Cenas de gaja. O blogue tem piada e vai ser publicado, em parte, em livro "Puro e Duro" pela Sissi, autora anónima.
Em Portugal ninguém lia, era tudo uma corja de analfabrutos, até as grandes superfícies passarem a vender livros aos montes.
O tal nicho de mercado abriu e foi ver frustradas sexuais, abandonadas pelos maridos aos quarenta, a darem em escritoras obstinadas, a fazerem catarse e a ganharem bem com isso.
Jornalistas -papagaios que liam noticias no teleponto transformados em escritores de grande sucesso.
A fome de ler deu em empantorranço de letras.
Na verdade esta cultura colorida permite mais mercado, mais trabalho, mais emprego, mais dinheiro em circulação, todos ganham.
Já tinhamos o telelixo passámos a ter o literalixo.
Se escrevessem menos e praticassem mais aí sim: era mais duro. E o puro era à moda da Lewinsky: charuto no salão.
Diz a Sissi:
«No sexo como em tudo o resto, a minha mente não é normalizada. Tento não me limitar a existir, mas a viver.
Tento não apenas falar, mas conversar. Parece-me justo que também queira ter bom sexo. Nem que para isso tenha que explicar como». A mesma Sissi que diz: «Acredito profundamente que sem comunicação o sexo é apenas um conjunto, muitas vezes desconexo, de actos mecanizados.
De resto ter sexo é, primordialmente, comunicar o desejo pelo desejo de outrem. É estar em contacto, enviar sinais, receber feedback.
Quando os corpos se conhecem e se apetecem, os caminhos inspiram menos dúvidas. Há qualquer coisa de confortável e terrivelmente apaziguador em percorrer o corpo do nosso amor.
Não conheço melhor sensação que aquela que nos faz apetecer o colo de alguém que ainda tem nele o cheiro do nosso corpo. Mas enquanto não chegamos aí, como fazemos? Desconheço outra forma de comunicar ao meu parceiro aquilo que gosto que não seja verbalizando. Quanto muito, posso pegar-lhe na mão e mostrar-lhe. E sorrir e dizer-lhe: É aqui…».
A literatura "light" invadiu completamente os escaparates das livrarias, já custa olhar para uma montra e ver todas aquelas capas bonitinhas, lombada de qualidade e cores chamativas, a pose altiva na fotografia interior, mas um texto dentro que de sumarento não tem quase nada. Escrever livros virou moda, e se não se o souber fazer pague-se que alguém há-de arranjar as palavras.
ResponderEliminarMas enfim, só lê esses livros quem quer. Temos bons escritores, é neles que a nossa atenção deve estar presa.