Bergman com Sven Nikvist em 1981 na rodagem de Fanny e Alexander
Tinha já falado da Monica Vitti e da importância dela e do cinema italiano na minha formação. A morte hoje anunciada de Ingmar Bergman levou-me a recordar o que este cineasta representou para mim e para as gerações que cresceram e se formaram nas décadas de setenta e oitenta.
Uma estreia do Bergman, em Lisboa, era um acontecimento cultural vibrante.O Persona que estreou no cinema Estúdio do Império ( hoje a sede da Igreja Maná) foi um filme que me influenciou na forma de fotografar,naquele preto e branco denso, contrastado do Sven Nikvist, que acabei por ter a honra de conhecer pessoalmente quando fotografava um filme no Hotel da Curia ainda na década de noventa.
O Bergman era o mestre de referência no cinema pela profundidade com que tratava os temas da morte e do sofrimento, pelos estados de alma que trespassavam nas suas fitas, pela mensagem sóbria mas eficaz de uma ideologia identificável com a esquerda democrática. Com ele a Suécia ganhava respeito e admiração e conseguia uma soma notável com a exportação dos seus filmes, quase tanto como os lucros da Volvo.
Morangos Silvestres, Mónica e o Desejo, Persona, Lágrimas e Suspiros, O Sétimo Selo serão dos mais representativos para mim. Mas em cenas da Vida Conjugal é uma linguagem mais solta que se dá a ver numa relação mais intima com a realidade da época.
Bergman não hesitou em experimentar as tecnologias digitais no final da carreira, o que é curioso que Antonioni o fez também e muito recentemente David Linch.
O cineasta há muito que se dedicava ao teatro e á escrita mas estava a pensar voltar a filmar.
Obrigado Bergman.
Não sendo um fundamentalista nestas coisas de cumprir com o código da estrada e muito menos achando que o excesso de velocidade seja a primeira causa dos acidentes, a propósito do seu aqui ao lado “50 km/hora é um disparate?”, suscito a sua curiosidade em ler a crónica O pontapé No Carro, do seu amigo Rui Zink.
ResponderEliminarPode ler no livro distribuído pelo Expresso (ou Sábado) que reúne as Crónicas Benditas, no seu Luto Pela Felicidade dos Portugueses.
Talvez o ajude a dizer, ou a promover, neste caso, menos disparates, sem ofensa.
(Pedindo desculpa, a si e aos seus leitores, de pôr isto num post de O mestre Bergman, uma vez que não vem a propósito, mas como não tenho outra forma, por exemplo, enviando para o seu e-mail, tem que ser assim).
Abraço
JS