toma lá faz o que quiseres.

Vem isto a propósito de uma auto denominada exposição de fotografia que está pelo Chiado, e que diz ser a maior exposição de fotografia do Mundo. O disparate começa logo no título.

Um título que remete para uma coisa que não é. Começa logo mal. Foram convidados montes de fotógrafos, uns mais fotógrafos que outros, e eu até nem fui convidado porque não devo ter requisitos para entrar num happening daqueles. Portanto: inconscientemente estou irritado. Mas não será por isso que não vou deixar de dizer o que penso sobre aquilo. Se lá tivesse fotos ia lá e arrancava-as, como o fiz há uns anos na Sociedade de Belas-Artes juntamente com outros colegas, Pedro Baptista e João Bafo, querido amigo já desaparecido.


Deitam-se umas postas de pescada a dizer que é a maior exposição do Mundo (um pimbalhada total) e depois não há cartazes a indicarem onde estão as fotos, não há um grafismo que promova a iniciativa, não há nada que promova a fotografia e os fotógrafos.

Eu ontem andei a fotografar Chiado- abaixo, Chiado-acima e o que vi foi uma montra com umas fotos da Rita Carmo, uma fotos escondidas num saguão do António Pedro Ferreira ( que encontrei porque ele me fez um desenho (!) para saber onde estavam escondidas, e um retrato do Xanana do Orlando Teixeira numa montra de promoções.

Para fazerem isto era melhor estarem quietos. A dignidade da fotografia assim não chega a lado nenhum e a forma pouco profissional e censória com que eliminaram fotógrafos incómodos também não contribui para dignificar um evento de tontassos totais.

segunda-feira, junho 21, 2010

A VITÓRIA 7, o número da sorte.


Não é todos os dias que há futebol no Instante Fatal. Portugal 7- Coreia ZERO !!!

As flores de Saramago

A morte de alguém nunca deve ser pretexto para manifestações de regozijo, vingança ou oportunismo político. Parece que a morte de Saramago se transformou numa polémica patética. Por estas e outras é que o nosso Nobel, que tinha mau feitio e fervia em pouca água, desdenhava muitas vezes Portugal.

A única vez em que estive talvez meia-hora a sós com ele, foi por volta de 1995*, ainda não era Nobel. Tinha de o fotografar para o Expresso, fui ter com ele à sua casa na Lapa, sugeri-lhe umas fotos no Jardim da Estrela, que ele aceitou de imediato.

Fomos conversando, e ele aceitou posar para mim, com uma luz de fim de tarde, pacientemente enquanto eu media a exposição com um fotómetro de mão e disparava a Mamya 6. Lembro-me que alguns velhotes que povoavam o jardim o cumprimentaram, reconhecendo-o.

Parece que por essa altura Saramago tinha aparecido bastantes vezes na televisão por causa de uma campanha eleitoral em que participou.

Quando me despedi dele fiquei com a sensação que era uma pessoa muito mais simples e afável do que aquela que conhecia como figura pública. Mais tarde voltei a fotografá-lo na Editora Caminho e aí voltei a sentir um homem antipático, pouco disponível para jornalistas, falando com uma certa sobranceria.

Hoje percebi melhor os elogios de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Talvez o único direita a elogiar o escritor e a fazê-lo com evidente sinceridade. Tinha convivido bastante com ele.


O que não se percebe é como, por um lado, a direita carunchosa e católica, aproveita para ser arrogante e insultar a memória de alguém que morreu, e ainda se percebe menos como um Presidente da República começa por elogiar o escritor para lá do que deveria ter sido uma mensagem institucional, para depois começar com explicações extra ao que fez, chegando ao ridículo de justificar a não ida ao funeral porque tinha prometido há muito, uns dias com as netinhas!..

Ou ter acrescentado que nunca tinha tido o prazer de ter falado pessoalmente com o escritor. Claro, depois do seu governo ter humilhado o escritor queria ainda falar com ele? Lembremos que foi Durão Barroso, enquanto primeiro-ministro que convidou Saramago para jantar em S.Bento e apaziguar o sentimento de revolta que o escritor sentia há muito pela forma como tinha sido tratado no seu país no tempo do cavaquismo.

Não gosto da obra de Saramago e há atitudes que ele tomou como director do Diário de Notícias que nunca esquecerei. Sanear 25 jornalistas por razões políticas foi miserável. Mas entre o homem, a obra e os actos há por vezes um abismo.

Não era uma figura simpática e nem me parece que mereça honras especiais de Estado só porque recebeu o Nobel. Deve ser respeitado e lembrado como um escritor que projectou a língua portuguesa no Mundo. E isso deve ser praticado por todos os portugueses patriotas. Isso nada tem de político nem de pessoal. Por tal o Presidente Cavaco deveria ter sido mais enfático nas homenagens de Estado e menos ou nada enfático nos comentários e apartes menores.

Recordo a última vez em que fotografei Saramago, na Biblioteca Nacional ao lado de Maria Kodama, a viúva de Jorge Luis Borges. A dada altura Saramago não queria ser fotografado e até se gerou um ambiente hostil aos fotógrafos (éramos uns quatro!).

Mas também me lembro de um encontro a que assisti por acaso há muitos anos, frente ao Café Nicola no Rossio. Ainda não se falava publicamente do seu romance com a jornalista do ElPais Pilar del Rio. Vejo chegar Saramago com um ramo de flores, do outro lado aproxima-se Pilar, abraçam-se, beijam-se e Saramago oferece-lhe as flores. Desapareceram abraçados em direcção à Rua do Ouro.

* tinha 2005 por engano. Queria ter escrito 1995.

sábado, junho 19, 2010

As lágrimas de crocodilo de Cavaco sobre Saramago

As condolências de Cavaco a propósito da morte
de Saramago deviam ter ficado num registo formal e institucional. Mas em
maré de campanha, Cavaco fez de conta que Saramago não o detestava,
esqueceu que o seu governo cometeu um erro histórico e veio chorar
lágrimas de crocodilo. Tão lamentável como o apadrinhamento dos
casamentos gay. Cada um faz pela vidinha....

sexta-feira, junho 18, 2010

Morreu José Saramago

José Saramago fotografado por Luiz Carvalho no Jardim da Estrela em 1995.

quinta-feira, junho 17, 2010

Uma Europa à beira do suicídio

Muito acutilante a crónica de hoje no Público de Pedro Lomba. Já sabíamos, mas esquecemos. Não andamos a parar para pensar.

No essencial: esta Europa está em fim de vida e a caminho do suicídio. Não encontra coesão económica e política, enfraquece perante as investidas financeiras, perdeu o projecto inicial. Pior: a quebra na natalidade vai fazer com que daqui a vinte anos seja um continente de velhos e em que os novos vão ser maioritariamente de origem  muçulmana.

Uma Europa que virou as costas a si própria, gerida por um exército fandango de burocratas pagos a peso do ouro (já que pelo Euro dá pouco), mais preocupados com tretas politicamente correctas do que com a resolução do grande dilema europeu: crescer e produzir, mantendo o chamado Estado Social.

Hoje em Espanha o socialista Zapatero propõe medidas escabrosas para um esquerdino, medidas que levam o Estado Social e democrático para o caminho da exclusão, das diferenças cada vez maiores entre os que têm alguma coisa e os desgraçados. Por cá, Sócrates aguenta e não chora mas acabará por seguir o vizinho nas medidas que este vier a adoptar: chamar o FMI e aplicar medidas que vão doer a quem trabalha, a quem vive da bengala do Estado no fim da vida. Vão doer a todos menos ao despesismo dos burocratas, aos que usam o Poder para benefício próprio, sem sentido de serviço público.
Uma Europa doente, castrada, invadida. Uma Europa sem ânimo, nem fôlego para sair de uma crise gerada pelos especuladores financeiros, sem dúvida, uma crise que já estava instalada no layer anterior: aquele que foi tapado pelo crédito abundante, fácil, pela especulação, pela economia de Casino.
Sem projecto cultural, sem ambição política, esta é a Europa que nós vamos odiar não tarda nada.

terça-feira, junho 15, 2010

Os Empatas habituais

Jogámos mal, empatámos pior. Ou se quisermos a África pariu uma desilusão anunciada.
A equipa portuguesa da Bola sofre do mesmo estigma nacional: falta de pica, ausência de táctica e um treinador que caso fosse substituído pelo Rato Mickey também ninguém dava por isso. A não ser que o ratinho levaria menos cachet do que o chamado professor.

Para quem teve os desaires antes do arranque do campeonato era previsível a habitual fézada, todos ao molhe e fé na Nossa Senhora. Os tugas continuarão a correr atrás do autocarro chamado desejo e os nossos cobres deixados na bomba da GALP alimentarão a fome de uma vitória empolgante. Atestem e acendam o isqueiro.

Fotógrafos e fotografia- Retrato de Presidentes

O Presidente Cavaco na inauguração em Faro, passado dia 10, da exposição fotográfica de vários fotojornalistas sobre os vários presidentes que temos tido. A foto é do Luis Filipe Catarino

segunda-feira, junho 14, 2010

Os Fados intimos de Jorge Simão

O Jorge Simão, meu colega fotógrafo no Expresso, tem várias paixões. Uma das mais íntimas é o Fado. Saboreia-lhe a luz e os rostos dos protagonistas com o mesmo fervor com que maneja a arte da cozinha. Fotógrafo, fotojornalista, o Jorge dá a ver o lado fadista de uma geração de cantantes e músicos. A preto-e-branco, luz terna e gestos intensos. O retrato de várias gerações do Fado.

Na Fábrica de Braço de Prata a exposição de fotografias onde aparecem fadistas como Mariza ou Katia Guerreiro, Carlos do Carmo ou Ana Sofia Varela, está aberta ao público até 27 de Junho.

Recomenda-se o sábado à noite com fado ao vivo e artistas emocionados.

RONALDO 2010 GENIAL !

domingo, junho 13, 2010

Fogo sobre os helicópteros do INEM no Monopólio de Sócrates


Os gastadores compulsivos são os mais perigosos em tempo de apertos. Este desgovernos que nos têm calhado em má sorte, e onde o executivo do chamado engenheiro Sócrates é o ponto alto do delírio despesista, começam agora a cortar em tudo que dói.

Vejamos: Coelho dá os passos para o Poder e larga ataques à classe média alta, ameaçando tirar aos que descontaram caro reformas, que não podem ir além de 5 mil euros. Como se esse valor fosse uma quantia, só possível de ser usufruído por malandros encartados! Depois para dar outra patada na ferradura lança aos ventos, que os despedimentos devem passar a ser tão liberais como a política velho-liberal do tempo da Madame enferrujada Tactcher.

Mas Sócrates, que não sabe já onde deve ir buscar mais dinheiro para pagar os funcionários públicos que o Professor de Economia meteu na máquina, no tempo em que as vacas se deixavam ordenhar, nem sabe como cortar privilégios a uma matilha de seguidores a salivar, acaba por atirar a quem mais precisa.

Com a maior das impunidades vai fechar centenas de escolas no mundo rural, obrigando milhares de crianças a viajarem quilómetros por dia em machimbombos, para aprenderem a tabuada e as contas de sumir.

E vai mandar abaixo os helicópteros que foram mostrados ao povo como o remédio santo para o fecho das urgências. Caídos os hélis, passou a abater as ambulâncias. Sem ambulâncias, abateu nas horas extras dos enfermeiros.

Esperemos que já de seguida mande avançar a tropa fandanga que ainda devemos ter do tempo do PREC e que dispare sobre uns tantos portugas que apareçam pelo caminho.

E quando os infortunados estiverem a fazer tijolo, vai fechar o país.

Já agora nem pense usar os submarinos para fugas da boyzada!

terça-feira, junho 08, 2010

segunda-feira, junho 07, 2010

Férias fora do Cavaquistão, já!

O Casal Cavaco Silva rumo a Boliqueime numas férias à portuguesa (!)

Na semana passada que passou, o Presidente Cavaco estendeu-se para lá do que é habitual a falar sobre os benefícios do futebol e da selecção. Depois do professor de economia, o professor em jeito Alves dos Santos...

O Presidente também já adoptou a fórmula de falar no final das cerimónias de corta-fitas ou de conforto aos pobrezinhos herdeiros do cavaquismo, antes de entrar no carro oficial. Põe aquele ar de Pai da Pátria que fala enquanto anda, numa versão mais civilizada da take do bolo-rei, e vai deixando cair umas frases estudadas, em tom paternalista, como se os portugueses fossem uma espécie de atrasados mentais. Até sou capaz de estar de acordo em parte ( digamos 50% mais um Estádio da Luz ) com o PR.

A campanha eleitoral em que o PR está empenhado e que corre num layer por detrás das cerimónias oficiais é lamentável. O deixar arrastar o tabu num remake grotesco está a fazer cair no descrédito a recta final do seu mandato. Todos já percebemos que ele vai ser candidato só não sabemos quando. E tudo o que o PR fizer até lá vai sempre ter esse estigma.

No Sábado, ao vir dar lições de moral aos portugueses que andam a gastar dinheiro em férias no estrangeiro, em vez de estenderem a toalha na areia do Cavaquistão, Cavaco mostrou que não tem uma visão europeia da economia e que ainda pensa no país como há 20 anos atrás.

Dizer que ir gozar férias para o estrangeiro é ser mau português, é como dizer aos milhões de turistas que nos visitam que andam a delapidar também as economias dos seus países. Esta visão canhestra é a ideologia do cavaquismo: falta de estratégia internacional, falta de ambição, pensar pequeno num Portugal dos pequeninos.

Um Presidente não tem que dar lições de moral aos seus cidadãos nem sobrepor-se à acção do governo, por muito que não se goste do governo ( o meu caso!). Uma coisa é achar-se que o governo é mau, outra é o PR vir dizer que sabe muito bem os números da crise. Todos sabemos. e se os números que Cavaco sabe são diferentes daqueles que o governo mostra e que os portugueses dizem saber, então que demita o governo iou que diga esses números que só ele sabe.

Talvez assim a gente decida não ir a banhos para Benidorm e prefira ir a banhos para Boliqueime.

É notável a capacidade populista da demagogia. E já agora: quais são os cortes orçamentais de que a Presidência vai fazer para mostrar que está solidária com a crise? Vai cortar nas visitas em romaria pelo país, vai cortar em despesas correntes ? Vai Cavaco abdicar de gastar dinheiro na sua campanha eleitoral já que a sua reeleição será trigo limpo - Farinha Amparo ?

Veremos. Para já vamos de férias e de preferência para fora. Longe do saloísmo nacional e enquanto não nos palmam o subsídio de férias.

quinta-feira, junho 03, 2010

Portugueses não querem ser chefes. Adoram o seu!

Há 5 anos, 70 por cento dos portugueses ambicionavam ser chefes de si próprios. Hoje a percentagem desceu 20 por cento. Agora só metade pensa no assunto. Parece que somos os europeus que mais gostam de ser mandados, ter um chefinho e um patrão cumpridor. Ou até pode não o ser. Um descanso. O sonho de cada um é a reforma e antes dela a antecipação em forma de emprego no Estado ou num estado descansado.

Quem estivesse a pensar que Portugal ia agora ter um ataque de empreendorismo e de iniciativa empresarial, tire o cavalinho da crise.

Os portuguesinhos adoram ser mandados, terem quem os proteja. Adoram ter um capataz que os chateie, que lhes estenda o pão numa mão e lhes mostre o chicote na outra. É o paternalismo salazarento ou o estado de espírito da esquerda comuna. De um lado o patrão, do outro o controleiro sindical.

A falta de ambição e do sentido da responsabilidade é um estigma português. O pagode não quer é ser chateado. O pagode quer trabalhar à rédea curta, esperar pelo salário e ir para a Caparica empanturrar-se de coiratos. E ai do chefe que pense responsabilizar a matilha. Não: a matilha gosta é de obedecer. É um descanso. E os chefes que partem deixam saudades naqueles que humilharam e mandaram. Se deixam!

Com uma classe empresarial quase analfabeta, uns investidores de colarinhos brancos à espera de uma nova oportunidade para retomarem a economia de Casino, com uma gente paralizada entre consumismo e outros vícios gerados pelo analfabetismo crónico, o que Portugal precisa é de ser anexado por um país decente. O problema é que agora o mais próximo começa a ser Marrocos!...

quarta-feira, junho 02, 2010

Ânimo ao alto e os douradinhos do Capitão Colaço !





O António Colaço para lá de um grande amigo e de uma excelente pessoa é um artista pleno. Um provocador-artista também. O seu blogue Ânimo fez anos e ele decidiu distribuír prémios. Não em forma de glóbulos de ouro mas em jeito de abraços dourados. Os douradinhos do Colaço!

Eu passei por lá, na galeria daAssociação dos militares de Abril, Rua da Mesericórdia, e dei um forte abraço ao António e fiz umas fotos entre uma ginja quase gelada e uns tremoços.

Grande momento foi o abraço do bloco central dos assessores do PS e do PSD para a imprensa.
Um momento premonitório? Quem sabe ? Talvez por isso António Reis o Maçon dos maçons estivesse por lá à espreita mesmo disfarçando com a conversa com Vasco Lourenço. Sempre!

PS. O seu a seu dono e haja rigor. Não era ginginha era licor e não eram tremoços eram uns deliciosos aperitivos. Mas o que conta é o espírito da coisa e penso que dei uma ideia do ambiente da exposição e da entrega de "óscares" do António Colaço. A verdade é que já "postei" atrasado e a pressa em não deixar esfriar o acontecimento deu gralha. Desculpa António. Conta sempre com a minha amizade (com z)::))

PS2: e já está aí o link com destaque para o Sapo. Embora eu prefira sempre o Flickr ao Olhares, o Blogspot ao Sapo, férias lá fora em vez da terra do Sr. Silva::))