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quinta-feira, abril 29, 2010

Coelho na toca enquanto 1200 milhões de alcatrão eram assinados

Hoje a meio da tarde, ao ouvir rádio a bordo do meu carro, no meio da confusão criada pela greve dos transportes, cheguei a respirar fundo e a pensar que Portugal começava a ter juízo. E que o governo do desgoverno, emendara a mão dada por Passos Coelho, para se deixar de caprichos e interesses e entender que os portugueses mereciam mais respeito. O Ministro das Finanças deu a entender que estava disposto a fazer marcha-atrás.

Mas passadas duas horas era o Ministro das Obras Públicas que vinha convocar uma inútil e burra conferência de imprensa para dizer que as obras públicas, a febre dos carris, do betão e do alcatrão não iriam parar. Abdicariam de um troço de uma auto-estrada.

Bem: a auto-estrada do Pinhal foi adjudicada ontem, à mesma hora em que Passos era apanhado na toca do Coelho pelo animal feroz Sócrates. Aquilo vai custar 1200 milhões de euros (ameaços não incluídos, isto é: as inevitáveis alterações de obra. Ponham nisso mais 40 por cento!). E hoje o ministro Teixeira dos Santos vinha em tom de lamento dizer que não se podia adiar a obra porque foi adjudicada. Só não disse que tinha sido ontem e nenhum daqueles jornalistas (?) estafetas teve a coragem ou o saber para lhe perguntar porque tinha então ele assinado ontem.

A verdade é que este governo tem uma obsessão doentia por estes investimentos. É a verdadeira corrida para o abismo. Como se eu fosse comprar um Porsche novinho ou semi-novinho sabendo que não conseguiria pagá-lo em 10 anos, nem em 10 meses.

Portanto meus caros. Preparemo-nos para o pior. Um governo que não corta na despesa pública e que hoje dava como exemplo caricato cortar 20% nas chamadas dos telemóveis do Estado é de uma risada sem fim e de um pranto sem fim.

Claro que vão usar a velha fórmula: não há dinheiro? Aumentam-se os impostos, cortam-se uns pós nos subsídios de uns desgraçados sem emprego, irritam-se uns calões que se despedem para poderem viver de férias durante dois anos, insultam-se uns gestores, caluniam-se as poucas empresas que dão lucro e mantemos as empresas que deixam um rasto de milhões de euros de passivo enquanto os sindicalistas dessas mesmas empresas se entretêm a fazer greves, assediados por sindicatos irresponsáveis.

Entretanto o Presidente da República vai este fim-de-semana para uma jornada de jovens gastrónomos algures no país das maravilhas.

quarta-feira, abril 28, 2010

Cavaco silencia a falta de coragem do PEC

Voltamos sempre à vaca fria: o governo tira soluções da manga, avulsas, à pressa, com a sirene a tocar, como se fossem a salvação de toda esta trapalhada. Veja-se como o Ministro das Finanças (que muito boa gente continua a dizer que é um bom ministro!) passa a vida a mexer nas intenções do famigerado PEC. Achava há uma semana que aquilo era o plano da pólvora para Portugal chegar a 2013 na maior. Hoje, já mexe no subsidio de desemprego, no 13º mês dos funcionários, e por aí fora.

O governo é incapaz de apresentar um plano bem estruturado de cortes radicais na despesa do Estado, no aumento do IVA e no adiamento das estúpidas obras públicas faraónicas, de ir ao bolso aos lucros bestiais da banca e das empresas monopolistas como a GALP, a EDP, a BRISA e outras, e dizer aos portugueses: vamos com isto poupar já tantos milhões. Não. Vão lançando medidas que no fundo acabam por ter um reflexo mínimo no orçamento.

Por exemplo: quantos institutos, empresas municipais, serviços do Estado é que vão ser extintos? Vão cortar no 13º mês da função pública para manterem serviços inúteis e funcionários a lerem a Bola? É preferível extinguir serviços e ter os funcionários em casa com o ordenado por inteiro a continuar com uma máquina estatal a trabalhar a vapor.

Falo do que sei: quando fui arquitecto no Ministério das Obras Públicas trabalhava na Direcção dos Edifícios de Lisboa, no departamento de projecto. Aquilo não tinha utilidade nenhuma. Saí há 21 anos. Pois, o serviço mantém-se e os que não foram reformados continuam a passar por lá o tempo...

O Estado não emagrece. O crescimento previsto no PEC para o aumento da despesa corrente do Estado é de 9 por cento. Querem chegar a algum lado decente com números destes?

O Presidente Cavaco, a quem o país deve muito do monstro actual da Função Pública, está calado perante esta situação de Terramoto. O professor de finanças que virou PR, ao ser interrogado pelos jornalistas, ri, mete aquele tom de voz afectado e diz que está atento ao que se passa. Também era melhor que não estivesse!! Mas um Presidente deve ser dinamizador de vontades em tempos como este. Devia ter reunido os partidos, os conselheiros de Estado, os empresários e os sindicatos assanhados com o 1º de Maio. Devia ter falado com os seus congéneres europeus e devia ter defendido Portugal.

Devia-o ter feito logo na Checoslováquia quando Portugal foi humilhado à sua frente Mas preferiu dizer que em 2013 Portugal ia estar melhor...do que a Checoslováquia!!!

Se um Presidente não dá a cara em situações destas ainda quer ser reeleito? Obrigado mas não queremos a Rainha de Inglaterra em versão Palácio do Poussulo. Safa!!

Passos Coelho esteve muito bem.

domingo, abril 25, 2010

A Ópera bufa do 25 de Abril na AR.

O Presidente Cavaco que está quase há 20 anos no Poder, e cujos governos semearam muito daquilo que hoje estamos a colher, achou hoje nas comemorações do 25 de Abril que Portugal não desenvolve. Ainda trabalha a platinados e as velas estão húmidas!

Encheu o Palácio de Belém com 1974 cravos, depois de se ter recusado há 4 anos a por um na lapela, e muito depois de ter recusado uma condecoração a Salgueiro Maia, que hoje tentou remediar em nome da História e , porventura, do tempo eleitoral que aí vem.

O 25 de Abril de hoje visto do Céu, na perspectiva de Salgueiro Maia o grande herói do 25 de Abril, deve ter sido uma verdadeira ópera bufa. Vejamos: o derrotado Aguiar-Branco saltou a franga e deu em anarquista citando Rosa Luxemburgo e Lenine, deixando os seus camaradas Louçã e Jerónimo ciúmentos intelectuais. O orador do PP usou a dimensão 3D e os outros já não tive pachorra para ouvir.

Mas o que me chocou do pouco que vi foi ver Cavaco Silva mais uma vez aparecer como Deus Nosso Senhor a quem todos veneram incluindo(imagine-se!) o rival Manuel Alegre. Ou as declarações de Alegre foram truncadas pela SIC (e na verdade aquilo pareceu-me muito cortado à faca) ou então até já nada me admira.

O cinismo na política, como na vida, é detestável. Já vimos Cavaco cantar a Grândola Vila Morena numa sua campanha eleitoral, agora assistimos ao discurso demagógico e populista que condena os altos ordenados dos gestores como se fosse aceitável um PR falar do que ganham os privados que pagam impostos e têm a confiança dos accionistas. Este caminho leva ao alimento desse sentimento mesquinho dos portuguesinhos que é a inveja.

Não se pode defender uma sociedade liberal como o cavaquismo defendeu e promoveu até à naúsea, e agora vir lavar as mãos como Pilatos. E Alegre acha que foi um bom discurso.O melhor discurso. Bom, o melhor é esquecermos as presidenciais. Ou então estamos perante esta coisa fantástica: Sócrates apoia Cavaco apoiando Alegre, enquanto Soares apoia o médico querendo Cavaco, que concorre contra Alegre que este último já aplaude...

Ainda vamos ver e ouvir lá para o Verão Cavaco citar Lenine e Rosa Luxemburgo, Sócrates a citar Corbusier e o Papa a receber as vítimas da Casa Pia.

Foi para isto o 25 de Abril? Foi. E para muito pior.

sexta-feira, abril 23, 2010

CURSO DE FOTOJORNALISMO ÚLTIMAS INSCRIÇÕES

ECO-CHIQUE

Falar do ambiente tornou-se chique e no maior negócio do Século. A verdade é que o estado a que o Planeta chegou é pior do que o estado da nossa Nação; um buraco sem fundo. A civilização industrial trouxe-nos um conforto fantástico, um estilo de vida, uma cultura, que arrastam consigo a cada passo um gasto de energia que acaba em poluição. O mais pequeno objecto que usamos, e nós usamos milhares de objectos, provocou a montante um gasto enorme em energia. E como não temos cavalos, nem bois a puxarem as máquinas, é o petróleo que acaba por estar em qualquer lado a fazer tudo funcionar.

Há dias numa fábrica de moldes na Marinha Grande percebi que só para fazer um simples pára-choques de um Clio é preciso um molde de 15 toneladas em aço e que todo esse fabrico exige um gasto enorme de electricidade...que é produzida por uma central termo-eléctrica movida a gasóleo.

A paragem forçada dos aviões esta semana na Europa permitiu que a produção de CO2 abrandasse, já contando com os efeitos do vulcão a emanar toda aquela nuvem. Não me parece que os aviões passem a ser movidos a electricidade produzida por eólicas, cujas pás são elementos altamente poluidores na hora do seu fabrico.

Aquele aborto da Toyota que dá por nome de Prius, um carro de inenarrável mau gosto, é o carro mais cínico ao cimo do Planeta. Diz-se amigo do ambiente mas só o fabrico das baterias polui mais do que se a aberração andasse toda a vida com um normal motor a gasolina, sendo que as baterias têm uma duração curta e não são recicláveis.

Se pensarmos ao pormenor chegaremos à conclusão que o conforto e a qualidade de vida não é conciliável com o ambiente. Podemos, e devemos, encontrar outros tipos de energia mas sem petróleo será difícil existirem as indústrias que poderão fabricar as máquinas ditas limpas.

Podemos ser mais educados, muito mais racionais no uso diário da energia, mas no fim do caminho nunca conseguiremos num Mundo sobrepovoado reencontrar o paradigma do Bom Selvagem.

O 25 de Abril de 74 por Luiz Carvalho


segunda-feira, abril 19, 2010

INSTANTE FATAL FEZ 4 ANOS

O Cubanomilhões da Madeira

Expliquem-me pf: se a reconstrução da Madeira tem sido um sucesso ao ponto do turismo estar operacional para que são precisos então mil e tal milhões, sendo que 740 deles são cá dados pelos cubanos?

Esses milhões são para reconstruír aqueles casebres nos leitos de cheia ou são para fazer uma ilha nova? Já que pago tb. gostava de saber em quê.

A queixa que acabo de enviar à ERC sobre a publicação pelo DN de uma foto de Sócrates na Madeira feita pelo fotógrafo oficial

Ex-mos Senhores,


O Diário de Notícias de hoje (19 de Abril de 2010) publicava na 1ª página uma fotografia de José Sócrates ao lado de Alberto João Jardim, na Madeira, feita pelo fotógrafo oficial do Gabinete do Primeiro-Ministro.

Como não se tratava de nenhuma situação vedada ao resto da imprensa, que justificasse o uso de uma pool por razões de Estado, protocolares ou de segurança, é estranho que um fotógrafo oficial ( que não pode em caso algum exercer a actividade dupla de jornalista)

possa publicar num jornal uma fotografia oficial.


Estamos perante um caso bizarro: o gabinete do Primeiro-Ministro cede a um jornal um conteúdo jornalístico e este publica-o como se fosse fornecido por uma entidade com credenciais editoriais, embora tenha identificado a fonte. Mas isso não chega.

Não nos admiremos que a seguir o DN, ou qualquer outro jornal, passe a publicar notícias escritas por assessores do Governo, só que em forma de escrita em vez de imagem.

Como um fotojornalista não pode trabalhar para o Governo ( e muito bem) não se pode aceitar que um assessor de imagem possa publicar na imprensa, por razões banais ou de evidente borla de fotógrafo.

A acompanhar a visita do Primeiro-Ministro à Madeira estavam vários profissionais de diferentes órgãos de comunicação-social, além da Agência Lusa, logo não havia falta de fornecedores de imagens.

A fotografia publicada não era de evidente utilidade pública, nem foi feita numa situação única. Nem nunca um fotógrafo oficial se pode substituir a um fotojornalista credenciado, usando o facto de ter o acesso facilitado, para poder depois concorrer com as suas imagens com os profissionais da informação.

Isso seria a total perversão do exercício do jornalismo e levaria a passar a ter-se em consideração que o Gabinete do Primeiro-Ministro era também uma agência produtora de informação.

Este procedimento não é uma excepção e a ERC deveria, na minha opinião como fotojornalista que defende a boa prática de ética e da seriedade profissional, pronunciar-se sobre esta promiscuidade entre o governo e um jornal, e dizer se um assessor, ou equiparado, pode substituir um jornalista numa determinada

missão de reportagem.



Melhores cumprimentos,


Luiz Carvalho

carteira profissional nº 1033

DN usa fotos do fotógrafo-oficial de Sócrates

O DN de hoje publica uma foto feita pelo fotógrafo-oficial do Primeiro-Ministro. Será que os textos passarão tb a ser enviados pelos assessores do PM? E se um jornalista não pode trabalhar para o PM ( e mt. bem) porque pode um ajudante do PM trabalhar como jornalista? Já que não há Ordem para meter isto na ordem, o sindicato está a dormir ou preocupado com temas que dizem respeito à SPA?

Mais tarde voltarei ao tema.

domingo, abril 18, 2010

O Flower-power de Sócrates e Jardim


Alberto João Jardim não engole sapos em vão. E se o sapo render umas ajudinhas para a ilha ele é capaz de até dizer bem do Primeiro-ministro mais detestado ao cimo da Terra, a seguir ao homólogo Chávez ( de quem aliás Alberto João Jardim gosta, por o achar uma espécie de Fidel Castro com rosário entre os dedos).

Portanto, Sócrates começa a ter esta conjuntura estranha: tem o apoio do Cavaco para a sua estonteante governação, Sócrates e o PS apoiam Cavaco em surdina, o Bokassa português( como um dia Jaime Gama chamou ao líder madeirense) gosta mais de Sócrates do que de Passos Coelho, e até o apoio do novo PSD que acha que "o agente técnico dos projectos feitos" deve governar até cair no pântano do Shrek.

Ainda não vi imagens desse encontro feliz com lágrimas. Não sei se Sócrates teve de beber poncha, se teve de dançar o bailinho ( Sampaio dançou-o e eu fotografei!) ou se teve de mandar umas bojardas para se sentir um político de voz grossa no meio dos apaniguados do chefe do governo madeirense.

Claro que o encontro foi tão institucional e a bem-da-Nação sem que tenham estado em causa questínculas pessoais. Sócrates sabe por os interesses da governação à frente dos interesses pessoais e partidários. E se fosse preciso tomar o pequeno-almoço com Ronaldo no hotel mais chique da Madeira, em nome do apoio à causa, ele fá-lo-ia de graça.

A tragédia da Madeira merece de todos nós a maior das solidariedades. Mas é preciso ver para lá do folclore e das flores. A Madeira está longe de ser a baixa do Funchal e, ao que parece, quem vive longe continua triste e abandonado.

CURSO DE FOTOJORNALISMO DE LUIZ CARVALHO



INSCRIÇÕES EM: lightshot@netcabo.pt

sábado, abril 17, 2010

sexta-feira, abril 16, 2010

Destruídas as escutas entre Vara e Sócrates

Já foram destruídas as escutas entre Vara e Sócrates. O resultado está à vista.

PORTUGUESES 25 ANOS DEPOIS


Fui hoje buscar a um armazém 100 exemplares do meu livro PORTUGUESES, 25 anos depois da sua edição. Essa gentileza da oferta devo-a ao meu amigo João Soares, que me ligou a perguntar se queria ainda alguns livros, e à Annick Burhenne, sua mulher.

Esta edição de 1985, quando o João tinha a editora Perspectivas & Realidades, foi para mim uma oportunidade única para fazer um livro de autor e um descalabro financeiro para a editora, melhor dizendo: para o João Soares que não conseguiu ver retorno nenhum no investimento.

Foi um acto de coragem naquela altura um pequeno editor apostar numa edição de fotografia de visão dramática, pessimista, preto-e-branco, sem concessões por parte do fotógrafo. Lembro-me de uma reunião, que durou duas horas, em que o João, o Rui Perdigão (que fez o grafismo) e eu, discutíamos até ao limite do projecto não se realizar, porque eu achava que a palavra PORTUGUESES deveria ser uma mancha gráfica de letras coladas a morder a página. Eu só queria uma capa à William Klein mas o Rui queria umas letras tipo góticas o que pela minha parte inviabilizaria o livro. Eu preferia não ter o livro a ter aquelas fontes nas letras.

Confesso que o João Soares mostrou uma capacidade enorme de negociação. O Rui cedeu nas letras góticas e eu cedi no tamanho da palavra PORTUGUESES, uns centímetros::))

Este livro será porventura das coisas que fiz na minha vida de fotógrafo com mais convicção. É um livro que tem tudo a ver com o que eu amo e detesto em Portugal. Mas tem muito mais do que eu amo e que me marcou desde miúdo. O Mundo Rural, a religião, os mais velhos, a velha escola primária que eu frequentei, a autoridade, as fardas, a paisagem, as pedras, o Mar, os concursos de dança, as mulheres.... está lá tudo.

Claro que era uma época em que eu adormecia a pensar no Henri Cartier-Bresson e acordava a pensar no Robert Frank, enquanto tinha pesadelos com o Gageiro ( era o aprendiz a matar o mestre!). O livro reflecte tudo isso e é um exercício de fotografia em estado puro. Preto e branco, Leica M4, 35mm, negativo integral, luz natural, instante, instinto, e uma grande dose de generosidade.

Não me parece que o país tenha no essencial mudado muito. Embora...tudo tenha mudado.

A fotografia tornou-se digital mas eu contínuo a teimar em olhar à minha volta com a mesma atenção e a ficar todos os dias surpreendido com a vida.

quinta-feira, abril 15, 2010

A competência da Urgência do Santa Maria e do INEM

Um familiar meu há dois dias atrás sentiu-se mal em casa. Chamou o 112 que chegou prontamente. Deu-lhe a primeira assistência no local. Eu estava a 20 minutos de distância quando me alertaram. Cheguei a Sta. Maria a tempo de acompanhar o familiar na recepção e depois na consulta na zona laranja.

Em 15 minutos a médica de serviço já estava a examinar o que se passava, com os dados que a equipa da ambulância do INEM tinha recolhido e passado para o sistema do hospital.

A médica brincou, falou do tempo, estava com um sentido de humor fantástico, embora tivesse estado na véspera a operar até tarde. "Acabei no Galeto a comer um bife e a dormir na cama como uma santa!"- contou a médica, enquanto atentamente ouvia o que o meu familiar relatava. A medição da tensão foi logo feita e um electro-cardiograma foi realizado em minutos.

A dada altura a médica levantou-se e abraçou com carinho o meu familiar ( que era uma mulher e de uma certa idade!). As análises foram feitas noutra secção e a médica acabou a consulta até à alta.

Confesso que fiquei verdadeiramente impressionado. Já tinha estado naquela urgência de Sta. Maria há anos a fotografar, e o que encontrei há dois dias não tinha nada de comparável com esse passado. Encontrei agora um serviço que não podia ser melhor. E eu nestas coisas raramente encontro um serviço eficaz.

Se o SNS nos custa o que custa, mas se funcionasse sempre assim valia mesmo a pena.

Há uma melhoria evidente no serviço de urgência do Hospital de Santa Maria.

Pensa-se no utente: há uma farmácia mesmo ali ao lado, há um parque de estacionamento para os utentes sem aquela arrogância anterior em que nenhum carro entrava em Sta. Maria e o truque estava em passar pela segurança, não parar, ou dizer que se ia ali e já vinha e depois era à balda.

Pode ter sido um dia de sorte mas não me parece. Vê-se que há ali normas a funcionar que começam no modo de tratar o doente, chamando-o repetidamente pelo seu nome, usando um tom de voz cordial, explicando os passos a dar, permitindo o acompanhamento.

Nem tudo vai mal. Mas se em vez daquela médica extraordinária tivesse aparecido uma outra qualquer de atitude contrariada lá se ia a intenção do serviço.

Conta o Estado mas conta ainda mais quem o serve.

Obrigado.

Teixeira dos Prantos imita Louçã na Bolsa.

A Bolsa ou a vida?

Não jogo na Bolsa e até tenho aversão a jogos. E até já vi ao meu lado colegas a ganharem numa semana o que eu ganhei num ano através de uma jogada bolsista. O que me deixou irritado como todo o portuguesinho com laivos de inveja. Também me irrita a lógica das empresas que trabalham mais para os resultados em bolsa do que para os resultados reais. Mas a verdade é que a Bolsa é um barómetro da economia e da saúde financeira de um país e que esse casino acaba por dinamizar o mercado de capitais, dinâmica essencial para esta máquina capitalista que por vezes nos traz algum conforto.

O zigue-zag do governo e do seu ministro Teixeira dos Prantos sobre este tema é, mais uma vez, de uma falta de solidez total. Quer dizer: aprovaram o orçamento, o PEC, e agora assustados pelo BE decide impor a tributação das mais-valias. Uma medida demagógica e perigosa. Quem tem mesmo muito dinheiro aceitará pagar qualquer coisita para não se chatear, mas se o imposto for a doer passam a jogar lá fora noutras praças. Mais fuga de capitais. Os pequenos accionistas, aqueles que usam a bolsa para tirarem mais uns tostões para melhorarem a reforma e a poupança vão pagar a doer ou remetem-se à reforma total. Passam a jogar ao berlinde nos jardins decrépitos das tristes cidades de Portugal.

Claro, que a Banca continua na maior. Bastava passar a taxa de 15 para 20 ou para 1 ponto acima para muitos milhões entrarem nos cofres do Estado. Mas isso é outro casino!!!

terça-feira, abril 13, 2010

INSTANTE FATAL É O BLOGUE DA SEMANA NO JORNAL i

O Jornal i elegeu o INSTANTE FATAL para blogue da semana. Clque na foto e entre no site do i

segunda-feira, abril 12, 2010

ÚLTIMAS INSCRIÇÕES


http://web.me.com/luizcarvalho2/WORKSHOP_NIVEL_2/HOME_N2.html

Inscrições em: lightshot@netcabo.pt
(desconto para amigos dos workshops)

quinta-feira, abril 08, 2010

terça-feira, abril 06, 2010

Estão MEXIA no meu bolso

Os portugueses odeiam os que têm sucesso e ficam raivosos com os que ganham bem. Salazar deixou esta herança moral que os revolucionários de Abril souberam reverter a favor da causa e que hoje dá juros em gente como a do Bloco ou em oportunistas sociais do PS.

O ataque às elites profissionais começou há muito e teve no agente técnico Sócrates um agente provocador. Os médicos são calões, os engenheiros roubam no cimento, os arquitectos fazem caixotes, os fotógrafos ganham mais que um bate-chapas, os advogados aldravilhas, os jornalistas seniores uma geração a abater.

Qualquer sinal exterior de bom gosto é conotado com roubalheira. Há 20 anos a mãe de uma namorada minha ao ver-me chegar num Porsche 911 com ar de desenterrado num ferro-velho do Alvito, advertiu a filhinha para ter cuidado pois eu devia negociar em droga. Verdade!...

Portanto: somos uns miserabilistas, invejosos e merdosos.

Este palavreado todo é para chegar ao salário de António Mexia. Um rendimento que rebenta com o tecto do firmamento e chega ao Céu. Será mesmo uma das poucas formas de se alcançar o Céu: rebentando com o malvado tecto salarial, um tecto para anões sem ambição.

Mexia tem sido considerado um gestor exemplar, dentro da escola de um outro grande génio da Finança, o desaparecido Rendeiro. Há uma geração filha do cavaquismo arregimentada por uns descontraídos que usam frases em inglês, fazem de conta que jogam golfe e gostam de carros cinzentos prateados, que souberam convencer os totós dos accionistas que sem eles as empresas não dariam dividendos chorudos. Vai daí auto-remuneraram-se e a coisa tem passado mais ou menos discreta.

Até eu sabia que Mexia ganhava um ordenado impensável. Mas há outros. É só investigar. O que está em causa são duas coisas: não é justo que os consumidores da EDP paguem uma factura que compromete o desenvolvimento do país e retire às famílias rendimento, para uma administração que gere em regime de monopólio possa fazer o que lhe apetece. Segundo: há aqui uma questão social importante. Uma empresa não pode demitir-se do seu papel social e um gestor não pode dizer que ganhou milhões porque cumpriu os objectivos. É uma afronta social e grave, vinda de quem já foi ministro, professor e tem de mostrar uma conduta pública solidária.

Claro que há ainda gente com sentido da missão pública. E a entrevista de ontem de Ana Jorge a MSTavares mostrou mais uma vez como se pode ser sério, inteligente, dialogante e servir o país, mesmo num governo que tem como chefe um ex-agente de obras armado em arquitecto, ou seja um daqueles patos-bravos que abandonaram o cimento e agora se deliciam com o perfume do alcatrão.

ENTERRO DO SENHOR EM 7D


Video de Luiz Carvalho

NIVEL 2 ÚLTIMAS INSCRIÇÕES. 17 e 14 de ABRIL

segunda-feira, abril 05, 2010

VIMIEIRO STATION



Video de Luiz Carvalho com Canon 7D

7D at cinema::))

A competente BT do Ministro Rui Pereira

Mandado parar pela GNR perto de Arraiolos, numa lomba com traço contínuo. Sugiro que estamos numa sítio perigoso e q tenho a família dentro do carro. O GNR acha q não. É noite. Assopro no balão, mostro a papelada e sou mandado seguir. Não tinha o farol do lado direito (embora o 2º farol de minimos) e a brigada nem me alerta para tal. É esta a nova BT do ministro Rui Pereira.