José Miguel
Júdice,
recém chegado à família
socrista e com as compensações que se conhecem por esse novo amor, veio há pouco na SIC N dar os parabéns a Leite, Santana e Sócrates pela coragem em não defenderem a
redução dos impostos sobre os combustíveis.
Hoje Sarkozy veio falar em propor à comunidade a redução do IVA sobre os produtos petrolíferos quando estes atingissem um
plafond de forma a
pôrem em causa o equilíbrio económico. Por cá
parece que todos os arregimentados encontraram no
ISP um novo cavaleiro andante dos pobres contra os ricos. Os que andam de carro que paguem a crise. É o retomar daquela frase de
Zenha, nos tristes anos 70 de que os portugueses gastavam muita gasolina nos radiadores dos automóveis do que a trabalharem.
Para
Júdice a solução está em os portugueses passarem a irem trabalhar a pé, levarem, os filhos à escola de bicicleta, irem de férias de comboio e quando viajarem para o estrangeiro de barco à vela. Esta
caximónia acha portanto que os 5 milhões e tal de portugueses que usam o carro
o fazem por comodismo, luxo e prazer. Um discurso digno de um daqueles marxistas-
leninistas-
maoistas-
estalinistas... que defendiam a
Albâ
nia como modelo de desenvolvimento e hoje alojados nas poltronas do poder aos cinquenta anos descobriram a luxúria de um BMW com 16 altifalantes, de um
Audi com tracção integral, de um
Lexus com
câmara para fazer marcha-atrás, de um Mercedes com
condução inteligente. Mas chegados que estão ao poder sentem que podem
retornar o discurso
miserabilista dos anos setenta agora não para
impor um regime ideológico puro mas para poderem sacar aos que pagam impostos mais alguns milhões para alimentarem um Estado que é deles, que mais não é do que o estado miserável a que tudo isto chegou.
José Miguel
Júdice e o seu interlocutor António Barreto acham que a
solução é o futuro: o nuclear, as eólicas, a junta de bois e as pernas para que te quero. Mas as empresas e as pessoas precisam de uma solução para hoje. E esta gente que esteve no poder nada fez para se avançar para uma rede eficaz de
transportes públicos, modernos, eficazes, amigos dos
utilizadores, planeados com o crescimento urbano ordenado ( uma ideia
destas é só para rir em Portugal !!). Esta gente pariu auto-estradas inúteis, desprezou os comboios suburbanos e
intercidades, comprou uma frota para o Estado cara e poluidora, marimbou-se em normalizar combustíveis tipo
biodiesel para frotas das
autarquias e de transportes públicos e do Estado...bom
uma tese não chegava para se demonstrar o que o Estado de Cavaco a estas idiotas do PS devia ter feito e nada fizeram.
O que revolta é gente como
Júdice que está à frente de um projecto para a frente
ribeirinha de Lisboa, megalómano, estúpido, novo-rico, que todos vamos pagar com o
dinheiro do nosso
ISP, IRS,
IMI; IVA, por aí fora, venha dar lições de costumes aos cidadãos de como se devem deslocar. Uma vergonha, uma lata descomunal ! espero só que Júdice tenha abandonado o estúdio da SIC a pé e dado o seu Mercedes em que se desloca diáriamente para abate.
Eu trabalho, pago impostos, tenho de ter o direito de me deslocar como
achar que é para mim mais cómodo. Tenho esse
direito, mais: tenho muito mais direito em me deslocar no meu Mercedes do que um director geral qualquer: paguei-o com o meu trabalho, pago os meus impostos e tenho esse direito. Enquanto
esse director-geral
anda de Mercedes à nossa real custa.
Acho que as liberdades em Portugal começam a estar
seriamente em causa. Estamos a mergulhar num fascismo moderno, cínico, disfarçado e muito mesquinho. Pelo menos o "outro" fascismo, aquele que nunca existiu, era digno, sério e respeitoso. E tipos como
Júdice arriscavam-se a ir tomar banhos de Sol para o
Tarrafal. E nós éramos felizes para sempre.