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A Escola portuguesa tresanda a sexo. Real, da vida real, e virtual. Também há muita teoria sobre sexo nas nossas
escolinhas. Há duas semanas na margem sul, numa reportagem assisti embevecido durante mais de uma hora a uma
predica sexual dada por um guru no assunto da Abraço. O mestre, fresco e bem disposto, apareceu com uma caixa de cartão selada cheia de preservativos que davam para os dois lados: masculino e feminino.
Não direi como o bispo de Braga disse um dia ao Expresso, que aprendi mais naquela manhã do que em 54 anos de vida (!), mas confesso que quase me esquecia de fotografar para poder aprender técnicas tão precisas como sejam a forma de introduzir o preservativo, de o testar para comprovar da sua garantia, como se comprasse peixe fresco na praça, ou o saber fazer o levantamento rigoroso das áreas do corpo alheio onde se pode tocar e não tocar, sem o perigo de se apanhar um sarilho para o resto da vida. Aliás esta palavra "apanhar" nunca deve ser utilizada no sentido da contaminação com o vírus da SIDA, há outra expressão que, cábula como sou, já me esqueci.
Naquela aula prática sobre a utilização do preservativo o tema era pacífico entre os alunos adolescentes. Para eles, aquilo parecia uma aula de condução dada por um instrutor a uns
putos que estavam fartos de roubar o carro ao pai e de irem acelerar para a Vasco da Gama, à hora do almoço, quando a bófia regressa ao quartel para paparem na cantina o
almoçinho a 5 euros a dose. A malta aguentou bem a teoria e não chorou...nem riu. No final, houve distribuição de camisinhas para os
putos, como se se tratassem de rebuçados, ou de pernas de frango para esfomeados, em sentido figurado claro!
Eu concordo com tudo o que possa evitar a transmissão de doenças sexuais, tal como acho imperdoável andar de bicicleta, ou de mota, sem capacete e de carro sem cinto. Embora haja alturas em que tenha mandado a segurança às urtigas e me tenha aventurado a andar na minha BMW 69S (não é piada é mesmo o modelo!) pelas ruas de Florença, entre tarados, italianas de
mini-saia a conduzirem Vespas e de refilões a furarem filas com
Fiat`s amassados. Foi há muitos anos, portanto nessa altura a segurança era uma
treta.
Subitamente a escola portuguesa já não é falada porque os profs não querem ser avaliados, pois nasceram para avaliar os outros, passou a ser badalada porque o Sócrates quer
as coisas bem feitas e educação sexual, como se fosse a tabuada do corpinho. Os professores em vez de ensinarem História querem contar histórias escabrosas, em estilo
rebaixoleiro, sobre os bacanais dos romanos. Para animar a coisa, uma professora com sotaque do Norte,
chantagia alunas pois estas têm namorados comuns a grandes amigos do filho... Reles de mais para ser verdade. A seguir em arquitectura, os professores ainda vão passar os vídeos do Taveira, em vez de incutirem nos jovens a arquitectura encaixotada dos Aires Mateus desta vida.
Anda tudo ao avesso. No
mínimo, esta crise está a dar a volta à cabeça do
maralhal e o
maralhal a conseguir dar a volta à crise, comprando a
Playboy portuguesa, colando na parede
posters da Maia depois de recauchutada, inscrevendo-se nas aulas de História da dita escola de Espinho, indo obsessivamente à
net para só verem a página da Diana Chaves, o que aliás explica a baixa afluência de muitos sites de referência.
A cereja em cima do bolo desta
bagunçada tipo Morangos com Açúcar, será um escândalo de uma professora muito gira que tenha fugido com um adolescente que faça lembrar o
Shrek, ou de um assistente de Religião e Moral que tenha sido apanhado descalço a
sair da Mesquita da Praça de Espanha.
Depois da tolerância de Sócrates para com os casamentos
gay, da mudança corajosa da lei do divórcio, da legalização da pílula do dia seguinte e da despenalização do aborto, esta campanha para a distribuição gratuita de preservativos nas escolas, como se se tratasse de carradas de Magalhães, está a por os
portuguesinhos muita malucos. Doidões mesmo.
Com esta permissividade sexual e com um Presidente que ousa dizer piadas, num estilo entre Obama e Camilo de Oliveira, só nos falta mesmo a oposição cumprir o seu papel: comer a papinha toda
Maizena, crescer e aparecer!