Está a circular um vídeo no YouTube, para o qual me recuso a dar o link, sobre uma avó portuguesa que é massacrada pelo neto através de uma câmara de telemóvel. O puto com ar de gótico e alucinado, perssegue a avó até ao desespero. Uma senhora de idade, de ar provinciano, e que demonstra no pico do massacre psicológico ainda uma reserva de ternura e paciência para com as crueldades do neto.
Não se trata de um vídeo familiar divertido, ou de uma representação aceite pela protagonista. Não. Trata-se de uma provocação violenta do fedelho, que assim se diverte a humilhar e a gozar com a avó, e para cúmulo decide dar a ver ao Mundo o sofrimento da presa e o seu sádico prazer.
Este vídeo é um crime perfeito. E fico perturbado com a graça que as pessoas acham nisto, muitas delas gente tida como séria, praticante dos sagrados mandamentos da ética. O que é mais perturbador, é que estou a falar de pessoas que habitualmente criticam ideias mais liberais do que as delas, e que se acham o centro num Mundo de injustiças. E divulgam matéria desta, promovem, riem, escarnecem, e acham "o máximo".
A minha avó era uma senhora da aldeia, quase analfabeta, de uma capacidade de indignação enorme e detentora de um espírito critico arrasador. Imagino o que ela sentiria ao ver este lamentável assassinato de carácter. Depois venham com a conversa dos limites e da auto-regulação. Bons trunfos para as Estrelas serranas desta vida.
sábado, agosto 29, 2009
A politico-chachada dos cartazes eleitorais
O conceito do cartaz político nasceu com a primeira campanha de Francois Miterrand, em 1981, com a imaginação de François Seguéla. O desafio era publicitário: fazer passar com o peso de uma frase e a força de uma foto, uma ideia política de forma directa e inesquecível.
Seguéla falou então com o fotógrafo da Magnum Elliott Erwit para fazer a foto da campanha. A ideia era fotografar Mitterrand numa atitude de firmeza e coragem. O mítico mestre-fotógrafo terá respondido a Seguéla que só tinha dois preços para fazer essa foto: ou de borla, atendendo à simpatia pelo candidato, ou levando um preço absurdo. Seguéla aceitou o preço absurdo, umas centenas de milhares de francos, na moeda da época.
A exigência pelo rigor e pela qualidade era muito grande. Esta campanha abriu um precedente positivo e passou a ser uma referência no marketingh político, na sua importância e na capacidade extraordinária de uma boa fotografia no sucesso de uma campanha.
Portugal não fugiu a esta influência de qualidade. Mesmo antes da campanha de Miterrand, já havia em Portugal cartazes políticos que ficaram como verdadeiras obras de arte. Basta lembrar o cartaz de Vieira da Silva sobre o 25 de Abril ou a fotografia do menino a por um cravo numa G3.
Muitos fotojornalistas portugueses participaram com retratos seus em campanhas. Gageiro com Eanes, Alfredo Cunha com Mário Soares, Rui Ochoa com Cavaco e Santana Lopes, Homem Cardoso com Guterres, António Pedro Ferreira com António Costa e Sampaio, eu próprio fiz o retrato de João Soares para a sua última campanha e o cartaz de Manuel Alegre. Embora haja em Portugal uma norma de conduta estúpida patrocinada pelo Sindicato dos Jornalistas (que se comporta como uma Ordem e não como sindicato!) que considera incompatível a participação de um fotojornalista num trabalho destes, a verdade é que isto é normal na América (onde pelo visto se acha que os jornalistas são menos independentes!). Não era aqui que queria chegar.
Queria chegar à desgraça total, ao ridículo, em que se transformaram os cartazes de TODOS os partidos concorrentes às eleições.
O retrato de MFLeite parece saído de uma publicidade cínica à família Adams. O cartaz do Bloco de Esquerda é confuso, pretensioso e ineficaz. O cartaz que saiu hoje de Sócrates é difícil ser pior. A fotografia deve ter sido feita por aquele brasileiro que ele considera "o meu fotógrafo, um dos melhores!"- (só se for a empurrar os jornalistas e a evitar que se façam fotos comprometedoras para o chefe!) como confessava a semana passada a Moita Flores. É um chapão de flash, sem volume nem expressão, dentro de um grafismo que parece um destacável do Media Market. Incompreensível para quem sonha tanto com a sua imagem ao espelho!
Os cartazes para as autárquicas são um vómito. Vejam-se os borrões de António Capucho, a cara de pastel do candidato do PS a Oeiras ou os cartazes inenarráveis de Isaltino! Difícil fazer pior.
Isto demonstra que não temos cultura gráfica e de comunicação. Perdemos o pouco gosto que tínhamos e algum "savoir faire" que desprezámos em nome do baratinho, do desenrasca, do atamanca. Designer qualquer bronco o é, fotógrafo é o primeiro bate-chapas que estiver à mão.
O desgraçado disto tudo é que esta estética é ética e é moral. Temos de voltar aos clássicos para percebermos a matilha que nos quer governar.
quinta-feira, agosto 27, 2009
ZON FAZ PUB ENGANOSA E ABANDONA CLIENTES
Estou há uma semana sem dois dos meus três endereços de e-mail, depois de ter aderido a um novo modem NETCABO. Comecei por não ter e-mail nenhum até segunda. Depois de uma
peixeirada o técnico repôs-me o mail principal, os outros estão de quarentena. Sempre que ligo dão-me sempre a mesma resposta, igual nas palavras, nas promessas, nos resultados nulos.
A situação é tão caricata que já não tenho a quem pedir ajuda ou nem sei a quem me devo queixar. Estas situações kafkianas mostram bem como as empresas se marimbam no serviço ao cliente e conseguem filtrar as queixas e reclamações pondo call-centers a tratarem com os queixosos. Sinistro!
Perante isto há que aguardar com pachorra e ir tratando de uma queixa a sério. Mas a quem ? à DECO? À ASAE? Ao Tribunal? À Nossa Senhora de Fátima?
Na verdade: PODIA PASSAR SEM ZON MAS QUE A MINHA VIDA IA SER MUITO MELHOR NÃO TENHO DÚVIDAS!!!!
peixeirada o técnico repôs-me o mail principal, os outros estão de quarentena. Sempre que ligo dão-me sempre a mesma resposta, igual nas palavras, nas promessas, nos resultados nulos.
A situação é tão caricata que já não tenho a quem pedir ajuda ou nem sei a quem me devo queixar. Estas situações kafkianas mostram bem como as empresas se marimbam no serviço ao cliente e conseguem filtrar as queixas e reclamações pondo call-centers a tratarem com os queixosos. Sinistro!
Perante isto há que aguardar com pachorra e ir tratando de uma queixa a sério. Mas a quem ? à DECO? À ASAE? Ao Tribunal? À Nossa Senhora de Fátima?
Na verdade: PODIA PASSAR SEM ZON MAS QUE A MINHA VIDA IA SER MUITO MELHOR NÃO TENHO DÚVIDAS!!!!
quarta-feira, agosto 26, 2009
O exemplo de Genéve
Não vinha a Genéve desde 1993. Encontrei hoje a mesma cidade. Calma, diversa em gentes e culturas, activa, movimentada e organizada. Mas não encontrei estaleiros, obras faraónicas, ruas com polícias em segways, brigadas de caça à multa, arrogância municipal.
Em Genéve os passeios são em placas de cimento, as esplanadas assentam no alcatrão das ruas, os jardins estão tratados com crianças a brincarem na relva, adultos a namorarem, mães com muitos filhos, carroceis...há vida nesta cidade. Há janelas iluminadas no bairro antigo, movimento. Esta cidade palpita, embora haja carros em todas as ruas a circular, ao lado de tipos em patins, muitas bicicletas, muitas scooters, motas potentes, eléctricos rápidos sempre a circularem cheios de gente.
Há pequeno comércio, lojas pequenas e decadentes ao lado de lojas de marca, livrarias, retalho de roupas, lojas de conveniência. Tudo na mesma rua.
Genéve não precisa de gastar 5o milhões em ciclovias para palermas andarem armados em saudáveis ao domingo. Em Genéve um senhor de fato e gravata passou por mim a pedalar, mas é possível encontrá-lo mais tarde a guiar um Mercedes. É uma cidade de liberdade, aberta, tolerante. Há centenas de motas espalhados pelos passeios sem incomodarem os peões, e não são multadas, nem a edilidade precisou de gastar milhões a fazer parqueamentos para motas, embora os haja também.
Não consta que aqui estejam a discutir se o repuxo devia ser a cores ou se os barcos deviam transportar contentores ou se deveria haver uma portagem à entrada do túnel que vem de França.
Os portugueses autarcas, essa peste da democracia que vive a gastar o dinheiro dos nossos brutais impostos, devia aprender com humildade, competência e bom senso, como se gere uma cidade e como os cidadãos devem estar na primeira e única prioridade na governação.
Uma cidade amiga dos utilizadores, e não uma cidade para entreter palermas que plantam malmequeres e que querem apanhar berbigão nas margens do Tejo! Uma cidade para viver e não para servir de stand de carros e de pista de fórmula 1! Autarcas para pensarem a cidade e não fazerem dela trampolim para a grande cena governamental.
Se os portugueses viajassem não admitiriam nunca mais esta classe parasitária que esbanja em rotundas e em mármore, o que na Europa rica e civilizada se resolve com soluções simples, baratas, funcionais e que não agridem quem quer circular na urbe.
Somos demasiado bacocos e novos-ricos para percebermos que o Estado não pode gastar o nosso dinheiro em obras que mais não são propaganda para papalvos apoiarem em nome da competência.
segunda-feira, agosto 24, 2009
quinta-feira, agosto 20, 2009
Campanha é cara mas dá emprego
Os portugueses estão mais pobres, mas os partidos estão mais ricos. Os orçamentos apresentados para a campanha eleitoral duplicaram em todos, embora o CDS tenha feito uma engenharia financeira para reduzir para metade. Veremos se assim vai ser!
O que chateia é que parte daquele dinheiro é nosso e veio dos nossos impostos, daqueles pagadores do Estado, que Sócrates diz que são uns ricos que ganham para cima de 5 mil euros por mês. Ora, a democracia é linda, mas tudo tem um preço. Esta democracia está a tornar-se num capricho tão caro como se os portugueses passassem a alimentar burros a pão-de -ló!
Repare-se que até os miserabilistas do Bloco de Esquerda vão gastar 1 milhão de euros em cartazes, gasóleo, megafones, estrados, holofotes, sumo tang, lombo de porco e coiratos! E nem vamos referir os vídeos feitos com câmaras compradas no Lydl e as fotos feitas com telemóvel! O PCP também vai carregar nos gastos. Já o PSD deve gastar pouco: para fazer cartazes como aquele da líder parecendo a Maga Patalógica, basta um bate-chapas e tintas Robbialac!
Hoje é mais fácil fazer propaganda. A internet é uma ferramenta barata e as televisões com a ansiedade de mostrarem tudo e todos acabam por produzir de borla os melhores tempos de antena. O Louçã com um palhaço do Chapitô ao lado, Portas a beijar uma peixeira, Sócrates a escrever num Magalhães, ou Ferreira Leite a mandar uma deliciosa gaffe, não custam assim tanto dinheiro! Não percebo tanta despesa.
Mas há um aspecto que passa ao lado dos candidatos. É que eles estão-se bem nas tintas para os eleitores. Aquela aproximação ao votante está cada vez mais distante. E isso é incompreensível numa sociedade das redes sociais, do jornalismo online, da interacção.
Resta-nos o facto de esse dinheiro ir ajudar alguns a terem trabalho por um mês.
O que chateia é que parte daquele dinheiro é nosso e veio dos nossos impostos, daqueles pagadores do Estado, que Sócrates diz que são uns ricos que ganham para cima de 5 mil euros por mês. Ora, a democracia é linda, mas tudo tem um preço. Esta democracia está a tornar-se num capricho tão caro como se os portugueses passassem a alimentar burros a pão-de -ló!
Repare-se que até os miserabilistas do Bloco de Esquerda vão gastar 1 milhão de euros em cartazes, gasóleo, megafones, estrados, holofotes, sumo tang, lombo de porco e coiratos! E nem vamos referir os vídeos feitos com câmaras compradas no Lydl e as fotos feitas com telemóvel! O PCP também vai carregar nos gastos. Já o PSD deve gastar pouco: para fazer cartazes como aquele da líder parecendo a Maga Patalógica, basta um bate-chapas e tintas Robbialac!
Hoje é mais fácil fazer propaganda. A internet é uma ferramenta barata e as televisões com a ansiedade de mostrarem tudo e todos acabam por produzir de borla os melhores tempos de antena. O Louçã com um palhaço do Chapitô ao lado, Portas a beijar uma peixeira, Sócrates a escrever num Magalhães, ou Ferreira Leite a mandar uma deliciosa gaffe, não custam assim tanto dinheiro! Não percebo tanta despesa.
Mas há um aspecto que passa ao lado dos candidatos. É que eles estão-se bem nas tintas para os eleitores. Aquela aproximação ao votante está cada vez mais distante. E isso é incompreensível numa sociedade das redes sociais, do jornalismo online, da interacção.
Resta-nos o facto de esse dinheiro ir ajudar alguns a terem trabalho por um mês.
Os netinhos ricos forretas
Há dias numa televisão, esqueci-me qual, três netinhos ricos vieram falar da sua condição de poupadinhos. O herdeiro que mais me comoveu foi o de Belmiro de Azevedo. Veio contar que o avô lhe ensinou que tudo o que custe mais que zero é caro! O puto seguiu a lição do avô. Anda de metro no Porto, porque é mais barato e ecológico ! Enquanto falava o cameraman filmava-lhe os sapatos italianos de pele de cobra (?) daqueles de design bicudo e de preço de ir às nuvens. Os ricos podem ter destas extravagâncias. Houve uma frase que gostei de ouvir: Belmiro gosta daquelas coisas que o dinheiro não pode comprar, embora vindo de um forreta isso possa querer dizer, que gostar do que não custa dinheiro é....ganho!
O neto de António Champalimaud veio também falar da avareza do avô em comprar carros novos e que chegou a passar pela vergonha de ter de andar no Brasil com carros a caírem de podres. Mas estes tiques são próprios dos verdadeiros ricos e são também uma forma de superior pedantismo.
Um amigo meu rico dizia-me: " Oh Luiz, depois de termos as coisas nem damos por elas!".
Se por um lado estas revelações demonstram um miserabilismo caricato, também mostram que a mentalidade de novo-rico e os disparates consumistas dos pobres não levam a uma vida de qualidade. Eu, que sou um consumidor compulsivo de certas coisas que só o dinheiro compram, fico boquiaberto com a facilidade com que pessoas minhas conhecidas gastam dinheiro, que não têm, em carros utilitários caros, plasmas, telemóveis e outras aberrações. Têm a atitude inversa daqueles ricos que poupam nos tostões e que pensam mais no amealhar do que no ganhar.
O país divide-s entre os esbanjadores e os poupados. O problema é que os poupados raramente são felizes e os gastadores acabam frustrados por nunca terem mais um objecto inútil.
A Rita Nabeiro era a terceira herdeira da reportagem. Trabalha como designer na empresa do avô e fá-lo com um empenho e uma alegria contagiantes. Usa a sua carrinha mini e não dispensa o seu ambiente de trabalho nos vários Apple que tem no escritório da adega.
"Isso não é ser poupado! É ser miserabilista! Deviam ter vergonha!" - desabafava esta semana comigo um outro rico de Portugal, comentando os netos poupadinhos, um homem que tem uma obsessão: criar trabalho e dar a trabalhar."Eu sou do género to do!".
Parece que este vai ser o novo estilo dos ricos: dizerem que poupam, que vivem com nada e já agora convidarem os seus empregados a terem também uma vida de ricos!
O neto de António Champalimaud veio também falar da avareza do avô em comprar carros novos e que chegou a passar pela vergonha de ter de andar no Brasil com carros a caírem de podres. Mas estes tiques são próprios dos verdadeiros ricos e são também uma forma de superior pedantismo.
Um amigo meu rico dizia-me: " Oh Luiz, depois de termos as coisas nem damos por elas!".
Se por um lado estas revelações demonstram um miserabilismo caricato, também mostram que a mentalidade de novo-rico e os disparates consumistas dos pobres não levam a uma vida de qualidade. Eu, que sou um consumidor compulsivo de certas coisas que só o dinheiro compram, fico boquiaberto com a facilidade com que pessoas minhas conhecidas gastam dinheiro, que não têm, em carros utilitários caros, plasmas, telemóveis e outras aberrações. Têm a atitude inversa daqueles ricos que poupam nos tostões e que pensam mais no amealhar do que no ganhar.
O país divide-s entre os esbanjadores e os poupados. O problema é que os poupados raramente são felizes e os gastadores acabam frustrados por nunca terem mais um objecto inútil.
A Rita Nabeiro era a terceira herdeira da reportagem. Trabalha como designer na empresa do avô e fá-lo com um empenho e uma alegria contagiantes. Usa a sua carrinha mini e não dispensa o seu ambiente de trabalho nos vários Apple que tem no escritório da adega.
"Isso não é ser poupado! É ser miserabilista! Deviam ter vergonha!" - desabafava esta semana comigo um outro rico de Portugal, comentando os netos poupadinhos, um homem que tem uma obsessão: criar trabalho e dar a trabalhar."Eu sou do género to do!".
Parece que este vai ser o novo estilo dos ricos: dizerem que poupam, que vivem com nada e já agora convidarem os seus empregados a terem também uma vida de ricos!
terça-feira, agosto 18, 2009
A Carolina da juventude socialista
O PS dos desempregados, da justiça caótica, do ensino sem credibilidade, das obras públicas virtuais, o PS que considera rico quem ganha 5 mil euros por mês, o PS que deixou ruír o património, tem esta pérola como mandatária para a juventude. Só um clube de velhadas podia ter tal escolha como modelo. A cada um a sua Carolina!!!
segunda-feira, agosto 17, 2009
A prática solitária do Facebook e Miguel S.Tavares
O Miguel Sousa Tavares acha muito bem o Magalhães. Disse-o no ano passado na TVI. Mas não gosta de internet, de Twitter, blogues e outros locais ao redor. E escreveu com violência contra aqueles milhões de tontos que fazem da internet um ponto de encontro para engates, maldicência, negócios e outros actos desprezáveis. Remata mesmo com força, declarando que quem se passeia pelas redes sociais padece de solidão. E pega nesse chavão tão eficaz na caracterização de comportamentos sociais que é a solidão, tal como as feministas usam a palavra mágica machista.
Por mim não me sinto nada afectado por estas opiniões do Miguel. Percebo que quem lida mal com computadores e com toda a linguagem multimédia, quem já foi caluniado na internet com dimensão de escândalo, quem já viu desaparecer um romance num computador roubado que não tinha backup, não pode gostar muito do meio. A minha amiga Clara Ferreira Alves também detesta internet e despreza blogues,internautas e outros peregrinos virtuais. Não é essa antipatia que fará dela uma jornalista brilhante e uma cronista ímpar.
Aliás, prefiro estas opiniões francas e desassombradas às atitudes infantis de alguns velhadas que há pouco nem sabiam mandar um e-mail, e julgavam que um podcast era uma versão melhorada do Viagra, e que agora usam o Twitter para perguntarem à mulher o que é o jantar, para mostraram aos amigos retratos dos locais pirosos onde passam fins-de-semana, ou para invadirem a homepage com vídeos do YouTube fazendo crer que gostam mais de ópera do que macaco de banana, no meio de uma fraseologia plena de termos de inglês técnico!...
Numa entrevista dada ao i, num exclusivo do NYT, o extravagante dono da Rynair também confessa detestar internet, não escreve e-mails, a empresa recusa-se a recebê-los dos clientes, embora todo o seu negócio esteja alojado na internet ! E quando alguém insiste em ele ser mais internauta ele responde com o seu bordão preferido:" Deixe-se disso!".
Claro que as redes sociais criam dependência, são por vezes indiscretas, podem invadir a privacidade, e a grande maioria do que lá se escreve são banalidades. Mas tal fenómeno acontece em todos os meios. Vinte leitores fiéis do NYT fechados uma hora numa sala a lerem o jornal, no final não se lembravam do que tinham lido de relevante! O que se lê na net é lido de cruz, e se se escreve um sound- bite é isso que fica. O resto é para picuinhas.
O que devemos valorizar é que hoje temos uma comunicação fantástica. Podemos partilhar vídeos, textos, fotos, sons, sentimentos, ideias e revoltas, causas, como nunca podemos fazer. Eu nunca pensei que um vídeo meu pudesse ser visto por 360 mil pessoas no YouTube, e este número não pára de subir. Nunca me atrevi a escrever textos de opinião e hoje são lidos por uma média de 5oo leitores, já fui citado várias vezes no Público ao lado de cronistas profissionais e alguns políticos lêem-me e dizem-mo.
Os sites ditos sociais têm hoje uma influência grande na opinião pública. Se somarmos as audiências dos blogues, são muito superiores às dos jornais diários. Não sei se é bom, até acho que não como jornalista, mas é a realidade.
A vida mudou e as redes sociais não são o "Quando o telefone toca". São pontos de encontro virtuais que agregam amigos, grupos de interesses, cidadãos que agora podem influir a sociedade. Isto enerva quem faz da escrita uma forma de vida. Tal como a mim me irritam aqueles sites de partilha de fotos para amadores, armados aos artistas, e que muitos editores (nomeadamente a Amazon) tomam como fotografia. Vivemos este terrível Mundo de contradições. Para o melhor e para o pior
Por mim não me sinto nada afectado por estas opiniões do Miguel. Percebo que quem lida mal com computadores e com toda a linguagem multimédia, quem já foi caluniado na internet com dimensão de escândalo, quem já viu desaparecer um romance num computador roubado que não tinha backup, não pode gostar muito do meio. A minha amiga Clara Ferreira Alves também detesta internet e despreza blogues,internautas e outros peregrinos virtuais. Não é essa antipatia que fará dela uma jornalista brilhante e uma cronista ímpar.
Aliás, prefiro estas opiniões francas e desassombradas às atitudes infantis de alguns velhadas que há pouco nem sabiam mandar um e-mail, e julgavam que um podcast era uma versão melhorada do Viagra, e que agora usam o Twitter para perguntarem à mulher o que é o jantar, para mostraram aos amigos retratos dos locais pirosos onde passam fins-de-semana, ou para invadirem a homepage com vídeos do YouTube fazendo crer que gostam mais de ópera do que macaco de banana, no meio de uma fraseologia plena de termos de inglês técnico!...
Numa entrevista dada ao i, num exclusivo do NYT, o extravagante dono da Rynair também confessa detestar internet, não escreve e-mails, a empresa recusa-se a recebê-los dos clientes, embora todo o seu negócio esteja alojado na internet ! E quando alguém insiste em ele ser mais internauta ele responde com o seu bordão preferido:" Deixe-se disso!".
Claro que as redes sociais criam dependência, são por vezes indiscretas, podem invadir a privacidade, e a grande maioria do que lá se escreve são banalidades. Mas tal fenómeno acontece em todos os meios. Vinte leitores fiéis do NYT fechados uma hora numa sala a lerem o jornal, no final não se lembravam do que tinham lido de relevante! O que se lê na net é lido de cruz, e se se escreve um sound- bite é isso que fica. O resto é para picuinhas.
O que devemos valorizar é que hoje temos uma comunicação fantástica. Podemos partilhar vídeos, textos, fotos, sons, sentimentos, ideias e revoltas, causas, como nunca podemos fazer. Eu nunca pensei que um vídeo meu pudesse ser visto por 360 mil pessoas no YouTube, e este número não pára de subir. Nunca me atrevi a escrever textos de opinião e hoje são lidos por uma média de 5oo leitores, já fui citado várias vezes no Público ao lado de cronistas profissionais e alguns políticos lêem-me e dizem-mo.
Os sites ditos sociais têm hoje uma influência grande na opinião pública. Se somarmos as audiências dos blogues, são muito superiores às dos jornais diários. Não sei se é bom, até acho que não como jornalista, mas é a realidade.
A vida mudou e as redes sociais não são o "Quando o telefone toca". São pontos de encontro virtuais que agregam amigos, grupos de interesses, cidadãos que agora podem influir a sociedade. Isto enerva quem faz da escrita uma forma de vida. Tal como a mim me irritam aqueles sites de partilha de fotos para amadores, armados aos artistas, e que muitos editores (nomeadamente a Amazon) tomam como fotografia. Vivemos este terrível Mundo de contradições. Para o melhor e para o pior
sexta-feira, agosto 14, 2009
Meio milhão de desempregados e Sócrates rejubila!
Ultrapassámos a barreira do meio milhão de desempregados, 9,1% de desemprego. É de esperar um valor ainda mais alto. As nossas empresas abanam e as exportações diminuíram 30 por cento. Espanha, que é o nosso destino de eleição para exportar, continua em recessão técnica e o desemprego atinge lá os 17 por cento (de cor).
Portanto: não é preciso ouvir as palavras sábias de Medina Carreira, para percebermos que não vai ser fácil abrandar a nossa maior chaga social: o exército de desempregados, muitos deles (30%?) que nem sequer têm direito a subsidio, logo nem contam para as estatísticas!
Perante este drama, que não pode ser só imputado aos governos, que faz Sócrates ? Despe o blaser de mil euros e falando para a sua gravata de seda tem a suprema lata de humilhar os mais desgraçados do país. porque o INE revelou uma estatística que dá Portugal com 0,3% de crescimento, tendo ainda um déficit de 3,7 relativamente ao mesmo semestre de 2008!
Sócrates faz esta rábula em nome da ganância do voto, da pérfida política laboral, mente em nome de um desígnio mesquinho: voltar a ser o primeiro-ministro de Portugal.
O que Sócrates ainda não aprendeu, nem irá nunca aprender, é que os portugueses já só se riem perante esta sua lata suprema.
Os sem emprego devem apetecer insultá-lo, a classe média vingar-se na hora do voto, os empresários declararam lay-off e irem investir em países decentes. Fica um grande sentimento de revolta. O engenheiro dominical podia pelo menos neste tempo de esperança ser directo:" o pior pode ter passado, mas vamos ter que trabalhar, produzir, investir, seguir em frente, embora isso não vá poupar ninguém. Não. O Obama de Castelo Branco prefere animar a malta. Dar, se possível, mais uns Magalhães, uns trocos, uns subsídios e carregar um pouco mais nos rendimentos da classe média que trabalha e que tem no seu ordenado a recompensa de uma vida séria, profissional.
Sócrates prefere a mentirola, a manobra, o odioso marketing, à verdade.
Não passará!
Portanto: não é preciso ouvir as palavras sábias de Medina Carreira, para percebermos que não vai ser fácil abrandar a nossa maior chaga social: o exército de desempregados, muitos deles (30%?) que nem sequer têm direito a subsidio, logo nem contam para as estatísticas!
Perante este drama, que não pode ser só imputado aos governos, que faz Sócrates ? Despe o blaser de mil euros e falando para a sua gravata de seda tem a suprema lata de humilhar os mais desgraçados do país. porque o INE revelou uma estatística que dá Portugal com 0,3% de crescimento, tendo ainda um déficit de 3,7 relativamente ao mesmo semestre de 2008!
Sócrates faz esta rábula em nome da ganância do voto, da pérfida política laboral, mente em nome de um desígnio mesquinho: voltar a ser o primeiro-ministro de Portugal.
O que Sócrates ainda não aprendeu, nem irá nunca aprender, é que os portugueses já só se riem perante esta sua lata suprema.
Os sem emprego devem apetecer insultá-lo, a classe média vingar-se na hora do voto, os empresários declararam lay-off e irem investir em países decentes. Fica um grande sentimento de revolta. O engenheiro dominical podia pelo menos neste tempo de esperança ser directo:" o pior pode ter passado, mas vamos ter que trabalhar, produzir, investir, seguir em frente, embora isso não vá poupar ninguém. Não. O Obama de Castelo Branco prefere animar a malta. Dar, se possível, mais uns Magalhães, uns trocos, uns subsídios e carregar um pouco mais nos rendimentos da classe média que trabalha e que tem no seu ordenado a recompensa de uma vida séria, profissional.
Sócrates prefere a mentirola, a manobra, o odioso marketing, à verdade.
Não passará!
PS de Ourém usa Santuário de Fátima para cenário
O responsável do Partido Socialista em Ourém, não esteve com meias-medidas: pegou nas fronhas dos seus candidatos a construtores de rotundas e pôs um layer por trás com uma foto do Santuário de Fátima! Bom, com camaradas destes o engenheiro nem precisa do Preto para ganhar as eleições! O Reitor do Santuário reagiu muito educadamente, trata-se na verdade de uma figura da nova igreja portuguesa e com palavras justas e firmes.
Por este critério vamos ter em Lisboa, António Costa vestido de Santo António, Helena Roseta de noiva e José Sá Fernandes a segurar as alianças, vestido de anjola! Por detrás lá estará a Sé de Lisboa, vendo-se mais ao longe o Cristo-Rei de braços abertos a saudar a coligação!
Por este critério vamos ter em Lisboa, António Costa vestido de Santo António, Helena Roseta de noiva e José Sá Fernandes a segurar as alianças, vestido de anjola! Por detrás lá estará a Sé de Lisboa, vendo-se mais ao longe o Cristo-Rei de braços abertos a saudar a coligação!
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congresso do PS,
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quinta-feira, agosto 13, 2009
31 da Armada presos à traição
A doutora Leite pode arrumar a tralha: há justiça em Portugal e escusa de vir com propostas inspiradas em PPortas. Embora o seu apoiante e apoiado António Preto não tenha sido julgado, e segundo a líder oposicionista a acusação não tem ponta por onde se lhe pegue (uma mala com dinheiro vivo não tem ponta mas dá ponta "eh pá nunca pensei ver tanto dinheiro na minha vida!"), a verdade é que dois cidadãos que iam devolver uma bandeira monárquica a ACosta foram abarbatados pela Judite dentro do edifício da Câmara.
O que é genial é o facto de não haver segurança ou bófia que tenha topado os monárquicos a subirem á varanda dos Paços, mas a PJ usou da golpada baixa para prender os atrevidos. A PIDE não teria feito melhor. Foi usado ardil e isco e aquilo que era uma manifestação de "fair-play" e de convívio democrático, transformou-se numa ratoeira ordinária.
O que as chamadas autoridades esquecem é que a bandeira que foi içada na varanda é tão portuguesa como a da República. Todas as bandeiras que já representaram a Nação devem ser consideradas e respeitadas.
E tomando como ideia um comentário do meu amigo Francisco Bélard, os republicanos que se manifestam nas monarquias europeias não são presos por isso!
Não houve vandalismo, nem invasão de uma zona interior de um edifício do Estado, não houve sequer a preocupação de fazer aquilo de uma forma clandestina- podia ter sido. Este excesso de zelo é pidesco, autoritário, e revela uma intolerância democrática desajustada do Dr. António Costa, que devia ter vindo a público desdramatizar o sucedido, condenando de passagem o acto que é ilegal mas não é uma acção terrorista!!
Claro, Costa está é empenhado na sua propaganda e para tal, usa tudo até essa ideia de jerico que foi propor o nome de Raul Solnado para o Teatro Capitólio! O que é um insulto à memória do actor. Mas isso são outros 500 caracteres para outro post.
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quarta-feira, agosto 12, 2009
Aposte na net na vitória de Isaltino!
, Já se aposta na Internet se Isaltino será ou não eleito. É uma nova dimensão do jogo partidário e político e que remete a politiquice para o campo do futebol, da totoloto ou do póker. Já sabíamos que a politica se tinha transformado num jogo de azar, muito mais do que de sorte.
Ainda ontem o ex-ministro das finanças de Sócrates, Luís Campos e Cunha, se mostrava em entrevista ao i, angustiado pela perspectiva negra para o país quer ganhe a velha senhora ou o arrogante Sócrates. E lá foi dizendo que esta maioria perdeu uma oportunidade de ouro para mudar o país (palavras minhas) e que MFLeite é alguém fora de tempo em quem o país se não reconhece.
Embora faça parte da comissão de honra de apoio a Costa, Luís Campos e Cunha é um feroz anti-Sócrates não só magoado pela sua experiência governativa, mas também como um professor que não vislumbra desempenhos positivos no PS.
A verdade é que estamos em maré de azar (palavra que evito usar) e como cidadão estou apreensivo com a rentrée que aí vem. Qualquer que ganhe será sempre uma vitória breve e um governo frágil. Sem a arrumação do PSD e a saída de Sócrates( que já deu o que tinha a dar, a partir de agora será sempre a piorar, passou o seu tempo) o país não vai ter margem de manobra para constituir um governo com gente diferente, mais competente, séria e que possa dar ânimo ao país.
O Manelismo- ferreirismo-leitismo é mesmo um filme B, um remake de qualquer coisa desastrada que já todos vivemos nos anos de brado do Cavaquismo. Um Cavaquismo sem timoneiro, um Cavaquismo com figuras como Deus, Pacheco ou Preto é qualquer coisa impossível de imaginar a não ser num jogo de apostas, à volta de uma mesa de pé de galo. Este Betadwin da política é melhor que a bolsa no tempo do velho Caldeira! E já que os portugueses não têm outro remédio do que engolir sapos vivos, que ganhem de qualquer maneira nem que seja a feijões!
Ainda ontem o ex-ministro das finanças de Sócrates, Luís Campos e Cunha, se mostrava em entrevista ao i, angustiado pela perspectiva negra para o país quer ganhe a velha senhora ou o arrogante Sócrates. E lá foi dizendo que esta maioria perdeu uma oportunidade de ouro para mudar o país (palavras minhas) e que MFLeite é alguém fora de tempo em quem o país se não reconhece.
Embora faça parte da comissão de honra de apoio a Costa, Luís Campos e Cunha é um feroz anti-Sócrates não só magoado pela sua experiência governativa, mas também como um professor que não vislumbra desempenhos positivos no PS.
A verdade é que estamos em maré de azar (palavra que evito usar) e como cidadão estou apreensivo com a rentrée que aí vem. Qualquer que ganhe será sempre uma vitória breve e um governo frágil. Sem a arrumação do PSD e a saída de Sócrates( que já deu o que tinha a dar, a partir de agora será sempre a piorar, passou o seu tempo) o país não vai ter margem de manobra para constituir um governo com gente diferente, mais competente, séria e que possa dar ânimo ao país.
O Manelismo- ferreirismo-leitismo é mesmo um filme B, um remake de qualquer coisa desastrada que já todos vivemos nos anos de brado do Cavaquismo. Um Cavaquismo sem timoneiro, um Cavaquismo com figuras como Deus, Pacheco ou Preto é qualquer coisa impossível de imaginar a não ser num jogo de apostas, à volta de uma mesa de pé de galo. Este Betadwin da política é melhor que a bolsa no tempo do velho Caldeira! E já que os portugueses não têm outro remédio do que engolir sapos vivos, que ganhem de qualquer maneira nem que seja a feijões!
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Isaltino de Morais
terça-feira, agosto 11, 2009
Um 31 da Armada!
A cena foi muito divertida: os tipos do 31 da Armada, o irreverente camarada blogue, que são uns monárquicos crentes e praticantes, pegaram numa escada com 3 metros, puseram-na às costas, passaram à frente de uma esquadra, de polícias e outros espertos, encostaram a escada ao edificio da Câmara de Lisboa, subiram à varanda onde Afonso Costa declarou a República e hastearam a bandeira da Monarquia. Era madrugada.
Ninguém topou. De manhã António Costa mandou retirar a bandeira e fez queixa à polícia.
Nas televisões apareceu um dos criativos, de camisa azul às riscas, e de máscara, a justificar a proeza. Claro que os monárquicos têm sido tratados com total desrespeito pelo regime. Veja-se a lamentável atitude em se ter proibido a homenagem a D.Carlos no centésimo aniversário do seu assassinato.
Agora os pândegos do 31 da Armada podiam ter apanhado um susto. Imagine-se que ao colocarem a bandeira davam com o presidente da Câmara em amena cavaqueira às tantas da madrugada, entre uma cervejola, com o seu braço direito Fernandes?
Ninguém topou. De manhã António Costa mandou retirar a bandeira e fez queixa à polícia.
Nas televisões apareceu um dos criativos, de camisa azul às riscas, e de máscara, a justificar a proeza. Claro que os monárquicos têm sido tratados com total desrespeito pelo regime. Veja-se a lamentável atitude em se ter proibido a homenagem a D.Carlos no centésimo aniversário do seu assassinato.
Agora os pândegos do 31 da Armada podiam ter apanhado um susto. Imagine-se que ao colocarem a bandeira davam com o presidente da Câmara em amena cavaqueira às tantas da madrugada, entre uma cervejola, com o seu braço direito Fernandes?
TAP em turbulência
A TAP tem sido notícia pelas piores razões. Primeiro, a novidade de que os prémios distribuídos pelo conselho de administração a si próprios, eram chorudos ao ponto dos honorários de Fernando Pinto terem duplicado.
Hoje soube-se que a TAP comprou 3o carros em leasing, operação que o porta-voz António Monteiro justificou dizendo que assim a empresa vai poupar 400 mil euros em quatro anos. Vou já trocar a minha velha Mercedes pela nova E350 CDI para poupar uma pipa daqui a 4 anos! Se ele me explicar agradeço.
Depois ficámos ainda a saber que a TAP- Nossa(!!!) preteriu os serviços da RTP a favor da TF1 (acho que foi este canal) porque assim os conteúdos internacionais terão mais actualidade!
Entretanto os sindicatos já ameaçaram entrar em greve, depois do mesmo António Monteiro ter vindo dizer que haveria aumentos se a situação melhorasse lá para o fim do ano! Para o Natal- digo eu. Mas para distribuir mordomias e dividendos, Natal é já, todos os dias e quando Fernando Pinto quiser.
Hoje soube-se que a TAP comprou 3o carros em leasing, operação que o porta-voz António Monteiro justificou dizendo que assim a empresa vai poupar 400 mil euros em quatro anos. Vou já trocar a minha velha Mercedes pela nova E350 CDI para poupar uma pipa daqui a 4 anos! Se ele me explicar agradeço.
Depois ficámos ainda a saber que a TAP- Nossa(!!!) preteriu os serviços da RTP a favor da TF1 (acho que foi este canal) porque assim os conteúdos internacionais terão mais actualidade!
Entretanto os sindicatos já ameaçaram entrar em greve, depois do mesmo António Monteiro ter vindo dizer que haveria aumentos se a situação melhorasse lá para o fim do ano! Para o Natal- digo eu. Mas para distribuir mordomias e dividendos, Natal é já, todos os dias e quando Fernando Pinto quiser.
segunda-feira, agosto 10, 2009
A Joana Amaral Dias do Ferreirismo-Leitismo
Hoje em entrevista a Mário Crespo (finalmente regressado de férias!) Maria José Nogueira Pinto (MJNP) tentou explicar o que não se explica, mas que toda a gente percebe.
Isto é: ela sabe, que todos sabem, que ela sabe, porque aceitou a o convite de Manuela Ferreira Leite para quarta na lista por Lisboa. E que todos sabem, porque fez elogios rasgados a António Costa, ainda o seu arqui-inimigo Santana não era dado como putativo futuro presidente lisboeta.
A Zézinha- como é conhecida nos meios da política- nunca brincou em serviço e sempre teve um talento especial para estar junto de quem está a dar. Ela própria o confessou a Mário Crespo, quando deixou cair que até tinha gostado da primeira parte do mandato de Sócrates, isto no meio de um arrazoado de palavras ditas em turbilhão, usando aquela técnica de não parar de falar e de não deixar acabar as perguntas para seguir em fuga.
Para esta Joana Amaral Dias em versão consumada e do PSD, o que a levou a aceitar o convite de MFLeite foi um imperativo nacional. Párem as máquinas portugueses! Se a sua candidatura não avançasse estaríamos todos em risco. É ela que vai salvar a Pátria do desnorte socialista com a mesma veemência com que mandou fechar o velho Estádio do Sporting, quando era sub de Santana, temendo que a velha pala desabasse em cima do leões.
Sempre foi contra o centrão, mas hoje na SIC-N foi avançando com propostas de acordos pontuais, negociações nos Passos Perdidos...Zézinha volta à política, sem lugar no partido de Portas, depois de goradas as hipóteses de aparecer ao lado de Costa. Imaginem o que era uma campanha com Roseta à esquerda, Empata Fernandes ao colo de Costa e Zézinha à direita!!
Eu pagava para ver, mas aquele bom povo de esquerda, que o PS quer aliciar, batia à sola perante a ex-CDS e ia votar em bloco no Bloco.
O que é chocante no discurso justificativo de MJNP, é o sermão sobre ética, transparência e a verdade que devem voltar à política. Crespo deixou-a falar e depois atirou-lhe com o António Preto e a Helena Costa. A resposta foi genial: não sabia que o homem da mala e do dinheiro vivo estava na lista! Mas se tivesse sabido avançava. Isso já calculávamos. Mas desdramatizou: não conhece o caso em pormenor e não se vai meter onde não é chamada. Ela nem é do PSD! Está ali como elemento da diferença, como o outro ex-BE que está nas listas do PS !
Quem pode votar no PSD depois destas declarações de...princípios? É por estas, e por muitas outras, que eu por muito que me esforce (e treino mesmo!) não consiga votar na direita.
Eu até queria, mas esta gente não mata. Mas desmoraliza definitivamente.
Isto é: ela sabe, que todos sabem, que ela sabe, porque aceitou a o convite de Manuela Ferreira Leite para quarta na lista por Lisboa. E que todos sabem, porque fez elogios rasgados a António Costa, ainda o seu arqui-inimigo Santana não era dado como putativo futuro presidente lisboeta.
A Zézinha- como é conhecida nos meios da política- nunca brincou em serviço e sempre teve um talento especial para estar junto de quem está a dar. Ela própria o confessou a Mário Crespo, quando deixou cair que até tinha gostado da primeira parte do mandato de Sócrates, isto no meio de um arrazoado de palavras ditas em turbilhão, usando aquela técnica de não parar de falar e de não deixar acabar as perguntas para seguir em fuga.
Para esta Joana Amaral Dias em versão consumada e do PSD, o que a levou a aceitar o convite de MFLeite foi um imperativo nacional. Párem as máquinas portugueses! Se a sua candidatura não avançasse estaríamos todos em risco. É ela que vai salvar a Pátria do desnorte socialista com a mesma veemência com que mandou fechar o velho Estádio do Sporting, quando era sub de Santana, temendo que a velha pala desabasse em cima do leões.
Sempre foi contra o centrão, mas hoje na SIC-N foi avançando com propostas de acordos pontuais, negociações nos Passos Perdidos...Zézinha volta à política, sem lugar no partido de Portas, depois de goradas as hipóteses de aparecer ao lado de Costa. Imaginem o que era uma campanha com Roseta à esquerda, Empata Fernandes ao colo de Costa e Zézinha à direita!!
Eu pagava para ver, mas aquele bom povo de esquerda, que o PS quer aliciar, batia à sola perante a ex-CDS e ia votar em bloco no Bloco.
O que é chocante no discurso justificativo de MJNP, é o sermão sobre ética, transparência e a verdade que devem voltar à política. Crespo deixou-a falar e depois atirou-lhe com o António Preto e a Helena Costa. A resposta foi genial: não sabia que o homem da mala e do dinheiro vivo estava na lista! Mas se tivesse sabido avançava. Isso já calculávamos. Mas desdramatizou: não conhece o caso em pormenor e não se vai meter onde não é chamada. Ela nem é do PSD! Está ali como elemento da diferença, como o outro ex-BE que está nas listas do PS !
Quem pode votar no PSD depois destas declarações de...princípios? É por estas, e por muitas outras, que eu por muito que me esforce (e treino mesmo!) não consiga votar na direita.
Eu até queria, mas esta gente não mata. Mas desmoraliza definitivamente.
sábado, agosto 08, 2009
Adeus Raúl Solnado
Era um querido, um amigo. Uma pessoa com uma dimensão humana ímpar. Era muito bom encontrá-lo e ser recebido pelo seu caloroso, apertado, sincero abraço. A primeira vez que falei com ele foi em 1982, ia estrear o Super-Silva no Villarett. Eu ia fazer a minha primeira entrevista escrita para um jornal. Disse-lhe: é a primeira vez que vou fazer uma entrevista, ainda por cima a si! É uma honra mas não sei se vou ser capaz. Riu-se e fez de conta que eu era um veterano. Fiquei seu amigo e encontrámo-nos ao longo dos anos em variadas situações. Sempre com emoção.
A última vez que estive com ele foi no lançamento da candidatura de António Costa, no Jardim de S.Pedro de Alcântara, Lisboa. Eu como fotojornalista, ele como apoiante. Não estava deslumbrado e disse-me:"fotografa estas caras para depois veres onde eles andam!".
Tinha-lhe pedido para lhe fazer um retrato um destes dias. "Quando quiseres!"- respondeu. Já não vou a tempo meu querido amigo.
A última vez que estive com ele foi no lançamento da candidatura de António Costa, no Jardim de S.Pedro de Alcântara, Lisboa. Eu como fotojornalista, ele como apoiante. Não estava deslumbrado e disse-me:"fotografa estas caras para depois veres onde eles andam!".
Tinha-lhe pedido para lhe fazer um retrato um destes dias. "Quando quiseres!"- respondeu. Já não vou a tempo meu querido amigo.
sexta-feira, agosto 07, 2009
A crise está a acabar, a ganância voltou
A crise financeira que abalou a economia e deixou o Mundo em pânico total está a recuperar muito graças aos avales do governo norte-americano, que conseguiu assim alguma tranquilidade em Wall Street, e ao esforço dos vários governos europeus que têm feito alguma coisa pondo a mão por baixo de uma criança prestes a cair. Ou seja: todos nós temos pago do dinheiro dos nossos impostos para que a casa não venha a baixo. E no entanto...nada nos garante que não volte a ameaçar ruir.
Há uma evidente recuperação, ainda que lenta, da crise. Há mais confiança. As bolsas revelam algum crescimento positivo, há tímidos sinais de retoma. O crude dispara nos preços. O senhor Trichet começa a fazer contas aos próximos aumentos de juros!
Mas a que assistimos já? Nos Estados Unidos a loucura bolsista, que contribuiu para o desaire, está de volta. A última invenção é o uso de super computadores nas bolsas que conseguem ganhar milésimos de segundo, e assim conseguem comprar e vender primeiro ! Empresas como a Golden Sachs já ganharam lilhões com a façanha. O esforço dos contribuentes americanos está de novo a ser desviado para engenharias financeiras e não para a sustentabilidade de uma economia produtiva e real que crie emprego e riqueza real, em vez da fortuna virtual.
Em Portugal não podemos dizer que a parte da crise que foi afectada pela crise global (é bom separar as crises!) está a ser alegremente vivida por novas jogadas bolsistas, e por empresas que estão a dar bónus escandalosos aos seus gestores.
Veja-se o descaramento dos prémios distribuídos na TAP e no jackpot de Fernando Pinto no final do ano. Não é que os gestores não devam ganhar muito bem, quando os bons resultados dependem da sua competência e engenho, mas auto premiarem-se com maquias generosas em anos em que as empresas estão à beira do colapso (que pode até nem ser por sua culpa) já me parece lata a mais.
A banca teve lucros bons, embora menores, e a GALP teve SÓ 450 milhões de euros de ganhos e ainda se lamentou o seu presidente ter perdido margem e ter sido penalizado pelo abaixamento do consumo! Entretanto já originou uma nova escalada nos preços dos combustíveis.
As últimas danças de figuras entre empresas, onde o que está em jogo é precisamente o jogo do poder económico e político, com a rede protectora da banca, mostram que continuamos a viver uma economia virtual, na senda que nos levou ao susto brutal de Outubro do ano passado.
Continuamos a criar monstros financeiros sem reflexo directo na vida real, na criação de riqueza, no talento: artístico, comercial, industrial, cientifico.
A banca ganha influência e pressão política. Os governos estão agora ainda mais reféns da finança pelos avales que deram. Não é o antigo socialismo. É pior.
Há uma evidente recuperação, ainda que lenta, da crise. Há mais confiança. As bolsas revelam algum crescimento positivo, há tímidos sinais de retoma. O crude dispara nos preços. O senhor Trichet começa a fazer contas aos próximos aumentos de juros!
Mas a que assistimos já? Nos Estados Unidos a loucura bolsista, que contribuiu para o desaire, está de volta. A última invenção é o uso de super computadores nas bolsas que conseguem ganhar milésimos de segundo, e assim conseguem comprar e vender primeiro ! Empresas como a Golden Sachs já ganharam lilhões com a façanha. O esforço dos contribuentes americanos está de novo a ser desviado para engenharias financeiras e não para a sustentabilidade de uma economia produtiva e real que crie emprego e riqueza real, em vez da fortuna virtual.
Em Portugal não podemos dizer que a parte da crise que foi afectada pela crise global (é bom separar as crises!) está a ser alegremente vivida por novas jogadas bolsistas, e por empresas que estão a dar bónus escandalosos aos seus gestores.
Veja-se o descaramento dos prémios distribuídos na TAP e no jackpot de Fernando Pinto no final do ano. Não é que os gestores não devam ganhar muito bem, quando os bons resultados dependem da sua competência e engenho, mas auto premiarem-se com maquias generosas em anos em que as empresas estão à beira do colapso (que pode até nem ser por sua culpa) já me parece lata a mais.
A banca teve lucros bons, embora menores, e a GALP teve SÓ 450 milhões de euros de ganhos e ainda se lamentou o seu presidente ter perdido margem e ter sido penalizado pelo abaixamento do consumo! Entretanto já originou uma nova escalada nos preços dos combustíveis.
As últimas danças de figuras entre empresas, onde o que está em jogo é precisamente o jogo do poder económico e político, com a rede protectora da banca, mostram que continuamos a viver uma economia virtual, na senda que nos levou ao susto brutal de Outubro do ano passado.
Continuamos a criar monstros financeiros sem reflexo directo na vida real, na criação de riqueza, no talento: artístico, comercial, industrial, cientifico.
A banca ganha influência e pressão política. Os governos estão agora ainda mais reféns da finança pelos avales que deram. Não é o antigo socialismo. É pior.
quinta-feira, agosto 06, 2009
Moniz deixa mesmo TVI
Pouco mais de um mês depois, José Eduardo Moniz sai mesmo.
Em finais de Junho, em pleno dossier Portugal Telecom/TVI, Manuela Ferreira Leite acusou: "Se a PT entrar na Media Capital e José Eduardo Moniz sair, seria escandaloso." José Sócrates respondeu com um veto ao negócio.
O primeiro-ministro quis evitar que a entrada da PT na Media Capital fosse vista "como uma tentativa do governo de influenciar uma qualquer linha editorial". Mas a cara dessa linha acabou mesmo por abandonar a TVI ontem, não por causa da PT mas para ocupar o lugar de vice-presidente num accionista da operadora: A Ongoing Investments, dona de 6,7% da PT e que fechou 2008 com um prejuízo consolidado de 65 milhões de euros (ver ao lado).
Antes de se decidir por este rumo, Moniz foi candidato a candidato do Benfica, mas Luís Filipe Vieira trocou-lhe as voltas ao antecipar as eleições previstas para Outubro.
Sobre a saída, o ex-director geral da TVI falou primeiro aos seus colaboradores. "Obviamente saio triste", diz numa carta interna enviada terça-feira à noite onde, sem apontar razões para a mudança, sublinha que sai "de consciência tranquila".
"Estou convicto de que me orientei por princípios de honestidade e isenção, não aceitando pactuar, até final, com orientações ou pressupostos susceptíveis de contaminarem o pacto de seriedade e de verdade celebrado com os espectadores", assegura. Postura que faz votos "assim continue e que se preserve o espírito livre, inconformista e batalhador desta empresa, imbuída de uma cultura de independência perante o poder".
A TVI tem estado na ribalta ao longo de 2009, posição que não deverá deixar tão cedo. Transformou-se no alvo preferido de José Sócrates - que acusa a televisão de perseguição política e o Jornal de Sexta de ser "transvestido" - e também dos grupos de comunicação.
A débil situação financeira dos espanhóis da Prisa, donos da Media Capital, abriu uma janela para quem ambiciona ser dono de uma televisão e logo a líder. Primeiro foi a PT, depois falou-se em Cofina, Controlinveste e, sempre com mais insistência, na Ongoing de Nuno Vasconcellos, precisamente a empresa para onde deverá ir agora Moniz.
O futuro do ex-director geral da TVI passa então pela vice-presidência do ramo de Media da Ongoing, grupo que ganhou nome durante a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonae sobre a PT, onde apoiou esta última com o beneplácito do BCP que lhe emprestou 375 milhões de euros para financiar a compra de acções da PT, algumas a preços superiores a 9 euros e que hoje valem 7,3 euros.
Em Junho do ano passado a Ongoing pagou 26,7 milhões pela Económica, dona do "Diário Económico", e ainda em 2008 reforçou a posição na Impresa, detendo hoje mais de 20% da dona da SIC. Em Dezembro de 2007 detinha apenas 1,3%.
A Ongoing planeia agora lançar um canal de economia na televisão por subscrição; quer avançar com um jornal no mercado brasileiro; e desde há um mês que corteja a Media Capital, apesar do casamento que mantém com a Impresa.
Um casamento onde tentou mudar a balança do poder na semana passada, para obter mais influência sobre a gestão, oferecendo em troca uma injecção de capital nas contas da SIC. O negócio foi recusado por Pinto Balsemão.
Agora as baterias estão centradas para a Media Capital. Com uma disponibilidade de caixa de 100 milhões de euros e uma situação líquida de 50 milhões de euros. Segundo avançou ao i fonte oficial da Ongoing, o grupo está convicto de que conseguirá entrar na estrutura accionista da empresa dona da TVI. A acontecer, José Eduardo Moniz, ex-director geral da TVI, voltará a cruzar-se com a estação televisiva que, em seis anos, transformou em líder incontestável de audiências desde 2005.
"Costumo dizer, sem falsa modéstia, que se conseguiu construir a mais portuguesa das estações de televisão do país, em cumplicidade plena com os espectadores, esses sim, os nossos verdadeiros parceiros estratégicos", diz José Eduardo Moniz na sua carta de despedida aos colaboradores da TVI. "A vida é feita de ciclos. Este chegou ao fim", resume antes de um: "Até sempre."/ JORNAL i
Em finais de Junho, em pleno dossier Portugal Telecom/TVI, Manuela Ferreira Leite acusou: "Se a PT entrar na Media Capital e José Eduardo Moniz sair, seria escandaloso." José Sócrates respondeu com um veto ao negócio.
O primeiro-ministro quis evitar que a entrada da PT na Media Capital fosse vista "como uma tentativa do governo de influenciar uma qualquer linha editorial". Mas a cara dessa linha acabou mesmo por abandonar a TVI ontem, não por causa da PT mas para ocupar o lugar de vice-presidente num accionista da operadora: A Ongoing Investments, dona de 6,7% da PT e que fechou 2008 com um prejuízo consolidado de 65 milhões de euros (ver ao lado).
Antes de se decidir por este rumo, Moniz foi candidato a candidato do Benfica, mas Luís Filipe Vieira trocou-lhe as voltas ao antecipar as eleições previstas para Outubro.
Sobre a saída, o ex-director geral da TVI falou primeiro aos seus colaboradores. "Obviamente saio triste", diz numa carta interna enviada terça-feira à noite onde, sem apontar razões para a mudança, sublinha que sai "de consciência tranquila".
"Estou convicto de que me orientei por princípios de honestidade e isenção, não aceitando pactuar, até final, com orientações ou pressupostos susceptíveis de contaminarem o pacto de seriedade e de verdade celebrado com os espectadores", assegura. Postura que faz votos "assim continue e que se preserve o espírito livre, inconformista e batalhador desta empresa, imbuída de uma cultura de independência perante o poder".
A TVI tem estado na ribalta ao longo de 2009, posição que não deverá deixar tão cedo. Transformou-se no alvo preferido de José Sócrates - que acusa a televisão de perseguição política e o Jornal de Sexta de ser "transvestido" - e também dos grupos de comunicação.
A débil situação financeira dos espanhóis da Prisa, donos da Media Capital, abriu uma janela para quem ambiciona ser dono de uma televisão e logo a líder. Primeiro foi a PT, depois falou-se em Cofina, Controlinveste e, sempre com mais insistência, na Ongoing de Nuno Vasconcellos, precisamente a empresa para onde deverá ir agora Moniz.
O futuro do ex-director geral da TVI passa então pela vice-presidência do ramo de Media da Ongoing, grupo que ganhou nome durante a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonae sobre a PT, onde apoiou esta última com o beneplácito do BCP que lhe emprestou 375 milhões de euros para financiar a compra de acções da PT, algumas a preços superiores a 9 euros e que hoje valem 7,3 euros.
Em Junho do ano passado a Ongoing pagou 26,7 milhões pela Económica, dona do "Diário Económico", e ainda em 2008 reforçou a posição na Impresa, detendo hoje mais de 20% da dona da SIC. Em Dezembro de 2007 detinha apenas 1,3%.
A Ongoing planeia agora lançar um canal de economia na televisão por subscrição; quer avançar com um jornal no mercado brasileiro; e desde há um mês que corteja a Media Capital, apesar do casamento que mantém com a Impresa.
Um casamento onde tentou mudar a balança do poder na semana passada, para obter mais influência sobre a gestão, oferecendo em troca uma injecção de capital nas contas da SIC. O negócio foi recusado por Pinto Balsemão.
Agora as baterias estão centradas para a Media Capital. Com uma disponibilidade de caixa de 100 milhões de euros e uma situação líquida de 50 milhões de euros. Segundo avançou ao i fonte oficial da Ongoing, o grupo está convicto de que conseguirá entrar na estrutura accionista da empresa dona da TVI. A acontecer, José Eduardo Moniz, ex-director geral da TVI, voltará a cruzar-se com a estação televisiva que, em seis anos, transformou em líder incontestável de audiências desde 2005.
"Costumo dizer, sem falsa modéstia, que se conseguiu construir a mais portuguesa das estações de televisão do país, em cumplicidade plena com os espectadores, esses sim, os nossos verdadeiros parceiros estratégicos", diz José Eduardo Moniz na sua carta de despedida aos colaboradores da TVI. "A vida é feita de ciclos. Este chegou ao fim", resume antes de um: "Até sempre."/ JORNAL i
quarta-feira, agosto 05, 2009
Manuel Ferreira Leite: a anti-Midas da política
MFLeite tem um condão de ser uma espécie de anti-Midas da política: onde toca transforma tudo em fancaria. Bastou-lhe uma vitória circunstancial nas europeias, muito graças à frescura do candidato Paulo Rangel, e sobretudo à sede de vingança dos portugueses na política anti-social de Sócrates, bastou-lhe um ar de graça e mostrou a sua raça: arrogância, falta de sentido democrático. Em poucos dias veio ao de cima o pior que sabíamos, e nos lembrávamos, dos tempos do azeda o leite e das medidas drásticas nas finanças do governo Durão.
Para quem queria mudança, trouxe a velha cangalha do cavaquismo para a ribalta. As figuras de proa desta direcção do PSD, são os cromos com que tivemos de levar nos piores anos das nossas vidas de cidadãos. E quando se deixa de fora figuras que são inteligentes e de sentido de mudança só porque são da oposição, é lamentável. Pior: quando se metem nas listas dois arguidos, deputados a contas com a justiça e se vai repescar uma ex-CDS...MFLeite não conseguia fazer melhor para dar todos os trunfos ao PS e para deixar o partido de pantanas.
Com uma possível vitória frouxa em Setembro dificilmente levará a bom porto qualquer governo. Não vai ter o apoio do país, nem o apoio do seu partido. Se perder (o que parece agora manifestamente evidente) Leite não terá grande futuro. Barões e populistas, nortistas, sulistas, bipolares, todos estarão contra ela e acabará por cair da liderança.
Já sabíamos que a senhora tinha tanto jeito para a política como para fazer as contas do merceeiro. Ontem foi o juízo final.
Para quem queria mudança, trouxe a velha cangalha do cavaquismo para a ribalta. As figuras de proa desta direcção do PSD, são os cromos com que tivemos de levar nos piores anos das nossas vidas de cidadãos. E quando se deixa de fora figuras que são inteligentes e de sentido de mudança só porque são da oposição, é lamentável. Pior: quando se metem nas listas dois arguidos, deputados a contas com a justiça e se vai repescar uma ex-CDS...MFLeite não conseguia fazer melhor para dar todos os trunfos ao PS e para deixar o partido de pantanas.
Com uma possível vitória frouxa em Setembro dificilmente levará a bom porto qualquer governo. Não vai ter o apoio do país, nem o apoio do seu partido. Se perder (o que parece agora manifestamente evidente) Leite não terá grande futuro. Barões e populistas, nortistas, sulistas, bipolares, todos estarão contra ela e acabará por cair da liderança.
Já sabíamos que a senhora tinha tanto jeito para a política como para fazer as contas do merceeiro. Ontem foi o juízo final.
As tampas da solidariedade civil contra o Estado
Uma enfermeira solitária do Hospital Garcia da Horta, Almada, a trabalhar num serviço de crianças paraplégicas (o mesmo em que Ana Jorge foi directora com muita competência) no auge do seu desespero, para poder ajudar doentes necessitados, percebeu que juntando tampas de plástico perdidas poderia fazer dinheiro com isso. Mobilizou colegas, amigos, mais tarde desconhecidos de todo o país, encontrou um comprador para o material recolhido, e nasceu um milagre!
O movimento cresceu sem parar. A jovem enfermeira deixou a liderança e hoje o movimento anda por si, permitindo até agora a compra de mais de duzentas cadeiras de rodas para doentes pobres.
A história foi contada há pouco na TVI24, repórter Alexandra Borges, um excelente cameraman que não fixei lamentavelmente o nome, e deixou-me comovido com esta magnifica sociedade civil, e revoltado com este Estado Social.
Uma das cenas mostrava (de uma forma discreta como raramente se vê em televisão) uma mãe no país rural, com um filho entravado há 21 anos numa cama, e que teria alguma qualidade de vida, com o mínimo de dignidade, se pudesse comprar uma cadeira especial que custa 7500 euros. Verba que nunca terá porque a segurança social diz que não a pode dar!
Bom, no país que oferece Magalhães a pais ricos, por exemplo mas podemos dar centenas de contrastes destes, como nos podemos sentir ao constatarmos uma realidade tão cruel, injusta e bárbara ? Na terra das auto-estradas, das SCUT`s, da abastança daqueles que comem à mesa do orçamento, no país real das rotundas, das esculturas foleiras, dos autarcas empreendedores... como pode isto acontecer? Que pensará o ministro da segurança social ao saber disto? Achará que a culpa é dos reformados que ganham mais de 5 mil euros?
Este movimento é formidável. Tem voluntarismo, solidariedade e a componente ecológica aplicada de uma forma concreta, realista, sem os 50 milhões do autarca Costa para ciclovias, em nome do ar puro!
segunda-feira, agosto 03, 2009
80 metros quadrados de justiça para Isaltino
Pelo visto hoje fez-se justiça em Portugal. Melhor: a partir de hoje podemos dormir descansados porque essa gangrena do regime, esse falhanço do governo socialista, a competência do Ministro Costa, estão a salvo.
Há Justiça: Isaltino de Morais foi condenado. O Procurador-Geral da República não perdeu tempo em comentar logo a decisão do Tribunal de Sintra: "deixou de haver impunidade em Portugal", comentou a alta figura da Nação, como se estivéssemos perante mais o comentário de um dos inúmeros marretas que povoam as secretárias das televisões por cabo, à hora em que o povo se empanturra ao lado, com novelas e idiotas a atirarem-se para a água.
Estou de férias, e como sou um cidadão como qualquer outro, sem o frenesim das "últimas", vi a partir das 20 horas várias reportagens sobre o caso, vi repetidas até à exaustão nos diferentes canais as mesmas palavras e imagens, que conseguiam essa fusão extraordinária de jornalismo de reportagem, opinião e piadolas.
Foi preciso chegar às 22 horas (portanto, duas horas depois de ter ligado a televisão) para saber - e pela boca do protagonista da noticia!- qual tinha sido o acórdão do tribunal.
Afinal: os 7 anos a que foi condenado Isaltino, dizem respeito a um crime monstruoso: o homem aprovou há 14 anos 80 metros quadrados a mais, numa área de 3 mil e tal. Parece que vendeu uns quadrecos e recebeu um cheque de 4 mil contos, sendo que tal transacção não foi considerada corrupção mas sim fuga ao fisco! E, como o tribunal achou que os quadros eram uma merda artística que só valiam 500, houve fuga ao fisco de 3500!!!
Para terminar, a acusação refere que Isaltino recebeu um terreno por troca em Cabo Verde, na Ilha da Miséria, mas que nem sequer está em nome dele, nem nunca o terá pisado.
Enquanto estes factos eram relatados pelo próprio, em rodapé continuava a passar numa das televisões que estava em directo uma frase a relembrar que o autarca tinha sido condenado a 7 anos de prisão e uma frase da sua campanha em que ele (de uma forma quase irónica!) refere que vota na família!
Claro que mesmo depois de se saber a gravidade dos actos do autarca os comentadores habituais, e desabituados, continuavam a rir para o lado, a gracejar, e a minimizarem os factos. O que conta é o que queremos que as coisas sejam e não o que são.
Fiquei bastante desiludido. Se a justiça portuguesa demora 5 anos para apurar que um político corrupto, uma figura a abater, apenas cometeu o crime de licenciar 80 metros quadrados a mais, não num t3, mas em 3 mil metros quadrados (aliás logo legalizados pela sucessora) ou estamos a ficar paranóicos, o que é normal, ou quem investiga não investiga nada. E se assim for, então poderemos extrapolar como alguns se safaram (e outros se safarão) no caso Casa Pia, no Freeport, no BPN e BPP...e por aí fora.
O pior que podia acontecer na Justiça era ela também se determinar por razões políticas, de marketing e de imagem. É verdade que muitos protagonistas da justiça, dão entrevistas, posam com os filhos em casa, falam dos seus gostos pessoais, transformam-se em vedetas e sonharão fazer a revolução que não terão conseguido fazer jovens, no calor da luta. Deixou de haver recato no exercício de cargos que exigem total low-profile.
Mas o que todos temos de exigir como cidadãos é rigor, rigor, rigor. Nos actos públicos, jornalísticos, na justiça. Não sei se hoje conseguimos esta Santíssima Trindade... Mas quem sou eu para achar tal coisa, se o sr. PGR acha o contrário, o senhor Marques Mendes já apareceu a apresentar a sua factura política e Sócrates deve estar a preparar-se para uma noite repousada?
Para acabar: ninguém teve o rigor exigido para referir que a condenação ainda não transitou em julgado, portanto: ainda não há formalmente condenado, mas aquilo que muitos queriam, a sua condenação, já está feita e no pior sítio: na cabeça das pessoas. Isso é irremediável.
Há Justiça: Isaltino de Morais foi condenado. O Procurador-Geral da República não perdeu tempo em comentar logo a decisão do Tribunal de Sintra: "deixou de haver impunidade em Portugal", comentou a alta figura da Nação, como se estivéssemos perante mais o comentário de um dos inúmeros marretas que povoam as secretárias das televisões por cabo, à hora em que o povo se empanturra ao lado, com novelas e idiotas a atirarem-se para a água.
Estou de férias, e como sou um cidadão como qualquer outro, sem o frenesim das "últimas", vi a partir das 20 horas várias reportagens sobre o caso, vi repetidas até à exaustão nos diferentes canais as mesmas palavras e imagens, que conseguiam essa fusão extraordinária de jornalismo de reportagem, opinião e piadolas.
Foi preciso chegar às 22 horas (portanto, duas horas depois de ter ligado a televisão) para saber - e pela boca do protagonista da noticia!- qual tinha sido o acórdão do tribunal.
Afinal: os 7 anos a que foi condenado Isaltino, dizem respeito a um crime monstruoso: o homem aprovou há 14 anos 80 metros quadrados a mais, numa área de 3 mil e tal. Parece que vendeu uns quadrecos e recebeu um cheque de 4 mil contos, sendo que tal transacção não foi considerada corrupção mas sim fuga ao fisco! E, como o tribunal achou que os quadros eram uma merda artística que só valiam 500, houve fuga ao fisco de 3500!!!
Para terminar, a acusação refere que Isaltino recebeu um terreno por troca em Cabo Verde, na Ilha da Miséria, mas que nem sequer está em nome dele, nem nunca o terá pisado.
Enquanto estes factos eram relatados pelo próprio, em rodapé continuava a passar numa das televisões que estava em directo uma frase a relembrar que o autarca tinha sido condenado a 7 anos de prisão e uma frase da sua campanha em que ele (de uma forma quase irónica!) refere que vota na família!
Claro que mesmo depois de se saber a gravidade dos actos do autarca os comentadores habituais, e desabituados, continuavam a rir para o lado, a gracejar, e a minimizarem os factos. O que conta é o que queremos que as coisas sejam e não o que são.
Fiquei bastante desiludido. Se a justiça portuguesa demora 5 anos para apurar que um político corrupto, uma figura a abater, apenas cometeu o crime de licenciar 80 metros quadrados a mais, não num t3, mas em 3 mil metros quadrados (aliás logo legalizados pela sucessora) ou estamos a ficar paranóicos, o que é normal, ou quem investiga não investiga nada. E se assim for, então poderemos extrapolar como alguns se safaram (e outros se safarão) no caso Casa Pia, no Freeport, no BPN e BPP...e por aí fora.
O pior que podia acontecer na Justiça era ela também se determinar por razões políticas, de marketing e de imagem. É verdade que muitos protagonistas da justiça, dão entrevistas, posam com os filhos em casa, falam dos seus gostos pessoais, transformam-se em vedetas e sonharão fazer a revolução que não terão conseguido fazer jovens, no calor da luta. Deixou de haver recato no exercício de cargos que exigem total low-profile.
Mas o que todos temos de exigir como cidadãos é rigor, rigor, rigor. Nos actos públicos, jornalísticos, na justiça. Não sei se hoje conseguimos esta Santíssima Trindade... Mas quem sou eu para achar tal coisa, se o sr. PGR acha o contrário, o senhor Marques Mendes já apareceu a apresentar a sua factura política e Sócrates deve estar a preparar-se para uma noite repousada?
Para acabar: ninguém teve o rigor exigido para referir que a condenação ainda não transitou em julgado, portanto: ainda não há formalmente condenado, mas aquilo que muitos queriam, a sua condenação, já está feita e no pior sítio: na cabeça das pessoas. Isso é irremediável.
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O escândalo do fecho do Hospital Inglês
O que se passou no Hospital Inglês, propriedade da Sociedade Lusa de Negócios, é mais uma evidência de como o livre arbítrio é coisa comum neste Portugal.
Vejamos: há um hospital particular de grande prestígio e história em Portugal, uma referência. Vem a Sociedade Lusa de Negócios, começa a gerir aquilo e no meio do turbilhão do caso BPN pura e simplesmente abandona a gestão. Fecha as portas pela calada, não diz nada a ninguém, não informa doentes, não negoceia com os trabalhadores, fecha. Ponto final.
Há 30 médicos que dedicaram uma vida profissional e afectiva ao hospital que de um dia para o outro são postos na rua. Alguns já de idade avançada - demonstrando essa coisa linda que é possível estar bem e trabalhar até tarde na vida - deixam cair lágrimas, comoção, revolta, e uma profunda tristeza. Está ali uma equipa de elite, de gente dedicada e competente, está ali gente daquela que faz falta a Portugal, pela competência e dedicação, e foram postos na rua como objectos que já não servem, não um projecto de saúde, mas um projecto financeiro.
Uma das médicas estava preocupada pelo facto de os doentes não terem sido avisados e de nem as fichas terem sido entregues aos respectivos médicos.
Bom, se é este o modelo que os neo-liberais e capitalistas de pacotilha querem...estamos mesmo muito mal. Mas o que é verdadeiramente intrigante, é como um governo que sonha com carros eléctricos e ventoinhas na paisagem, não diz uma palavra sobre este caso. Mais: porque não são imediatamente ouvidos os responsáveis desta gestão, eles existem, têm nomes. Porque não actua o governo de forma exemplar? Se é tão vezeiro a por a ASAE a perseguir cidadãos de bem, se atiram hordas de policias nas rotundas pelas manhãs multando cidadãos de bem só porque a morada da carta não condiz com a do livrete, impedindo que estes cheguem a horas ao trabalho, se tudo o que se faz é sempre contra os cidadãos, porque não actua o governo contra estas associações de malandros que destroem empresas, despedem selvaticamente, como se isto fosse uma pátria sem rei nem roque?
Há uma total irresponsabilidade social nesta gente,nestes empresários da tanga, e uma cumplicidade inadmissível por parte do poder.
Se isto tivesse acontecido na Madeira era um escândalo, como acontece em Lisboa a escassos metros da residência do primeiro-ministro é o mercado a funcionar.
Vejamos: há um hospital particular de grande prestígio e história em Portugal, uma referência. Vem a Sociedade Lusa de Negócios, começa a gerir aquilo e no meio do turbilhão do caso BPN pura e simplesmente abandona a gestão. Fecha as portas pela calada, não diz nada a ninguém, não informa doentes, não negoceia com os trabalhadores, fecha. Ponto final.
Há 30 médicos que dedicaram uma vida profissional e afectiva ao hospital que de um dia para o outro são postos na rua. Alguns já de idade avançada - demonstrando essa coisa linda que é possível estar bem e trabalhar até tarde na vida - deixam cair lágrimas, comoção, revolta, e uma profunda tristeza. Está ali uma equipa de elite, de gente dedicada e competente, está ali gente daquela que faz falta a Portugal, pela competência e dedicação, e foram postos na rua como objectos que já não servem, não um projecto de saúde, mas um projecto financeiro.
Uma das médicas estava preocupada pelo facto de os doentes não terem sido avisados e de nem as fichas terem sido entregues aos respectivos médicos.
Bom, se é este o modelo que os neo-liberais e capitalistas de pacotilha querem...estamos mesmo muito mal. Mas o que é verdadeiramente intrigante, é como um governo que sonha com carros eléctricos e ventoinhas na paisagem, não diz uma palavra sobre este caso. Mais: porque não são imediatamente ouvidos os responsáveis desta gestão, eles existem, têm nomes. Porque não actua o governo de forma exemplar? Se é tão vezeiro a por a ASAE a perseguir cidadãos de bem, se atiram hordas de policias nas rotundas pelas manhãs multando cidadãos de bem só porque a morada da carta não condiz com a do livrete, impedindo que estes cheguem a horas ao trabalho, se tudo o que se faz é sempre contra os cidadãos, porque não actua o governo contra estas associações de malandros que destroem empresas, despedem selvaticamente, como se isto fosse uma pátria sem rei nem roque?
Há uma total irresponsabilidade social nesta gente,nestes empresários da tanga, e uma cumplicidade inadmissível por parte do poder.
Se isto tivesse acontecido na Madeira era um escândalo, como acontece em Lisboa a escassos metros da residência do primeiro-ministro é o mercado a funcionar.
domingo, agosto 02, 2009
O código de conduta do Partido Socialista & Cia.
Gosto das manhãs de domingo.
Acordo tarde, tomo um pequeno-almoço rápido, desarrumo a garagem e arranco pela auto-estrada até ao Guincho. Antes paro numa área de serviço que descobri há pouco tempo, mesmo no final da A5. Tem charutos à venda (o que para qualquer militante do Bloco de Esquerda é um sítio pouco apropriado), jornais de todos os estilos, tios da linha vestidos à pedinte (porventura para fugirem á raiva de Sócrates contra os ricos) e há sempre uns carros clássicos a atestarem. Hoje lá estava um Range V8, verde, ainda com matrículas antigas (um fascista, portanto, para qualquer bufo do PS).
Depois subo a serra até ao Cabo da Roca, por vezes nem tanto, regresso pela estrada do Guincho, viro à esquerda (para disfarçar a minha indecorosa posição de direita!) e volto a entrar na A5, saindo perto da minha casa. Uma manhã fútil, produtora de CO2, despesista, fascinado por circuitos por onde andam os ricos.
Na vida tudo é ideológico e um simples passeio pode tornar-se numa forma de comportamento "não apropriado" em tempos populistas, onde o partido de Sócrates guina para a esquerda, o Bloco para a frente e o PCP para trás. E o PSD para lado nenhum.
O que está a acontecer de muito grave em Portugal é que, a reboque da lamúria da crise, os partidos do centro procuram amealhar com a classe média (no fundo os verdadeiros contribuintes) o que patrões oportunistas tentam ganhar em despedimentos (veja-se a Repsol que está a mandar para casa 50% dos trabalhadores, como se tivesse deixado de haver procura de combustíveis!).
Mas mais grave do que a pilhagem nos impostos o que está a acontecer é a aplicação de um código de conduta social. Tal como no PREC o que o Partido Socialista está a fazer é a condenar comportamentos: de quem fuma, de quem anda de carro, de quem tem filhos a estudar em escolas privadas, de quem tem chaminé, de quem vê TVI, dos jornalistas que opinam contra.... Há um moralismo fascista nestas leis e normas que querem condicionar hábitos e comportamentos. Saem ilesos os gays e beneficiados aqueles que em nome da pobreza vão usufruindo de subsídios parasitários e de regalias pagas pelos bolsos dos trouxas habituais.
Do lado da oposição as perspectivas não são melhores. Ferreira Leite afina pelo diapasão da tributação. Melhor exemplo é o de quando ela foi ministra das finanças. por isso ela não precisa de apresentar programa. Todos sabemos que vai taxar, começando pelos donos dos iates como ela ridiculamente disse na passada semana. Lembremo-nos da célebre frase de Cavaco no Pontal, já lá vão uns bons anos, em que para ele (numa antevisão de Sócrates) achava que 120 contos era um ordenado alto. E mais tarde num congresso atirou-se "aos ricos que andam de Porsche e outros bons carros" (cito de cor).
O nosso problema é que somos pequenos, mesquinhos, pobrezinhos e não temos ambição. Se a inveja nos mata, a consequência directa desse estado desalmado é a mediocridade, que nos afoga sem salvação.
Vivam as minhas manhãs de domingo.
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