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terça-feira, julho 31, 2007

Mestres para o futuro

Henri Cartier-Bresson, o mestre dos mestres

Aprendi a crescer venerando os mestres.
Há mestres com quem convivi ( Lagoa Henriques, Augusto Cabrita, Floriano de Carvalho, Tomás Taveira) outros que mal consegui falar ou que estando à sua frente não tive coragem para falar ( François Truffaut à minha frente no bar da Gulbenkian, Antonioni na Feira da Ladra, Nikvist na Cúria, Koudelka em Fátima).

O desaparecimento de Bergman e Antonioni remete-me para um flash-back dentro de mim, revejo um tempo de saber e aprendizagem, uma atitude experimental, de onde vêem as dúvidas e as certezas mais eternas. Estes mestres tornaram-me teimoso, obstinado, seguro e com destino marcado. Esta atitude cultural surgiu num tempo onde o saber ocupava lugar e onde os artistas candidatos tinham referências, teoria e convicção.

O fim do cinema de autor, assim como do fotojornalismo de autor é fruto deste tempo onde a ganância é facto adquirido, pela superficialidade. É a telenovela contra o cinema, as audiências contra as elites, o normalizado pelo único.
A internet que me fascina acaba por trazer esta contradição, que é a globalização.

Marx tinha razão: é nas elites que está a revolução, são os intelectuais o motor da mudança.

Antonioni e Bergman o encontro no céu


Hoje foi a vez de partir Antonioni. Encontrei-o na Feira da Ladra há muitos anos e fiz-lhe uma foto sem ele dar conta. O Expresso publicou-a ainda eu não imaginava um dia lá trabalhar. Não sei onde pára. Voltarei ao tema do Antonioni.

segunda-feira, julho 30, 2007

O mestre Bergman

Bergman com Sven Nikvist em 1981 na rodagem de Fanny e Alexander

Tinha já falado da Monica Vitti e da importância dela e do cinema italiano na minha formação. A morte hoje anunciada de Ingmar Bergman levou-me a recordar o que este cineasta representou para mim e para as gerações que cresceram e se formaram nas décadas de setenta e oitenta.

Uma estreia do Bergman, em Lisboa, era um acontecimento cultural vibrante.O Persona que estreou no cinema Estúdio do Império ( hoje a sede da Igreja Maná) foi um filme que me influenciou na forma de fotografar,naquele preto e branco denso, contrastado do Sven Nikvist, que acabei por ter a honra de conhecer pessoalmente quando fotografava um filme no Hotel da Curia ainda na década de noventa.

O Bergman era o mestre de referência no cinema pela profundidade com que tratava os temas da morte e do sofrimento, pelos estados de alma que trespassavam nas suas fitas, pela mensagem sóbria mas eficaz de uma ideologia identificável com a esquerda democrática. Com ele a Suécia ganhava respeito e admiração e conseguia uma soma notável com a exportação dos seus filmes, quase tanto como os lucros da Volvo.
Morangos Silvestres, Mónica e o Desejo, Persona, Lágrimas e Suspiros, O Sétimo Selo serão dos mais representativos para mim. Mas em cenas da Vida Conjugal é uma linguagem mais solta que se dá a ver numa relação mais intima com a realidade da época.

Bergman não hesitou em experimentar as tecnologias digitais no final da carreira, o que é curioso que Antonioni o fez também e muito recentemente David Linch.

O cineasta há muito que se dedicava ao teatro e á escrita mas estava a pensar voltar a filmar.
Obrigado Bergman.

O Sétimo Selo

Adeus Ingmar Bergman


BLOW-UP, o trailer

domingo, julho 29, 2007

Tony Carreira, Jardim e Mendes ao vivo

Jardim com Ramos: se isto não é o povo, onde está o povo ?
Marques Mendes, estará hoje na tradicional festa dos sociais-democratas madeirenses, no Chão da Lagoa, com Jardim, Jaime Ramos e outros jardineiros . Até o pimba Tony Carreira ajudará à festa onde a poncha rega mais do que água em incêndio.

Organizada desde 1975 este rally político mobiliza anualmente cerca de 40 mil pessoas, tendo, a deste ano, já esgotado os autocarros disponíveis e livres (182) do parque automóvel da Madeira. A partir das 14h30, já atestados da fome e da sede os oradores começarão a falar.

Jaime Ramos diz que as intervenções políticas vão no sentido da "defesa dos interesses da Madeira". Nós acreditamos

Quando a ideologia se traduz em móveis


Sempre que vou ao IKEA fico admirado pelo conceito da marca.
Hoje voltei à loja de Alfragide. Se há marca que é o símbolo da cultura social-democrata no sentido mais puro e original, a praticada nos países nórdicos, é o IKEA. Isto é: a inteligência, o racionalismo, o despojo, as soluções simples, a funcionalidade, a alegria, o despretensiosismo, o social, o democrático, o lucro controlado, a educação, o óbvio, a disciplina da produção, a cultura popular...podia continuar. Tudo isto, e muito mais, está ideologicamente inscrito nas lojas IKEA.

Se Portugal optasse como país muitos dos conceitos desta marca podíamos ser mais desenvolvidos, mais produtivos, mais realistas, mais criativos, mais alegres, mais inovadores, mais baratos, mais cultos, mais felizes.

Se os países forem móveis a Suécia é IKEA, Portugal é os móveis de Paços de Ferreira. Os móveis de madeira cara, pesada, eterna, feia, escura, triste, labrega, saloia, horrenda, estão nesse mito suburbano que são os móveis " em bom".

Esta cultura prevalece ainda na pequena burguesia portuguesa.
Conheço quem não tenha onde cair morto mas não se vê a comprar no IKEA porque " dura pouco" e prefere comprar um sofá de orelhas cor de merda por 3000 euros a um sofá de pele, lindo na forma e bom no toque, por 500 euros no IKEA.

A loja IKEA que vai abrir em Matosinhos é um desafio e a prova que Portugal está a modernizar-se, a mudar aos poucos a mentalidade. A nova fábrica IKEA em Paços de Ferreira, a capital do móvel tuga, é uma afronta ao pirososmo nacional, uma ironia do destino.

sábado, julho 28, 2007

iPlayer é a BBC na internet


A BBC acaba de lançar o iPlayer, um novo serviço da cadeia de televisão pública britânica que permite retirar da Internet os conteúdos televisivos dos últimos sete dias. Os programas ficam armazenados durante um mês.

Segundo o director-geral da BBC, Mark Thompson, o lançamento do iPlayer é tão significativo quanto a televisão a cores.

A tecnologia foi desenvolvida em 2003 e ganhou o nome de iMP, Integrated Media Player (leitor de media integrado), mas sofreu algumas transformações até se tornar no que é hoje.

«Na época, o sistema já era inovador. Se a tecnologia tivesse sido lançada naquele ano, poderia ter-se tornado o YouTube britânico», disse Simon Perry, editor da revista virtual Digital Lifestyles./ Diário Digital

4 horas para não salvar um homem na IC2

Um camião cai num precipício na IC2. O motorista mantém contacto pedindo ajuda que demora 4 horas para resolver o problema do seu encarceramento. Quando é finalmente retirado já está morto.
O INEM demorou demasiado e trabalhou mal, ao que consta.

Na SIC noticias Maria José Nogueira Pinto, ansiosa para ganhar um lugarzinho na família socialista, mas com estatuto de mulher de direita ( um Freitas de saias) veio defender este estado de coisas, elogiando o ministro Correia de Campos ( que os socialistas detestam!) como se fosse o novo Salazar ( de quem ela e o marido não escondem sentida admiração) da saúde. Diria mais: o Padre Américo da saúde.

Maria José Nogueira Pinto vira a casaca com esta descontracção. Depois de a termos ouvido elogiar no RCP António Costa aí está ela a apontar para o cavalo do governo. Estava tão nervosa que não deixou falar Ana Drago ( que se portou como uma senhora) e até chegou a querer substitui-se a Mário Crespo na orientação da entrevista.

A querida está nervosa ? calma a posse de Costa é dia 1.
A coisa estava negra passou a escura.

Mais pistas no caso Madeleine


A notícia foi avançada pelo jornal inglês «Daily Express»: uma nova testemunha terá afirmado à Polícia Judiciária (PJ) que viu um homem, perto das 21h30, a andar apressadamente em direcção à Igreja da Praia da Luz, junto à praia, na noite em que Madeleine McCann foi raptada.

Esta informação vem corroborar o testemunho de uma amiga do casal McCann, Jane Tanner, que já tinha dito anteriormente à PJ ter visto, na noite de 3 de Maio, um homem a descer a rua apressadamente com uma criança enrolada num cobertor, sensivelmente à mesma hora. A rota que terá sido tomada a pé, passa pela frente da entrada do empreendimento onde os pais se encontravam a jantar nessa noite, e depois por um supermercado, que a essa hora já estaria fechado. Mais abaixo, em direcção à praia, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, já perto da praia.

Murat: suspeitas reforçadas

Entretanto, o jornal online Diário Digital referia no dia 23 de Julho Robert Murat seria confrontado ao longo desta semana pela Polícia Judiciária (PJ) com novas informações entretanto recolhidas pelos inspectores sobre o caso, e que vêm reforçar a ideia de que o britânico estará envolvido no desaparecimento da criança.

Robert Murat - o único arguido até ao momento no âmbito do rapto da menina inglesa - afirmou desde o início à polícia que na noite do desaparecimento jantou na vivenda da sua mãe, localizada a cerca de 200 metros do apartamento do resort The Ocean Club, onde a criança dormia com os dois irmãos gémeos. Disse ainda à polícia que deitou-se cedo, mas algumas testemunhas afirmaram à polícia que o arguido ajudou nas buscas na noite, e serviu até como tradutor/ Mundo Português

Monica Vitti


Cresci intelectualmente a ver os filmes da Monica Vitti. O primeiro foi "O Eclipse" com ela e o Alain Delon, dirigido por Antonioni. Depois o incontornável " Deserto Vermelho", um filme estranho, difícil, incompreensível para mim na altura ( tinha 16 anos) mas que me despertou um fascínio enorme. Andava atrás da fotografia e este filme tinha tudo a ver com esse universo visual e sentimental que então ensaiava.

Hoje a RTP2 numa atitude de bom serviço público passou um documentário sobre a actriz, já desaparecida. Um filme com os tiques formais dos anos 70, logo: na moda. Nunca a tinha visto fora das personagens hoje fiquei ainda a admirá-la mais.

Também queria acrescentar que algum alarido criado pelos retratos que fiz a semana passada da Soraia Chaves pouco ou nada têm a ver com a cultura de uma actriz como a Mónica Vitti. Ela nunca se despiu para representar, resistiu ao gratuito, pese embora os tempos diferentes, e afirmou-se no entanto como uma das actrizes mais sensuais durante 25 anos.

Não queria ser hipócrita, nem cínico mas, meus caros amigos, a beleza vem de dentro e quando se junta por fora é sublime.

A AVENTURA:

sexta-feira, julho 27, 2007

O crash do TAM em infografia multimédia


Clique aqui para ver a infografia multimédia do El pais sobre o acidente aéreo em S. Paulo

quinta-feira, julho 26, 2007

Querem IVG? Paguem.

Os médicos do S. Francisco Xavier evocam todos objecção de consciência para não fazerem IVG. Estão no seu direito e compreendo-os. Mas num hospital onde faltam coisas essenciais, onde os doentes têm um atendimento desgraçado, quem quer fazer uma IVG tem todo o apoio do Estado para o poder fazer na privada. O que é notável: andamos a pagar dos nossos impostos erros e arrependimentos de quem não sabe ou não quer, ou não está para isso, gerir a vida e o corpo. Isto é terrível e perigoso de escrever, mas é a verdade.
O acesso gratuito à IVG, sem ter em conta os rendimentos declarados, permite que um aborto seja pago por inteiro pelo Estado. À pobre ou à tia rica. À sobrinha mesmo.

Uma coisa é a legalização da IVG, outra é ser gratuita. O referendo aprovou a primeira, não aprovou a segunda.

Quando vou comprar um medicamento, mesmo em versão genérico, tenho de o pagar do meu bolso, mesmo que não possa abdicar dele.

O Dr. Alberto João Jardim que tem tudo menos de parvo, tem razão: o serviço de saúde das regiões é pago pelas regiões, portanto: o governo da República tem de pagar como o faz no Continente. Parece óbvio, mas Sócrates prefere o teatro à verdade e faz disto um caso, mais um, para atacar a Madeira e aparecer como o justiceiro da democracia. Nem se trata de um animal feroz, mas de um tigre de papel, como diria o seu recém apoiante Saldanha Sanches.


O QUE DIZEM OS MÉDICOS MADEIRENSES

Jardim já não liga a Sócrates

Jardim no conforto da sua maioria e apoio popular brinca com as irritações de Sócrates e não mostra medo ao dedo espetado do "engenheiro".
Depois das ameaças na SIC, Jardim dispara: "quem tem obsessões com a Madeira que se vá tratar!"- mais nada. Arquiva e manda para a terra.

quarta-feira, julho 25, 2007

Sócrates estava à beira do abismo, avançou

A entrevista de Sócrates hoje à SIC fez-me lembrar aquela máxima de um político brasileiro:" quando aqui cheguei o Brasil estava à beira do abismo. Comigo deu um passo em frente!". Sócrates imitou o gesto. Na entrevista houve momentos hilariantes. Quando diz que " quando eu fazia exames era assim" dá logo para acrescentar: naqueles feitos ao sábado ou naquelas cadeiras nocturnas em que não era visto dada a escuridão ? Depois a justificação por achar bem que as calculadoras possam ser usadas na matemática, que ele defende como se fosse um utensílio para cábulas encartados.

A forma como desvalorizou a crónica de Manuel Alegre hoje no Público foi de derrapagem mal controlada, mas quando respondeu pelo desemprego galopante aí nem o ABS lhe valeu: afinal os 150 mil novos postos de trabalho não eram uma promessa. Eram um objectivo. Meu caro: quem não cumpre objectivos tem a cabeça a prémio.

Outra momento alto: quando fala no caso Charrua mete os pés pelas mãos. Numa coisa não consegue responder: a responsável pela DREN não vai ser demitida e teve como prémio de consolação promover o bufo para seu assessor.
E os meus queridos amigos Ricardo Costa e José Gomes Ferreira esqueceram-se do caso Balbino, aliás muito mais grave do que o Charrua. Aqui foi o próprio Sócrates que o meteu em tribunal.

Alertas e sobressaltos

Há dias de manhã que um tipo à tarde não deve sair à noite. A frase faz parte do anedotário da minha geração mas fica sempre up date quando há dias assim.
A época do ano não ajuda e convida ao disparate. Lembro-me sempre de um dos filmes da minha vida " o Pecado Mora ao Lado" com a Marylin dirigido com uma eficácia notável por Billy Wider. Calma: não mandei a família de férias e não fiquei sozinho na cidade e não me parece que esteja a passar pela crise dos 40. Nem dos 50. Nem sonho com carroças de feno a correrem no meio do campo. Nem

O que me baralha no meio desta caloraça é o permanente sobressalto. O meu alerta da SIC, no telemóvel, dispara várias vezes ao dia e não é só a anunciar uma nova derrota do Benfica. Há sempre qualquer coisa de novo no ar.
A realidade portuguesa está vibrante com a prisão da directora da PJ responsável pela droga, com a prisão do Solitário, com as bocas da gémea da Carolina, com as declarações de Maria José Morgado, com o suspense da posse de Costa, com as bocas de Alegre, com o tocar a reunir de Roseta, com a decadência de Paulo Portas (deixou que o tempo o ultrapassasse!), com o perdão a Charrua, com as calinadas de Jardim, com a desilusão que é o amém de Cavaco à nova lei da televisão e ao código dos jornalistas. Enfim: o país está como se sabe.

O verão arranca, Sócrates vai de férias mas ao contrário dos seus congéneres europeus não diz para onde vai. O que não me parece muito ético. Um primeiro-ministro não tem de entrar em pormenores,( eu dispensava saber que ele tinha ido de férias com o irmão) mas como cidadão não é indiferente saber oficialmente ou por uma revista rosa.
Posto isto também já me apetecia ir de férias.

Manas Salgado: uma apita a outra não

Gosto desta história das manas Salgado.
Dava um filme fabuloso, sem moralismos, nem intenções
justiceiras.
Faria uma fita
glamorosa, pérfida, picante, com altas cenas de futebol filmadas em ângulos como se fosse um jogo de play station.
As manas teriam um
look second life e o tio Pinto da Costa um porte paternal de velho tarado e biruta.

O primeiro plano era aéreo com um Porto matinal, de bruma, com a Cedofeita a ser citada numa rádio em informação de trânsito.
O António
Tavares Teles, de gabardina, entrava numa cabine, metia uma moeda e acordava o tio. " Escreve bem de mim meu lindo!"- sim tio, sim tio. Ao longe dois bófias dentro de um Toyota preto observavam o jornalista enquanto fingiam ler o 24.
Cena seguinte: " Hã!Hã!"- em Lisboa o orelhas afagava a gémea traidora, enquanto no Porto era a vez da outra mana cantar uma melodia de sempre.

Bendito país que tem destes ícones ! matéria para cinema não falta, falta é o talento !


Vosso,
Luiz Carvalho





Das notícias:

Chocada.

Foi assim que se sentiu Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, após assistir à entrevista que a sua irmã gémea, Ana Maria, deu ontem ao ‘Jornal da Noite’ da SIC.

As acusações feitas pela irmã de Carolina em directo são susceptíveis de violar o segredo de justiça, uma vez que constam de uma queixa feita pela própria no Departamento de Acção e Investigação Penal do Porto.


A autora do polémico livro ‘Eu, Carolina’, que motivou a reabertura do processo ‘Apito Dourado’ e a criação de uma equipa especial para dirigir as investigações, liderada pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, não tem dúvidas: “É mais uma das muitas tentativas que têm sido feitas para me descredibilizar.

Tenho pena de que nem o sangue tenha falado mais alto”, afirmou, ao CM, Carolina Salgado.

A ex-companheira de Pinto da Costa acrescentou: “Em local próprio falarei sobre o chorrilho de mentiras que a minha irmã disse.

Ela terá de provar o que diz, porque será alvo de processo.
Tenho vergonha das insinuações que ela fez ao trabalho desenvolvido pela equipa da doutora Maria José Morgado, que merece todo o meu respeito e consideração.

Alguém muito desesperado lhe pediu para ela dizer aquilo.”Ana Maria disse ontem que a publicação do livro tinha sido patrocinada pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, acusou a jornalista Leonor Pinhão de ter patrocinado a aproximação de Carolina Salgado ao dirigente encarnado e afirmou que um inspector da equipa de Maria José Morgado tinha facultado provas para dar credibilidade ao livro e incriminar determinadas pessoas.

Garantiu também que Carolina não tem qualquer prova do alegado suborno do árbitro Augusto Duarte por Pinto da Costa.

MORGADO PROCESSA ANA MARIA

A procuradora-geral adjunta Maria José Morgado vai processar a irmã gémea de Carolina Salgado pelo que disse ontem à SIC.

“Vou apresentar uma queixa por difamação, denúncia caluniosa e falsas declarações”, garantiu ao CM.

A procuradora que dirige as investigações do processo ‘Apito Dourado’ salientou que em 30 anos de magistratura nunca assistiu à prática de quaisquer métodos de investigação ilícitos quer por parte dos magistrados do Ministério Público quer por parte das forças policiais que colaboram nas investigações.

“As pessoas que têm trabalhado comigo no processo ‘Apito Dourado’ são pessoas de elite e não são de fácil intimidação”, assegurou Morgado.

Já o advogado de Pinto da Costa, Gil Moreira, diz que as declarações de Ana Maria “pecam por tardias” e que devem ser juntas ao processo onde o líder portista é suspeito de corromper um árbitro.
Correio da Manhã Online

terça-feira, julho 24, 2007

Charrua perdoado, Meneses assanhado


Não parece uma figura muito simpática este Charrua.

Deve ser um daqueles pepedês de província armado em espertalhaço e que gosta de despejar umas patacoadas nem que seja para agredir a mãe de alguém.

A medida da directora da DREN fez dele uma vitima de Sócrates e isso é mau. Agora tiveram de emendar a mão e vão acabar por o reintegrar na repartição.

Sócrates vai poder dizer que não persegue ninguém e a partir de agora será ele a vitima das atordoadas da oposição. Perfeito.

Não me admiraria que este Charrua não viesse por aí abaixo de braço dado com o Meneses.

O Bota a cantar pimbalhadas, e essa grande figura da democracia que é o Delarrou. Todos de manitas dadas.
Quem se lembra das broncas do Delarrou no tempo da Beleza ? E da vaia do anti-sulista que saiu do congresso do Coliseu a chorar, escorraçado pelos laranjinhas numa arroada tão grande que nem Sócrates a experimentou em algum estádio? E Cavaco a assistir. Veio o Zeca Mendonça ao microfone apelar ao espirito PPD, depois de a maltosa não se calar. " Ao menos tenham respeito ao Professor Cavaco Silva !"- fez-me lembrar o reitor do Santuário de Fátima aos peregrinos: " Nossa Senhora está muito ofendida ! Rezai!". Foi então que a cãozoada se calou para sempre, Meneses deu de fosques, Durão perdeu e Nogueira partiu para aquele vexame eleitoral.
Começamos a perceber como Cavaco pode ficar irritado com uma vitória do nortista. Mendes era o líder ideal da oposição para Belém. Meneses vai trazer problemas. Aí estará o populismo na versão à moda de Gaia, ainda pior que à moda do Porto.

O avanço dos nortistas para Sul tem perigos. Com mais um manequim do Norte-Shopping bem podemos estar a pau. Mas que não vai acontecer nada de muito positivo para a política, lá isso não vai.

O problema de Portugal é que está transformado numa batalha campal entre Mendes e seus detractores, entre a administração do BCP e seus sucessores, entre o Berardo e o orelhas, entre o Pinto da Costa e as manas gémeas, entre Costa e Roseta... enfim: isto não pára.

É o país da guerrilha. Brrrrrrrr!!

Figurantes aclamarão Sócrates em público

Sócrates no CCB numa imagem digna do Estado Novo

António Ferro, o ministro da propaganda de Salazar não faria melhor, e ele era um homem de grande talento e saber.
Anunciar ao país uma dádiva de computadores com o CCB como cenário e umas crianças pagas para fazerem de conta que eram beneficiárias do programa é inacreditável.

Para Sócrates tudo é mediático, a política passa pelas agências de comunicação, o que conta é o que parece e não o que é.

A partir de agora quando o Primeiro quiser fazer uma inauguração vai arregimentar uns figurantes, dirigidos pela NBP da TVI, e no final em vez de haver uma manifestação de opositores aparecerão os figurantes a levantarem os braços e a gritarem em uníssono:" Salvé ! Salvé Sócrates, grande dirigente dos portugueses ! os que vão pagar mais impostos saúdam-te !".

Isto não podia ser mais cínico e perverso.
O governo farto de ser assobiado, decidiu encenar a sua popularidade com figurantes, como aqueles ( ou os mesmos) que aparecem na assistência dos talk shows pagos a 50 euros a sessão.
A partir de agora a popularidade do governo está assegurada, nem que seja com figurantes e com um assistente de realizador de megafone a gritar: " Acção ! Viva sua excelência o inginheiro ! Viva !!!

Fotógrafo SOLITÁRIO apanhado em Nova Deli

Apanhado finalmente o fotógrafo solitário. Não estava na Figueira a fotografar a obra de Santana nem a fugir de um carro descaracterizado na A1. Na altura foi apanhado com um saco cheio de Leicas M8, Ricoh GR para disfarçar. Num dos bolsos tinha filmes preto e branco cujo prazo tinha caducado há 5 anos, um Partagas D4 em adiantado estado de decomposição, uma capa dobrada do livro Disparos de A. Cunha, um Moleskine com citações de "Confissões de um director de jornais", e um cartão de visita de uma individualidade do Besphoto.

Na altura não ofereceu resistência porque a polícia usou um leitor de Mp3 de candonga com o hino da campanha de Cavaco. O pior está a passar agora na cadeia: obrigam-no a actualizar o blogue num Vaio fazendo-o acreditar que aquilo é um computador multimédia !

UMA FOTO POR DIA

Nazaré. 1978. Foto: Luiz Carvalho


domingo, julho 22, 2007

CARRO DE SÓCRATES PASSA DUPLO CONTÍNUO EM INVERSÃO DE MARCHA

Foi no local assinalado na seta que o carro de Sócrates fez inversão de marcha e passou um traço contínuo
O nosso primeiro-ministro fala muito de rigor e de cumprimento de regras e do código da estrada, mas é para os outros.

Esta manhã, depois de ter tomado o seu café na Pastelaria Vontadinhas, na Rua Castilho em Lisboa, onde mora, entrou no seu Volkswagen Phantom com o habitual Vectra da segurança atrás.
Começou a descer a rua quando junto à
Hertz ... não esteve pelos ajustes e fez uma brusca inversão de marcha ultrapassando os dois traços contínuos ali existentes. É de homem ! Sobretudo um grande gesto de um grande líder político.

Sócrates já tinha dado o exemplo aos portugueses de como se deve estudar e tirar licenciaturas. Chegou a vez de ensinar os portugueses a conduzir. Conduza pelo método Sócrates.



Não há nenhuma alínea no código da estrada que permita a carros oficiais não cumprirem as regras de trânsito. Mesmo as ambulâncias devem cumprir a lei. Depois os dois veículos não assinalavam nenhuma marcha de urgência, nem especial, como é feito quando há batedores.

Esta atitude de arrogância diz muito do primeiro-ministro: faz o que eu digo, não faças o que eu faço.


PS: poderá haver outra explicação: a carta de condução de Sócrates ter sido tirada a um sábado e o exame ter sido feito num simulador no Fun Park do Colombo. Apesar de não ir a conduzir permitiu esta bárbara manobra.

sábado, julho 21, 2007

A SEMANA EM FOTOS

Veja aqui a SEMANA EM FOTOS

O CINISMO DO ASSESSOR DE LULA

Este vídeo da GLOBO mostra bem o que é jornalismo puro e duro, aquele que gosto e defendo. Esta cena é de uma grande oportunidade, feita com talento de repórter. A GLOBO soube bem editar esta cena e pôr o Brasil em polvorosa. Um bom exemplo para as nossas televisões seguirem tão burocratizadas que andam.
Politicamente é uma cena chocante do cinismo do Poder. O Portas anda a precisar de ser apanhado pela GLOBO !

sexta-feira, julho 20, 2007

Como fotografei Soraia Chaves

Saiu-me em sorte ter de fotografar Soraia Chaves para a secção "Íntimo" da ÚNICA.O que tem de se fazer é para ser feito e esta tarefa não deixou de ter para mim alguns riscos pessoais e profissionais.Decidi arriscar fazer o trabalho, pese em boa verdade que não havia na equipa muitos mais fotógrafos disponíveis.Avancei para o escritório do produtor e agente da actriz junto ao El Corte Ingles, em Lisboa.À minha espera já estava o meu colega Valdemar Cruz. Veio de Rápido desde o Porto para ouvir a actriz contar-lhe um pouco da sua vida. A última vez que tinha estado com o Valdemar ele entrevistava figuras reformadas do 25 de Abril. Agora o conteúdo ( e a forma) eram outros.Soraia Chaves apareceu já maquilhada, vestida para matar, simpática, acessível e disposta a posar sem condições. Estava criado um bom ambiente de trabalho.Fico sempre espantado com a minha capacidade de improviso bem à portuguesa. Na América ter-se-ia constituído uma equipa de produção, num cenário cuidado, com tudo pensado ao pormenor. Eu teria não sei quantos assistentes e não faria nada por menos de um dia.A Vanity Fair chega a gastar 1 milhão de dólares com uma produção da Annie Leibowitz. Portanto ....A curta sessão fotográfica ( 15 minutos) começou atribulada. Deixei cair os óculos, o flash não falava com o sincronizador, o cartão da máquina estava por formatar. Acabei por acertar com a irritante técnica e nomeei o Valdemar meu assistente. Reparei que a luz do flash não parava de mudar mas afinal era a mão do meu colega que oscilava. O flash acabou também por ir parar ao chão. Desisti do flash.Um sofá rosa foi o primeiro cenário. Aqui já.Pedi apenas à Soraia para não fazer expressões artificiais, para ser ela mesma, sincera. Pedi-lhe para se concentrar e evitar falar e dar uma expressão mais interior do que artificial.Comecei a disparar de rajada. Reparei que quanto mais fotografava mais poses ia dando. Optei por não inventar ângulos estranhos. Tudo simples, natural, como se a câmara não existisse.Reparei que um recanto junto à janela podia funcionar como cenário urbano.
Liguei de novo o flash e comecei a fazer fotos em homenagem ao Helmut Newton. Gostei do resultado.Quando cheguei ao jornal fui assaltado com perguntas e anseios, tive de ouvir as mais diversas opiniões.Os homens queriam pormenores picantes, as mulheres procuravam uma frase demolidora para a Soraia.Para uma critica literária, "Soraia não serve para passerelle e ninguém lhe dá trabalho", para um fotógrafo "a foto devia estar mais escura atrás", para outros a pergunta sacrossanta: " ficaste com o número do telemóvel?", uma editora ficou preocupada comigo e perguntou se queria assinar com pseudónimo, outros pediram-me um CD com as fotos ( queriam !) enfim: um trabalho destes cria mais mitos do que ir à guerra e voltar.Claro, por muito que escreva ninguém acredita no meu espírito de missão no trabalho.Resta-me os meus amigos frades da Cartuxa. Talvez acreditem em mim como na felicidade terrena, que mais não é do que um longo jejum a caminho do Céu.

LISBOA E LISBOETAS DE LUIZ CARVALHO

Noivas de Santo António, 2002. Foto Luiz Carvalho

Uma das noivas aguarda a sua vez para ser maquilhada para a cerimónia. Usei uma Leica M6, T-MAX 400.

Submarinos com gorjeta para CDS-PP ?

O Ministério Público (MP) suspeita que o negócio dos submarinos, concretizado na altura em que Paulo Portas era ministro da Defesa, possa ter financiado o CDS-PP, avança hoje o “Correio da Manhã (CM)".

De acordo com o jornal, o inquérito está aberto há um ano e partiu de indícios recolhidos no âmbito do caso Portucale, incluindo escutas de conversas entre o então empresário e responsável pelas contas do CDS-PP Abel Pinheiro e o presidente do partido Paulo Portas.

Os investigadores, segundo o jornal, querem conhecer a origem dos 1.060.250 euros depositados nas contas do CDS-PP em montantes inferiores a 12.500 euros no período de 27 a 30 de Dezembro de 2004 e se essa verba beneficiou o partido como contrapartida pelos esforços do ministro Paulo Portas na atribuição do fornecimento dos submarinos aos alemães da German Submarine Consorcio. / PÚBLICO

quinta-feira, julho 19, 2007

LISBOA E LISBOETAS DE LUIZ CARVALHO

Parque Eduardo VII, fotógrafo ambulante, 1972. Foto de Luiz Carvalho.


É uma das minhas primeiras fotografias. Foi feita com uma Nikon F ( 7254313 alguém sabe do seu paradeiro?) e uma objectiva tamrom 400mm 5,6.

Usei Tri-x 400, a foto tem muito má definição por causa da objectiva. Era má, mas muito transportável e custou-me na altura 5 euros ( moeda de hoje). Acabaram por ma roubar em Sevilha quando me assaltaram o Citroen Dyane durante a noite.

Betacam o tractor da reportagem

Aula de cameraman para fotógrafos do Expresso

Os fotógrafos do Expresso estão a ter um curso de cameraman, dado pelo Carlos Santos da SIC e alguns câmeras da estação estão a receber um curso de fotojornalismo dado por mim.

Hoje tivemos contacto com a Betacam, a clássica câmera de televisão para reportagem. Eu sempre as achei uns tractores horríveis.

Tudo se confirmou. Não entendo como passados 20 anos da sua invenção aquelas câmeras são tão pesadas, desequilibradas ao ombro, com acessos escondidos das funcionalidades, sem estabilizador de imagem, sem alternativa de autofocus, sem balanço de brancos rápido e fiável. Aquilo é dos objectos mais estúpidos que já conheci para filmar.

O peso ultrapassa tudo o que é aceitável para um ser humano normal que tem de andar na rua a filmar. A cãmera não tem uma qualidade que se possa apontar. Só se for o peso e o preço exorbitante...

As novas cãmeras HD da Canon e da Sony metem a um canto a Betacam em resolução de imagem, em más condições de luz, em foco, em brancos, em agilidade.

Que um tipo tenha de carregar aquela cruz ao ombro para ganhar a vida eu ainda compreendo, agora que os meus colegas cameraman achem aquilo uma boa ferramenta para fazer reportagem sinceramente não consigo atingir.
Os fotógrafos acharam o mesmo. Se as nossas Canon profissionais de fotografia fossem assim... as nossas fotos seriam muito diferentes, para pior.

quarta-feira, julho 18, 2007

Hello!!! Alguém viu Paulo Portas ?


PAULO PORTAS PROCURA-SE !

DESAPARECIDO EM LISBOA DURANTE A CAMPANHA AUTÁRQUICA !

BCP SEGREGA CLIENTES

Sou cliente do BCP há 17 anos, fui dos primeiros a mudar a minha conta do Totta, então ainda não privatizado, para o BCP.
Para mim foi um alivio poder ter conta num banco privado. Quando era arquitecto no Ministério das obras Públicas, tinha de receber o ordenado na CGD e aquilo era digno de um país de Leste, com bichas, burocracia, péssimo atendimento.

Afinal, a banca privada veio a revelar-se tão má, ou pior, do que a velha banca nacionalizada. O BCP tem um serviço perfeito on-line onde executo todas as operações que necessito e o meu balcão é eficiente quando preciso de alguma coisa.

Mas eu não sou exemplo.
Tenho lá a minha conta- ordenado e eles são cão que conhece dono.
Se não tiver lá conta ordenado, nem saldo substancial, como dois familiares meus, então serei tratado como um pedinte de esquina. Um cliente não grato.
Vejam:
O BCP não dá cheques a quem tiver menos de 200 euros de saldo ! É legal ? É ético ? É de um banco que deveria existir para vender serviços ?
Se depositar em cash na conta um montante, não o poderá levantar de seguida sem pagar custos. Pagar custos para levantar o seu dinheiro ? Assim é.

O BCP para dar um empréstimo de 1500 euros a quem lá tem 4 contas, uma delas de empresa com saldo de 20 mil euros, exige um seguro de vida e cobra um juro de 10 por cento.

Isto é uma vergonha para um banco que factura milhões, que tem um conselho de administração que é dos mais caros do Mundo, que ainda por cima anda às turras como duas quadrilhas metralhas.

Todos os clientes que lá têm dinheiro andam a sustentar uma instituição que desconfia dos clientes e os despreza.
Os clientes existem para servir e alimentar uma instituição que está acima dos clientes, como se fosse mais um Estado dentro do Estado.
O BCP revela-se de uma arrogância inacreditável.

Primeiro foi a vergonha de Jardim Gonçalves não querer mulheres a trabalhar nos quadros. Uma atitude vinda de um Opus Dei e de um ordenado cavaleiro da Ordem de Malta! Para moralista não está mal !

Agora é a discriminação que fazem dos clientes.

Não há aqui uma entidade reguladora ? Aqui não há direito de resposta ?

LISBOA E LISBOETAS DE LUIZ CARVALHO

Lisboa, Jardim do Adamastor, 1982. Foto de Luiz Carvalho
Leica M4, 35 mm summicron, tri-x

Continuando a série sobre Lisboa e Lisboetas. Homenagem aos bloguistas que me entusiasmam as mostrar as minhas fotos p/b. Não quero parecer revivalista e estar sempre a mostrar as fotos antigas.

terça-feira, julho 17, 2007

Augusto Santos Silva com orelhas a arder

Viviane Rending a comissária dos Media foi convidada de Balsemão

A sala do CCB estava cheia de jornalistas, directores e gestores da área dos media. Francisco Pinto Balsemão foi o anfitrião de Viviane Reding, a comissária europeia para a Sociedade da Informação e Meios de Comunicação.

Na plateia o Ministro Augusto Santos Silva assistiu ao discurso da comissária, duro e implacável para a política controleira de alguns sectores políticos onde se enquadra o governo socialista, tendo como testa de ferro o ministro Silva.

"Um governo jamais deverá interferir no conteúdo editorial dos órgãos de comunicação social. A auto regulação diz apenas respeito aos jornalistas” - Esta afirmação caiu que nem uma bomba na assistência.
Houve olhares para o ministro, alguns sorrisos.
O ministro que está por trás da nova lei de imprensa, criticada pelo sindicato dos jornalistas por não ir mais longe na defesa dos direitos de autor e na preservação das fontes, e criticada pelos empresários que vêem nesta lei um monstro capaz de ditar regras editoriais e impor sanções ditadas por uma comissão composta por gente sem perfil nem sustentáculo jurídico, acabou por fazer no final uma pergunta à comissária cuja introdução durou uma eternidade e muitos bocejos.

Para o ministro, que quer tratar a informação em Portugal como se estivéssemos no tempo do Conselho da Revolução, ( o famigerado Correia de Jesus não foi tão longe!) tudo tem uma explicação para defender a ERC, a tal entidade que quer meter na ordem os jornalistas, as empresas, a liberdade de expressão. A nova censura.

Silva explicou num francês pouco técnico, e num discurso sem chama a raiar o burocrático, porque devia voltar a censura: há uma constituição, que defende a liberdade mas também o direito de resposta e portanto: quem se sente atingido deve poder responder em igualdade de oportunidades.

Quer dizer se estivéssemos no tempo de Jesus e do judas tínhamos de dar o mesmo tempo de antena aos dois.

Ora isto é estúpido, troglodita e de ditadorzeco de pacotilha com sotaque do norte.

Os socialistas sempre tiveram a tentação de controlar a informação. Já no tempo de Soares havia quem soubesse o alinhamento dos telejornal da RTP.

Mas o tempo mudou muito desde então.
O que este governo não quer perceber é que com a internet o universo da informação mudou, tornou-se infinito, global. Nem os jornalistas já são o 4º poder. O poder democrático está do lado dos cidadãos, nos blogues ( Olhem pra mim!!!), nos jornais on-line interactivos, nos SMS,
nas multiplataformas.
O ministro não entende que vive noutro mundo.

HELLOOO! o tempo do chumbo passou sr. Silva e a dona Estrela Serrano que andou 10 anos a fazer recados ao dr. Soares, e que depois se tornou em doutora de jornalismo, deviam reflectir nisto. Imitem o Portas: recolham para meditar !!!

" Há liberdade de expressão antes do sr. ministro e vai continuar a haver depois dele" - disse Henrique Monteiro.

A concentração dos órgãos de comunicação é outra obsessão do governo.
Pode haver centenas de centros comerciais de Belmiro ( e acho bem) mas um patrão de jornais só pode ter meia dúzia de títulos. Menos concentração do que a banca.

Ora nos tempos que correm se não houver concentração não há sobrevivência. Falar de concentração em Portugal é ridículo. Por exemplo o grupo Impresa comparado com a Prisa é 10 vezes mais pequeno. Num Mundo global, com informação global, estar a impedir o crescimento das empresas é matá-las.

Para o governo haverá sempre RTP, RDP, DN ( Hélas!) e um grupo de apaniguados, logo a imprensa privada que se dane.

Entretanto preparem-se: os socialistas da PRISA na TVI vão fazer estragos e não se admirem que Emídio Rangel ( grande amigo e acólito de Sócrates) não vá para Queluz de Baixo, empurrando Moniz, família e associados para "la calle".

Vivianne foi também clara:

“Há uma confusão absoluta entre pluralismo e concentração”,
acrescentando:
“O pluralismo não fica necessariamente em causa em resultado da concentração, mas poucos o sabem.”
- e mais: “A ideia de que o conteúdo é livre choca com os interesses dos produtores de conteúdos”, constatou a comissária recordando os processos judiciais que alguns órgãos de comunicação moveram ao motor de pesquisa Google, por uso abusivo do seu noticiário.

Para a comissária europeia “os aspectos relativos aos direitos de autor dos jornalistas deverão ser regulados ao nível do contratos individuais de trabalho. É uma questão de 'job description'”.
“Não será a comissão a criar regras que intervenham nas condições contratuais”,
concluiu Viviane Redin.

O ministro saiu cabisbaixo e desta vez não disse que se tinha sentido ofendido por o terem convidado para ouvir verdades.

O pior é que esta gente está cega, surda e pouco muda com a maioria governamental.

Ressabiados com o Processo Casa Pia, os socialistas não vão perder a oportunidade histórica para tramarem os que tiveram a coragem e a isenção para denunciar, sem dó nem piedade os protagonistas. Os rombos no aparelho socialista foram muitos.

Está na hora de cerrar fileiras, e como dizia o camarada Saldanha Sanches nos tempos do Luta Popular: " Fogo sobre a camarilha !!!"

LISBOA E LISBOETAS DE LUIZ CARVALHO

Construção do ramal do metro Marquês- Rato. 1995. Foto Luiz Carvalho

Leica M6, fuji 800, 28 mm elmarit

segunda-feira, julho 16, 2007

Portas ou os 120 dias de Sodoma

Portas sairá do país no Yellow Submarine ? Tudo leva a crer que sim.

Está em retiro para meditar. É o regresso aos tempos em que se dizia que se refugiava num hotel do Guincho a meditar.

O Paulinho das feiras vai fazer de vitima, de tadinho, dizer que o governo o atirou para a desgraça eleitoral depois das histórias ainda mal contadas que envolvem sobreiros por um lado, submarinos por outro. Narana Coissorá foi exemplar no que disse hoje sobre ele na SIC Noticias.
Vai tudo ao fundo, no fundo, bem lá.

Vitima da calúnia, como já o tinha sido na Moderna ( quem ainda se lembra do Jaguar ?), Portas tem este karma: ninguém gosta dele nem o povo ! A ganância despudorada pelo Poder que o levou a cometer uma traição miserável a Ribeiro e Castro ( como o ex- chefe de quina da Mocidade Portuguesa se deve estar a rir!) levou-o a este beco.

Estas deprimentes figuras que mandaram em nós, que andaram a gastar o dinheiro dos impostos ainda querem dominar a cena numa peça demasiado trágica para ser cómica.

Esta direita trauliteira, arrogante, cínica e populista queria ser a salvação da Pátria. Acabou falida. Mas calma: farão de mortos e, tal como os repteis, levantar-se-ão e andarão rumo ao céu onde há um Poder supremo, divino. Como dizia Pasolini nos 120 Dias de Sodoma: anarquistas somos nós os que temos o Poder, com ele poderemos fazer tudo. Portas ficava bem neste filme.

Costa do Castelo


Insisto: as 10 medidas de Costa para Lisboa, mais parecem um rol para a mulher a dias cumprir do que o projecto grandioso de um político.

Estas medidas avulsas revelam um entendimento básico do que deve ser a governação de uma capital europeia como Lisboa. Mais nada. São soluções de lana caprina.

Costa veio anunciar um vai-e-vem entre parques periféricos e o centro a custos zero, em autocarros eléctricos ?

Não. Anunciou melhorias nos cemitérios.

Costa veio prometer uma vigilância implacável ao péssimo serviço de táxis em Lisboa ?

Não. Ameaçou os automobilistas de multas.

Costa prometeu medidas drásticas para quem abandona os prédios urbanos deixando Lisboa numa ruína ?

Costa veio dizer que Lisboa tem de ser uma cidade europeia, cosmopolita, aberta, com turismo de qualidade ?

Costa disse que ia obrigar os bares nos bairros populares a fecharem a horas decentes e que o silêncio terá de ser respeitado para com quem habita o Bairro Alto ?

O novo edil veio prometer mais parques de estacionamento, eléctricos eficazes, espaços verdes, mais Parque Eduardo VII, mais Monsanto, mais segurança ?

Costa veio falar em acabar com o escândalo social que é o Bairro do Intendente, um local em que Santana fez alguma coisa mas onde nunca se avançou para uma solução final ?

Costa faz campanha para os média, irá tomar medidas avulsas, lavar a cara a Lisboa e fará a demagogia habitual das ruas sem carros para uns papalvos andarem a passear, a ver as ruínas de uma cidade que envelheceu.

Uma cidade é movimento, confusão, barulho, arranha-céus, comércio, néons, filas de trânsito, diversidade. Vejam Nova Iorque, Paris, Hong-Kong, Madrid, Barcelona... Viva a balbúrdia urbana, o pulsar vibrante de uma metrópole.

Costa que andou de bicicleta na campanha ( mas sempre a descer !!!) devia abdicar agora do seu ( nosso) BMW 730D, um dos veículos mais poluidores do mercado, atendendo à sua cilindrada. Eu gosto, mas eu sou um reaccionário ::))

Costa deverá usar o seu Smart ( bom gosto !) para vir da sua casa na zona de Sintra para a Câmara. Quero ver.
Roseta chegará de bicicleta.
O Zé a pé.
Carmona de Vespa.
Negrão de Audi 8. ( à Santana!)

E o eleito João Ramos, o inimigo nº 1 dos automobilistas, espero que venha mesmo a pé. É que depois da sua verborreia contra os automobilistas, se vem de popó para Lisboa bem pode dedicar-se a outra religião !

Entretanto os radares de Carmona já multam que se fartam.

Costa devia ter incluído nas 10 medidas a desactivação daqueles radares. São estúpidos, são instrumentos de caça à multa. Só.

Vejam lá que na radial de Benfica ( uma recta como auto-estrada que tem seguimento numa auto-estrada) foi apanhado hoje um tipo a... 130 !

Devem estar a reinar !

domingo, julho 15, 2007

Costa ganhou por menos de 1 Estádio da Luz

foto Luiz Carvalho/ Expresso

António Costa ganhou com 57 mil votos
Carrilho teve mais votos que Costa
O PS perdeu 20 mil votos em Lisboa
O PSD perdeu 90 mil votos


Amanhã Lisboa acordará com uma nova câmara.
O novo presidente anunciou 10 medidas que mais parecem o rol de uma dona de casa para distribuir tarefas à sopeira.
Mandar pintar passadeiras, limpar paredes, pôr a EMEL a multar carros em segunda fila, proibir o acesso ao Terreiro do Paço aos fins de semana ( quem é que quer ir ali ? Mostrar aos filhos um estaleiro de obras começado no tempo do Ministro Cravinho) e outras tarefas menores que já nem me lembro, não parece um programa de grande arrojo...

A vitória de Carmona ( que eu defendi aqui no Fatal) foi uma bofetada de luva branca em Mendes e a prova de que o povo não é parvo: sabe quem faz obra, mesmo que a de Carmona tenha sido uma lástima pela herança de Lopes, quer pelo cerco do aparelho do PSD à volta da sua acção, quer pela sua falta de jeito politico. Vai ser o PRD do PSD.

Na sede da candidatura de António Costa encontrei velhos amigos e apoiantes de primeira fila que sempre me espantam: lá estava o meu mestre (de arquitectura!) Tomás Taveira, Maria Elisa, o fotógrafo falhado António Capinha cada vez mais da máquina socialista, avistei Henrique Cayatte, José Manuel Saraiva ( o novo metro-sexual do jornalismo), o fotógrafo José Manuel, a entourage socialista em grande.

António Costa vai mostrar em dois anos que é um bom presidente para 4.
Acredito em Manuel Salgado, acho que tem mesmo uma ideia objectiva e séria, e de bom senso, para Lisboa, o resto veremos.

António Costa vai ser um caso de popularidade. Funciona muito bem com o povo e isso dar-lhe-à votos nas quintas do cabrinha desta cidade.

Voltarei ao tema.


Ver a banda passar no Carrascal

sábado, julho 14, 2007

A pimbalhada rural

A ideia romântica e de esquerda que o campo é o último refúgio da civilização industrial, o cantinho ecologicamente equilibrado, onde o silêncio ordena, a paz reina, onde não há gatunos e se podem deixar as portas escancaradas, onde se pode confidenciar tudo aos vizinhos e ao padre, o campo esse mito que Salazar tão bem soube explorar, e preservar, está pior que as cidades.

A verdade é que as aldeias mudaram.

A minha aldeia de origem, Sarzeda na Beira-Alta, onde eu ia de férias sem água canalizada, luz, esgotos, nem estradas alcatroadas também mudou. Começou nos anos setenta quando a electricidade chegou e havia uma televisão, na casa da D. Mariazinha a professora primária, onde eu ia ver o ZIP-ZIP e namorar uma prima que acabou por me enganar com um chefe de família de Vizeu para onde foi estudar. Adiante...

Os emigrantes lixaram o ambiente com os carros rebaixados e kitados, com os alarves hábitos de novos-ricos. Os padres instalaram relógios eléctricos a cantarem de quarto em quarto de hora. Ir à aldeia passou a ser um stress.

Aqui no Alentejo onde estou é a mesma cegada.
As festas anuais são um churrilho de barulho com artistas da treta a cantarem versões de pimbalhada e o povo a enfrascar-se de tintol enquanto os jovens passeiam os carrecos comprados em ald, faróis tunning e umas namoradas manhosas armadas em boas.

A geração nova que conseguiu emprego é agora uma versão pobre dos emigrantes: ganham mal mas o que ganham dá para o estrilho. Metem as aparelhagens aos berros, despem-se e cantam karaoke feitos tontos. Mesmo tendo passado pelo comunismo, esta zona era uma das mais renhidas defensoras da reforma agrária, onde o PCP ditava, agora é uma mistura estranha de referências culturais. Pimbas com metálica, pintas e oxigenadas.

Quem vale a pena são os velhotes que conseguiram preservar uma cultura aristocrática popular ( o meu amigo Manuel Alegre fala em aristocratas do povo, e muito bem), o resto é do pior que há: a mentalidade pequeno-burguesa.

É nestas análises que eu me sinto um tipo de esquerda, no sentido em que o diagnóstico social é imprescindível para compreendermos, e modificarmos, o que nos rodeia. Sem essa consciência não há avanço nas sociedades, apesar de aqui o avanço não ir nunca nem à porrada.
O Alentejo dá sinais de uma mudança irreversível: há mais dinheiro, a paisagem urbana está a modificar-se, a tornar-se um subúrbio.

Enquanto os candidatos a Lisboa querem uma cidade rural, o campo quer imitar o pior das cidades... que fazer ?

A força do silêncio

Esta campanha para as autárquicas em Lisboa veio confirmar aquilo que muitos observadores atentos andam a dizer há muito: a forma de fazer política em Portugal está velha e caduca, desajustada aos tempos modernos em que vivemos.

A Internet está a fazer parte do nosso quotidiano. Usamo-la para tudo e temos uma relação interactiva com este novo meio. Os jovens passaram a ter a Internet como o seu meio natural, onde se cruza passatempo, lazer, engate, trabalho e conhecimento.

Por causa de tudo isto, e muito mais, os jornais mudaram métodos de trabalho, reinventaram as linguagens visuais e escritas, passaram a ser títulos multimédia e não só marcas no papel.

Nós jornalistas estamos a fazer uma revolução nas nossas vidas, na nossa profissão, nos nossos objectivos de conquista de novos leitores, os que são jovens e andam na net e que estão cansados dos jornais do papá.

Ora na política nada disto aconteceu, pelo contrario. As campanhas de charanga no ar, de beijinhos e apalpões, de sound bites para as rádios e televisões, as campanhas da gritaria em vez do debate e da apresentação clara dos projectos concretos, as campanhas populistas das vassouras do Portas com boné ou de Costa a ser içado até janelas de rés do chão, são patéticas, medíocres, fora de tempo.

São formas cínicas de fazer política. São os métodos das Testemunhas de Jeová. Por isso o pais está como está. Enquanto os portugueses não recusarem nas urnas, com a abstenção massiva, este tipo de política do engraxatório para depois no Poder lançar sobre os eleitores todo o tipo de impostos, restrições e leis anti-sociais não iremos a nenhum lado.

Amanhã os lisboetas tem uma oportunidade para protestarem contra a incompetência, o populismo, a demagogia e o cinismo.

Vão à praia, respirem fundo e sintam como é bom ignorar estes idiotas que nos desgovernam.

Humberto já tem iPhone e adora


Olá a todos!

Estou na Califórnia e comprei o meu iPhone a semana passada. Tenho de vos contar que é a melhor peça de hardware em que já pus os dedos. As minhas impressões:

1. É rapidíssimo e responsivo, quase nunca hesita e tudo funciona em velocidade de anúncio.
2. O cover-flow das capas é a melhor coisinha que se pode ter para disfrutar da nossa colecção de música, mas perdi 3 dias a arranjar capas para todas as minhas 12.000 músicas.
3. O teclado funciona às mil maravilhas. Claro que para já ainda não tem suporte multi-língua, ou pelo menos não o soube activar... Fazem-se uns errozinhos (a minha média é de 1 por cada 13 palavras em português ou 1 por cada 21 em inglês (tem corrector automático). Parece mesmo como disseram num site, "trust the force". Acho que os problemas que se dizem por aí nos sites são tudo culpa de pessoas com dedos obesos. Eu que sou um finguelas estou à vontadíssima, desde o
primeiro dia.
4. O ecrã é espectacular, suja-se bastante (claro) e, até agora, não se risca. Não comprei nenhuma capa ou protecção porque na minha opinião os dispositivos electrónicos não devem ser protegidos demais! Se a Apple fez o iPod e iPhone assim, então assim o usarei. Além de que estraga a leveza e o design do animal. Levei o iPhone à praia, nas calças, no fundo do porta luvas, na areia, na piscina, no laboratório. Zero riscos, mas cheio de dedadas (nada que não se limpe com o pano que vem incluido).
5. Redes e contratos e tal: para já estou contente com a AT&T, mas já tenho o contrato pronto a cancelar, até porque volto para Portugal em Novembro. Já experimentei o activation crack e funciona perfeitamente: ficamos com um iPhone sem telefone e mensagens, o resto funciona perfeito. Com jeito, tudo pode ser feito dentro da legalidade e sem perder a garantia (ler com cuidado o wiki), além de que existe sempre a hipótese de fazer restore. Fico só à espera de haver um método para desbloquear o telefone (no wiki anterior têm o progresso feito até agora), até porque aqui nos USA e em muitos países da Europe é LEGAL desbloquear os telefones desde que não mudemos o IMEI.

Conclusão: vão juntando dinheiro!

Cumps,
- Humberto