Henri Cartier-Bresson, o mestre dos mestres
Aprendi a crescer venerando os mestres.
Há mestres com quem convivi ( Lagoa Henriques, Augusto Cabrita, Floriano de Carvalho, Tomás Taveira) outros que mal consegui falar ou que estando à sua frente não tive coragem para falar ( François Truffaut à minha frente no bar da Gulbenkian, Antonioni na Feira da Ladra, Nikvist na Cúria, Koudelka em Fátima).
O desaparecimento de Bergman e Antonioni remete-me para um flash-back dentro de mim, revejo um tempo de saber e aprendizagem, uma atitude experimental, de onde vêem as dúvidas e as certezas mais eternas. Estes mestres tornaram-me teimoso, obstinado, seguro e com destino marcado. Esta atitude cultural surgiu num tempo onde o saber ocupava lugar e onde os artistas candidatos tinham referências, teoria e convicção.
O fim do cinema de autor, assim como do fotojornalismo de autor é fruto deste tempo onde a ganância é facto adquirido, pela superficialidade. É a telenovela contra o cinema, as audiências contra as elites, o normalizado pelo único.
A internet que me fascina acaba por trazer esta contradição, que é a globalização.
Marx tinha razão: é nas elites que está a revolução, são os intelectuais o motor da mudança.
Ainda há dias escrevi um post no meu blog de que me recordei ao ler este.
ResponderEliminarFalo realmente do fim do fotojornalista, pela mão do cidadão comum equipado com tecnologia. Mas discordo de que a revolução está nas elites, hoje é a grande massa anónima que faz a mudança, pelo menos no que respeita à imagem.
A morte de grandes mestres torna a imagem de autor quase uma matéria de história e o que vale hoje é o imediato. Quem se dará ao trabalho de estudar para conseguir uma boa imagem, num futuro próximo? Só poucos e bons.
Que trapalhada !!!! E essa das elites aqui em Portugal vê-se pelo ranking que o país ocupa responsabilidade exclusiva da superestrutura vulgo elites. Tb havia o elitechrome da Kodak mas os chromes estão a ir à vida e só restam cromos. Aprendemos sempre com os mestres, não é verdade Sr. de La Palisse ? Tb estou em crer que depois destes todos que se foram restam sucedâneos, nós próprios, mas aqui em Portugal nem isso pudemos ser com propriedade. Faltou espaço e cogito e então entre fotógrafos o analfabetismo literal congénito e cultural sempre foi de bradar aos céus.Enfim o LC lá mete umas buchas com uns nomes que já foram para agradar a gregos e a troianos...conhecemos a táctica mas de facto, o que resta é pouco.
ResponderEliminarE pouco diverso que é outra pecha das nossas elites...um só partido um só Salazar uma só fadista etc etc