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sábado, abril 25, 2009

Os 35 do 25 de Abril. Os melhores dias das nossas vidas

Há 35 anos meti-me num velho Ford Escort de uns amigos esquerdistas do Largo da Igreja, em Alvalade, e fomos espreitar o movimento que a telefonia anunciava. Naquele carro viajava a esquerda festiva. Um PCP, um MRPP, um PCP não-sei-de quê, e eu que tinha o sonho da social-democracia à la sueca !

Descemos a Avenida de Roma e o Ford teve logo um furo. Ficámos sem saber se o movimento era do Kaúlza, do Spínola ou mais uma manobra de diversão da LUAR. Eu tinha que ir almoçar a casa, e não tinha que ir para a Direcção Geral das Construções Escolares- onde já trabalhava como estagiário de arquitectura- nem tinha de ir a Belas-Artes onde andava a estudar no horário pós-laboral. Acabei por ir para a baixa ao fim do dia, mas foi no dia 26 que peguei na Nikon e na Beaulieu de filmar e vim para a rua, onde fiz algumas imagens históricas.

Tinha 19 anos, ia fazer vinte em breve, e nunca tinha tido tanto movimento e tanta gente à frente da minha objectiva.

Como foram intensos esses dias ! Tudo mudava à nossa volta. Tudo era posssível e tudo era ganho taco- a -taco, com sonho e muita emoção.

Queríamos a Lua e quase lhe tocámos.

Tínhamos vinte anos, eram os melhores dias das nossas vidas. E não sabíamos.

sábado, abril 26, 2008

O cravo que Cavaco desprezou

A OviBeja ( escreve-se assim?) é sempre um grande acontecimento nacional. Gosto desta palavra pronunciada com o tom de Sousa Veloso. O nome faz lembrar o tempo da Tv Rural.

Bom, hoje Cavaco falou na OviBeja, por ironia com Sevinato Pinto atrás, o ex-ministro da agricultura de Santana. Estava com um ar duro, lembrando os tempos do cavaquismo no seu melhor. Filmado em contre-plongé, meio deformado, Cavaco mostrava aquela sua faceta que fez dele uma figura arrogante, antes de ter virado Acabado Silva. Depois foi o que se sabe: fez de morto, afirmou-se como um simples professor de economia, passou a sorrir, criticou os políticos e disse que não era político, os portugueses comem muito queijo e esqueceram assim os anos do cavaquismo: a entrada brutal de funcionários públicos no Estado, a massificação do ensino sem o correspondente aumento da qualidade, o desprezo pelo ensino superior, a sub-alternização do curso de medicina, o betão contra o ensino, o alcatrão contra o planeamento urbanístico e de transportes. Os portugueses acabaram à tangente, por menos de um estádio de futebol, por eleger Cavaco Silva.

No dia 25 de Abril no discurso da AR Cavaco mostrou-se indignado porque os jovens não sabem o que foi o 25 deAbril. Um pouco como ele que há dois anos fez questão em não pôr o cravo na lapela. Cavaco também esqueceu o 25 de Abril e desprezou o símbolo da revolução, contra uma Assembleia e cravo ao peito. É bom não esquecer!

Cavaco nunca participou na construção da democracia. Enquanto Balsemão queria devolver a política à sociedade civil metendo os militares nas casernas, enquanto Soares lutava contra o avanço real dos comunistas, enquanto Sá Carneiro ou Freitas do Amaral defendiam uma direita civilizada e europeia, Cavaco era um economista que não se metia em nada.
É natural que os jovens portugueses não saibam nada do 25 de Abril. Têm um bom exemplo a seguir no seu Presidente. Quando se faz um elogio desbagado a Alberto João jardim, gabando-lhe " a obra que fala por si", quando se deita para a sarjeta o ícone da mais bela e tranquila revolução que devolveu a democracia ao povo, é preciso ter muita lata para vir dizer que os calinas dos jovens não sabem nada da coisa. E agora ( pasme-se no ridículo!) vai chamar a Belém umas associações de jovens para levarem a cassete aos quatro ventos para aprenderem a cartilha da revolução.

Os jovens, e os menos jovens, podem não saber de História mas estão preocupados com isto senhor Presidente: com o desemprego, a estabilidade do emprego, as taxas de juro, a segurança urbana, o futuro dos filhos, com as escolas da treta oficiais ( eu que o diga como pai!), com a falta de horizontes para uma vida que o tal 25 de Abril devia ter criado e apenas deixou umas auto-estradas que dão milhões de lucro à Brisa, e um país desajustado aos desafios da globalização e da competitividade europeia.

Os portugueses estão preocupados com a carga brutal fiscal, a classe média agoniza depois da agora Nossa Senhora da Pátria ( o cavaquismo de saias plissadas) querer regressar com o apoio escondido do Presidente, tendo sido ela a carrasca da classe média no governo do desertor Durão Barroso.

Devia ser lindo: Cavaco em Belém, Leite em S. Bento. Não era coabitação era mesmo promiscuidade política total.
Ainda acha estranho, senhor Presidente, que depois de tudo isto, e muito mais, os portugueses se maribem no 25 de Abril ?
Pelo menos os que não sabem o foi o 25 de Abril têm a humildade de não rejeitarem o cravo na lapela.

sexta-feira, abril 25, 2008

O 25 de Abril em directo

Excelente reportagem da RTP. Repare-se na espontaneidade da câmara, ao ombro, directa e emotiva. O cameraman era o João Rocha com uma Eclair 16mm. Onde andará ?

quarta-feira, abril 25, 2007

terça-feira, abril 24, 2007