A sala do CCB estava cheia de jornalistas, directores e gestores da área dos media. Francisco Pinto Balsemão foi o anfitrião de Viviane Reding, a comissária europeia para a Sociedade da Informação e Meios de Comunicação.
Na plateia o Ministro Augusto Santos Silva assistiu ao discurso da comissária, duro e implacável para a política controleira de alguns sectores políticos onde se enquadra o governo socialista, tendo como testa de ferro o ministro Silva.
"Um governo jamais deverá interferir no conteúdo editorial dos órgãos de comunicação social. A auto regulação diz apenas respeito aos jornalistas” - Esta afirmação caiu que nem uma bomba na assistência.
Houve olhares para o ministro, alguns sorrisos.
O ministro que está por trás da nova lei de imprensa, criticada pelo sindicato dos jornalistas por não ir mais longe na defesa dos direitos de autor e na preservação das fontes, e criticada pelos empresários que vêem nesta lei um monstro capaz de ditar regras editoriais e impor sanções ditadas por uma comissão composta por gente sem perfil nem sustentáculo jurídico, acabou por fazer no final uma pergunta à comissária cuja introdução durou uma eternidade e muitos bocejos.
Para o ministro, que quer tratar a informação em Portugal como se estivéssemos no tempo do Conselho da Revolução, ( o famigerado Correia de Jesus não foi tão longe!) tudo tem uma explicação para defender a ERC, a tal entidade que quer meter na ordem os jornalistas, as empresas, a liberdade de expressão. A nova censura.
Silva explicou num francês pouco técnico, e num discurso sem chama a raiar o burocrático, porque devia voltar a censura: há uma constituição, que defende a liberdade mas também o direito de resposta e portanto: quem se sente atingido deve poder responder em igualdade de oportunidades.
Quer dizer se estivéssemos no tempo de Jesus e do judas tínhamos de dar o mesmo tempo de antena aos dois.
Ora isto é estúpido, troglodita e de ditadorzeco de pacotilha com sotaque do norte.
Os socialistas sempre tiveram a tentação de controlar a informação. Já no tempo de Soares havia quem soubesse o alinhamento dos telejornal da RTP.
Mas o tempo mudou muito desde então.
O que este governo não quer perceber é que com a internet o universo da informação mudou, tornou-se infinito, global. Nem os jornalistas já são o 4º poder. O poder democrático está do lado dos cidadãos, nos blogues ( Olhem pra mim!!!), nos jornais on-line interactivos, nos SMS,
nas multiplataformas.
O ministro não entende que vive noutro mundo.
HELLOOO! o tempo do chumbo passou sr. Silva e a dona Estrela Serrano que andou 10 anos a fazer recados ao dr. Soares, e que depois se tornou em doutora de jornalismo, deviam reflectir nisto. Imitem o Portas: recolham para meditar !!!
" Há liberdade de expressão antes do sr. ministro e vai continuar a haver depois dele" - disse Henrique Monteiro.
A concentração dos órgãos de comunicação é outra obsessão do governo.
Pode haver centenas de centros comerciais de Belmiro ( e acho bem) mas um patrão de jornais só pode ter meia dúzia de títulos. Menos concentração do que a banca.
Ora nos tempos que correm se não houver concentração não há sobrevivência. Falar de concentração em Portugal é ridículo. Por exemplo o grupo Impresa comparado com a Prisa é 10 vezes mais pequeno. Num Mundo global, com informação global, estar a impedir o crescimento das empresas é matá-las.
Para o governo haverá sempre RTP, RDP, DN ( Hélas!) e um grupo de apaniguados, logo a imprensa privada que se dane.
Entretanto preparem-se: os socialistas da PRISA na TVI vão fazer estragos e não se admirem que Emídio Rangel ( grande amigo e acólito de Sócrates) não vá para Queluz de Baixo, empurrando Moniz, família e associados para "la calle".
Vivianne foi também clara:
“Há uma confusão absoluta entre pluralismo e concentração”, acrescentando:
“O pluralismo não fica necessariamente em causa em resultado da concentração, mas poucos o sabem.” - e mais: “A ideia de que o conteúdo é livre choca com os interesses dos produtores de conteúdos”, constatou a comissária recordando os processos judiciais que alguns órgãos de comunicação moveram ao motor de pesquisa Google, por uso abusivo do seu noticiário.
Para a comissária europeia “os aspectos relativos aos direitos de autor dos jornalistas deverão ser regulados ao nível do contratos individuais de trabalho. É uma questão de 'job description'”.
“Não será a comissão a criar regras que intervenham nas condições contratuais”, concluiu Viviane Redin.
O ministro saiu cabisbaixo e desta vez não disse que se tinha sentido ofendido por o terem convidado para ouvir verdades.
O pior é que esta gente está cega, surda e pouco muda com a maioria governamental.
Ressabiados com o Processo Casa Pia, os socialistas não vão perder a oportunidade histórica para tramarem os que tiveram a coragem e a isenção para denunciar, sem dó nem piedade os protagonistas. Os rombos no aparelho socialista foram muitos.
Está na hora de cerrar fileiras, e como dizia o camarada Saldanha Sanches nos tempos do Luta Popular: " Fogo sobre a camarilha !!!"
mas quem é o sr Silva? é um gajo do porto que debita umas patacoadas sobre a Imprensa ?
ResponderEliminarLá que há perigo de haver monopólios e oligopólios há de resto os leitores que decidam quem e o que hão-de ler
Amigo Luiz Carvalho:
ResponderEliminarFoi com certeza por distracção. Mas para não dar 'armas'aos seus detractores, corrija lá a frase:
'OUVE OLHARES.....' para
Houve olhares......
Um abraço de quem admira este sítio que todos os dias o visita e de que muito gosta!
Mas o que se passou c o caso Casa Pia ? já há culpados c provas de facto e de jure?
ResponderEliminarOu continuam a ser apenas bocas e especulações para vender jornais ?
A prova e queos xamados jornalistas nao PRESTAM! no desporto e uma merda na politica idem idem basta ouvir a Antena 1 nem reciclados aquilo janaoda para ouivir. ta la todo oLIXO.................................
ResponderEliminarPorque nao contar a estoria du sor SALDANHA SANCHES digo camarada os camarilha..........Agora e REi nos jornales e televixoes.
ResponderEliminarÉ pá já percebi que também estás ao lado do patrão Balsemão - Pudera! É que os empregos nos jornais não são assim tão diversificados.
ResponderEliminarE a tarimba, pá! A sobrevivência ( subservência) a quanto obrigas!