Ah! ela aí está... podia ser pior, de facto... mas enfim!
No meu bogue, tenho hoje um texto sobre arte e fotografia e fotografias que concorrem ao prémio 2006 do museu do Jeu de Paume de Paris. Gostava que comentassem... há quem escreva melhor, mas até sei o que digo.
Verde ( falta de técnica não significa arte ). Tendo em conta que este edificio alberga todas, ou quase todas, as publicações do grupo Edimpresa é de estranhar que não se veja pessoas e que os elevadores estejam parados e isto numa fotografia feita durante o dia ( como se pode vêr pelo contra luz ). Se o edificio tivesse sido fotografado á noite (lá pelas 3 da manhã...) ainda compreendia que não estivesse lá ninguém... Enfim...em nome da "ARTE" mata-se um edificio cheio de vida!
Sr Andrini : Se bem me recordo aquela mancha negra são umas plantas verdes, que nesta fotografia não passam mesmo de uma mancha negra (até as plantas estão mortas).
Pois que essa história de qualquer coisa fotografada/pintada/esculpida/colocada numa galeria,ser designada de arte, mexe um bocado comigo.... enfim...artistas! Com o devido respeito pelo autor e juri...eta coisinha ruim!
Na verdade, a história desta fotografia e a magia de não ter ninguem chama-se muito provavelmente FIM DE SEMANA...quase de certeza...hmmmm...domingo....
Pá…. Admito que isto seja arte, contemporâneo, valha o peso do edifício em ouro…. Eu admito e respeito tudo, apenas exigindo para mim mesma tratamento similar, nomeadamente no que toca à opinião.
Não tenho quaisquer referências sobre o espólio do BES, sou perfeitamente analfabruta no que concerne ao que chamam arte e, muito honestamente, tenho um “pequeníssimo” desprezo pelos “artistas” de tiques pseudo intelectuais, cheios de conhecimentos, de filosofias, discursos, para mim, dúbios e semi-incompreensíveis, de QI (quociente de influência) bastamente (re)utilizável, etc. Se alguém considerar isto despeito, bota de elástico ou qualquer coisa no estilo, continuo na minha sinceridade a dizer: defecativo. Já passaram uns bons anos sobre a altura em que me considerava perfeitamente asna por não conseguir concordar com o “modus olhandi” generalizado pela onda da época. Sei apenas que olho para as coisas e gosto ou não, independentemente do facto de se inserirem em correntes ou vogarem contra o instituído. É aquela sensação de “porra, esta merda agrada-me” e dou saída ao vocabulário vicentino, de uma forma muito pouco “socialmente correcta” mas que, em mim, é sinal de que me faltam palavras para descrever a falta de ar que “a coisa” me provocou. Se é “arte” ou não?!... estou-me um (bom) bocado nas tintas
No caso desta foto, aceito-a como uma visão possível. Acho-a fria, sem porém tocar a beleza da austeridade ou do despojamento. Tecnicamente não me pronuncio, porque sou das que acham que a técnica é feita para ser estudada, apreendida, treinada e subvertida ou não, ao sabor do que se pretende fazer – nada tenho contra quem sabe que a 1/8 uma foto pode conseguir um efeito arrastado e o faz. Já não considero da mesma forma quem não sabe sequer o que são as velocidades de uma máquina mas faz aquilo porque resulta nuns efeitos “muita fixes!”, ou deixa uma fotografia magenta porque não sabe com que cor contrariar uma dominante. Por outro lado, e em resposta a um comentário do Cochofel, que li algures por aí, não é o facto de uma imagem ser capturada com um grande formato que faz do “disparador” um conhecedor de técnica fotográfica. Não sei se o senhor Catrica se inclui em algum dos grupos que exemplifiquei mas, sinceramente, também não me interessa muito: algo ou alguém que não me provoque uma sensação forte não me faz despender muito tempo. Se o BES lhe comprou a foto, parabéns à sua conta bancária.
A questão do verdete pode ser propositada (qual o problema disso? Nem tudo tem de estar certinho) e não me incomoda grande coisa, pode até ser um comentários subtil sobre a frieza empesarial do grupo e um contraste com quem a habita (é uma divagação, mas foi a primeira impressão depois de ter visto a foto aqui). O importante é se a fotografia tem algo que nos interese e nos prenda a atenção. Na minha opinião não se distingue em nada de outras, mas nesse aspecto Catrica está bem acompanhado por muito outros que se dedicam a este tipo de fotografia (os esposos Becher por exemplo). Não concordo é com a sua diabolização desta fotografia para contrapor os "artistas" aos fotojornalistas, pareceu-me forçado e ressentido e não era de todo necessário.
Mea culpa. Fui eu que coloquei o link para o seu post no Escrita Com Luz. Tinha-se estado a discutir fotojornalismo, e achei interessante partir-se da sua análise, que partilho em certos pontos, para se discutir o que se chama de fotografia contemporânea, neo documental ou lá que raio é. Confesso que no meu caso ou as fotos me aquecem o umbigo e gosto delas ou não, estando-me como a leonoreta um bocado nas tintas para que "vertente" da fotografia representam. Não gosto das coisas em caixinhas. Bem, isto tudo para dizer que a minha intenção era discutir esta coisa da fotografia ou arte fotográfica contemporânea e não a sua opinião. O blog é seu e nele escreve o que bem entender, e é isso que tem feito. Desde já as minhas desculpas se sofreu alguns efeitos colaterias que julgavam de alguma forma a sua opinião, que é a sua, tem todo o direito de existir e de ser manifestada.
Transcrevo alguns pequenos excertos do livro de Alexandre Melo, "Arte".
"Tudo o que você sempre quis saber sobre arte
Qualquer pessoa pode ser artista? Claro que sim, desde que se apresente e seja socialmente aceite como tal por um pequeno circulo de especialistas.
Qualquer coisa pode ser arte? Claro que sim, desde que se apresente e seja cocialmente aceito como tal por um pequeno circulo de especialistas.
Será que o Sucesso depende de jogos de influências? Completamente. Como quase tudo na vida, aliás. "
Não me espanta pois que alguém possa ter uma foto que possa ter tanto protagonismo. Afinal a arte não é o que nós achamos que é arte. É o que um pequeno núcleo de especialistas (?) acha o que é a arte. E se tivermos amogos galeristas, o êxito é garantido.
Alguns dados para compreender a obra de Paulo Catrica...
"é visível no seu percurso uma atenção antropológica e um sentido preciso de compreensão dos mecanismos sociais, de saturação das periferias, e do carácter híbrido do mundo contemporâneo" (folheto da exposição Bes Photo 2005)
Acho muito interessante que uma fotografia minha cause tanto 'ruído', e ainda que um pouco fora do tempo, só hoje vi o seu blog, gostava de responder apenas a algumas das afirmações que considero injustas e despropositadas.
A primeira é a questão técnica. Trabalhando num jornal sabe, melhor que eu decerto, que a reprodução das fotografias nem sempre faz justiça á prova original ou ao ficheiro electrónico. Neste caso a impressão no jornal Expresso foi um desastre cromático. Quanto a outros aspectos qualitativos do meu trabalho, e respeitanto a sua e todas as opiniões, o meu curriculum construiu-se a partir da minha formação académica, e de um enorme compromisso com o trabalho. Não pretendo ter unanimidade e como lhe disse fico até lisonjeado que uma fotografia minha desperte tanta atenção. Esta fotografia em particular estava inserida numa série que foi realizada em resposta a uma encomenda do Centro de Artes Visuais de Coimbra.Tratava a nova arquitectura e urbanismo dos parques empresariais e fez parte de uma exposição colectiva designada TRABALHO. È um pouco injusto que no seu comentário não tenha feito referência a alguns destes factos. Se teve tanta dificuldade em conseguir a referida fotografia poderia ter-me solicitado a mim directamente, tinha-lhe enviado um jpeg por email, como temos alguns amigos comuns bastava pedir a um deles o meu endereço de email.
Ah! ela aí está... podia ser pior, de facto... mas enfim!
ResponderEliminarNo meu bogue, tenho hoje um texto sobre arte e fotografia e fotografias que concorrem ao prémio 2006 do museu do Jeu de Paume de Paris. Gostava que comentassem... há quem escreva melhor, mas até sei o que digo.
a unica coisa que me suscita alguma curiosidade é... o que é aquela mancha no chão???
ResponderEliminarVerde ( falta de técnica não significa arte ). Tendo em conta que este edificio alberga todas, ou quase todas, as publicações do grupo Edimpresa é de estranhar que não se veja pessoas e que os elevadores estejam parados e isto numa fotografia feita durante o dia ( como se pode vêr pelo contra luz ). Se o edificio tivesse sido fotografado á noite (lá pelas 3 da manhã...) ainda compreendia que não estivesse lá ninguém...
ResponderEliminarEnfim...em nome da "ARTE" mata-se um edificio cheio de vida!
Sr Andrini : Se bem me recordo aquela mancha negra são umas plantas verdes, que nesta fotografia não passam mesmo de uma mancha negra (até as plantas estão mortas).
Pois que essa história de qualquer coisa fotografada/pintada/esculpida/colocada numa galeria,ser designada de arte, mexe um bocado comigo.... enfim...artistas! Com o devido respeito pelo autor e juri...eta coisinha ruim!
ResponderEliminarNa verdade, a história desta fotografia e a magia de não ter ninguem chama-se muito provavelmente FIM DE SEMANA...quase de certeza...hmmmm...domingo....
ResponderEliminarcumprimentos
anacleto dominador
Grata! Agora já posso abrir o bico!
ResponderEliminarPá…. Admito que isto seja arte, contemporâneo, valha o peso do edifício em ouro…. Eu admito e respeito tudo, apenas exigindo para mim mesma tratamento similar, nomeadamente no que toca à opinião.
Não tenho quaisquer referências sobre o espólio do BES, sou perfeitamente analfabruta no que concerne ao que chamam arte e, muito honestamente, tenho um “pequeníssimo” desprezo pelos “artistas” de tiques pseudo intelectuais, cheios de conhecimentos, de filosofias, discursos, para mim, dúbios e semi-incompreensíveis, de QI (quociente de influência) bastamente (re)utilizável, etc.
Se alguém considerar isto despeito, bota de elástico ou qualquer coisa no estilo, continuo na minha sinceridade a dizer: defecativo. Já passaram uns bons anos sobre a altura em que me considerava perfeitamente asna por não conseguir concordar com o “modus olhandi” generalizado pela onda da época. Sei apenas que olho para as coisas e gosto ou não, independentemente do facto de se inserirem em correntes ou vogarem contra o instituído. É aquela sensação de “porra, esta merda agrada-me” e dou saída ao vocabulário vicentino, de uma forma muito pouco “socialmente correcta” mas que, em mim, é sinal de que me faltam palavras para descrever a falta de ar que “a coisa” me provocou. Se é “arte” ou não?!... estou-me um (bom) bocado nas tintas
No caso desta foto, aceito-a como uma visão possível. Acho-a fria, sem porém tocar a beleza da austeridade ou do despojamento.
Tecnicamente não me pronuncio, porque sou das que acham que a técnica é feita para ser estudada, apreendida, treinada e subvertida ou não, ao sabor do que se pretende fazer – nada tenho contra quem sabe que a 1/8 uma foto pode conseguir um efeito arrastado e o faz. Já não considero da mesma forma quem não sabe sequer o que são as velocidades de uma máquina mas faz aquilo porque resulta nuns efeitos “muita fixes!”, ou deixa uma fotografia magenta porque não sabe com que cor contrariar uma dominante.
Por outro lado, e em resposta a um comentário do Cochofel, que li algures por aí, não é o facto de uma imagem ser capturada com um grande formato que faz do “disparador” um conhecedor de técnica fotográfica.
Não sei se o senhor Catrica se inclui em algum dos grupos que exemplifiquei mas, sinceramente, também não me interessa muito: algo ou alguém que não me provoque uma sensação forte não me faz despender muito tempo.
Se o BES lhe comprou a foto, parabéns à sua conta bancária.
A questão do verdete pode ser propositada (qual o problema disso? Nem tudo tem de estar certinho) e não me incomoda grande coisa, pode até ser um comentários subtil sobre a frieza empesarial do grupo e um contraste com quem a habita (é uma divagação, mas foi a primeira impressão depois de ter visto a foto aqui).
ResponderEliminarO importante é se a fotografia tem algo que nos interese e nos prenda a atenção.
Na minha opinião não se distingue em nada de outras, mas nesse aspecto Catrica está bem acompanhado por muito outros que se dedicam a este tipo de fotografia (os esposos Becher por exemplo).
Não concordo é com a sua diabolização desta fotografia para contrapor os "artistas" aos fotojornalistas, pareceu-me forçado e ressentido e não era de todo necessário.
Caro Luiz, da discórdia porquê?
ResponderEliminarMea culpa. Fui eu que coloquei o link para o seu post no Escrita Com Luz. Tinha-se estado a discutir fotojornalismo, e achei interessante partir-se da sua análise, que partilho em certos pontos, para se discutir o que se chama de fotografia contemporânea, neo documental ou lá que raio é. Confesso que no meu caso ou as fotos me aquecem o umbigo e gosto delas ou não, estando-me como a leonoreta um bocado nas tintas para que "vertente" da fotografia representam. Não gosto das coisas em caixinhas. Bem, isto tudo para dizer que a minha intenção era discutir esta coisa da fotografia ou arte fotográfica contemporânea e não a sua opinião. O blog é seu e nele escreve o que bem entender, e é isso que tem feito. Desde já as minhas desculpas se sofreu alguns efeitos colaterias que julgavam de alguma forma a sua opinião, que é a sua, tem todo o direito de existir e de ser manifestada.
ResponderEliminarA arte é muito discutivel.
ResponderEliminarTranscrevo alguns pequenos excertos do livro de Alexandre Melo, "Arte".
"Tudo o que você sempre quis saber sobre arte
Qualquer pessoa pode ser artista?
Claro que sim, desde que se apresente e seja socialmente aceite como tal por um pequeno circulo de especialistas.
Qualquer coisa pode ser arte?
Claro que sim, desde que se apresente e seja cocialmente aceito como tal por um pequeno circulo de especialistas.
Será que o Sucesso depende de jogos de influências?
Completamente. Como quase tudo na vida, aliás. "
Não me espanta pois que alguém possa ter uma foto que possa ter tanto protagonismo.
Afinal a arte não é o que nós achamos que é arte. É o que um pequeno núcleo de especialistas (?) acha o que é a arte. E se tivermos amogos galeristas, o êxito é garantido.
Alguns dados para compreender a obra de Paulo Catrica...
ResponderEliminar"é visível no seu percurso uma atenção antropológica e um sentido preciso de compreensão dos mecanismos sociais, de saturação das periferias, e do carácter híbrido do mundo contemporâneo" (folheto da exposição Bes Photo 2005)
Meus amigos
ResponderEliminarTudo o que li até agora "cheira-me" a uma profunda dor de corno.
Caro Luis Carvalho,
ResponderEliminarAcho muito interessante que uma fotografia minha cause tanto 'ruído', e ainda que um pouco fora do tempo, só hoje vi o seu blog, gostava de responder apenas a algumas das afirmações que considero injustas e despropositadas.
A primeira é a questão técnica. Trabalhando num jornal sabe, melhor que eu decerto, que a reprodução das fotografias nem sempre faz justiça á prova original ou ao ficheiro electrónico. Neste caso a impressão no jornal Expresso foi um desastre cromático. Quanto a outros aspectos qualitativos do meu trabalho, e respeitanto a sua e todas as opiniões, o meu curriculum construiu-se a partir da minha formação académica, e de um enorme compromisso com o trabalho. Não pretendo ter unanimidade e como lhe disse fico até lisonjeado que uma fotografia minha desperte tanta atenção.
Esta fotografia em particular estava inserida numa série que foi realizada em resposta a uma encomenda do Centro de Artes Visuais de Coimbra.Tratava a nova arquitectura e urbanismo dos parques empresariais e fez parte de uma exposição colectiva designada TRABALHO.
È um pouco injusto que no seu comentário não tenha feito referência a alguns destes factos.
Se teve tanta dificuldade em conseguir a referida fotografia poderia ter-me solicitado a mim directamente, tinha-lhe enviado um jpeg por email, como temos alguns amigos comuns bastava pedir a um deles o meu endereço de email.
Um abraço (sem pinga de resentimento)
Paulo Catrica