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quinta-feira, junho 03, 2010

Portugueses não querem ser chefes. Adoram o seu!

Há 5 anos, 70 por cento dos portugueses ambicionavam ser chefes de si próprios. Hoje a percentagem desceu 20 por cento. Agora só metade pensa no assunto. Parece que somos os europeus que mais gostam de ser mandados, ter um chefinho e um patrão cumpridor. Ou até pode não o ser. Um descanso. O sonho de cada um é a reforma e antes dela a antecipação em forma de emprego no Estado ou num estado descansado.

Quem estivesse a pensar que Portugal ia agora ter um ataque de empreendorismo e de iniciativa empresarial, tire o cavalinho da crise.

Os portuguesinhos adoram ser mandados, terem quem os proteja. Adoram ter um capataz que os chateie, que lhes estenda o pão numa mão e lhes mostre o chicote na outra. É o paternalismo salazarento ou o estado de espírito da esquerda comuna. De um lado o patrão, do outro o controleiro sindical.

A falta de ambição e do sentido da responsabilidade é um estigma português. O pagode não quer é ser chateado. O pagode quer trabalhar à rédea curta, esperar pelo salário e ir para a Caparica empanturrar-se de coiratos. E ai do chefe que pense responsabilizar a matilha. Não: a matilha gosta é de obedecer. É um descanso. E os chefes que partem deixam saudades naqueles que humilharam e mandaram. Se deixam!

Com uma classe empresarial quase analfabeta, uns investidores de colarinhos brancos à espera de uma nova oportunidade para retomarem a economia de Casino, com uma gente paralizada entre consumismo e outros vícios gerados pelo analfabetismo crónico, o que Portugal precisa é de ser anexado por um país decente. O problema é que agora o mais próximo começa a ser Marrocos!...

3 comentários:

  1. "Sempre" gostámos de ser mandados. Creio, que históricamente é fácil de o provar. Mesmo num passado recente tivemos um "mandato unipessoal", que durou: 48 anos!
    Infelizmente, revejo muito do pior que existiu na 1ª República (final) nestes tempos que decorrem na 3ª República. F/F/Futebol...enfim, pobretes, mas alegretres!

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  2. Sempre foi assim, e sempre o será.
    Aqueles cujas mentes são mais abertas e dignas de destaque normalmente acabam por sair do nosso país, devido à falta de apoios e de reconhecimento.
    O problema não é de agora, tem raízes bastantes profundas que remontam ao antigo regime, no qual foram instituídos hábitos como a submissão e a ignorância.
    Os países desenvolvidos têm 2 pilares básicos: educação e saúde, nós por cá, ainda temos futebol, fátima e fado,que ao que parece, até vai ser considerado património da humanidade(o que é uma coisa bastante digna para todos nós portugueses).
    Enquanto esta mentalidade não for alterada dificilmente o nosso maravilhoso país poderá ser um país melhor para todos os Portugueses.
    Qualquer dia vamos ser um país como a Roménia onde um quarto da população são reformados.
    Dolce fare niente...

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  3. João Santos1:29 da manhã

    De facto, um povo medíocre e comodista, não pode esperar ter um país por aí além.

    Portugal é o tipo de país em que todos querem ganhar dinheiro, mas com o mínimo de esforço possível.

    E são poucos os que pensam em criar estruturas sólidas a médio/longo prazo.

    Apenas se pensa no imediato, na cultura do jeep, na quinta, nas férias, no futebol, e em todos os excessos de futilidades, aniquilamndo cada vez mais o sentido da iniciativa e do empreendorismo.

    Isto falando dos empresários.

    Quanto ao Povo, continua a preferir esconder-se no seu cantinho, a considerar que tem direitos, mas sem lutar por esses mesmos direitos.


    Os portugueses continuam a ter a postura do pobre que se julga rico. Vive-se do pseudo conforto, mas com muitas dívidas às costas e o problema é que as dívidas e as perspectivas de falta de futuro, são cada vez maiores.

    E fica-se por este patriotismo da tanga, o patriotismo de esplanada de café, em que todos dizem gostar muito do seu país, mas em que o patriotismo fica pelo petisco da esplanada.

    A caminhar assim, portugal, será em poucos anos um museu vivo para os estrangeiros virem visitar.

    E com os níveis de incompetência e de falta de visão que existem, esperemos que não destruam o que ainda existe de bom neste país.

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