domingo, maio 31, 2009
Katy Perry sem "complex" por Gavin Bond
Katy Perry é capa da edição de Junho da revista norte-americana «Complex». Aquela que beijou uma rapariga e gostou foi o centro de todas as atenções da objectiva do fotógrafo Gavin Bond.
Cada um tem a Malhoa que merece.
Playboy malha com Ana Malhoa
Parece que a ERC já multou a Playboy. A razão, bastante razoável desta vez, terá sido o facto da revista não ter um director habilitado. Convenhamos que para editar a Ana Malhoa não é preciso grande director, e até podiam ter ido buscar um dos directores-estagiários que por aí andam, também sem carteira profissional. As fotos da Ana Malhoa aí estão para fazerem subir as audiências e as vendas nas bancas.
Ana Malhoa vende que nem pãozinhos quentes, as fotos são assim um bocado para o pimba, e não são grande novidade uma vez que fotos da cantora em poses de calendário de camionista, abundam e bundam na net.
Mas o papel meus caros é outra coisa: passa-se a mão, sente-se o cheiro, esconde-se debaixo da almofada, ou dá para ver nos semáforos enquanto o vermelho permite. O papel principal...
sábado, maio 30, 2009
sexta-feira, maio 29, 2009
ERC puxa orelhas, Moura Guedes mais macia
O puxão de orelhas da ERC a Manuela Moura Guedes e ao Jornal de Sexta é um acto digno do 24 de Abril ou se quiserem ser mais "democratas" um acto digno do Conselho da Revolução na sua fase otelista. Falta só a Dra. Estrela Serrano, um dos elementos da ERC, vir ameaçar meter no Campo Pequeno os jornalistas desordeiros que ousem atentar contra o Poder ou que não se conformem com um cinzentismo regulado por normas e regras de contraditórios ou de uma forma à moda antiga de entrevistar.
Manuela Moura Guedes pode por vezes exagerar no estilo, personalizar demasiado a sua actuação, ou comover-se demasiado com os factos. Podemos pensar o que quisermos, no limite podemos mudar de canal: aquilo é pago pelos consumidores, não é pago pelos contribuintes.
Guedes até pode ter levado o seu telejornal a um beco sem saída, ao ter insistido até ao cansaço no "rebimba o malho" (!) mas não há dúvidas que há ali jornalismo de investigação, há serviço ao espectador e há trabalho de edição de factos. O resto é conversa e muita inveja por haver ali tratamento jornalístico que surpreende. Faz-me lembrar quando estive no Tal & Qual entre 82 e 85. Tínhamos todas as semanas manchetes excelentes, notícias únicas, vendíamos 130 mil exemplares, mas a concorrência sorumbática dizia sempre que éramos sensacionalistas. Mas não levantavam o cú da cadeira para fazerem reportagem.
O que o jornal da TVI faz é um programa para betinhos, comparado com o que fazem os tablóides ingleses e a maioria das televisões de referência. Nós estamos habituados ao servilismo, ao jornalismo de reserva, ao medo. Estremecemos com a polémica, com o diferente e tememos jornalistas com opinião. Já tentaram fazer o mesmo a Mário Crespo (a pressão de Câncio nas suas crónicas do DN) e acabou com ele a moderar os ímpetos. Está mais macio e Manuela Moura Guedes estava hoje muito mais contida, mais prudente, menos enfática. Não há profissional de imprensa por muito corajoso que seja, que não se fragilize perante ameaças à extinção do seu trabalho ou a consequências gravosas para a estação onde trabalha.
A ERC tem o poder de renovar concessões de canais e isso tem um poder sobrenatural. Aquela comissão é no fundo o correspondente aos coronéis do lápis azul. Esses riscavam, censuravam, mandavam os pides pela madrugada a casas dos desobedientes, os de agora ameaçam com multas, pressionam, amedrontam de outra maneira. Mais subtil, mas muito mais eficaz!...
Durante dez anos Estrela Serrano foi assessora de imprensa de Mário Soares. Viajei muitas vezes com ela e conheço-a. Tirando um episódio divertido em que ela insistia que eu já usara brinco e que teimava com um amigo meu que eu era "bicha"- mostrando portanto uma fraca, muito fraca mesmo capacidade de avaliação dos factos!- sempre a vi como uma pessoa simpática e por vezes bastante eficaz, facilitando a vida aos jornalistas. Conseguiu, em 1997, que eu ficasse escondido atrás de uma planta, na sala onde decorria a Cimeira Latino- Americana, na Venezuela, para eu poder fotografar e estar perto de Fidel Castro. Não a imagino ainda a fazer de juíza, de censor, de rainha da TV (no caso) de forma a dividir o bom do mau, o ético, do abjecto. Nem considero que tenha uma prática e uma história como jornalista que a tenham transformado numa provedora das coisas do jornalismo. Mas a vida evolui e na verdade acabamos sempre por descobrir em alguns, dons e dotes que nunca imaginaríamos encontrar neles na porca da vida!
Esta pressão sobre a liberdade de expressão é sinistra. A existência de uma ERC ou de uma lei própria para o jornalismo é tão fascista como a existência dos tribunais plenários do regime salazarento. Em democracia há leis para todos. Não há leis especiais. Quem insultar, caluniar, ofender, mentir em público, deve ser acusado e julgado pelos tribunais. Não pelas Estrelas serranas desta vida.
Manuela Moura Guedes pode por vezes exagerar no estilo, personalizar demasiado a sua actuação, ou comover-se demasiado com os factos. Podemos pensar o que quisermos, no limite podemos mudar de canal: aquilo é pago pelos consumidores, não é pago pelos contribuintes.
Guedes até pode ter levado o seu telejornal a um beco sem saída, ao ter insistido até ao cansaço no "rebimba o malho" (!) mas não há dúvidas que há ali jornalismo de investigação, há serviço ao espectador e há trabalho de edição de factos. O resto é conversa e muita inveja por haver ali tratamento jornalístico que surpreende. Faz-me lembrar quando estive no Tal & Qual entre 82 e 85. Tínhamos todas as semanas manchetes excelentes, notícias únicas, vendíamos 130 mil exemplares, mas a concorrência sorumbática dizia sempre que éramos sensacionalistas. Mas não levantavam o cú da cadeira para fazerem reportagem.
O que o jornal da TVI faz é um programa para betinhos, comparado com o que fazem os tablóides ingleses e a maioria das televisões de referência. Nós estamos habituados ao servilismo, ao jornalismo de reserva, ao medo. Estremecemos com a polémica, com o diferente e tememos jornalistas com opinião. Já tentaram fazer o mesmo a Mário Crespo (a pressão de Câncio nas suas crónicas do DN) e acabou com ele a moderar os ímpetos. Está mais macio e Manuela Moura Guedes estava hoje muito mais contida, mais prudente, menos enfática. Não há profissional de imprensa por muito corajoso que seja, que não se fragilize perante ameaças à extinção do seu trabalho ou a consequências gravosas para a estação onde trabalha.
A ERC tem o poder de renovar concessões de canais e isso tem um poder sobrenatural. Aquela comissão é no fundo o correspondente aos coronéis do lápis azul. Esses riscavam, censuravam, mandavam os pides pela madrugada a casas dos desobedientes, os de agora ameaçam com multas, pressionam, amedrontam de outra maneira. Mais subtil, mas muito mais eficaz!...
Durante dez anos Estrela Serrano foi assessora de imprensa de Mário Soares. Viajei muitas vezes com ela e conheço-a. Tirando um episódio divertido em que ela insistia que eu já usara brinco e que teimava com um amigo meu que eu era "bicha"- mostrando portanto uma fraca, muito fraca mesmo capacidade de avaliação dos factos!- sempre a vi como uma pessoa simpática e por vezes bastante eficaz, facilitando a vida aos jornalistas. Conseguiu, em 1997, que eu ficasse escondido atrás de uma planta, na sala onde decorria a Cimeira Latino- Americana, na Venezuela, para eu poder fotografar e estar perto de Fidel Castro. Não a imagino ainda a fazer de juíza, de censor, de rainha da TV (no caso) de forma a dividir o bom do mau, o ético, do abjecto. Nem considero que tenha uma prática e uma história como jornalista que a tenham transformado numa provedora das coisas do jornalismo. Mas a vida evolui e na verdade acabamos sempre por descobrir em alguns, dons e dotes que nunca imaginaríamos encontrar neles na porca da vida!
Esta pressão sobre a liberdade de expressão é sinistra. A existência de uma ERC ou de uma lei própria para o jornalismo é tão fascista como a existência dos tribunais plenários do regime salazarento. Em democracia há leis para todos. Não há leis especiais. Quem insultar, caluniar, ofender, mentir em público, deve ser acusado e julgado pelos tribunais. Não pelas Estrelas serranas desta vida.
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Manuela Moura Guedes
Os coveiros da cidade de Lisboa
Há uma impunidade silenciada na Câmara de Lisboa. Pelos vistos anda tudo a dormir, já ninguém reage às tonterias de Manuel Salgado. Vejamos: a poucos meses das eleições, e sem que Lisboa revele nas ruas a mais pequena intervenção da presidência de António Costa (tirando talvez o desastrado arranjo do Jardim de S.Pedro de Alcântara, ou as corridas da Fórmula 1 da Renault, ou o stand de carros da Skoda na Praça das Flores) há projectos concretos para intervirem na estrutura arquitectónica da cidade e no seu planeamento, muito polémicos e desastrados, mas que todos fingem não saber.
Sem concurso público há arquitectos a fazerem projectos, a tornarem-se senhores de soluções para Lisboa, que em vez de a reabilitarem lhe vão dar o golpe de misericórdia.
Vejamos: não conheço cidade no Mundo civilizado mais decadente do que Lisboa. Os bairros antigos ( todo o núcleo histórico) estão em ruína, como se já tivesse acontecido o sismo. Os proprietários abandonaram prédios históricos, há casas em ruínas há décadas, proliferam os bandos de traficantes de droga, não há segurança, nem sossego, nem vida urbana, nem negócio. Mesmo com uns prédios aqui e ali a anunciarem que o projecto foi aprovado pela Câmara mas que falta pela Assembleia (porquê? Para reabilitar um imóvel é preciso ser votado pelos políticos?) a verdade é que o estado a que chegou Lisboa nem daqui a 30 anos vai estar recuperada.
O comércio tradicional acabou, sobrevivem umas lojecas de proprietários velhotes, o novo comércio só sobrevive o de lojas muito especiais no Bairro Alto ou o comércio de indianos. Aliás a cidade antiga foi ocupada por todo o tipo de raças e nacionalidades, por acaso só não é utilizada por portugueses, o que dava algum interesse, já agora, para sentirmos que há também lisboetas portugueses em Lisboa.
Trezentos mil tipos espertos deixaram Lisboa nos últimos 10 anos ( eu incluo-me nesse número). Estava farto de bares a chatearem-me, de não ter estacionamento, de IMI caro, de falta de segurança, de caixotes do lixo abandonados, de drogados a dormirem à porta, de carros abandonados na rua, estava farto. E ainda João Soares não tinha inventado essa empresa exemplar, amiga dos utilizadores, a EMEL! Por muito menos custo vivo no Estoril. Quero dizer: Lisboa não tem qualidade de vida, é cara, perigosa, porca, esburacada, demasiado acultural, não há pachorra. As empresas piraram-se de Lisboa: os funcionários não têm onde estacionar, é caro almoçar, é caro o metro quadrado, não há nada a favor. E há falta de segurança. Uns amigos meus abriram uma empresa em Lisboa há meses, já estão fartos. Ontem houve tiros na rua, hoje a polícia cortou o estacionamento, depois das 20 é uma aventura sair do escritório, para se chegar ao carro tem de se dialogar com um sem fim de desgraçados a pedirem moedas para a droga. Ontem um comerciante na Rua do Norte, jovem, dizia-me que estar ali era uma permanente aventura: perigo, aluguer caro, segurança paga pelos comerciantes, apoio da Câmara: ZERO.
Perante este cenário, e nunca mais acabaria o enumerar de chatices lisboetas, em que está preocupado António Costa ? Em tirar os carros da cidade, meter escadas no Terreiro do Paço, aumentar os custos de estacionamento ( já no limite do proibitivo). Esta é a preocupação dele. Não é recuperar as casas devolutas, facilitar a vida em Lisboa, atrair gente, encontrar soluções simples e eficazes para pôr a cidade a palpitar. Não. Costa quer sangue. Quer impor aos cidadãos normas de conduta, comportamentos, hábitos. Costa quer Lisboa uma cidade museu. Sem comércio, nem empresas, nem habitação para todas as classes. Pior: a oposição vai atrás e diz que gostava de fazer o mesmo. Até essa anedota política que é Carmona Rodrigues veio dizer que ele também queria o mesmo. Aliás foi ele que perseguiu os motociclistas em Lisboa, quando mandou reboques da Câmara remover motas em cima do passeio, sem que estivessem a incomodar, uma norma aceite em Paris, Madrid e Barcelona.
Esta política demagógica vai desertificar ainda mais Lisboa. Imagine-se que os Centros Comerciais adoptavam este tipo de medidas, alguém lá ia ? António Costa e esta equipa que quer aplicar na vida real o que andou a aprender na Faculdade de Arquitectura (conheço alguns, foram meus professores e colegas) faz-me lembrar aqueles gurus do novo jornalismo: sabem imenso, na hora de concretizarem as suas ideias, os jornais diminuem de vendas, outros fecham. Mas a culpa é sempre da internet. Em Lisboa a culpa de ninguém querer viver nesse bidé, é dos automóveis. Deixem-nos viver Lisboa.Tomem juízo!
quarta-feira, maio 27, 2009
A Duracell de Dias Loureiro acabou
Empurrado Dias Loureiro deixou o lugar de Conselheiro de Estado. Cavaco suspira de alívio, a oposição rejubila, o PSD acalma e o PS...tem agora o seu "Loureiro": Lopes da Mota, de quem já ninguém fala, aliás.
Em Portugal os políticos agarram-se que nem lapas aos lugares e resistem, duram, duram, são os nossos duracel. A política atrai, vicia, dá lucro, protagonismo, afaga o ego.
Veremos as cenas dos próximos capítulos.
Em Portugal os políticos agarram-se que nem lapas aos lugares e resistem, duram, duram, são os nossos duracel. A política atrai, vicia, dá lucro, protagonismo, afaga o ego.
Veremos as cenas dos próximos capítulos.
Costa casca em Dias, confirma Marta
Quando saiu do carro celular cambaleou a subir as escadas do Parlamento, apoiou-se nos guardas e deu sinais de fragilidade física. Mas passadas oito horas a desabafar e a dizer o que lhe saiu espontâneo e com convicção, parecia fresco que nem uma alface. Ainda teve calma para responder aos jornalistas, embora o não pudesse fazer como preso, gracejou sobre as "belezas" ali presentes e não se mostrou vingativo. Ainda se intitulou de "velhote" a poder ajudar o país.
Oliveira e Costa é inteligente, tem talento e a experiência que tem da política e do Parlamento também o deve ter ajudado. Raposa velha, astuto, rápido, ágil e seguro. Embora muito atento.
Parece um tipo apagado, tímido. Mas quando se solta ganha humanidade e credibilidade. Claro que os milhões desaparecidos não se sabe para onde foram, mas percebe-se que há enredos que envolvem outros sócios e Dias Loureiro.
Perante o descrédito de Dias Loureiro, Cavaco fica sem saída: ou anuncia publicamente que lhe retira confiança ou o conselheiro de Estado abdica se quiser.
Isto vai aquecer e ofuscar as eleições.
A pequena Alexandra e a impunidade dos pais tiranos
As imagens vistas na SIC da pequena Alexandra, agora já a 300 kms de Moscovo, são verdadeiramente tristes, revoltantes. Dramáticas.
Mais um caso exemplar das instituições "exemplares" portuguesas, que decidem da vida de todos como querem e lhes apetece, sempre em nome da lei- das tais leis muitas vezes mal amanhadas. É a vitória da burocracia e da estupidez na sia forma mais brutal. O processo não pode ser mais kafkiano e agora que o Ministro da Segurança Social se diz perturbado com o caso, era tempo (demasiado tarde) para trazer de volta uma criança que sofre e que está a ser vítima de uma monstruosidade.
As imagens da Alexandra a ser sovada pela mão, na televisão russa, são infelizmente cenas a que assistimos todos os dias, muitas vezes ao nosso lado, em locais públicos, por pais que até têm uma superior responsabilidade social. Por cá a nossa cultura de responsabilizar e penalizar os pais tiranos ainda está no 24 de Abril.
Mais um caso exemplar das instituições "exemplares" portuguesas, que decidem da vida de todos como querem e lhes apetece, sempre em nome da lei- das tais leis muitas vezes mal amanhadas. É a vitória da burocracia e da estupidez na sia forma mais brutal. O processo não pode ser mais kafkiano e agora que o Ministro da Segurança Social se diz perturbado com o caso, era tempo (demasiado tarde) para trazer de volta uma criança que sofre e que está a ser vítima de uma monstruosidade.
As imagens da Alexandra a ser sovada pela mão, na televisão russa, são infelizmente cenas a que assistimos todos os dias, muitas vezes ao nosso lado, em locais públicos, por pais que até têm uma superior responsabilidade social. Por cá a nossa cultura de responsabilizar e penalizar os pais tiranos ainda está no 24 de Abril.
terça-feira, maio 26, 2009
Oliveira e Costa faz queixinhas aos sôtores
No país dos enredos, hoje há mais um: o episódio da novela BPN com Oliveira e Costa à frente de um grande elenco. O BPN e o BPP são os casos mais exemplares da vida política e económica desta década decadente do Portugal neo-liberal. Dois casos que levaram na enxurrada da ganância, a poupança de uns desgraçados que acreditaram naqueles gestores exemplares, e que pensaram poderem viver uma vida à custa do lucro rápido e fácil, sem risco com juros altos. Uma utopia capitalista, ainda mais lunar do que a socialista.
Hoje um dos cabecilhas desse projecto financeiro, um ex-cavaquista e um verdadeiro torcionário dos contribuintes, quando foi secretário de estado do tesouro(?), vai à AR por sua conta, boa-vontade e risco, com cartas na manga, para pressionar os seus ex-compagnons de casino a darem-lhe uma boquinha, senão ele vai contar aos sôtores.
A nossa sociedade passou a viver de chantagem, ameaças e escandaleiras.
Com gente desta ainda esperam que Portugal venha a ser um país decente.
Hoje um dos cabecilhas desse projecto financeiro, um ex-cavaquista e um verdadeiro torcionário dos contribuintes, quando foi secretário de estado do tesouro(?), vai à AR por sua conta, boa-vontade e risco, com cartas na manga, para pressionar os seus ex-compagnons de casino a darem-lhe uma boquinha, senão ele vai contar aos sôtores.
A nossa sociedade passou a viver de chantagem, ameaças e escandaleiras.
Com gente desta ainda esperam que Portugal venha a ser um país decente.
domingo, maio 24, 2009
Enfermeiro do S. João com mais sorte do que o porteiro de Faro
A administração do Hospital S. João do Porto teve saídas de leão e entradas de sendeiro no caso do enfermeiro que foi fazer queixinhas a Cavaco. A arrogância e a prepotência destes burocratas instalados, que acham que tudo o que os pode por em causa é sempre uma manobra de indisciplina e falta de lealdade, acaba em vil cobardia. Basta que Deus Nosso senhor, ou alguém por ele, espirre, mande um recado, dê a entender que é melhor deixar-se de processos disciplinares- que não são mais do que a versão simétrica dos queixinhas. Metem logo a viola na sacola!
Quem se lembra ainda do porteiro do Hospital de Faro que, quando Cavaco estava no limiar da sua governação, ia indo parar ao olho da rua- se é que não foi- porque se atreveu a pedir ao cidadão Cavaco Silva o BI para este poder entrar e ver o pai hospitalizado. Na altura, o primeiro-ministro, PR hoje, não parece que tenha mexido uma palha, ou que tenha desvalorizado a postura em bicos de pés de um funcionário que vira naquele acto os seus únicos segundos na vida para passar à posteridade.
Mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. Cavaco é hoje um político mais tolerante. Sabe perdoar, contar uma boa anedota, fazer um trocadilho e dar uma mão aos queixinhas e meter miaúfa aos chefinhos desta vida. Podemos dormir em paz. O papá toma conta de nós.
Quem se lembra ainda do porteiro do Hospital de Faro que, quando Cavaco estava no limiar da sua governação, ia indo parar ao olho da rua- se é que não foi- porque se atreveu a pedir ao cidadão Cavaco Silva o BI para este poder entrar e ver o pai hospitalizado. Na altura, o primeiro-ministro, PR hoje, não parece que tenha mexido uma palha, ou que tenha desvalorizado a postura em bicos de pés de um funcionário que vira naquele acto os seus únicos segundos na vida para passar à posteridade.
Mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. Cavaco é hoje um político mais tolerante. Sabe perdoar, contar uma boa anedota, fazer um trocadilho e dar uma mão aos queixinhas e meter miaúfa aos chefinhos desta vida. Podemos dormir em paz. O papá toma conta de nós.
sábado, maio 23, 2009
Marinho Pinto mete na ordem Manuela Moura Guedes
Sejamos honestos: o que Marinho Pinto disse ontem a Manuela Moura Guedes, e que deixou tanta gente escandalizada, não foi mais do que muitos gostariam de ir ali dizer ao jornal de sexta. A verdade é que há uma impunidade instalada e que hoje pode escrever-se e dizer-se tudo da forma mais delirante sem que haja nesse aventureirismo qualquer penalização. Pior: os espectadores e leitores adoram ouvir e ler dizer mal, mesmo pelas razões mais idiotas.
Só há pouco vi os três minutos para a eternidade Guedes-Marinho, mas ontem à noite depois de ter visto uma peça na SIC-N tinha ficado perplexo. Como era a estrutura da peça? Um apanhado entre todos (ou quase todos) os secretários-regionais da Ordem dos Advogados a malharem no bastonário sem apresentarem um argumento com pés nem cabeça. Limitavam-se aos insultos e a debitarem meias-verdades, que qualquer jornalista minimamente informado teria logo percebido que se tratavam de insultos e não de factos. E um jornalista responsável não pode editar bocas e frases de propaganda, sem haver sequer contraditório.
A verdade é esta: os secretários- regionais da Ordem portam-se como entidades que querem podem e mandam, têm um orçamento de 6 milhões de euros por ano, e fazem da profissão um lobby. O bastonário quer acabar com esta pouca vergonha, quer moralizar e meter na ordem uma situação escandalosa. Claro que os barões ao verem postas em causa mordomias e regalias, como se estivéssemos no tempo do Marquês de Pombal, só podem fazer uma coisa: uma intentona contra o bastonário. Os jornais não costumam explicar isto. E as televisões preferem ganhar share a dizerem mal, do que ganharem prestígio e explicarem a verdade ( ou as verdades) aos espectadores.
Pode até não se gostar do estilo lança-chamas de Marinho Pinto, mas há verdades demasiado duras e escandalosas no exercício da advocacia: deputados que são advogados e defendem os interesses pessoais, escritórios que ganham consultadorias no Estado no valor de milhões de euros sem concurso, políticos que exercem Poder e mantêm os seus escritórios na retaguarda, exploração miserável dos jovens advogados que chegam a ganhar menos que uma mulher a dias,
uma relação arrogante com os clientes sem posses, mordomias tão ridículas como poderem passar à frente de qualquer cidadão numa fila das finanças...os advogados instalados, com uma cultura pouco ou nada democrática, não querem perder.
O bastonário, que é um homem de uma dimensão humana excepcional, e que ganhou o cargo não para brilho ao ego, mas porque acredita na mudança das coisas, está a ser atacado por todos os lados. Percebe-se.
Em Portugal podemos sempre criticar, desde que não se ultrapasse o risco que separa a critica sem consequências, daquela que faz mesmo mudar e pôr em causa. Esta norma conta para todas as actividades. O pior da nossa sociedade são os pequenos poderes instalados. O poderzinho do chefe, do burocrata, do doutor, os pequenos mundos de apaniguados que giram à volta de amizades de circunstância, almoçinhos e fins-de-semana, entre medíocres da mesma condição. São os arrogantes, inseguros, formados por cartilhas que ajudam a manter o lugarzinho, mas onde não há espaço nem para a critica, nem para a inovação. A mediocridade total.
Manuela Moura Guedes ouviu o que nunca ouviu. Ela que começou por ser uma jornalista irreverente transformou o seu jornal de sexta numa atordoada ridícula e caricata.
Marinho Pinto dizia na quinta de manhã numa entrevista que não devemos ter medo de duas coisas na vida: do Diabo (porque assim temos medo todos os dias) e da morte (porque assim morremos todos os dias). Agora acrescentou-lhe a Manuela Moura Guedes !
Só há pouco vi os três minutos para a eternidade Guedes-Marinho, mas ontem à noite depois de ter visto uma peça na SIC-N tinha ficado perplexo. Como era a estrutura da peça? Um apanhado entre todos (ou quase todos) os secretários-regionais da Ordem dos Advogados a malharem no bastonário sem apresentarem um argumento com pés nem cabeça. Limitavam-se aos insultos e a debitarem meias-verdades, que qualquer jornalista minimamente informado teria logo percebido que se tratavam de insultos e não de factos. E um jornalista responsável não pode editar bocas e frases de propaganda, sem haver sequer contraditório.
A verdade é esta: os secretários- regionais da Ordem portam-se como entidades que querem podem e mandam, têm um orçamento de 6 milhões de euros por ano, e fazem da profissão um lobby. O bastonário quer acabar com esta pouca vergonha, quer moralizar e meter na ordem uma situação escandalosa. Claro que os barões ao verem postas em causa mordomias e regalias, como se estivéssemos no tempo do Marquês de Pombal, só podem fazer uma coisa: uma intentona contra o bastonário. Os jornais não costumam explicar isto. E as televisões preferem ganhar share a dizerem mal, do que ganharem prestígio e explicarem a verdade ( ou as verdades) aos espectadores.
Pode até não se gostar do estilo lança-chamas de Marinho Pinto, mas há verdades demasiado duras e escandalosas no exercício da advocacia: deputados que são advogados e defendem os interesses pessoais, escritórios que ganham consultadorias no Estado no valor de milhões de euros sem concurso, políticos que exercem Poder e mantêm os seus escritórios na retaguarda, exploração miserável dos jovens advogados que chegam a ganhar menos que uma mulher a dias,
uma relação arrogante com os clientes sem posses, mordomias tão ridículas como poderem passar à frente de qualquer cidadão numa fila das finanças...os advogados instalados, com uma cultura pouco ou nada democrática, não querem perder.
O bastonário, que é um homem de uma dimensão humana excepcional, e que ganhou o cargo não para brilho ao ego, mas porque acredita na mudança das coisas, está a ser atacado por todos os lados. Percebe-se.
Em Portugal podemos sempre criticar, desde que não se ultrapasse o risco que separa a critica sem consequências, daquela que faz mesmo mudar e pôr em causa. Esta norma conta para todas as actividades. O pior da nossa sociedade são os pequenos poderes instalados. O poderzinho do chefe, do burocrata, do doutor, os pequenos mundos de apaniguados que giram à volta de amizades de circunstância, almoçinhos e fins-de-semana, entre medíocres da mesma condição. São os arrogantes, inseguros, formados por cartilhas que ajudam a manter o lugarzinho, mas onde não há espaço nem para a critica, nem para a inovação. A mediocridade total.
Manuela Moura Guedes ouviu o que nunca ouviu. Ela que começou por ser uma jornalista irreverente transformou o seu jornal de sexta numa atordoada ridícula e caricata.
Marinho Pinto dizia na quinta de manhã numa entrevista que não devemos ter medo de duas coisas na vida: do Diabo (porque assim temos medo todos os dias) e da morte (porque assim morremos todos os dias). Agora acrescentou-lhe a Manuela Moura Guedes !
sexta-feira, maio 22, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
Viúva de Salgueiro Maia: medalha em vez de pensão
Confesso que nunca gostei muito de militares. Ou mesmo nada. E o 25 de Abril, visto pelo lado dos heróis de Abril, ainda me excita menos. Nunca acreditei muito na bondade dos que fizeram o 25 de Abril. Sempre achei que aquilo tinha sido obra de uns descontentes com a féria e com as regalias e que depois de terem andado a facturar em campanhas de África decidiram meter na ordem os velhadas do Regime e, numa inspiração política de autodidactas,fizeram uma golpaça, uma espécie de revolução. Mais reaccionário que isto parece não poder haver.
Claro que o 25 de Abril foi porreiro pá, e nas circunstâncias de então era muito demorado implementar aqui a democracia europeia, pois Marcelo era medroso e a guerra não ajudava. Com a perspectiva de legalizar um partido comunista stalinista....maiores eram os medos dos trogloditas da situação.
Isto para dizer que salgueiro Maia foi talvez o único militar que sempre me inspirou ternura, admiração e gratidão cívica. Foi o único que resistiu ao apelo do Poder e que no dia seguinte ao golpe, recolheu a Santarém na maior das descrições, enquanto os Otelos e Vascos iniciavam uma vida no estrelato da política, numa revolução de vaidades e de tonteria total, paga pelo bom povo português. Como sempre, de resto.
Salgueiro Maia é para mim o herói da democracia. A fotografia do Eduardo Gageiro feita no instante em que houve a rendição das tropas do regime, em que o capitão está a morder o lábio para não chorar (segundo a descrição do próprio) é o momento da grande verdade, a altura exacta em que passámos de um regime caduco e decadente para uma democracia, embora trauliteira e demasiado festiva.
Salgueiro Maia morreu em 1992, jovem, injustiçado pelo destino da vida. No ano seguinte, Cavaco Silva, então primeiro-ministro, recusou dar á viúva uma pensão por ter sido mulher do herói de Abril. Mas deu uma pensão vitalícia a dois agentes da PIDE.
No próximo dia 10 de Junho vai condecorar a viúva de Salgueiro Maia. Não sei se ela vai aceitar a comenda ou, se o fizer, o que irá dizer ao ex-primeiro, no momento de este lhe afixar a medalha. Talvez morda o lábio, como o fez o seu herói-marido, para não chorar. Não de raiva mas de vergonha.
Oxalá o Presidente, que agora experimenta um novo estilo não só no penteado mas também no sentido de humor, não se lembre de fazer comendador no Dia da Raça do ano que vem, o escritor José Saramago!...
Claro que o 25 de Abril foi porreiro pá, e nas circunstâncias de então era muito demorado implementar aqui a democracia europeia, pois Marcelo era medroso e a guerra não ajudava. Com a perspectiva de legalizar um partido comunista stalinista....maiores eram os medos dos trogloditas da situação.
Isto para dizer que salgueiro Maia foi talvez o único militar que sempre me inspirou ternura, admiração e gratidão cívica. Foi o único que resistiu ao apelo do Poder e que no dia seguinte ao golpe, recolheu a Santarém na maior das descrições, enquanto os Otelos e Vascos iniciavam uma vida no estrelato da política, numa revolução de vaidades e de tonteria total, paga pelo bom povo português. Como sempre, de resto.
Salgueiro Maia é para mim o herói da democracia. A fotografia do Eduardo Gageiro feita no instante em que houve a rendição das tropas do regime, em que o capitão está a morder o lábio para não chorar (segundo a descrição do próprio) é o momento da grande verdade, a altura exacta em que passámos de um regime caduco e decadente para uma democracia, embora trauliteira e demasiado festiva.
Salgueiro Maia morreu em 1992, jovem, injustiçado pelo destino da vida. No ano seguinte, Cavaco Silva, então primeiro-ministro, recusou dar á viúva uma pensão por ter sido mulher do herói de Abril. Mas deu uma pensão vitalícia a dois agentes da PIDE.
No próximo dia 10 de Junho vai condecorar a viúva de Salgueiro Maia. Não sei se ela vai aceitar a comenda ou, se o fizer, o que irá dizer ao ex-primeiro, no momento de este lhe afixar a medalha. Talvez morda o lábio, como o fez o seu herói-marido, para não chorar. Não de raiva mas de vergonha.
Oxalá o Presidente, que agora experimenta um novo estilo não só no penteado mas também no sentido de humor, não se lembre de fazer comendador no Dia da Raça do ano que vem, o escritor José Saramago!...
terça-feira, maio 19, 2009
Sexo, colegiais, a tarada da professora, e o resto
A Escola portuguesa tresanda a sexo. Real, da vida real, e virtual. Também há muita teoria sobre sexo nas nossas escolinhas. Há duas semanas na margem sul, numa reportagem assisti embevecido durante mais de uma hora a uma predica sexual dada por um guru no assunto da Abraço. O mestre, fresco e bem disposto, apareceu com uma caixa de cartão selada cheia de preservativos que davam para os dois lados: masculino e feminino.
Não direi como o bispo de Braga disse um dia ao Expresso, que aprendi mais naquela manhã do que em 54 anos de vida (!), mas confesso que quase me esquecia de fotografar para poder aprender técnicas tão precisas como sejam a forma de introduzir o preservativo, de o testar para comprovar da sua garantia, como se comprasse peixe fresco na praça, ou o saber fazer o levantamento rigoroso das áreas do corpo alheio onde se pode tocar e não tocar, sem o perigo de se apanhar um sarilho para o resto da vida. Aliás esta palavra "apanhar" nunca deve ser utilizada no sentido da contaminação com o vírus da SIDA, há outra expressão que, cábula como sou, já me esqueci.
Naquela aula prática sobre a utilização do preservativo o tema era pacífico entre os alunos adolescentes. Para eles, aquilo parecia uma aula de condução dada por um instrutor a uns putos que estavam fartos de roubar o carro ao pai e de irem acelerar para a Vasco da Gama, à hora do almoço, quando a bófia regressa ao quartel para paparem na cantina o almoçinho a 5 euros a dose. A malta aguentou bem a teoria e não chorou...nem riu. No final, houve distribuição de camisinhas para os putos, como se se tratassem de rebuçados, ou de pernas de frango para esfomeados, em sentido figurado claro!
Eu concordo com tudo o que possa evitar a transmissão de doenças sexuais, tal como acho imperdoável andar de bicicleta, ou de mota, sem capacete e de carro sem cinto. Embora haja alturas em que tenha mandado a segurança às urtigas e me tenha aventurado a andar na minha BMW 69S (não é piada é mesmo o modelo!) pelas ruas de Florença, entre tarados, italianas de mini-saia a conduzirem Vespas e de refilões a furarem filas com Fiat`s amassados. Foi há muitos anos, portanto nessa altura a segurança era uma treta.
Subitamente a escola portuguesa já não é falada porque os profs não querem ser avaliados, pois nasceram para avaliar os outros, passou a ser badalada porque o Sócrates quer as coisas bem feitas e educação sexual, como se fosse a tabuada do corpinho. Os professores em vez de ensinarem História querem contar histórias escabrosas, em estilo rebaixoleiro, sobre os bacanais dos romanos. Para animar a coisa, uma professora com sotaque do Norte, chantagia alunas pois estas têm namorados comuns a grandes amigos do filho... Reles de mais para ser verdade. A seguir em arquitectura, os professores ainda vão passar os vídeos do Taveira, em vez de incutirem nos jovens a arquitectura encaixotada dos Aires Mateus desta vida.
Anda tudo ao avesso. No mínimo, esta crise está a dar a volta à cabeça do maralhal e o maralhal a conseguir dar a volta à crise, comprando a Playboy portuguesa, colando na parede posters da Maia depois de recauchutada, inscrevendo-se nas aulas de História da dita escola de Espinho, indo obsessivamente à net para só verem a página da Diana Chaves, o que aliás explica a baixa afluência de muitos sites de referência.
A cereja em cima do bolo desta bagunçada tipo Morangos com Açúcar, será um escândalo de uma professora muito gira que tenha fugido com um adolescente que faça lembrar o Shrek, ou de um assistente de Religião e Moral que tenha sido apanhado descalço a sair da Mesquita da Praça de Espanha.
Depois da tolerância de Sócrates para com os casamentos gay, da mudança corajosa da lei do divórcio, da legalização da pílula do dia seguinte e da despenalização do aborto, esta campanha para a distribuição gratuita de preservativos nas escolas, como se se tratasse de carradas de Magalhães, está a por os portuguesinhos muita malucos. Doidões mesmo.
Com esta permissividade sexual e com um Presidente que ousa dizer piadas, num estilo entre Obama e Camilo de Oliveira, só nos falta mesmo a oposição cumprir o seu papel: comer a papinha toda Maizena, crescer e aparecer!
domingo, maio 17, 2009
McCann contra-atacam Amaral.
O ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral considerou hoje que a intenção dos pais de Madeleine McCann de processá-lo por difamação "surge num momento importante" e vai "permitir ver quem difama quem".
"Não costumo comentar notícias. Não sei se é verdade e não tenho muito a comentar. Mas este é um momento importante e vamos discutir e ver quem é que está a difamar quem", afirmou o antigo coordenador da investigação ao desaparecimento da menina inglesa, ocorrido na Praia da Luz, Lagos, a 3 de Maio de 2007.
Os pais de Madeleine McCann vão processar o ex-inspector da PJ por difamação devido às suas "contínuas e grosseiras afirmações" em Portugal e no estrangeiro sobre o desaparecimento da criança em 2007, anunciaram ontem em comunicado.
A acção judicial de Kate e Gerry McCann "em conjunto com os três filhos, Madeleine, Sean e Amelie", foi iniciada ontem num tribunal em Lisboa pela advogada Isabel Duarte, disse fonte da família./Público
"Não costumo comentar notícias. Não sei se é verdade e não tenho muito a comentar. Mas este é um momento importante e vamos discutir e ver quem é que está a difamar quem", afirmou o antigo coordenador da investigação ao desaparecimento da menina inglesa, ocorrido na Praia da Luz, Lagos, a 3 de Maio de 2007.
Os pais de Madeleine McCann vão processar o ex-inspector da PJ por difamação devido às suas "contínuas e grosseiras afirmações" em Portugal e no estrangeiro sobre o desaparecimento da criança em 2007, anunciaram ontem em comunicado.
A acção judicial de Kate e Gerry McCann "em conjunto com os três filhos, Madeleine, Sean e Amelie", foi iniciada ontem num tribunal em Lisboa pela advogada Isabel Duarte, disse fonte da família./Público
sábado, maio 16, 2009
Sócrates com 3 bons retratos na semana
Sócrates ganhou esta semana muito capital. Acontecesse o mesmo ao país que ele governa.
Vejamos: ganhou capital afectivo: uma reportagem de uma revista do coração, mostrava-o num "flagra" paparazzi, a sair noite dentro da casa da namorada, a falar ao telemóvel, sem segurança. O homem frio, que nunca aparece com a família, que tem uma namorada que nunca foi assumida, é agora um homem como qualquer outro que tem mundo para lá da governação. Sempre achei esse lado de Sócrates o mais simpático nele, pelas poucas vezes com que falei pessoalmente com ele, mas que na verdade nunca passa para o público. Fica sempre aquele lado ensaiado, estudado e frio. Um retrato mau para uma altura onde o povo quer um papá.
Depois foi a visita à Madeira. Um acto de coragem política, embora controlado: viagem de meia dúzia de horas para não permitir incidentes e um final feliz com Alberto João a dar a entender que se voltarem umas massas perdidas...reinará a paz no reino das bananas. Boa foto de Sócrates.
Por fim, a forma notável como foi encerrado o caso Alegre. Manuel Alegre aceitou uma trégua, continua vigilante, mas vai dar fôlego a Sócrates e até estará a seu lado se a campanha correr para pior. De certeza teremos Manuel Alegre a candidatar-se a Belém, o que para mim é uma boa notícia. Não podemos esquecer que se não tivesse sido aquele acto de teimosia de Mário Soares, Alegre seria hoje o nosso Presidente. O tempo o dirá.
Sócrates teve pois uma boa semana. O país nem por isso.
PS: as declarações do primo ao Expresso, revelam que há muito folclore. Sócrates sai também benificiado.
Vejamos: ganhou capital afectivo: uma reportagem de uma revista do coração, mostrava-o num "flagra" paparazzi, a sair noite dentro da casa da namorada, a falar ao telemóvel, sem segurança. O homem frio, que nunca aparece com a família, que tem uma namorada que nunca foi assumida, é agora um homem como qualquer outro que tem mundo para lá da governação. Sempre achei esse lado de Sócrates o mais simpático nele, pelas poucas vezes com que falei pessoalmente com ele, mas que na verdade nunca passa para o público. Fica sempre aquele lado ensaiado, estudado e frio. Um retrato mau para uma altura onde o povo quer um papá.
Depois foi a visita à Madeira. Um acto de coragem política, embora controlado: viagem de meia dúzia de horas para não permitir incidentes e um final feliz com Alberto João a dar a entender que se voltarem umas massas perdidas...reinará a paz no reino das bananas. Boa foto de Sócrates.
Por fim, a forma notável como foi encerrado o caso Alegre. Manuel Alegre aceitou uma trégua, continua vigilante, mas vai dar fôlego a Sócrates e até estará a seu lado se a campanha correr para pior. De certeza teremos Manuel Alegre a candidatar-se a Belém, o que para mim é uma boa notícia. Não podemos esquecer que se não tivesse sido aquele acto de teimosia de Mário Soares, Alegre seria hoje o nosso Presidente. O tempo o dirá.
Sócrates teve pois uma boa semana. O país nem por isso.
PS: as declarações do primo ao Expresso, revelam que há muito folclore. Sócrates sai também benificiado.
Não há crise no Chiado
Quem anda por Lisboa e aqui aterrou de pára-quedas em pleno Chiado, não encontra sinais de recessão, crise ou depressão. Ali, a cidade vibra, movimenta-se, está cheia de energia. Há gente gira, muito gira, a passear Rua do Carmo acima, Rua Garrett abaixo, as lojas estão cheias, há muita malta nova a conversar, outros à espera de encontros marcados, há gente antiga a viver o Sol da Primavera, há sons, e um cheiro que não se identifica mas que parece ser o cheiro de Lisboa.
Ao fim da tarde as esplanadas no cimo dos hóteis de charme estão cheias de estrangeiros e de casais furtivos, de negócios e encontros acompanhados a bebidas frescas...
Na verdade nem todas as crises se reflectem nas ruas, o que é aliciante para fotógrafos e outros voyeurs. Mas descendo o Bairro da Bica, andando pela Rua de S. Paulo, passando o Texas Bar e subindo a Rua do Alecrim, tudo é abandono, decadência, ruína, numa cidade que envelheceu mal e que ninguém liga, começando pelos senhores presidentes de câmara, depois do curto mandato de João Soares.
Amanhã a Virgem vem a Lisboa, é melhor rezarmos a ela pela cidade.
Ao fim da tarde as esplanadas no cimo dos hóteis de charme estão cheias de estrangeiros e de casais furtivos, de negócios e encontros acompanhados a bebidas frescas...
Na verdade nem todas as crises se reflectem nas ruas, o que é aliciante para fotógrafos e outros voyeurs. Mas descendo o Bairro da Bica, andando pela Rua de S. Paulo, passando o Texas Bar e subindo a Rua do Alecrim, tudo é abandono, decadência, ruína, numa cidade que envelheceu mal e que ninguém liga, começando pelos senhores presidentes de câmara, depois do curto mandato de João Soares.
Amanhã a Virgem vem a Lisboa, é melhor rezarmos a ela pela cidade.
sexta-feira, maio 15, 2009
O Circo do Sol
Quero partilhar isto convosco: o Cirque du Soleil que está em Lisboa é uma pérola de vida. Tive o grande privilégio de ter estado nos bastidores da companhia, no Canadá, em Montreal, há duas semanas em reportagem para o Expresso (capa do Actual este sábado) e de ter percebido como só é possível chegar a um tão grande grau de excelência partindo de um conceito de equipa disciplinada, mas dirigida e partilhada por gente empenhada, inteligente e com o espírito aberto á criatividade. Uma equipa com líderes.
O Cirque du Soleil tem toda a cultura teatral dos anos sessenta, a disciplina do Grotovsky, a militância de Brecht e a filosofia do que é ser artista total (espero que a minha colega Cláudia Galhós não leia isto, pois ela é que deveria escrever estas ou outras palavras, e não eu). O espectáculo que a partir de amanhã estará aberto ao público (hoje foi ensaio geral) vale como um grande momento de vida. Um mundo perfeito num mundo real perigoso e medíocre. Há dias felizes.
O Cirque du Soleil tem toda a cultura teatral dos anos sessenta, a disciplina do Grotovsky, a militância de Brecht e a filosofia do que é ser artista total (espero que a minha colega Cláudia Galhós não leia isto, pois ela é que deveria escrever estas ou outras palavras, e não eu). O espectáculo que a partir de amanhã estará aberto ao público (hoje foi ensaio geral) vale como um grande momento de vida. Um mundo perfeito num mundo real perigoso e medíocre. Há dias felizes.
quarta-feira, maio 13, 2009
Jardim de braços abertos à espera de Sócrates
O senhor Pinto de Sousa vai ser recebido na Madeira por Alberto João Jardim de...braços abertos. Segue-se o Sr. Silva.
O encanto de Jardim não se explica. Só naquela base: quanto mais me insultas mais gosto de ti. Até Jaime Gama que num momento de raro humor e delírio chamou ao chefe da Madeira " O Bokassa do Atlântico" acabou por cair nos braços do pândego com direito a discurso elogioso não só ao personagem como à sua obra.
Percebe-se que assuntos de Estado são assuntos de Estado. E que as instituições ficam e os protagonistas passam. Jardim não é de desprezar. Se não fosse competente (no que quiserem considerar) nunca estaria há um quarto de século à frente de uma ilha, com resultados sociais visíveis e irrefutáveis. Mesmo esse negócio de corrupção ( desculpem o brasileirismo) acaba por nunca dar em nada. Na verdade, quantos tipos foram julgados e condenados na Madeira por corrupção? Não me lembro de nenhum. Há menos corrupção na Madeira por cidadão quadrado (!) do que no Continente. Verdade?
Sócrates ao ir à Madeira pratica um acto de coragem e vai permitir caçar uns bons votos na ilha. Se chegar a um acordo razoável sobre os fundos( se é que não chegou já) Jardim estará com ele, ou no mínimo não estará contra ele.
E se Sócrates trata Hugo Chavez por tu, Kadafi por irmão (imaginemos) e Durão por Pá, porque não tratar Jardim por camarada?
Com tanta amizade ainda vamos ver Sócrates a fumar um daqueles charutos cubanos com cinta timbrada AJJ, deliciosos- pelo menos o que Alberto João me deu um dia era fantástico- e a voltar ao tabaco. E por lá pode fumar à vontade, Jardim meteu a ASAE no bolso.
Sócrates chega assim á Madeira, a partir dali é sempre de vento em popa.
O encanto de Jardim não se explica. Só naquela base: quanto mais me insultas mais gosto de ti. Até Jaime Gama que num momento de raro humor e delírio chamou ao chefe da Madeira " O Bokassa do Atlântico" acabou por cair nos braços do pândego com direito a discurso elogioso não só ao personagem como à sua obra.
Percebe-se que assuntos de Estado são assuntos de Estado. E que as instituições ficam e os protagonistas passam. Jardim não é de desprezar. Se não fosse competente (no que quiserem considerar) nunca estaria há um quarto de século à frente de uma ilha, com resultados sociais visíveis e irrefutáveis. Mesmo esse negócio de corrupção ( desculpem o brasileirismo) acaba por nunca dar em nada. Na verdade, quantos tipos foram julgados e condenados na Madeira por corrupção? Não me lembro de nenhum. Há menos corrupção na Madeira por cidadão quadrado (!) do que no Continente. Verdade?
Sócrates ao ir à Madeira pratica um acto de coragem e vai permitir caçar uns bons votos na ilha. Se chegar a um acordo razoável sobre os fundos( se é que não chegou já) Jardim estará com ele, ou no mínimo não estará contra ele.
E se Sócrates trata Hugo Chavez por tu, Kadafi por irmão (imaginemos) e Durão por Pá, porque não tratar Jardim por camarada?
Com tanta amizade ainda vamos ver Sócrates a fumar um daqueles charutos cubanos com cinta timbrada AJJ, deliciosos- pelo menos o que Alberto João me deu um dia era fantástico- e a voltar ao tabaco. E por lá pode fumar à vontade, Jardim meteu a ASAE no bolso.
Sócrates chega assim á Madeira, a partir dali é sempre de vento em popa.
Gestão para Totós
Há uma evidente impunidade nos casos BPN e BPP. Por muito menos muita boa gente foi presa. Aliás Pedro Caldeira é um santo para a História.
As declarações hoje de Sócrates na AR, são por si a evidência de que se não houvesse grande marosca na gestão do BPP ele, primeiro-ministro, nunca poderia ter ido tão longe nas suas declarações. Há gestão danosa e abuso de confiança, no mínimo, e quando Carlos Tavares disse o que disse, não o seria levianamente pois não é esse o seu comportamento como homem de bem. Portanto: há milhões de euros desaparecidos e gente desesperada que tinha no banco as poupanças e ganhos de uma vida e hoje está desesperada.
Não é inédito tudo isto na banca portuguesa. A falência da Caixa Faialense aqui há uns anos, e que envolvia gente ligada ao PPD, foi também uma tragédia para muitos clientes que lá tinham as poupanças e tudo perderam. Os responsáveis nunca ficaram atrás das grades e até continuaram a ter uma vida regrada. Este problema não tira só - e já é demasiado- a confiança no sistema bancário, estes aventureirismos de uns chicos- espertos exemplares, são pagos pelos nossos impostos, por nós todos. Esta realidade difícil de gerir por qualquer governo, só se combate com uma apertada malha na supervisão bancária, e por o Poder tratar a banca não com o medo e a subserviência habitual, mas com regras bem apertadas. Rigor. Uma ASAE para a banca.
Num país onde há em cada rotunda uma operação stop da polícia para chatear o pacato cidadão que não traz o selo afixado ou cuja morada da carta não dá com a do livrete do carro, numa caça à multa digna da polícia de Maputo, neste país de polícias armados em maus e em burocratas multadores, deveria haver um controle eficaz com aqueles que conseguem eclipsar dinheiro mais depressa do que um qualquer vigarista mágico.
Agora já percebemos: vamos pagar todos o calote. Talvez tenhamos como bónus essa obra superior de gestão, que as universidades dos mestres neo-liberais devem adoptar:" Uma gestão exemplar". Gosto imenso de citar isto. É, para mim, o retrato da lata suprema num país de totós.
As declarações hoje de Sócrates na AR, são por si a evidência de que se não houvesse grande marosca na gestão do BPP ele, primeiro-ministro, nunca poderia ter ido tão longe nas suas declarações. Há gestão danosa e abuso de confiança, no mínimo, e quando Carlos Tavares disse o que disse, não o seria levianamente pois não é esse o seu comportamento como homem de bem. Portanto: há milhões de euros desaparecidos e gente desesperada que tinha no banco as poupanças e ganhos de uma vida e hoje está desesperada.
Não é inédito tudo isto na banca portuguesa. A falência da Caixa Faialense aqui há uns anos, e que envolvia gente ligada ao PPD, foi também uma tragédia para muitos clientes que lá tinham as poupanças e tudo perderam. Os responsáveis nunca ficaram atrás das grades e até continuaram a ter uma vida regrada. Este problema não tira só - e já é demasiado- a confiança no sistema bancário, estes aventureirismos de uns chicos- espertos exemplares, são pagos pelos nossos impostos, por nós todos. Esta realidade difícil de gerir por qualquer governo, só se combate com uma apertada malha na supervisão bancária, e por o Poder tratar a banca não com o medo e a subserviência habitual, mas com regras bem apertadas. Rigor. Uma ASAE para a banca.
Num país onde há em cada rotunda uma operação stop da polícia para chatear o pacato cidadão que não traz o selo afixado ou cuja morada da carta não dá com a do livrete do carro, numa caça à multa digna da polícia de Maputo, neste país de polícias armados em maus e em burocratas multadores, deveria haver um controle eficaz com aqueles que conseguem eclipsar dinheiro mais depressa do que um qualquer vigarista mágico.
Agora já percebemos: vamos pagar todos o calote. Talvez tenhamos como bónus essa obra superior de gestão, que as universidades dos mestres neo-liberais devem adoptar:" Uma gestão exemplar". Gosto imenso de citar isto. É, para mim, o retrato da lata suprema num país de totós.
Gestão fraudulenta no BPP e BPN arrepiam Sócrates
O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou "arrepiantes" as recentes notícias sobre práticas de gestão fraudulenta no Banco Privado Português (BPP) e no Banco Português de Negócios (BPN) e pediu rapidez à autoridades judiciais na perseguição dos criminosos.
As palavras do chefe do Governo foram proferidas no final do debate quinzenal, na Assembleia da República.
Questionado sobre se já recebeu o parecer do Banco de Portugal sobre o BPP e se o Governo vai garantir os produtos de retorno absoluto, Sócrates disse apenas que esse relatório foi entregue "hoje mesmo" ao ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos.
"O que o Governo deve fazer, desde já, é estudar esse relatório do Banco de Portugal. Depois decidiremos em função do interesse geral, da defesa dos depositantes e dos interesses da estabilização do sistema financeiro", respondeu.
Porém, o primeiro-ministro frisou depois que "aquilo que diz respeito a gestões com índices de fraude, quer no BPN, quer no BPP, isso fez mal à economia portuguesa, prejudicou muita gente e afectou a credibilidade dos bancos".
"Espero que as nossas instituições judiciais persigam os responsáveis por esse tipo de práticas. As notícias são absolutamente arrepiantes no que diz respeito a empresas fictícias", apontou Sócrates.
Ainda neste contexto, o primeiro-ministro declarou que o que tem vindo a público sobre indícios de gestão fraudulenta "é muito preocupante".
"As nossas instituições judiciais têm o dever de rapidamente perseguirem e punirem aqueles que abusaram da boa-fé das pessoas e, inclusivamente, das pessoas que julgavam que tinham um depósito podendo não o ter na realidade", insistiu o primeiro-ministro.
No entanto, de acordo com José Sócrates, o sistema financeiro português "está agora mais forte do que há meses atrás, o mesmo acontecendo com o sistema financeiro internacional"./ LUSA
segunda-feira, maio 11, 2009
Todos brincam com o fogo de Setúbal
Os distúrbios de Setúbal são uma treta sem importância nenhuma. Uns putos revoltados pela morte de um amigo pela polícia, responderam com pedradas e uns tiros.
A polícia que pelo visto não consegue um ambiente de trégua na zona envolvendo as várias entidades próximas, desatou também aos tiros, repetindo no fundo a mesma atitude dos miúdos. O alarido, o aparato e o ar de empertigado do ministro, nada ajudam à calma. Sócrates veio ainda lançar gasolina no lume ao dizer aquela frase superior:"nas democracias não se bate na polícia!". Oh, senhor primeiro-ministro: parece que é mesmo nas democracias que os polícias levam à grande!".
O que está a acontecer ainda não é uma revolta organizada, nem o rebentar do vulcão que fervilha há já alguns anos à volta das grandes cidades do país. Ninguém com consciência política e social pode esconder que numa zona com vinte e tal por cento de desemprego, mistura de culturas e, sobretudo, com um total desencanto pelo dia de amanhã possa haver paz social, harmonia e cânticos de igreja.
Ali nem um Magalhães em cada lar, ligado à internet, poderia acalmar os ânimos de uma geração deslocada, marginalizada.
Quando Paulo Portas vem com aquele ar de mauzão que gosta de polícias, está a ignorar que sem enquadramento social eficaz, não há segurança, nem paz. Ali há fome, desprezo e humilhação social. Queriam o quê ? Milagres? Meninos do côro?
O aparato exagerado da polícia só provoca mais a situação. A segurança deveria ser forte e discreta, eficaz sem arrogância.
Se continuarem todos a fazer daquilo um espectáculo para as televisões e um pretexto para guerrilhas de partidos, não se admirem que a onda de violência se espalhe a outros bairros da grande Lisboa. É só a malta perceber que aquilo dá para aparecer na televisão.
domingo, maio 10, 2009
A Curva do Mónaco
A Curva do Mónaco sempre despertou em mim encanto. Era a curva da morte, nos anos sessenta e setenta. Tem um nome charmoso: Mónaco. E a geometria da curva tem qualquer coisa entre perigo e aventura. Imagino por lá minis vermelhos e brancos a acelerarem a grande velocidade, quando havia sonho e romantismo nos automóveis dos anos sessenta. O Restaurante do Mónaco, ali a abraçar a curva, chique e caro na época em que a classe média alta da linha mostrava bom gosto, encanto e um mundo social entre sexo e dança.
Hoje a Curva do Mónaco lá está: mais segura, decadente, nostálgica e o seu restaurante a dar os últimos suspiros. Há por lá baile ao fim de semana, para velhotes solitários em busca de uma alma gémea para o Céu, pescadores furtivos, ciclistas lançados, e gente que por ali passa meia vagabunda.
Por detrás da Curva há chalés recentes, numa encosta que é das mais belas da Linha. Casas com vista sobre o rio e o mar que o abraça. Imagino varandas ao fim da tarde com música tropical, bebidas geladas e cheiros a mar. Há ainda atrás da Curva, casebres abandonados, à espera de um tempo bom para investir numa zona invejável.
Ontem peguei na minha bicicleta e, a conselho de amigos ciclistas, decidi explorar aquela paisagem permitida pelo caminho que arranca à saída da curva, passa pela estação da Cruz Quebrada e acaba na praia de Algés. Entre a linha do comboio e o Tejo, persiste uma vida de gente à margem, que sobrevive da pesca artesanal. Por ali comem peixe fresco, fazem churrascos, convivem entre barracas e carros velhos que conseguem mover-se. Parece uma paisagem de Antonioni, um deserto vermelho de solidão, paz e grande interioridade.
O comboio passa com frequência, rápido, vencendo uma outra curva, a da falésia de Gibralta que desabou há quarenta anos sobre um comboio, fazendo várias mortes. Ainda se vê por ali a arquitectura promovida por Duarte Pacheco, com escadarias que ligavam a Marginal ao rio, num tempo em que os carros pretos passeavam na estrada como se estivéssemos em Acapulco e a vida fosse um filme technicolor filmado à medida do sonho.
Naqueles 10 quilómetros há um mundo mágico, esquecido por autarcas e governos ávidos de rotundas e obras públicas. Um ambiente que tem qualquer coisa de sensual, proibido, santo.
Não aconselho ninguém a ir para lá. Quero aquilo só para mim.
Hoje a Curva do Mónaco lá está: mais segura, decadente, nostálgica e o seu restaurante a dar os últimos suspiros. Há por lá baile ao fim de semana, para velhotes solitários em busca de uma alma gémea para o Céu, pescadores furtivos, ciclistas lançados, e gente que por ali passa meia vagabunda.
Por detrás da Curva há chalés recentes, numa encosta que é das mais belas da Linha. Casas com vista sobre o rio e o mar que o abraça. Imagino varandas ao fim da tarde com música tropical, bebidas geladas e cheiros a mar. Há ainda atrás da Curva, casebres abandonados, à espera de um tempo bom para investir numa zona invejável.
Ontem peguei na minha bicicleta e, a conselho de amigos ciclistas, decidi explorar aquela paisagem permitida pelo caminho que arranca à saída da curva, passa pela estação da Cruz Quebrada e acaba na praia de Algés. Entre a linha do comboio e o Tejo, persiste uma vida de gente à margem, que sobrevive da pesca artesanal. Por ali comem peixe fresco, fazem churrascos, convivem entre barracas e carros velhos que conseguem mover-se. Parece uma paisagem de Antonioni, um deserto vermelho de solidão, paz e grande interioridade.
O comboio passa com frequência, rápido, vencendo uma outra curva, a da falésia de Gibralta que desabou há quarenta anos sobre um comboio, fazendo várias mortes. Ainda se vê por ali a arquitectura promovida por Duarte Pacheco, com escadarias que ligavam a Marginal ao rio, num tempo em que os carros pretos passeavam na estrada como se estivéssemos em Acapulco e a vida fosse um filme technicolor filmado à medida do sonho.
Naqueles 10 quilómetros há um mundo mágico, esquecido por autarcas e governos ávidos de rotundas e obras públicas. Um ambiente que tem qualquer coisa de sensual, proibido, santo.
Não aconselho ninguém a ir para lá. Quero aquilo só para mim.
sábado, maio 09, 2009
Ao terceiro dia o i afinou
Ao terceiro dia já gosto mais do i. A edição de hoje era já a de um jornal afinado. É definitivamente um jornal inteligente, de bom gosto e com uma forma peculiar de abordar os conteúdos. A revista faz lembrar muito da Kapa mas é indiscutivelmente um bom produto editorial. Aliás, com o Pedro Rolo Duarte ao comando só poderia saír um bom produto. Parabéns Pedro!
Textos sintéticos, ritmo gráfico. Embora eu continue a lamentar a inexistência de fotojornalismo. Mas isso parece ser um estigma da nossa imprensa. Encontramos alguns bons retratos, mas não vemos uma fotografia que nos emocione pelo instante, pelo olhar pessoal do fotógrafo. Para mim a maior falha do i vai para a inexistência de uma cultura de fotojornalismo. Não há histórias fotográficas.
Quanto ao resto, vamos ter mais um jornal para nos guiar por temas que muitas vezes nos passam ao lado no turbilhão dos dias. Parecendo pouco, é muito nos dias cinzentos e inertes que nos servem.
Textos sintéticos, ritmo gráfico. Embora eu continue a lamentar a inexistência de fotojornalismo. Mas isso parece ser um estigma da nossa imprensa. Encontramos alguns bons retratos, mas não vemos uma fotografia que nos emocione pelo instante, pelo olhar pessoal do fotógrafo. Para mim a maior falha do i vai para a inexistência de uma cultura de fotojornalismo. Não há histórias fotográficas.
Quanto ao resto, vamos ter mais um jornal para nos guiar por temas que muitas vezes nos passam ao lado no turbilhão dos dias. Parecendo pouco, é muito nos dias cinzentos e inertes que nos servem.
quinta-feira, maio 07, 2009
Não gostei do i
Francamente não gostei do i. Percebo a filosofia do projecto (aliás nada de estranhar quando a Inovation está presente) que é virado para uma leitura rápida, explicativa, com highlights e destaques, sem dar muita importância às noticias do dia, com mais histórias...percebo que não haja uma cultura inerente de fotojornalismo (o que se percebe ainda melhor vindo da cartilha da Inovation) preferindo-se o desenho ou a infografia...percebe-se que é uma linha jornalística que bebe na técnica da televisão (embora seja um caminho que foi iniciado nos anos oitenta pelo USA TODAY), o que não favorece a reportagem a fundo, os textos de jornalismo de autor e muito menos o fotojornalismo de referência.
Sinceramente a primeira página não me emocionou: tem uma estrutura geometricamente igual à do Público de hoje. Uma foto que é uma cara, cropada de uma forma brutal de uma outra foto que vem no interior, num preto e branco sem impacto, onde o i perdeu o azul que já estava fixado pela campanha de lançamento.
Do meu ponto de vista, que mais me interessa, a fotografia é toda ela lamentável. É o pior do Independente de há vinte anos atrás. Os meus amigos, que muito prezo e que sinceramente admiro da Kameraphoto, têm aqui um desempenho fraco. Voltaram as fotos quadradas com tipos parados a olharem para a máquina. As centrais são uma caderneta de cromos, umas fotos maçadoras mal executadas, que pretendem ter rigor sem o terem...prefiro mesmo nem dizer muito mais. Uma oportunidade perdida para se ter na imprensa portuguesa uma grande frescura fotográfica.
A edição fotográfica é completamente ao lado. Exemplo: abre hoje o maior hipermercado de Portugal. Há um ângulo fabuloso da IC16 onde se vislumbra uma paisagem suburbana sem fim e o hiper em primeiro plano (vi eu). Que fotografias ilustram isto: uns pormenores banais, com um tipo de cu para o ar a varrer. Poupem-nos !
Mas o mais íncrivel é uma reportagem feira ao México por dois jornalistas que é ilustrada por desenhos. Só falta passarem a escrever reportagens em hieroglíficos. Há certas teorias de certos gurus que acabam num absurdo total. E nós por cá adoramos fazer dos jornais laboratórios de
investigação para novas modas e tendências...depois o público é ingrato. Ou reles mesmo.
Também acho que não há linkagem permanente para o site e que é preciso alguém ao lado nos dizer para sabermos que aquele suporte em papel tem também um carril multimédia.
Ainda sobre as fotos: duas grandes fotos de Obama do Pete Souza. Nada acontece por acaso.
Sinceramente a primeira página não me emocionou: tem uma estrutura geometricamente igual à do Público de hoje. Uma foto que é uma cara, cropada de uma forma brutal de uma outra foto que vem no interior, num preto e branco sem impacto, onde o i perdeu o azul que já estava fixado pela campanha de lançamento.
Do meu ponto de vista, que mais me interessa, a fotografia é toda ela lamentável. É o pior do Independente de há vinte anos atrás. Os meus amigos, que muito prezo e que sinceramente admiro da Kameraphoto, têm aqui um desempenho fraco. Voltaram as fotos quadradas com tipos parados a olharem para a máquina. As centrais são uma caderneta de cromos, umas fotos maçadoras mal executadas, que pretendem ter rigor sem o terem...prefiro mesmo nem dizer muito mais. Uma oportunidade perdida para se ter na imprensa portuguesa uma grande frescura fotográfica.
A edição fotográfica é completamente ao lado. Exemplo: abre hoje o maior hipermercado de Portugal. Há um ângulo fabuloso da IC16 onde se vislumbra uma paisagem suburbana sem fim e o hiper em primeiro plano (vi eu). Que fotografias ilustram isto: uns pormenores banais, com um tipo de cu para o ar a varrer. Poupem-nos !
Mas o mais íncrivel é uma reportagem feira ao México por dois jornalistas que é ilustrada por desenhos. Só falta passarem a escrever reportagens em hieroglíficos. Há certas teorias de certos gurus que acabam num absurdo total. E nós por cá adoramos fazer dos jornais laboratórios de
investigação para novas modas e tendências...depois o público é ingrato. Ou reles mesmo.
Também acho que não há linkagem permanente para o site e que é preciso alguém ao lado nos dizer para sabermos que aquele suporte em papel tem também um carril multimédia.
Ainda sobre as fotos: duas grandes fotos de Obama do Pete Souza. Nada acontece por acaso.
Centrão e tudo à volta, juntos depois do verão
A parte dois da gestão da crise começou esta semana com o regresso da ideia de jerico que é o bloco central. Embora Sampaio não tenha nunca referido o termo, embora Ferreira Leite tenha desmentido o mentido, embora Cavaco tenha voltado hoje à carga de passagem, a ideia com que se fica é que se está a preparar psicologicamente o pagode para ser de novo espremido após as férias do Verão.
O Sol voltou, as férias vão arrancar, as eleições vão criar mais ruído e confusão, vão ser o Euro da política e depois do Engenheiro Sócrates reconduzido no cargo...toca a reunir para desancar na classe média. Para tal vai ser preciso consenso, o mesmo que leva um chefe de família a concordar com a esposa ou vice-versa quando se trata de aplicar um castigo eficaz a um filho. Com o perigo da contestação social, o que é preciso acautelar é a unanimidade política. E isso é possível. Ficou provado esta semana.
Se os partidos aceitaram a nova lei que os financia,numa total convergência de princípios, também vão estar de acordo nos futuros impostos que os vão permitir viverem á margem da crise e poderem assim preservar o regime. Não é a sopa dos pobres, é ganância do Poder.
O Sol voltou, as férias vão arrancar, as eleições vão criar mais ruído e confusão, vão ser o Euro da política e depois do Engenheiro Sócrates reconduzido no cargo...toca a reunir para desancar na classe média. Para tal vai ser preciso consenso, o mesmo que leva um chefe de família a concordar com a esposa ou vice-versa quando se trata de aplicar um castigo eficaz a um filho. Com o perigo da contestação social, o que é preciso acautelar é a unanimidade política. E isso é possível. Ficou provado esta semana.
Se os partidos aceitaram a nova lei que os financia,numa total convergência de princípios, também vão estar de acordo nos futuros impostos que os vão permitir viverem á margem da crise e poderem assim preservar o regime. Não é a sopa dos pobres, é ganância do Poder.
quarta-feira, maio 06, 2009
Menino Maizena entra nas Europeias contra Avô Cantigas
O ministro Pinho é incontornável, imparável, impagável e definitivamente surpreendente. Quando tudo parece estar a ficar calmo e a sua imagem de político "gafeiro" parece desvanecer-se, ele vem com outra boca, de deixar a dita à banda em Sócrates. Aquela de ontem ao dizer que " Rangel precisa ainda de comer muita farinha Maizena até chegar aos calcanhares de Basílio Horta" é muita-gira !
A frase é certeira, e se pega na campanha poderá pôr lado a lado um Avô Cantigas a lutar contra um Menino Maizena, o que seria mais divertido do que ver e ouvir Dias Loureiro na Comissão Parlamentar. Portanto: já tinhamos um Avô Cantigas, temos agora um Menino Maizena !
A frase é certeira, e se pega na campanha poderá pôr lado a lado um Avô Cantigas a lutar contra um Menino Maizena, o que seria mais divertido do que ver e ouvir Dias Loureiro na Comissão Parlamentar. Portanto: já tinhamos um Avô Cantigas, temos agora um Menino Maizena !
terça-feira, maio 05, 2009
segunda-feira, maio 04, 2009
domingo, maio 03, 2009
O rio bravo de Vital Moreira
Todos que comentam a vaiada a Vital Moreira começam por declarar que são contra cenas de violência, depois deixam cair uns risinhos para o lado e acabam por justificar a justa ira dos populares que não se contiveram ao verem no seu dia de acção de graças ao Trabalho, um emproado socialista free-lancer, ex-comunista convicto e um dos grandes conselheiros de Sócrates em questões tão quentes como foi a extinção da Caixa dos Jornalistas.
Vital Moreira representa por si o que há de mais fariseu na política. Foi comunista na muralha de aço a Cunhal, foi contra a Europa, andou a cantar o Avante Camarada. Hoje vê Sócrates como o Sol na Terra, diz-se europeu e cita Amália e Alain Oulman. Gosta que o tratem por professor, mas está longe de ter ainda todos os graus académicos para tal. Aqui tem também algo a ver com Sócrates. Para cúmulo de tudo isto é um maçador total quando começa a falar e não mais desliga a picareta.
Com um erro monumental de casting, Sócrates já amarga a escolha. Parece que Sócrates nem conhecia bem Vital, foi uma sugestão envenenada. Ontem aquela viagem rio abaixo, fazendo lembrar em mau o filme Rio Bravo, foi das takes mais caricatas desta campanha, que já o é antes mesmo de começar.
Vital Moreira representa por si o que há de mais fariseu na política. Foi comunista na muralha de aço a Cunhal, foi contra a Europa, andou a cantar o Avante Camarada. Hoje vê Sócrates como o Sol na Terra, diz-se europeu e cita Amália e Alain Oulman. Gosta que o tratem por professor, mas está longe de ter ainda todos os graus académicos para tal. Aqui tem também algo a ver com Sócrates. Para cúmulo de tudo isto é um maçador total quando começa a falar e não mais desliga a picareta.
Com um erro monumental de casting, Sócrates já amarga a escolha. Parece que Sócrates nem conhecia bem Vital, foi uma sugestão envenenada. Ontem aquela viagem rio abaixo, fazendo lembrar em mau o filme Rio Bravo, foi das takes mais caricatas desta campanha, que já o é antes mesmo de começar.
sexta-feira, maio 01, 2009
Vital Moreira, o camarada em fuga!
Vista pelo lado dos manifestantes da CGTP, no 1º de Maio, a presença de Vital Moreira não deixa de ser uma provocação. O que sentirá um militante do Partido Comunista, da classe mais baixa e sofrida da população, que ao eleger o seu dia de luta encara com um ex-camarada, agora candidato a um lugar elegível na Europa, que ele tanto combateu enquanto comunista ? E ainda por cima aparece a usar aquele espaço de manifestação como mais uma sessão de propaganda eleitoral ? A raiva só pode vir ao de cima.
O Partido Socialista devia compreender que aquele espaço não é o seu. O espaço sindical do PS é o da UGT onde o seu secretário-geral é figura de proa: elogia Sócrates no Congresso, e põe os seus militantes a gritarem PS depois de Sócrates ter acusado a CGTP de andar a reboque do PCP.
A fúria incontida dos militantes basistas (e básicos) da CGTP pode e deve ser criticada, mas isso é o lado formal da coisa.
O que está em causa é que Vital Moreira foi um provocador ao ter aparecido na manifestação da CGTP. Numa inspiração à Paulinha das feiras, Vital quis usar a multidão para ali tomar um banho, acabou por levar uma banhada.
As gaffes do homem de Coimbra não acabam. Cada cavadela uma minhoca. Os camaradas que em 1975 proibiram a entrada de Mário Soares e Manuel Alegre no Estádio 1º de Maio ( eu estava lá e tenho fotos desses momentos) foram os mesmos que hoje quiseram sovar Vital. Mas há 35 anos Vital Moreira estava do lado dos que o enxotaram hoje, e ele terá achado que era democrático proibir a entrada de direitistas na festa operária. O camarada está agora do outro lado da barricada. Passou-se do comunismo revisionista para o socialismo liberalóide, sem ideologia, nem cartilha, nem ambição social. O socialismo dos amarelos, dos verdadeiros traidores da classe operária.
Vital bem pode meter a cassete e dizer que está habituado aquelas cenas: e cita despudoradamente a cena de pancadaria na campanha presidencial de Soares na Marinha Grande. É preciso lata e abuso de confiança. Vital Moreira não tem autoridade democrática para evocar essa cena. Soares foi sempre um democrata, enquanto ele se transformou num revisionista arrependido.
Cá se fazem, cá se levam. Perdem-se as que caem no chão.
O Partido Socialista devia compreender que aquele espaço não é o seu. O espaço sindical do PS é o da UGT onde o seu secretário-geral é figura de proa: elogia Sócrates no Congresso, e põe os seus militantes a gritarem PS depois de Sócrates ter acusado a CGTP de andar a reboque do PCP.
A fúria incontida dos militantes basistas (e básicos) da CGTP pode e deve ser criticada, mas isso é o lado formal da coisa.
O que está em causa é que Vital Moreira foi um provocador ao ter aparecido na manifestação da CGTP. Numa inspiração à Paulinha das feiras, Vital quis usar a multidão para ali tomar um banho, acabou por levar uma banhada.
As gaffes do homem de Coimbra não acabam. Cada cavadela uma minhoca. Os camaradas que em 1975 proibiram a entrada de Mário Soares e Manuel Alegre no Estádio 1º de Maio ( eu estava lá e tenho fotos desses momentos) foram os mesmos que hoje quiseram sovar Vital. Mas há 35 anos Vital Moreira estava do lado dos que o enxotaram hoje, e ele terá achado que era democrático proibir a entrada de direitistas na festa operária. O camarada está agora do outro lado da barricada. Passou-se do comunismo revisionista para o socialismo liberalóide, sem ideologia, nem cartilha, nem ambição social. O socialismo dos amarelos, dos verdadeiros traidores da classe operária.
Vital bem pode meter a cassete e dizer que está habituado aquelas cenas: e cita despudoradamente a cena de pancadaria na campanha presidencial de Soares na Marinha Grande. É preciso lata e abuso de confiança. Vital Moreira não tem autoridade democrática para evocar essa cena. Soares foi sempre um democrata, enquanto ele se transformou num revisionista arrependido.
Cá se fazem, cá se levam. Perdem-se as que caem no chão.
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