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domingo, maio 11, 2008

Milhares querem ver World Press Photo e Visão

Visitantes esta tarde no World Press Photo e Prémio Visão. Foto LC

Havia uma bicha de 15 minutos para a bilheteira do World Press Photo e Prémio Visão, esta tarde no Museu da Electricidade.
Há na verdade uma curiosidade enorme por parte do público para ver fotografia. E as pessoas vão aos magotes ver uma exposição ( excepto na minha ::)) de fotografia. Ora, se assim é, porque teimam os jornais e a imprensa em geral em desprezar o fotojornalismo ? A pergunta é pertinente e a resposta delicada. O que é dado ver nestas duas exposições é do melhor que há em jornalismo fotográfico. Há histórias reais e verdadeiras para mostrar e contar, há dramas, horrores e denúncias de atentados aos direitos humanos. E o público vai, comove-se e identifica-se com as preocupações e as ansiedades daqueles fotojornalistas. Muitos arriscaram a vida, alguns chegaram a morrer por uma foto, e o sucesso deles não se traduz em fama, glória e muito menos riqueza. O fotojornalismo é sempre mal pago mesmo quando é muito bem pago. Os honorários da imprensa comparados com os da publicidade são paupérrimos.

A cultura fotográfica que encontramos nesta exposição deveria ser a mesma que devíamos encontrar quando compramos os nossos jornais e quando esperamos ler e ver nas revistas o melhor que há do fotojornalismo. Os editores insistem que os leitores só querem imagens light, bonitinhas, encenadas, e produzidas como se tratasse de publicidade. O público adere cada vez mais ao fotojornalismo puro e duro. Em que ficamos ?
Os jornais por vezes fazem lembrar os políticos. Precisam dos "fregueses" mas insistem em lhes virar as costas e a trabalharem para as suas frágeis convicções.

A exposição está muito bem montada e produzida. E mais uma vez se constata da vitalidade do fotojornalismo português. Um orgulho sem dúvida para esta geração que tem vindo a exercer uma das mais nobres actividades jornalísticas. Agora só falta mesmo os jornais publicarem fotografias como devem ser.

9 comentários:

  1. Estive na "EntreCidades" e hoje no Museu da Electricidade na "SmART" mas não vi o "WorldPressPhoto" estou farto das histórias reais dos dramas e horrores.

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  2. se bem me lembro, foi algo de similar que lhe disse lá para baixo. público há, meios de comunicação a pensar nesse público é que não. então corremos para o pouco que nos é proporcionado.

    mas vive-se bem, com esta teoria da massificação para o baixo intelecto.

    responsabilidade de qum?
    cansei-me, retirei-me. tenho emprego fixo e fotografo porque gosto, não para agradar a revistas, editores ou à publicidade que supostamente suporta as publicações - se o parte do público se sente descontente, é natural que assim seja.

    mas é bom saber que tanta gente ocorre a eventos destes. limpam-nos os olhos e animam a alma.

    ah.... tb deixei de comprar revistas, até as que vêm encartadas nos jornais. na realidade estão uma jorda, de uma forma geral.

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  3. Os jornais fazem politica, logo são com os politicos.

    quem lê um jornal diário em portugal e no outro dia um em espanha, parece que está a ler a mesma linha editorial !

    Os média são politica da grossa meu caro, e não se iluda porque ~já não tem idade para isso !

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  4. Já vi(mos)Entrecidades.
    Pena ter sido retirada a fotgrafia de Nova Iorque. Gostei muito da foto de Viena de Aústria (cheira a naftalina) e de ver crianças aos saltos no Huambo. Obrigada.

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  5. Não! Não vou ao WPP!
    Tenho para mim que o mundo é bem mais que apenas a visão que nos é apresentada neste certame.
    Qualidade fotográfica ali? Certamente que sim! Mas se existissem outros eventos fotográficos que fossem a antítese desta visão, estaria nos dois. Assim, a minha presença (e a dos meus alunos) não alimenta estas estatísticas.
    Quanto ao "Entrecidades", bem que gostaria de ter o seu e-mail para, em privado, dizer o que penso.

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  6. há público para o fotojornalismo a sério? concluir isso a partir da fila de 15 minutos paara o 1º dia do WPP parece-me forçado. acho é que há público para eventos mediáticos, sejam eles o WPP, os "dias da música" ou o último dia da exposição do Amadeo de Sousa Cardoso (era?). se badalar na TV, a malta vai toda a correr (pela sombra, como as ovelhas). oferta deste e doutros tipos de cultura não falta, mas o público só corre para os que têm exposição mediática. a nova ópera do nosso menino bonito da música erudita? bora lá! felizmente os repórteres só estão à entrada e ninguém fica mal visto por sair (anonimamente) a meio.

    porque será que só lhes dá o gosto pela fotografia quando inaugura o WPP e o gosto pelos documentários na semana do DocLisboa? há fotos e filmes em exibição um pouco por vários sítios ao longo de todo o ano...

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  7. HÓ J.C. ,se é por causa das "estatisticas ",tá bem!!Agora
    deixe lá "os seus alunos":Eles que
    pensem pela sua cabeça...o mal ,eu
    sei,é da PLEBE,que fica ali horas,
    a babar-se com a morte,não é? Mas
    NÓS,somos mais SERRALVES E A GRANDE
    EXPOSIÇÃO DO" OLHO DO CU" lINDO...
    NÃO VIU? ARTE PURA...DIGO EU!!!E
    já agora HÓ LUIZ NÃO DÊS O EMAIL,
    Quem quer POSTA NO BLOG,MAI NADA!!!
    l.Reis

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  8. O evento em sí é bastante mediático.
    E tá na moda sim.
    Mas os trabalhos que lá se exibem refletem o mundo de agora.

    Sempre se pode matar o mensageiro mas... :-)

    Foi com muita pena que vi este evento ser retirado do CCB.

    Paulo Sousa

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  9. Já desisti de o tentar entender. Quando era responsável pela fotografia no Expresso veio de Perpignan "horrorizado" com a violência das imagens e a falta de glamour. Agora acha que o jornalismo puro e duro está a ser desprezado.
    Isto vindo de um ex editor de fotografia é sintomático do que se passa nas redacções...
    Pur e duro até queremos, mas se tiver glamour é melhor para as nossas vendas e publicitários que pafgam o papel. É ou não assim?

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