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sábado, abril 04, 2009

O regresso de Jorge Coelho

Li não sei onde que Jorge Coelho vai interromper por momentos a sua missão de construtor civil para voltar à política. Já tinha dado uma escapadela, na passada semana, para vir em defesa de Sócrates (fazendo lembrar os seus tempos heróicos de bombeiro do PS), agora está disposto a abraçar a política por uma razão aparentemente menos superior, mas mais afectiva: estar ao lado de Paulo Pedroso, quando este começar a sua campanha para autarca de Almada.

Percebe-se que Jorge Coelho esteja ansioso por voltar à ribalta política. Ele é um político nato, uma pessoa capaz de consensos, um homem inteligente e que tem a paixão da coisa pública. Sempre esteve na política com convicção e entrega, e é um socialista que tem na cabeça uma ideia de sociedade. Pessoalmente nutro por ele simpatia. Mas este vai e vem não deixa de ser embaraçoso.

Coelho saiu da política para uma empresa de construção civil, para aquela que mais contratos tem tido com o Estado. Ao assumir a presidência da Mota-Engil disse que não voltaria à política e que tinha havido um período de "nojo" entre sair da militância activa e ser empresário numa empresa que tinha contratos e interesses em áreas que ele tinha tutelado.

Afinal foi Sol de pouca dura. Aí vamos ter Jorge Coelho em campanha ao lado de Paulo Pedroso, um candidato fragilizado pelo seu passado recente com a justiça e que embora tenha sido ilibado acabou por deixar uma imagem péssima como político. Só aquela sua reentrada no Parlamento, vindo directamente da Penitenciária, foi dos espectáculos mais lamentáveis a que alguma vez se assistiu na "casa da democracia".
Se a sua saída da política foi airosa, a reentrada podia ser bem mais premente.

2 comentários:

  1. Venha quem vier, o pedroso não tem hipotese contra a comuna que está na câmara de Almada e cospe constantemente na Costa da Caparica. Já agora, o pedroso perdeu o processo que colocou contra as "crianças" da casa pia que o incriminaram. Isso queria dizer que elas estavam a dizer a verdade...? E acaba assim o caso...? Ele que concorra a Almada e continuará a nulidade política que tem sido.

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  2. a relacao entre a política e o privado, via jorge coelho, é absolutamente promiscua

    o seu eventual regresso à vida política activa (alguma vez saiu?) só nos pode deixar ainda mais preocupados

    acho sempre incrivel como estes… artistas da nossa praça se movem com tal ligeireza e à-vontade, com uma total noção de impunidade, perfeitamente assimilada como o seu modus operandis natural

    como diz um amigo meu, quadro superior da Mota-Engil, alguns negocios sao autenticos "roubos de igreja"

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