quinta-feira, abril 30, 2009
O futuro do fotojornalismo
Desde que vi um porco andar de bicicleta, uma redactora a tropeçar num tripé de amador com uma câmara ridícula aparafusada, querendo ela armar-se em Dziga Vertov, desde que assisti a um cabouqueiro começar a tirar umas coisas que ele considera fotografias (podia achar que eram tijolos) e desde que um Primeiro-Ministro que é no limite engenheiro, ter como portfolio uma obra invejável de arquitectura que ofusca o período mais criativo de Siza Vieira....tudo se tornou possível no mundo das artes e afins.
Como fotógrafo tenho assistido nos últimos tempos a cenas lamentáveis. A confusão que se gerou à volta da ideia de jornalista mochileiro, multimédia, convergente, trolha, estafeta, o jornalista fixe da nova geração, é uma confusão total. Nunca pensei que fosse tão tortuoso e que a confusão se viesse a instalar.
Hoje, respondendo a uma entrevista de uma estudante que está a fazer uma pós-graduação em Ciências da Comunicação, sobre o fim ou não do fotojornalismo, respondia-lhe que isso só depende de os jornais quererem ou não, continuar a apostar na imagem. O mesmo se aplica aos textos, à ilustração e à infografia. É como questionar se a televisão continua a apostar na imagem em movimento.
O que está em causa é saber se os jornais querem ser produtos de excelência, ou simplesmente querem enganar os leitores com produtos desinteressantes e pagarem isso em perdas de audiência.
Como fotógrafo tenho assistido nos últimos tempos a cenas lamentáveis. A confusão que se gerou à volta da ideia de jornalista mochileiro, multimédia, convergente, trolha, estafeta, o jornalista fixe da nova geração, é uma confusão total. Nunca pensei que fosse tão tortuoso e que a confusão se viesse a instalar.
Hoje, respondendo a uma entrevista de uma estudante que está a fazer uma pós-graduação em Ciências da Comunicação, sobre o fim ou não do fotojornalismo, respondia-lhe que isso só depende de os jornais quererem ou não, continuar a apostar na imagem. O mesmo se aplica aos textos, à ilustração e à infografia. É como questionar se a televisão continua a apostar na imagem em movimento.
O que está em causa é saber se os jornais querem ser produtos de excelência, ou simplesmente querem enganar os leitores com produtos desinteressantes e pagarem isso em perdas de audiência.
segunda-feira, abril 27, 2009
Os arautos do miserabilismo
A inquietação mundial não pára. Saltamos da pandemia das aves para a febre dos porcos, da peste financeira para a recessão económica, mal tínhamos saído do aumento brutal dos combustíveis... a globalização não nos traz paz e sossego e percebemos que não estamos só em rede para o bem, passamos a estar agarrados em rede para a tragédia.
A crise internacional que se sobrepôs à crise nacional- que cresce e se aloja como um vírus desde os tempos da decadência do cavaquismo- parece servir para servir de álibi ao pior que alguma vez se fez no país.
E, agora num remake do que foi o famigerado PREC, aparecem umas carolas iluminadas, ditando teorias que já não são as neo-liberais de génios da gestão. como João Rendeiro, mas de um teor justiceiro, pretendendo castigar os ricos mais fracos, os gestores que durante uma década foram a base de sustentação de um regime injusto, feito para criar novos-ricos e ganhar à fartazana em engenharias financeiras, estudadas e aconselhadas em universidades tão prestigiadas como a Católica. Verdade.
A moda económica passou a ser, não já a dinâmica e a lei do mercado, mas a abstinência salarial, uma receita prescrita por uns endireitas armados em génios, ou por agentes do capitalismo ferido, que mantêm essa máxima: lucro máximo, para investimento e risco minimos.
Há pouco na SIC-N um desses mágicos, um tal Vítor Bento especialista em cartões multibanco, defendia através de um gráfico em papel A4 (voltámos ao antigo!) que os nossos ordenados tinham de descer. Não explicava se o dele também, e de um exército de gestores deste país que ganham dezenas de milhares de euros por mês, mais carros topo de gama, cartões de crédito, dividendos e outras mordomias mais ou menos secretas. Não explica porque há empresas onde a diferença do salário mais baixo para o mais alto chega a rondar as vinte vezes, e onde ao lado dos carros de seis cilindros da administração há funcionários que têm de trazer a comida de casa numa marmita porque nem podem comer na cantina da empresa.
Portanto: esta nova casta de iminências que têm um inexplicável tempo de antena nas televisões e nos jornais, pagos pela publicidade que nós consumimos, têm já um objectivo claro: espalharem a desgraça, assustarem, para depois iniciarem o processo usado pelos conservadores das cavernas: salários baixos, falta de qualificação, produção medíocre. Querem uma sociedade capitalista de consumidores fracos, no fundo defendem o contrário do que deviam: um capitalismo forte, com vigor e pujança consumista.
O que vale é que a febre dos porcos ainda os vai entretendo.
A crise internacional que se sobrepôs à crise nacional- que cresce e se aloja como um vírus desde os tempos da decadência do cavaquismo- parece servir para servir de álibi ao pior que alguma vez se fez no país.
E, agora num remake do que foi o famigerado PREC, aparecem umas carolas iluminadas, ditando teorias que já não são as neo-liberais de génios da gestão. como João Rendeiro, mas de um teor justiceiro, pretendendo castigar os ricos mais fracos, os gestores que durante uma década foram a base de sustentação de um regime injusto, feito para criar novos-ricos e ganhar à fartazana em engenharias financeiras, estudadas e aconselhadas em universidades tão prestigiadas como a Católica. Verdade.
A moda económica passou a ser, não já a dinâmica e a lei do mercado, mas a abstinência salarial, uma receita prescrita por uns endireitas armados em génios, ou por agentes do capitalismo ferido, que mantêm essa máxima: lucro máximo, para investimento e risco minimos.
Há pouco na SIC-N um desses mágicos, um tal Vítor Bento especialista em cartões multibanco, defendia através de um gráfico em papel A4 (voltámos ao antigo!) que os nossos ordenados tinham de descer. Não explicava se o dele também, e de um exército de gestores deste país que ganham dezenas de milhares de euros por mês, mais carros topo de gama, cartões de crédito, dividendos e outras mordomias mais ou menos secretas. Não explica porque há empresas onde a diferença do salário mais baixo para o mais alto chega a rondar as vinte vezes, e onde ao lado dos carros de seis cilindros da administração há funcionários que têm de trazer a comida de casa numa marmita porque nem podem comer na cantina da empresa.
Portanto: esta nova casta de iminências que têm um inexplicável tempo de antena nas televisões e nos jornais, pagos pela publicidade que nós consumimos, têm já um objectivo claro: espalharem a desgraça, assustarem, para depois iniciarem o processo usado pelos conservadores das cavernas: salários baixos, falta de qualificação, produção medíocre. Querem uma sociedade capitalista de consumidores fracos, no fundo defendem o contrário do que deviam: um capitalismo forte, com vigor e pujança consumista.
O que vale é que a febre dos porcos ainda os vai entretendo.
domingo, abril 26, 2009
PROGRAMAÇÃO SantanaTV
1- Abertura: hino do Menino Guerreiro, agora em versão digital pelos Xutos.
2- Vale a pena pensar nisto: frases históricas de Santana, contadas às crianças.
3- Você na SantanaTV: talk show em directo do Teatro ABC do Parque Mayer, com Marina Mota.
4- Jornal da Linha: primeiras noticias do dia, sobre as agendas das tias da linha.
5- A Luz ao fundo do túnel: magazine sobre grandes obras da Humanidade.
6- Querido mudei Lisboa: um divertido e emocionante reality show sobre a Lisboa pós-Costa.
7- O Homem do Fraque. Produção independente sobre alguns santanistas indesejáveis.
8- Santana Memória: a recordação dos melhores momentos de Santana: olhando para o Céu e lembrando Sá Carneiro ou quando pôs uma fita na testa numa muita louca em pleno oceano, ou quando cumprimentou Sampaio no By-By Governo.
9- Foi bonita a festa pá: Talk show com a presença de Jorge Sampaio, Bagão Félix, Paulo Portas, e outras figuras incontornáveis do governo Santana.
10- De Costa ao Contra-Costa: debate em directo com a imoderação de Fátima.
11- Noite de Cinema: O Costa do Castelo, nova versão com António Costa e Sá Fernandes, fazendo este último o papel de Santana (Vasco).
12- Parque Mayer: "Contabilista Coragem"- super-produção com Eunice Munoz no papel de Manuela Ferreira Leite- a líder que o PSD já tem.
( continua )
2- Vale a pena pensar nisto: frases históricas de Santana, contadas às crianças.
3- Você na SantanaTV: talk show em directo do Teatro ABC do Parque Mayer, com Marina Mota.
4- Jornal da Linha: primeiras noticias do dia, sobre as agendas das tias da linha.
5- A Luz ao fundo do túnel: magazine sobre grandes obras da Humanidade.
6- Querido mudei Lisboa: um divertido e emocionante reality show sobre a Lisboa pós-Costa.
7- O Homem do Fraque. Produção independente sobre alguns santanistas indesejáveis.
8- Santana Memória: a recordação dos melhores momentos de Santana: olhando para o Céu e lembrando Sá Carneiro ou quando pôs uma fita na testa numa muita louca em pleno oceano, ou quando cumprimentou Sampaio no By-By Governo.
9- Foi bonita a festa pá: Talk show com a presença de Jorge Sampaio, Bagão Félix, Paulo Portas, e outras figuras incontornáveis do governo Santana.
10- De Costa ao Contra-Costa: debate em directo com a imoderação de Fátima.
11- Noite de Cinema: O Costa do Castelo, nova versão com António Costa e Sá Fernandes, fazendo este último o papel de Santana (Vasco).
12- Parque Mayer: "Contabilista Coragem"- super-produção com Eunice Munoz no papel de Manuela Ferreira Leite- a líder que o PSD já tem.
( continua )
sábado, abril 25, 2009
Os 35 do 25 de Abril. Os melhores dias das nossas vidas
Há 35 anos meti-me num velho Ford Escort de uns amigos esquerdistas do Largo da Igreja, em Alvalade, e fomos espreitar o movimento que a telefonia anunciava. Naquele carro viajava a esquerda festiva. Um PCP, um MRPP, um PCP não-sei-de quê, e eu que tinha o sonho da social-democracia à la sueca !
Descemos a Avenida de Roma e o Ford teve logo um furo. Ficámos sem saber se o movimento era do Kaúlza, do Spínola ou mais uma manobra de diversão da LUAR. Eu tinha que ir almoçar a casa, e não tinha que ir para a Direcção Geral das Construções Escolares- onde já trabalhava como estagiário de arquitectura- nem tinha de ir a Belas-Artes onde andava a estudar no horário pós-laboral. Acabei por ir para a baixa ao fim do dia, mas foi no dia 26 que peguei na Nikon e na Beaulieu de filmar e vim para a rua, onde fiz algumas imagens históricas.
Tinha 19 anos, ia fazer vinte em breve, e nunca tinha tido tanto movimento e tanta gente à frente da minha objectiva.
Como foram intensos esses dias ! Tudo mudava à nossa volta. Tudo era posssível e tudo era ganho taco- a -taco, com sonho e muita emoção.
Queríamos a Lua e quase lhe tocámos.
Tínhamos vinte anos, eram os melhores dias das nossas vidas. E não sabíamos.
Descemos a Avenida de Roma e o Ford teve logo um furo. Ficámos sem saber se o movimento era do Kaúlza, do Spínola ou mais uma manobra de diversão da LUAR. Eu tinha que ir almoçar a casa, e não tinha que ir para a Direcção Geral das Construções Escolares- onde já trabalhava como estagiário de arquitectura- nem tinha de ir a Belas-Artes onde andava a estudar no horário pós-laboral. Acabei por ir para a baixa ao fim do dia, mas foi no dia 26 que peguei na Nikon e na Beaulieu de filmar e vim para a rua, onde fiz algumas imagens históricas.
Tinha 19 anos, ia fazer vinte em breve, e nunca tinha tido tanto movimento e tanta gente à frente da minha objectiva.
Como foram intensos esses dias ! Tudo mudava à nossa volta. Tudo era posssível e tudo era ganho taco- a -taco, com sonho e muita emoção.
Queríamos a Lua e quase lhe tocámos.
Tínhamos vinte anos, eram os melhores dias das nossas vidas. E não sabíamos.
quinta-feira, abril 23, 2009
O travestismo político
Longe da terra distante, longe do meu Portugal... como diz a canção, aqui em Montréal, Canadá, onde há um quarteirão só de portugueses, uma pátria lusa dentro de um outro país, parece que o rectângulo se torna ainda mais pequeno, mesquinho e ridículo. Um país desgovernado, comandado por uma tribo de políticos travestidos de salvadores.
O meu último contacto com a realidade portuguesa foi a entrevista que deu à RTP o nosso primeiro-ministro e que eu acompanhei como jornalista, antes do início do combate, e durante numa sala que a RTP disponibilizou para a imprensa e seguranças do Primeiro. Digamos: um ambiente fraternal entre gente de ofícios bem diferentes.
Claro, que já ninguém deve falar por aí daquele triste exame de Sócrates, que mostrou um homem nervoso, inseguro e com os nervos à flor da pele. Um político acossado- uma das piores coisas que se pode pensar de alguém que toma decisões por nós e que vai mandar nos nossos bolsos e nas nossas vidas. É assustador ver alguém que não tem uma ideia estruturada para o país, uma linha, um objectivo, uma ideologia. Não há em Sócrates um modelo de sociedade, uma referência, um sentido maior da coisa pública, um espírito de missão. Há no governo dos socialistas uma ideia de Poder e depois toda uma estratégia bem delineada para se manterem à tona, entre um truque aqui, uma manobra acolá, tudo feita na base do que parece, e não do que é realmente.
Sócrates pratica a célebre frase que "tudo em política o que parece é". Sendo assim basta parecer para ser ser um governo competente.
Ficou depois da entrevista de Sócrates a pairar no ambiente, que doravante qualquer crítico, qualquer cidadão que possa dar uma opinião menos agradável para com o primeiro-ministro, possa ser vítima de uma das rajadas postas a funcionar contra a liberdade de opinião. As acusações formais a jornalistas e a cidadãos que têm dado a sua opinião na blogosfera, começam a resfriar as críticas.
O medo instalou-se na sociedade portuguesa.
Esse medo com o outro medo latente, está a deixar os portugueses num povo anémico, triste, amedrontado, domado.
Este tempo socialista é na verdade um tempo lamentável, um tempo para esquecer. Mas mais: é um tempo que todos têm de mudar e não vão faltar oportunidades este ano para o fazerem. Assim queiram.
O meu último contacto com a realidade portuguesa foi a entrevista que deu à RTP o nosso primeiro-ministro e que eu acompanhei como jornalista, antes do início do combate, e durante numa sala que a RTP disponibilizou para a imprensa e seguranças do Primeiro. Digamos: um ambiente fraternal entre gente de ofícios bem diferentes.
Claro, que já ninguém deve falar por aí daquele triste exame de Sócrates, que mostrou um homem nervoso, inseguro e com os nervos à flor da pele. Um político acossado- uma das piores coisas que se pode pensar de alguém que toma decisões por nós e que vai mandar nos nossos bolsos e nas nossas vidas. É assustador ver alguém que não tem uma ideia estruturada para o país, uma linha, um objectivo, uma ideologia. Não há em Sócrates um modelo de sociedade, uma referência, um sentido maior da coisa pública, um espírito de missão. Há no governo dos socialistas uma ideia de Poder e depois toda uma estratégia bem delineada para se manterem à tona, entre um truque aqui, uma manobra acolá, tudo feita na base do que parece, e não do que é realmente.
Sócrates pratica a célebre frase que "tudo em política o que parece é". Sendo assim basta parecer para ser ser um governo competente.
Ficou depois da entrevista de Sócrates a pairar no ambiente, que doravante qualquer crítico, qualquer cidadão que possa dar uma opinião menos agradável para com o primeiro-ministro, possa ser vítima de uma das rajadas postas a funcionar contra a liberdade de opinião. As acusações formais a jornalistas e a cidadãos que têm dado a sua opinião na blogosfera, começam a resfriar as críticas.
O medo instalou-se na sociedade portuguesa.
Esse medo com o outro medo latente, está a deixar os portugueses num povo anémico, triste, amedrontado, domado.
Este tempo socialista é na verdade um tempo lamentável, um tempo para esquecer. Mas mais: é um tempo que todos têm de mudar e não vão faltar oportunidades este ano para o fazerem. Assim queiram.
segunda-feira, abril 20, 2009
ASAE FISCAL VAI ACTUAR NAS AUTO-ESTRADAS
Os fiscais da brigada das finanças, vestidos com os seus coletes reflectores, anti-bala, inspirados no design daqueles que a ASAE usa, desenhados por um daqueles estilistas do Norte, scanavam as matrículas dos carros que passavam na A5. Preferiam os modelos cujo preço rondava os 100 mil euros, coisa fácil de encontrar naquele local e àquela hora: antes das 10 da manhã quando o trânsito engarrafa e os ricaços se aproximam de Lisboa, sede das poucas empresas que teimam em ter sede numa cidade portagada.
O scanner lia as matrículas e no computador Magalhães versão 0,60, aparecia o nome do proprietário da viatura, o número de contribuinte, e clicando noutra janela a declaração de IRS.
"Alto ! Busca, busca, segue, segue, viatura matrícula Maike, Fada, 30-30. Manda apreender!"- gritava o fiscal, excitado pela primeira peça de caça do dia. O ladrão que conduzia a viatura de 125 mil euros, tinha declarado um rendimento em sede de IRS ( diz-se assim!!) muito inferior ao valor da carripana. Carro apreendido, para venda em hasta pública, sendo que sessenta por cento do valor vendido reverterá a favor do Estado. Com o restante o contribuinte poderá usá-lo para a entrada de um novo carro igual em leasing.
Este cenário é ficção mas completamente possível de acontecer. Credível do ponto de vista fiscal, e possível do ponto de vista informático e, mais ainda, muito provável do ponto de vista operacional. A lei que o governo finge que vai aprovar poderá dar em todo o tipo de arbitrariedades, perdas das liberdades e garantias individuais.
Há uma excepção: o carro de valor superior a 100 mil euros detectado ser da Assembleia da República, do governo ou de uma câmara, e então o ónus da prova é fácil: o carro é do povo, foi pago pelo povo, pode seguir !!!
O scanner lia as matrículas e no computador Magalhães versão 0,60, aparecia o nome do proprietário da viatura, o número de contribuinte, e clicando noutra janela a declaração de IRS.
"Alto ! Busca, busca, segue, segue, viatura matrícula Maike, Fada, 30-30. Manda apreender!"- gritava o fiscal, excitado pela primeira peça de caça do dia. O ladrão que conduzia a viatura de 125 mil euros, tinha declarado um rendimento em sede de IRS ( diz-se assim!!) muito inferior ao valor da carripana. Carro apreendido, para venda em hasta pública, sendo que sessenta por cento do valor vendido reverterá a favor do Estado. Com o restante o contribuinte poderá usá-lo para a entrada de um novo carro igual em leasing.
Este cenário é ficção mas completamente possível de acontecer. Credível do ponto de vista fiscal, e possível do ponto de vista informático e, mais ainda, muito provável do ponto de vista operacional. A lei que o governo finge que vai aprovar poderá dar em todo o tipo de arbitrariedades, perdas das liberdades e garantias individuais.
Há uma excepção: o carro de valor superior a 100 mil euros detectado ser da Assembleia da República, do governo ou de uma câmara, e então o ónus da prova é fácil: o carro é do povo, foi pago pelo povo, pode seguir !!!
sexta-feira, abril 17, 2009
Votem Sócrates e mandem-lhe o nib
Quando o ministro das finanças responde na rua, perante os porta-microfones, que só o facto de se aparecer nas revistas a mostrar bens exteriores de riqueza, é razão suficiente para mandar soltar a matilha dos fiscais para se averiguar da justeza dos bens, estamos conversados: o que o governo socialista quer (acompanhado pelo caro dos bloquistas e até- pasme-se! - do PSD) é aumentar o clima de terror fiscal que já tinha iniciado no início do mandato.
Nem Salazar foi tão longe com a PIDE, nem os militares de Abril e os camaradas Vasco ou Otelo, ousaram cometer tal desfaçatez.
Claro que ninguém pode defender o enriquecimento ilícito, e eu até diria que, para muitos comunistas, qualquer enriquecimento é ilícito pois baseia-se sempre na criação de mais-valias fruto da exploração do trabalho e do homem pelo homem! Agora, o que ninguém pode tolerar é que o Estado dito democrático possa meter o bedelho nas contas de cada cidadão a partir de uma presunção de um directorzeco qualquer de finanças. Se os atropelos aos direitos dos cidadãos feitos pela Direcção-Geral dos Impostos tem sido o que se sabe, imagine-se a partir de agora o que não será!
A actual lei até não é má para averiguar e julgar os crimes económicos, bastava-lhe ser melhorada em alguns pontos concretos. Quem o disse hoje foi a procuradora Cândida Almeida, que é insuspeita.
O que Sócrates quer fazer é uma lei fiscal. Por um lado cala os palermas que ao ouvirem falar de Freeport acabam por achar que até há uma nova lei contra a corrupção e ao mesmo tempo o fisco vai sacar mais uns milhões, pois as contas do Estado vão estar péssimas lá para o final do ano.
Sabendo todos nós como funciona a Justiça em Portugal, sabendo nós como é hoje em dia impossível contestar em tempo útil as arbitrariedades do fisco (cada um de nós já foi injustiçado sem capacidade de recurso, mesmo tendo toda a razão do Mundo) imagine-se como passará a ser com esta total devassa.
Claro que toda esta demagogia acaba por ter consequências trágicas na nossa economia. Qualquer cidadão sério, que tenha na sua conta mais de cem mil euros, não irá dormir descansado só de pensar que um inimigo, um invejoso, uma ex-mulher, um colega ciumento, o pode denunciar, e ver assim o dinheiro ganho e amealhado numa vida, ser confiscado pelo menos em sessenta por cento. Ele até poderá justificar, mas o fisco pode não aceitar na sua fúria justiçeira.
Isto é muito pior do que fez a PIDE ao nível ideológico. Isto é uma política de pilha-galinhas e esta lei vai fazer com que muita gente séria e honrada, pegue no seu dinheiro e o vá depositar a Badajoz. Simples e eficaz. Quando o país precisava da classe média, a única com ainda algum poder de compra e capaz de criar empregos e pagar serviços, agora que as poupanças deviam estar tranquilas, depois dos gestores do centrão, esses gestores exemplares inspirados no neo-liberalismo e no neo-socialismo terem arrecadado milhões, agora o governo de Sócrates vem dizer da forma mais bacoca e saloia que ricos maus são, por exemplo, os que aparecem nas revistas (que por acaso são uns tesos!). O Ministro Santos está cheio de chavões e de lugares comuns naquela cabeça. Grande cultura política, grande visionário! Só falta vir a doutora Maria Barroso recitar um poema em cima ou o doutor Soares saír em defesa daquela a quem chamou "político de plástico".
Parece que o governo não quer atacar os ricos ilícitos mas aqueles pindéricos que mostram a casa que é emprestada, o carro alugado, o iate alheio.
Mais uma vez é o marketing político a funcionar. Ultrapassar o BE pela esquerda, piscar o olho aos comunas, anular a iniciativa farisaica do PSD. Uma autêntica vergonha política, alimentada por alguns comentadores para quem interessa mais fazer a política do políticamente correcto, do que defender a classe média que lhes paga o ordenado ao lê-los e a ouvi-los.
Já sabíamos que Sócrates achava que quem ganha mais de 5 mil euros por mês é rico e pode não deduzir as despesas dos filhos em educação e saúde, a seguir virão os outros: os que ainda conseguem pagar as contas e sustentar a família. Esses virão a seguir, quando não houver mais dinheiro para pagar subsídios de emprego, funcionários públicos, e as obras do regime mais impune que houve até hoje.
Agora caros cidadãos: vão votar nas eleições que aí estão à porta e escolham esta gentalha para vos tratar da vidinha!!! Votem neles que os tipos merecem. E não se esquecam de colocar no voto o nib !!!
Nem Salazar foi tão longe com a PIDE, nem os militares de Abril e os camaradas Vasco ou Otelo, ousaram cometer tal desfaçatez.
Claro que ninguém pode defender o enriquecimento ilícito, e eu até diria que, para muitos comunistas, qualquer enriquecimento é ilícito pois baseia-se sempre na criação de mais-valias fruto da exploração do trabalho e do homem pelo homem! Agora, o que ninguém pode tolerar é que o Estado dito democrático possa meter o bedelho nas contas de cada cidadão a partir de uma presunção de um directorzeco qualquer de finanças. Se os atropelos aos direitos dos cidadãos feitos pela Direcção-Geral dos Impostos tem sido o que se sabe, imagine-se a partir de agora o que não será!
A actual lei até não é má para averiguar e julgar os crimes económicos, bastava-lhe ser melhorada em alguns pontos concretos. Quem o disse hoje foi a procuradora Cândida Almeida, que é insuspeita.
O que Sócrates quer fazer é uma lei fiscal. Por um lado cala os palermas que ao ouvirem falar de Freeport acabam por achar que até há uma nova lei contra a corrupção e ao mesmo tempo o fisco vai sacar mais uns milhões, pois as contas do Estado vão estar péssimas lá para o final do ano.
Sabendo todos nós como funciona a Justiça em Portugal, sabendo nós como é hoje em dia impossível contestar em tempo útil as arbitrariedades do fisco (cada um de nós já foi injustiçado sem capacidade de recurso, mesmo tendo toda a razão do Mundo) imagine-se como passará a ser com esta total devassa.
Claro que toda esta demagogia acaba por ter consequências trágicas na nossa economia. Qualquer cidadão sério, que tenha na sua conta mais de cem mil euros, não irá dormir descansado só de pensar que um inimigo, um invejoso, uma ex-mulher, um colega ciumento, o pode denunciar, e ver assim o dinheiro ganho e amealhado numa vida, ser confiscado pelo menos em sessenta por cento. Ele até poderá justificar, mas o fisco pode não aceitar na sua fúria justiçeira.
Isto é muito pior do que fez a PIDE ao nível ideológico. Isto é uma política de pilha-galinhas e esta lei vai fazer com que muita gente séria e honrada, pegue no seu dinheiro e o vá depositar a Badajoz. Simples e eficaz. Quando o país precisava da classe média, a única com ainda algum poder de compra e capaz de criar empregos e pagar serviços, agora que as poupanças deviam estar tranquilas, depois dos gestores do centrão, esses gestores exemplares inspirados no neo-liberalismo e no neo-socialismo terem arrecadado milhões, agora o governo de Sócrates vem dizer da forma mais bacoca e saloia que ricos maus são, por exemplo, os que aparecem nas revistas (que por acaso são uns tesos!). O Ministro Santos está cheio de chavões e de lugares comuns naquela cabeça. Grande cultura política, grande visionário! Só falta vir a doutora Maria Barroso recitar um poema em cima ou o doutor Soares saír em defesa daquela a quem chamou "político de plástico".
Parece que o governo não quer atacar os ricos ilícitos mas aqueles pindéricos que mostram a casa que é emprestada, o carro alugado, o iate alheio.
Mais uma vez é o marketing político a funcionar. Ultrapassar o BE pela esquerda, piscar o olho aos comunas, anular a iniciativa farisaica do PSD. Uma autêntica vergonha política, alimentada por alguns comentadores para quem interessa mais fazer a política do políticamente correcto, do que defender a classe média que lhes paga o ordenado ao lê-los e a ouvi-los.
Já sabíamos que Sócrates achava que quem ganha mais de 5 mil euros por mês é rico e pode não deduzir as despesas dos filhos em educação e saúde, a seguir virão os outros: os que ainda conseguem pagar as contas e sustentar a família. Esses virão a seguir, quando não houver mais dinheiro para pagar subsídios de emprego, funcionários públicos, e as obras do regime mais impune que houve até hoje.
Agora caros cidadãos: vão votar nas eleições que aí estão à porta e escolham esta gentalha para vos tratar da vidinha!!! Votem neles que os tipos merecem. E não se esquecam de colocar no voto o nib !!!
Etiquetas:
enriquecimento ilícito,
Jose Sócrates
quinta-feira, abril 16, 2009
Escondam a conta vem aí o PS e o BE espiolhar
Não tenho contas chorudas e a partir deste mês, dadas as circunstâncias da crise, até vou ver abater o meu rendimento fixo. Portanto: podem vasculhar as minhas contas, o meu património enferrujado, podem atirar-me um holofote à cara, embrulharem-me a cara num lençol molhado e um tipo da DGCE ou da ASAE gritar para eu confessar onde arranjei guito para almoçar de pé no balcão da cervejaria, ou como me atrevo a tirar o Porsche da garagem ao sábado de manhã. Eu sou um teso. Não há nada a fazer, embora pague uma pipa em impostos do meu trabalho.
Mas se fosse muito rico, ou rico mesmo, e se corresse o risco de um qualquer invejoso, ou inimigo, ou afim, poder despoletar uma devassa nas minhas contas bancárias, eu mesmo sabendo que nada tinha a temer, tendo a consciência tranquila, pegava no meu dinheiro e punha-o a milhas. Há limites para o decoro e direitos para a intimidade dos cidadãos.
O que o PS vai aprovar hoje na AR, com medo do BE, e para agradar aos votantes esquerdalhos, é uma vergonha, um atentado aos princípios básicos de um Estado de direito e democrático.
Está aberta a caça às bruxas, passamos a viver num regime tipo medieval: quem é acusado tem de provar a inocência e não o contrário. É anti-constitucional, espero que Cavaco não deixe passar mais esta manobra de diversão do camarada Sócrates.
Não tem de haver leis de excepção no pais, nem tribunais plenários. As leis que temos são suficientes para combater a corrupção. Assim funcionassem os tribunais e toda a cadeia da justiça com a eficácia exigida. Aí sim havia justiça. E se o Banco de Portugal tivesse feito o trabalho de casa também não teria havido as broncas dos BPN e BPP desta vida que houve. certo?
Mas se fosse muito rico, ou rico mesmo, e se corresse o risco de um qualquer invejoso, ou inimigo, ou afim, poder despoletar uma devassa nas minhas contas bancárias, eu mesmo sabendo que nada tinha a temer, tendo a consciência tranquila, pegava no meu dinheiro e punha-o a milhas. Há limites para o decoro e direitos para a intimidade dos cidadãos.
O que o PS vai aprovar hoje na AR, com medo do BE, e para agradar aos votantes esquerdalhos, é uma vergonha, um atentado aos princípios básicos de um Estado de direito e democrático.
Está aberta a caça às bruxas, passamos a viver num regime tipo medieval: quem é acusado tem de provar a inocência e não o contrário. É anti-constitucional, espero que Cavaco não deixe passar mais esta manobra de diversão do camarada Sócrates.
Não tem de haver leis de excepção no pais, nem tribunais plenários. As leis que temos são suficientes para combater a corrupção. Assim funcionassem os tribunais e toda a cadeia da justiça com a eficácia exigida. Aí sim havia justiça. E se o Banco de Portugal tivesse feito o trabalho de casa também não teria havido as broncas dos BPN e BPP desta vida que houve. certo?
A recuperação de um renegado e um capitalista bom
Há coisas que nunca esperei ver na vida e que hoje vi.
A primeira foi ao fim da tarde no BBC, em Lisboa, quando no final da apresentação do livro de Vital Moreira - onde esteve Sócrates, quase todo o governo e a brigada do reumático socialista- apareceu José Lamego a estender um livro "Nós europeus" ao seu autor Vital Moreira para este lho autografar.
Ora, José Lamego há 35 anos militante do MRPP (ele foi sobrevivente a uma tentativa de assassinato pela PIDE em que morreu outro camarada) e feroz inimigo do comunista Vital Moreira (do renegado Vital Moreira!) foi hoje estender-lhe a mão, agora os dois na qualidade de camaradas socialistas. O que faz o tempo!!!
A segunda surpresa foi ouvir o banqueiro Ricardo Espírito Santo confessar a José Gomes Ferreira que o capitalismo se portou mal e que vai passar a ter de ser "humano".
Meu Deus, que mais nos irá acontecer?
A primeira foi ao fim da tarde no BBC, em Lisboa, quando no final da apresentação do livro de Vital Moreira - onde esteve Sócrates, quase todo o governo e a brigada do reumático socialista- apareceu José Lamego a estender um livro "Nós europeus" ao seu autor Vital Moreira para este lho autografar.
Ora, José Lamego há 35 anos militante do MRPP (ele foi sobrevivente a uma tentativa de assassinato pela PIDE em que morreu outro camarada) e feroz inimigo do comunista Vital Moreira (do renegado Vital Moreira!) foi hoje estender-lhe a mão, agora os dois na qualidade de camaradas socialistas. O que faz o tempo!!!
A segunda surpresa foi ouvir o banqueiro Ricardo Espírito Santo confessar a José Gomes Ferreira que o capitalismo se portou mal e que vai passar a ter de ser "humano".
Meu Deus, que mais nos irá acontecer?
Etiquetas:
Ricardo espirito Santo,
Vital Moreira
segunda-feira, abril 13, 2009
A voz de Câncio
Há semanas atrás, Fernanda Câncio - jornalista do DN e que aparece nas revistas como a namorada do primeiro-ministro- escrevia no DN que, Mário Crespo era uma "espécie de jornalista". A provocação vinha a propósito das crónicas contundentes, em especial uma em concreto, em que Crespo perguntava se não estaríamos a viver numa espécie de democracia. E dava um rosário de razões para tal inquietação. Contundentes e reais.
Ora, a jornalista que cumpre um serviço de agenda no jornal onde trabalha, portanto exercendo as funções de repórter e tendo por isso de se reger pelo respectivo código deontológico, acha que só ela pode assinar crónicas a elogiar as virtudes do governo da maioria, e que os outros colegas só têm de relatar em termos cinzentos a realidade esculpida pelos apaniguados socialistas- esse grande exército de sentados à mesa da sopa dos novos-ricos. Ela pode defender com a sua inconfundível voz o governo, na maior das gritarias, na TVI24 ou na coluna do seu jornal, ou no seu blogue, mas os outros colegas não têm que ter opinião.
Há pouco na Antena1, Pedro Rolo Duarte perguntava a propósito desta legitimidade:"sendo assim tão ético o comportamento de Fernanda Câncio, será de esperar que Judite de Sousa venha a escrever sobre as qualidade do Presidente da Câmara de Sintra e que Ricardo Costa venha a escrever sobre o máximo que é António Costa na Câmara de Lisboa"(cito de cor).
Há uma certa esquizofrenia na sociedade portuguesa. Este Poder instalado, medíocre, sem sustentabilidade ideológica, este governo que trocou a arte maior da política, pela jogada xica-esperta, pela propaganda, pelo populismo-socialista de inspiração neo-liberal, deu neste pântano. Este sim, engenheiro Guterres, este é que é o pântano aonde caímos. E nem o Ogre se vai safar, por muito que a Fiona corra a salvá-lo.
Ora, a jornalista que cumpre um serviço de agenda no jornal onde trabalha, portanto exercendo as funções de repórter e tendo por isso de se reger pelo respectivo código deontológico, acha que só ela pode assinar crónicas a elogiar as virtudes do governo da maioria, e que os outros colegas só têm de relatar em termos cinzentos a realidade esculpida pelos apaniguados socialistas- esse grande exército de sentados à mesa da sopa dos novos-ricos. Ela pode defender com a sua inconfundível voz o governo, na maior das gritarias, na TVI24 ou na coluna do seu jornal, ou no seu blogue, mas os outros colegas não têm que ter opinião.
Há pouco na Antena1, Pedro Rolo Duarte perguntava a propósito desta legitimidade:"sendo assim tão ético o comportamento de Fernanda Câncio, será de esperar que Judite de Sousa venha a escrever sobre as qualidade do Presidente da Câmara de Sintra e que Ricardo Costa venha a escrever sobre o máximo que é António Costa na Câmara de Lisboa"(cito de cor).
Há uma certa esquizofrenia na sociedade portuguesa. Este Poder instalado, medíocre, sem sustentabilidade ideológica, este governo que trocou a arte maior da política, pela jogada xica-esperta, pela propaganda, pelo populismo-socialista de inspiração neo-liberal, deu neste pântano. Este sim, engenheiro Guterres, este é que é o pântano aonde caímos. E nem o Ogre se vai safar, por muito que a Fiona corra a salvá-lo.
Tenho uma brigada de trânsito atrás de mim!
Ao fundo, por detrás de outros carros da faixa esquerda, há uma sirene que reconheço logo ser de um carro-patrulha da BT. Dou uma sapatada no travão, passo para os 120 e encosto à direita. O carro da polícia desliga a sirene logo que se aproxima, e vem atrás de mim durante dois ou três quilómetros. "Filou-me, vou ser mandado encostar"- comento para a minha mulher. A um quilómetro da área de serviço a carrinha Astra da polícia fica ao meu lado e manda-me saír da auto-estrada, com a voz do polícia a sair de um altifalante. No parque da área de serviço, já lá estão outros carros apanhados em excesso de velocidade.
O polícia vem ao meu encontro, educadamente:" Boa-tarde senhor condutor, os seus documentos, tenho a informá-lo que foi apanhado a 173 quilómetros por hora, com o desconto fica em 162 (cito de cor) o que perfaz uma multa de 124 euros. Deseja pagar já?"- pago já. Entretanto vários polícias começam a rondar a carrinha Opel Insígnia Sport que conduzo e a perguntarem-me se gosto do carro. Estão encantados por verem pela primeira vez o novo modelo da Opel. Parece que viram um fenómeno.A minha mulher ouviu alguns comentarem, enquanto eu pagava no guichet instalado na Volkswagen Sharon, que eu vinha a 173 e que a carrinha era uma beleza de bomba! Por eles eu nem pagava multa nenhuma. Foram simpáticos e o "caixa" despediu-se assim:" boa Páscoa senhor jornalista e quando escrever sobre nós não diga muito mal!". Estive para lhe responder:"à vontade eu até sou lido e comentado pelo vosso colega JJ!".
A cena passou-se na A23 pouco antes de Castelo Branco, no primeiro dia da Operação Páscoa. Havia uma operação montada como se se tratasse de uma batalha militar, com estratégia de reconhecimento e capacidade de neutralizar, para depois sacar a multa a condutores incautos. Na verdade, foi a primeira vez que fui multado por excesso de velocidade. Ando cerca de 40 mil quilómetros por ano, muitos deles em estrada, e raramente ando dentro dos exíguos limites de velocidade, embora seja muito prudente a conduzir, mas não seja parvo: andar a 17o num carro super-seguro, com tempo seco, visibilidade, mantendo distâncias de segurança e fazendo uma condução defensiva, não é nenhuma anormalidade. A 140 (a velocidade da tolerância) dá para dormir e fazer-se uma condução distraída.
O que me intriga ainda é a forma como fui apanhado: não havia carros na berma, não fui apanhado por um carro descaracterizado e a patrulha que veio atrás de mim, não sei de onde saiu pois não a ultrapassei nunca. Portanto: a polícia pode não apanhar ladrões, pode não fazer patrulhamento em andamento, mas sabe esconder-se e fazer umas corridas para sacar uns euros para o orçamento.
É evidente que temos de aceitar limites de velocidade, mas era muito mais sério a polícia avisar que estava com radares na estrada e dar um exemplo de seriedade e não de caçadores furtivos.
O polícia vem ao meu encontro, educadamente:" Boa-tarde senhor condutor, os seus documentos, tenho a informá-lo que foi apanhado a 173 quilómetros por hora, com o desconto fica em 162 (cito de cor) o que perfaz uma multa de 124 euros. Deseja pagar já?"- pago já. Entretanto vários polícias começam a rondar a carrinha Opel Insígnia Sport que conduzo e a perguntarem-me se gosto do carro. Estão encantados por verem pela primeira vez o novo modelo da Opel. Parece que viram um fenómeno.A minha mulher ouviu alguns comentarem, enquanto eu pagava no guichet instalado na Volkswagen Sharon, que eu vinha a 173 e que a carrinha era uma beleza de bomba! Por eles eu nem pagava multa nenhuma. Foram simpáticos e o "caixa" despediu-se assim:" boa Páscoa senhor jornalista e quando escrever sobre nós não diga muito mal!". Estive para lhe responder:"à vontade eu até sou lido e comentado pelo vosso colega JJ!".
A cena passou-se na A23 pouco antes de Castelo Branco, no primeiro dia da Operação Páscoa. Havia uma operação montada como se se tratasse de uma batalha militar, com estratégia de reconhecimento e capacidade de neutralizar, para depois sacar a multa a condutores incautos. Na verdade, foi a primeira vez que fui multado por excesso de velocidade. Ando cerca de 40 mil quilómetros por ano, muitos deles em estrada, e raramente ando dentro dos exíguos limites de velocidade, embora seja muito prudente a conduzir, mas não seja parvo: andar a 17o num carro super-seguro, com tempo seco, visibilidade, mantendo distâncias de segurança e fazendo uma condução defensiva, não é nenhuma anormalidade. A 140 (a velocidade da tolerância) dá para dormir e fazer-se uma condução distraída.
O que me intriga ainda é a forma como fui apanhado: não havia carros na berma, não fui apanhado por um carro descaracterizado e a patrulha que veio atrás de mim, não sei de onde saiu pois não a ultrapassei nunca. Portanto: a polícia pode não apanhar ladrões, pode não fazer patrulhamento em andamento, mas sabe esconder-se e fazer umas corridas para sacar uns euros para o orçamento.
É evidente que temos de aceitar limites de velocidade, mas era muito mais sério a polícia avisar que estava com radares na estrada e dar um exemplo de seriedade e não de caçadores furtivos.
sábado, abril 11, 2009
Manuela Ferreira Leite na Europa, segura futuro
Está na cara: Manuela Ferreira Leite será a cabeça de lista às europeias pelo PSD. Não o digo seguindo Meneses, já o tinha comentado na passada semana.
Vejamos: para anunciar tão tarde um candidato à Europa, Manuela Ferreira Leite teria de ter um nome completamente surpreendente. Ora, sabemos que isso é impossível. Nesta altura ninguém com ambições políticas e partidárias, dentro do PSD, aceitará um lugar para a Europa, como protagonista. Quem o fizesse veria o seu futuro comprometido e ficaria sempre com o estigma de ter sido o rosto para a Europa de uma liderança falida.
Marques Mendes era mesmo o único nome que o poderia aceitar o desafio sem riscos políticos. Mas não quis.
Se Manuel Ferreira Leite avançar como cabeça de lista será, isso sim, uma surpresa. O mais que não seja pelo insólito da situação!... Com uma estratégia dessas, Ferreira Leite faz um seguro de vida político, já que perdendo as próximas eleições terá muita dificuldade, não só em manter-se à frente do PSD como inviabilizará qualquer futuro na política. Eleita para o Parlamento Europeu, poderá sair airosamente dizendo que falhou dadas as circunstâncias difíceis perante Sócrates e ficar assim no activo.
Com Durão Barroso eleito Presidente da Comissão, até poderá aspirar a um cargo importante junto daquele de quem até foi ministra das finanças. Simples, meus caros.
Vejamos: para anunciar tão tarde um candidato à Europa, Manuela Ferreira Leite teria de ter um nome completamente surpreendente. Ora, sabemos que isso é impossível. Nesta altura ninguém com ambições políticas e partidárias, dentro do PSD, aceitará um lugar para a Europa, como protagonista. Quem o fizesse veria o seu futuro comprometido e ficaria sempre com o estigma de ter sido o rosto para a Europa de uma liderança falida.
Marques Mendes era mesmo o único nome que o poderia aceitar o desafio sem riscos políticos. Mas não quis.
Se Manuel Ferreira Leite avançar como cabeça de lista será, isso sim, uma surpresa. O mais que não seja pelo insólito da situação!... Com uma estratégia dessas, Ferreira Leite faz um seguro de vida político, já que perdendo as próximas eleições terá muita dificuldade, não só em manter-se à frente do PSD como inviabilizará qualquer futuro na política. Eleita para o Parlamento Europeu, poderá sair airosamente dizendo que falhou dadas as circunstâncias difíceis perante Sócrates e ficar assim no activo.
Com Durão Barroso eleito Presidente da Comissão, até poderá aspirar a um cargo importante junto daquele de quem até foi ministra das finanças. Simples, meus caros.
Etiquetas:
eleições parlamento europeu,
Manuela Ferreira Leite
quinta-feira, abril 09, 2009
Portugal na força da água e do vento
Esta semana viajei pelas terras da Peneda, um lugar nos confins do Portugal, onde a paisagem se dilui com Espanha, numa comunhão antiga. Fui atrás de uma excursão de estudantes estrangeiros, convidados pelo ministro Pinho, e que viajavam por Portugal, para conhecerem o nosso vanguardismo em matéria de energias renováveis.
Desci 400 metros abaixo do solo, através de um túnel de quase 3 quilómetros, para ver a central onde se transforma a energia da Barragem do Lindoso em electricidade. Mais à frente, entre estradas de curvas e sobe e desce, conheci o maior parque eólico da Europa. Os dois locais deixaram-me impressionado pela monumentalidade das obras e por aquilo que ali é produzido. Uma tecnologia avançada, investimentos que são produtivos e rentáveis à nossa vista de leigos. Percebe-se que se o país fosse assim noutras actividades podíamos estar no pelotão da frente.
Encontrar num território rural, onde os cavalos selvagens passeiam nas estradas, onde os bois se deitam por debaixo das ventoínhas gigantes, indiferentes ao zumbido das pás, ver gente nova de pele enrugada pelo frio agreste e por uma vida se Sol a Sol, de trabalho manual e de isolamento rigoroso, encontrar ali uma tecnologia avançada é comovente. Um Portugal onde o rural que remonta ao feudalismo está a conviver com o Portugal moderno e inovador.
Sou muito céptico relativamente às eólicas e barragens. Sempre achei que tudo aquilo é um investimento demasiado alto, um gasto avassalador em destruição do ambiente. Muito custo, para se ter depois uns megawatts de electricidade que uma central nuclear moderna produziria em meia dúzia de horas. Mas parece que o país já é autosuficiente em 30 por cento entre a energia das barragens e daquelas ventoínhas irritantes, que desfiguram os nossos montes e vales.
E mais: estamos a exportar essa tecnologia e a criar postos de trabalho. Nada mau..
Ainda não fiquei rendido, mas há anos também nem queria ouvir falar em motores diesel e agora fico parvo com o desempenho dessas máquinas que parecem estar a pregar pregos.
Por este andar ainda chegamos à electricidade em pó, como ironizavam os aldeões da minha terra há 40 anos, quando a minha avó acendia a candeia de azeite para vivermos as noites nas Terras do Demo.
Desci 400 metros abaixo do solo, através de um túnel de quase 3 quilómetros, para ver a central onde se transforma a energia da Barragem do Lindoso em electricidade. Mais à frente, entre estradas de curvas e sobe e desce, conheci o maior parque eólico da Europa. Os dois locais deixaram-me impressionado pela monumentalidade das obras e por aquilo que ali é produzido. Uma tecnologia avançada, investimentos que são produtivos e rentáveis à nossa vista de leigos. Percebe-se que se o país fosse assim noutras actividades podíamos estar no pelotão da frente.
Encontrar num território rural, onde os cavalos selvagens passeiam nas estradas, onde os bois se deitam por debaixo das ventoínhas gigantes, indiferentes ao zumbido das pás, ver gente nova de pele enrugada pelo frio agreste e por uma vida se Sol a Sol, de trabalho manual e de isolamento rigoroso, encontrar ali uma tecnologia avançada é comovente. Um Portugal onde o rural que remonta ao feudalismo está a conviver com o Portugal moderno e inovador.
Sou muito céptico relativamente às eólicas e barragens. Sempre achei que tudo aquilo é um investimento demasiado alto, um gasto avassalador em destruição do ambiente. Muito custo, para se ter depois uns megawatts de electricidade que uma central nuclear moderna produziria em meia dúzia de horas. Mas parece que o país já é autosuficiente em 30 por cento entre a energia das barragens e daquelas ventoínhas irritantes, que desfiguram os nossos montes e vales.
E mais: estamos a exportar essa tecnologia e a criar postos de trabalho. Nada mau..
Ainda não fiquei rendido, mas há anos também nem queria ouvir falar em motores diesel e agora fico parvo com o desempenho dessas máquinas que parecem estar a pregar pregos.
Por este andar ainda chegamos à electricidade em pó, como ironizavam os aldeões da minha terra há 40 anos, quando a minha avó acendia a candeia de azeite para vivermos as noites nas Terras do Demo.
terça-feira, abril 07, 2009
domingo, abril 05, 2009
O Wall Street Journal há 3 anos denunciava práticas do BCP
Excertos do primeiro post do Instante Fatal em 29 de Abril de 2006, vejam como já era de esperar alguma coisa de mau para os lados da economia:
Entretanto o Wall Street Journal veio esta semana dizer que a administração do BCP ganha fortunas descomunais à custa dos lucros dos accionistas. Claro que a administração do BCP considerou a noticia despropositada. Pudera !
A verdade é que os rendimentos dos administradores podem ir até aos 10 por cento, e caso a OPA sobre o BPI se concretize arrecadarão mais um verdadeiro balúrdio.
Os lucros acumulados da banca só no primeiro trimestre deste ano já vão ao rublo. Num país endividado, saqueado pelos impostos, encarecido pelo monopólio de empresas como a PT e a BRISA ou a GALP estes lucros descomunais não podem deixar de escandalizar. Podemos dizer: “É a economia estúpido!”: quando a banca dá lucro é porque a economia não está saudável.
Entretanto o Wall Street Journal veio esta semana dizer que a administração do BCP ganha fortunas descomunais à custa dos lucros dos accionistas. Claro que a administração do BCP considerou a noticia despropositada. Pudera !
A verdade é que os rendimentos dos administradores podem ir até aos 10 por cento, e caso a OPA sobre o BPI se concretize arrecadarão mais um verdadeiro balúrdio.
Os lucros acumulados da banca só no primeiro trimestre deste ano já vão ao rublo. Num país endividado, saqueado pelos impostos, encarecido pelo monopólio de empresas como a PT e a BRISA ou a GALP estes lucros descomunais não podem deixar de escandalizar. Podemos dizer: “É a economia estúpido!”: quando a banca dá lucro é porque a economia não está saudável.
sábado, abril 04, 2009
O regresso de Jorge Coelho
Li não sei onde que Jorge Coelho vai interromper por momentos a sua missão de construtor civil para voltar à política. Já tinha dado uma escapadela, na passada semana, para vir em defesa de Sócrates (fazendo lembrar os seus tempos heróicos de bombeiro do PS), agora está disposto a abraçar a política por uma razão aparentemente menos superior, mas mais afectiva: estar ao lado de Paulo Pedroso, quando este começar a sua campanha para autarca de Almada.
Percebe-se que Jorge Coelho esteja ansioso por voltar à ribalta política. Ele é um político nato, uma pessoa capaz de consensos, um homem inteligente e que tem a paixão da coisa pública. Sempre esteve na política com convicção e entrega, e é um socialista que tem na cabeça uma ideia de sociedade. Pessoalmente nutro por ele simpatia. Mas este vai e vem não deixa de ser embaraçoso.
Coelho saiu da política para uma empresa de construção civil, para aquela que mais contratos tem tido com o Estado. Ao assumir a presidência da Mota-Engil disse que não voltaria à política e que tinha havido um período de "nojo" entre sair da militância activa e ser empresário numa empresa que tinha contratos e interesses em áreas que ele tinha tutelado.
Afinal foi Sol de pouca dura. Aí vamos ter Jorge Coelho em campanha ao lado de Paulo Pedroso, um candidato fragilizado pelo seu passado recente com a justiça e que embora tenha sido ilibado acabou por deixar uma imagem péssima como político. Só aquela sua reentrada no Parlamento, vindo directamente da Penitenciária, foi dos espectáculos mais lamentáveis a que alguma vez se assistiu na "casa da democracia".
Se a sua saída da política foi airosa, a reentrada podia ser bem mais premente.
Percebe-se que Jorge Coelho esteja ansioso por voltar à ribalta política. Ele é um político nato, uma pessoa capaz de consensos, um homem inteligente e que tem a paixão da coisa pública. Sempre esteve na política com convicção e entrega, e é um socialista que tem na cabeça uma ideia de sociedade. Pessoalmente nutro por ele simpatia. Mas este vai e vem não deixa de ser embaraçoso.
Coelho saiu da política para uma empresa de construção civil, para aquela que mais contratos tem tido com o Estado. Ao assumir a presidência da Mota-Engil disse que não voltaria à política e que tinha havido um período de "nojo" entre sair da militância activa e ser empresário numa empresa que tinha contratos e interesses em áreas que ele tinha tutelado.
Afinal foi Sol de pouca dura. Aí vamos ter Jorge Coelho em campanha ao lado de Paulo Pedroso, um candidato fragilizado pelo seu passado recente com a justiça e que embora tenha sido ilibado acabou por deixar uma imagem péssima como político. Só aquela sua reentrada no Parlamento, vindo directamente da Penitenciária, foi dos espectáculos mais lamentáveis a que alguma vez se assistiu na "casa da democracia".
Se a sua saída da política foi airosa, a reentrada podia ser bem mais premente.
sexta-feira, abril 03, 2009
A névoa socialista
Os socialistas nunca são culpados de nada, mas à volta daqueles de quem se fala, paira sempre uma névoa (não confundir com o Domingos Névoa!) intrigante. Veja-se o curriculum extra-político deste Lopes da Mota: esteve metido na fuga de Fátima Felgueiras, mas foi ilibado. A mulher parece ter sido favorecida pela mesma Fátima, mas acabou como vereadora da cultura em Lisboa (fiquei a saber do estado da cultura de Lisboa, mesmo que já adivinhasse), ele é acusado de pressão para se acabar com a saga Freeport, mas parece que foi apenas pressão de ar e não tiro de pólvora...Bom, se estendermos a Sócrates os episódios anteriores da telenovela "Sócrates o menino de ouro que venceu as campanhas negras", muitas coincidências são deste calibre. É engenheiro, mas o canudo saiu ao domingo (não confundir com Domingos de Névoa!) assinou projectos mas as assinaturas eram diferentes, era autor-engenheiro mas os mamarrachos superam os do Siza em quadratura, manda a ASAE cheirar o fumo de tabaco aos cidadãos mas ele fuma no avião, declarou guerra às off-shores mas uma das suas casas foi comprada a uma empresa off-shore...o rol não acaba...
Este diz-que-diz, e nunca se prova, é insustentável.
Hoje Sócrates fugia na escadaria do Parlamento a um repórter da SIC. Uma vergonha:um primeiro-ministro não se pode dar a espectáculos destes lamentáveis.
O processo Freeport não está a pôr em causa o Estado de Direito- como dizia há 48 horas Jorge Coelho numa saída rápida da sua toca de empreiteiro supremo. Não. O que põe em causa o Estado de direito é esta falta de sentido de Estado, a falta de ética, e o total descaramento. Quer venha de Mário Soares que se tornou num indefectível de Sócrates (tal como o fez com Hugo Chavez, Fundação "oblige") quer se trate de um free-lancer socialista, com cadastro comunista hard, que hoje perante uma plateia de estudante de direito, citou Amália Rodrigues e Alain Oulman, depois de ter andado anos de braço no ar a cantar o "camarada avante, avante!". Vital é um destes "Trocas" para quem tudo vale, desde que o situacionismo se mantenha.
Este diz-que-diz, e nunca se prova, é insustentável.
Hoje Sócrates fugia na escadaria do Parlamento a um repórter da SIC. Uma vergonha:um primeiro-ministro não se pode dar a espectáculos destes lamentáveis.
O processo Freeport não está a pôr em causa o Estado de Direito- como dizia há 48 horas Jorge Coelho numa saída rápida da sua toca de empreiteiro supremo. Não. O que põe em causa o Estado de direito é esta falta de sentido de Estado, a falta de ética, e o total descaramento. Quer venha de Mário Soares que se tornou num indefectível de Sócrates (tal como o fez com Hugo Chavez, Fundação "oblige") quer se trate de um free-lancer socialista, com cadastro comunista hard, que hoje perante uma plateia de estudante de direito, citou Amália Rodrigues e Alain Oulman, depois de ter andado anos de braço no ar a cantar o "camarada avante, avante!". Vital é um destes "Trocas" para quem tudo vale, desde que o situacionismo se mantenha.
quinta-feira, abril 02, 2009
Os anjos da guarda de Sócrates
"Calúnia, intriga, inveja e mal-dizer", foram hoje palavras usadas por Mário Soares e Alberto Martins em defesa de José Sócrates. Ontem, foi Jorge Coelho a tirar o capacete das obras e a vestir o seu ex-fato de político para dizer que o Caso Freeport estava a pôr em causa o Estado de Direito. E até João Cravinho, um anti-Sócrates assumido e que se tem notabilizado como um arauto da anti-corrupção veio a público defender o seu rival. Portanto, Sócrates não está nada só neste imbróglio que parece não ter fim.Pelo contrário: o ex-bombeiro de serviço do PS voltou a ligar a sirene e Soares até foi buscar a imprensa como mãe de todos os males de Sócrates.
Não se percebe porque precisa um homem inocente de tantos anjos da guarda à sua volta e logo todos no dia 1 de Abril.
Não se percebe porque precisa um homem inocente de tantos anjos da guarda à sua volta e logo todos no dia 1 de Abril.
Subscrever:
Mensagens (Atom)