domingo, agosto 02, 2009
O código de conduta do Partido Socialista & Cia.
Gosto das manhãs de domingo.
Acordo tarde, tomo um pequeno-almoço rápido, desarrumo a garagem e arranco pela auto-estrada até ao Guincho. Antes paro numa área de serviço que descobri há pouco tempo, mesmo no final da A5. Tem charutos à venda (o que para qualquer militante do Bloco de Esquerda é um sítio pouco apropriado), jornais de todos os estilos, tios da linha vestidos à pedinte (porventura para fugirem á raiva de Sócrates contra os ricos) e há sempre uns carros clássicos a atestarem. Hoje lá estava um Range V8, verde, ainda com matrículas antigas (um fascista, portanto, para qualquer bufo do PS).
Depois subo a serra até ao Cabo da Roca, por vezes nem tanto, regresso pela estrada do Guincho, viro à esquerda (para disfarçar a minha indecorosa posição de direita!) e volto a entrar na A5, saindo perto da minha casa. Uma manhã fútil, produtora de CO2, despesista, fascinado por circuitos por onde andam os ricos.
Na vida tudo é ideológico e um simples passeio pode tornar-se numa forma de comportamento "não apropriado" em tempos populistas, onde o partido de Sócrates guina para a esquerda, o Bloco para a frente e o PCP para trás. E o PSD para lado nenhum.
O que está a acontecer de muito grave em Portugal é que, a reboque da lamúria da crise, os partidos do centro procuram amealhar com a classe média (no fundo os verdadeiros contribuintes) o que patrões oportunistas tentam ganhar em despedimentos (veja-se a Repsol que está a mandar para casa 50% dos trabalhadores, como se tivesse deixado de haver procura de combustíveis!).
Mas mais grave do que a pilhagem nos impostos o que está a acontecer é a aplicação de um código de conduta social. Tal como no PREC o que o Partido Socialista está a fazer é a condenar comportamentos: de quem fuma, de quem anda de carro, de quem tem filhos a estudar em escolas privadas, de quem tem chaminé, de quem vê TVI, dos jornalistas que opinam contra.... Há um moralismo fascista nestas leis e normas que querem condicionar hábitos e comportamentos. Saem ilesos os gays e beneficiados aqueles que em nome da pobreza vão usufruindo de subsídios parasitários e de regalias pagas pelos bolsos dos trouxas habituais.
Do lado da oposição as perspectivas não são melhores. Ferreira Leite afina pelo diapasão da tributação. Melhor exemplo é o de quando ela foi ministra das finanças. por isso ela não precisa de apresentar programa. Todos sabemos que vai taxar, começando pelos donos dos iates como ela ridiculamente disse na passada semana. Lembremo-nos da célebre frase de Cavaco no Pontal, já lá vão uns bons anos, em que para ele (numa antevisão de Sócrates) achava que 120 contos era um ordenado alto. E mais tarde num congresso atirou-se "aos ricos que andam de Porsche e outros bons carros" (cito de cor).
O nosso problema é que somos pequenos, mesquinhos, pobrezinhos e não temos ambição. Se a inveja nos mata, a consequência directa desse estado desalmado é a mediocridade, que nos afoga sem salvação.
Vivam as minhas manhãs de domingo.
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