domingo, maio 30, 2010
sexta-feira, maio 28, 2010
Direita não perdoa a Cavaco.
A Direita está a perceber (Hélas!) que não precisa afinal de Cavaco para nada.
A falta de coragem política, a gestão ao dia da estratégia para a campanha eleitoral, tornou Cavaco num político igual aos outros. O Homem do Leme não é útil em Belém.
Não promoveu a cooperação entre orgãos de soberania, não teve nenhuma influência positiva no sentido de afirmar lá fora a pouca credibilidade que resta de Portugal. Limitou-se a mandar bocas, a dirigir-se quatro vezes à Nação pelos motivos mais banais, em nada alicerçou o projecto da direita, ou se quisermos: os anseios de uma direita saudosa de Poder e de mudanças estruturais à moda do antigamente.
Desautorizou o PSD em plena campanha, acabando por dar a Sócrates a vitória pífia que mergulhou Portugal neste pântanal. Empurrou Santana do Poder, mandou no PSD através de Ferreira Leite, está agora a planar o país em visitas sem influência política, a não ser a sua recandidatura a avô da Pátria. E nem Passos Coelho gosta dele e se o apoiar é porque tem de ser e não tem muita força.
Um Presidente sem ideologia, que aprova o casamento gay, e que para cúmulo ainda vem dar explicações quando devia ter estado calado.
A entrevista de ontem do Cardeal Patriarca na RR é uma bofetada no cavaquismo, e pode ser um despertar de consciências num eleitorado conservador e que não tem já em Cavaco um líder, um protagonista capaz de levar até ao fim a defesa de princípios morais e de sociedade, que qualquer conservador que se preze leva a sério. Votar num conservador que aprova o casamento gay? Safa, safa!!!..
A possibilidade de um outro candidato de direita avançar será um golpe no estado da direita e o fim do cavaquismo, que se saísse vencedor poria Cavaco vinte anos no Poder em Portugal, um número demasiado pesado e que provaria que os portugueses não só adoram fado, Fátima e Futebol, mas também se pelam pelo cinzentismo mais troglodita, em nome do imobilismo e de falta de coragem política.
Se esse candidato surpresa da direita aparecer, um Nobre de direita, mas com mais impacto do que o apagado e triste médico AMI (o que não é difícil) aqueles 60 mil votitos que elegeram Cavaco à primeira volta (amparados pelo Camarada Soares) vão volatizar-se qual vulcão islandês.! Sendo Cavaco o menos popular dos ex-presidentes nesta altura do campeonato...ou há segunda volta, ou o regresso à Travessa do Poussulo é certo.
Pressinto que algo vai mudar. E para melhor.
PS: Já depois de ter publicado este post apareceram as primeiras notícias na imprensa de Sábado que dão Bagão Félix como forte candidato contra Cavaco. É uma personalidade que tem todas as condições políticas e até desportivas! Figura de grande dimensão humana, é um economista (só para chatear Cavaco!), é um benfiquista ( pelo menos os 60 mil votos que deram a vitória a Cavaco estão ganhos!) e tem uma dimensão cultural que arruma a um canto o actual PR. É um político de convicções e com uma ideologia clara. Se avançar pode mesmo acabar com o cavaquismo à face da Terra!
Mon AMI Nobre Soares
O candidato AMI agradece hoje no Público à son ami Soares, o facto de ele ter gabado as suas qualidades, "suas" do Nobre Fernando.
Embora Soares também seja Nobre, o que começa a fazer sentido tanto engraxatório. Se continuam assim ainda acabam em qualquer lado, provávelmente numa triste derrota e numa Alegre vitória!
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Mario Soares
quinta-feira, maio 27, 2010
Eduardo Gageiro no Curso de Fotojornalismo de Luiz Carvalho
quarta-feira, maio 26, 2010
Olhem para o Mourinho e sigam-no!
Um dos grandes momentos de televisão a que já assisti, foi um plano breve, em directo, há alguns anos atrás, de José Mourinho abraçado aos filhos no Estádio das Antas, na sua última vitória no adeus ao clube.
Enquanto os adeptos corriam, gritavam e a histeria colectiva estava consumada, o grande arquitecto da vitória ficava no banco abraçado aos filhos, comemorando em silêncio, e com abraços fortes, o eterno momento. Um herói sozinho, no meio da multidão, no seu Mundo.
Ontem tive para minha felicidade outro grande momento de televisão, também protagonizado por Mourinho. Um plano sequência inesquecível, feito por um grande profissional que não trazia 10 quilos de câmara atrelada ao inefável tripé.
Mourinho entra no carro que arranca. A câmara continua a gravar. Mourinho pára de repente o carro, sai a correr, a câmara segue-o em travelling até ele se agarrar a chorar ao jogador Materazzi.
Uma despedida longa, intimista, chorosa. A câmara não desliga, faz zoom aos dois e acaba com Mourinho a entrar de novo na carro e a partir com o rosto dilacerado em chôro.
Tempo real. Reportagem, fotojornalismo digital. Do melhor! Uma lufada contra a televisão formatada, burocrática, repetitiva. Isto pelo lado do jornalismo.
Pelo lado da dimensão humana: uma cena inexcedível de um homem acima da média, muito acima, em inteligência, liderança, intuição e sensibilidade.
Um vencedor, que hoje dizia na capa da Sábado, que quer morrer ao lado dos filhos.
Um Homem destes merece tudo. E as Maiores vitórias do Mundo.
Grande Mourinho! Que os portugueses te enxerguem!...
domingo, maio 23, 2010
Sócrates virtual melhora pior
Na passada sexta-feira durante a visita à Refinaria da Galp em Sines, Sócrates entrou no autocarro da comitiva e dando uma de simpático até disse ao motorista:" Parabéns, que grande obra estão aqui a fazer!". Ora, o motorista era da Resende!...
O Primeiro liga o piloto automático e está fora da realidade. Esta é aliás a opinião repetida até à exaustão durante os últimos dias por senadores da vida política portuguesa entre artigos de jornais, conferências e debates nas televisões.
Estamos perante um caso sério. Um homem conduz um carro descontrolado a quem ninguém lhe mete à frente um buldozzer, porque a criatura tirou a carta e foi eleito por uma maioria suspeita, porventura uma claque que se revê no vício do despesismo, na mentira doentia, na ânsia do Poder pelo Poder. E há uma nação à beira do abismo, à espera do passo em frente, ou à espera do Passos atrás.
O medo instalou-se nas pessoas. Quem tem algum dinheiro imagina soluções para o por a salvo. Uns compram barras de ouro, outros cofres-fortes, outros desatam a comprar o que podem hoje com receio que amanhã já não o possam fazer.
Parece que a semana passada o BES congelou os empréstimos, o que originou prejuízos a quem já tinha escrituras para fazer. Foi o que me constou hoje. Perante esta situação aguda o que vemos é o Presidente da República a fazer campanha eleitoral, incapaz de se afirmar como o garante da coesão entre os vários orgãos de soberania, e vemos o governo a atirar para os contribuentes (os poucos que restam!) o ónus do preço de uma crise para a qual nenhum deles contribuiu.
Talvez o início do Mundial venha a ter algum efeito moderador na crise. Um melhoral que piora pior.
O Primeiro liga o piloto automático e está fora da realidade. Esta é aliás a opinião repetida até à exaustão durante os últimos dias por senadores da vida política portuguesa entre artigos de jornais, conferências e debates nas televisões.
Estamos perante um caso sério. Um homem conduz um carro descontrolado a quem ninguém lhe mete à frente um buldozzer, porque a criatura tirou a carta e foi eleito por uma maioria suspeita, porventura uma claque que se revê no vício do despesismo, na mentira doentia, na ânsia do Poder pelo Poder. E há uma nação à beira do abismo, à espera do passo em frente, ou à espera do Passos atrás.
O medo instalou-se nas pessoas. Quem tem algum dinheiro imagina soluções para o por a salvo. Uns compram barras de ouro, outros cofres-fortes, outros desatam a comprar o que podem hoje com receio que amanhã já não o possam fazer.
Parece que a semana passada o BES congelou os empréstimos, o que originou prejuízos a quem já tinha escrituras para fazer. Foi o que me constou hoje. Perante esta situação aguda o que vemos é o Presidente da República a fazer campanha eleitoral, incapaz de se afirmar como o garante da coesão entre os vários orgãos de soberania, e vemos o governo a atirar para os contribuentes (os poucos que restam!) o ónus do preço de uma crise para a qual nenhum deles contribuiu.
Talvez o início do Mundial venha a ter algum efeito moderador na crise. Um melhoral que piora pior.
quinta-feira, maio 20, 2010
A Opereta Portuguesa
Um País esquizofrénico. De um lado os que trabalham, investem e arriscam, também os que estudam e evoluem. Do outro: uma cambada de gastadores compulsivos, ociosos e parasitas que vivem à custa da outra metade. Isto é óbvio mas não há nada como passar na Marginal à hora do almoço e ver as praias cheias, as bichas na Ponte 25 de Abril no regresso da Caparica ou a quantidade de gente que enche os centros comerciais a horas mortas.
Nesta semana à minha volta toda a gente se lamentava. Um administrador no elevador lamenta a indiferença das equipas e o governo que desgoverna, um empresário amigo teve quase de passar a vias de facto para reaver uma factura de há um ano, um familiar desesperado para arranjar uma empregada de balcão...podia continuar o rol do descontentamento.
Claro que é difícil um pais sobreviver com um governo de mitónamos, um Primeiro-Ministro a fazer de actor canastrão, uma oposição desvairada no timbre da voz de Louçã, ou a atitude de anjolas de PPCoelho. A opereta nacional com Cavaco na batuta, Sócrates na tanguíce com Coelho , assistida dos camarotes por uma banca divina e na plateia por uns empresários analfabetos, com os sindicatos a fazerem de côro à capela, é um espectáculo degradante onde só faltam as labaredas do fogo do inferno.
O país é o que é. Mas cada um tem o destino que merece. Rezem ao Papa e votem no Senhor que se segue.
terça-feira, maio 18, 2010
segunda-feira, maio 17, 2010
Cavaco não veta mas ganha voto
Cavaco veio hoje dizer que a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo promovia a desunião entre os portugueses. Bom, se o casamento promove a desunião e não a união...mal vai a instituição!
Mas o que me faz espécie é o seguinte: se um Presidente aprova contra a sua consciência um diploma que considera pôr em causa grandes alicerces da sociedade, o que está lá a fazer? Assim sendo, para que serve a Constituição quando prevê que um diploma chumbado pelo PR possa voltar à Assembleia para ser de novo discutido?
E se fazia tanta confusão ao PR os articulados aprovados, porque não pediu ao TC para verificar também a inconstitucionalidade de parte do diploma que põe de parte a adopção por homossexuais? Este sim, verdadeiramente inconstitucional?
É que se esta parte do diploma tivesse sido declarada inconstitucional, como devia, toda a lei iria pelo cano abaixo, o que traria muito prejuízo eleitoral da parte de um certo eleitorado do centro que vota Cavaco e que está de acordo com o casamento gay.
Portanto: foi uma manobra esperta de Cavaco: aprova a lei não chateando parte do seu eleitorado do centro (uns milhares de votos que lhe podem dar a vitória à tangente) e contenta os conservadores que verão sempre na declaração de hoje ao país um acto de coragem e patriotismo. E eu é que sou burro?
Sócrates diz que já tem com quem dançar o Tango
Sócrates disse hoje em Madrid hablando em portunhol que " El tango só se puede dançar à dos e antes yo no podia dançá-lo com o PSD!". Portanto: Sócrates está radiante por agora poder dançar o Tango com Pedro Passos Coelho. Como o compreendo! Alguém se imagina a dançar o tango com Manuela Ferreira Leite? Livra! Mas com Passos....venha o doble!
Imagino um salão de baile, Sócrates aproxima-se tímido de Pedro Passos Coelho e pergunta-lhe envergonhado:" Você dança?"- E o líder da oposição responde-lhe:" Não por si, mas pela Pátria". No final da dança, Coelho pede para falar ao microfone e chora para a assistência:" Perdoem-me que eu não sei o que faço!".
Ai não sabes não....
domingo, maio 16, 2010
A professora da Playboy metida nas Alhadas de Mirandela
Em Mirandela havia as alheiras. Depois o metro. As rotundas no entretanto. Finalmente SEXO! A Câmara de Mirandela decidiu correr das aulas uma professora que deu o corpo ao manifesto em 8 longas e lânguidas páginas da Playboy em versão playboi, isto é: portuguese version.
Bruna Real * a pobre da professora de música, foi suspensa por ter criado "alarido social", segundo o Presidente da edilidade transmontana, o que nem é verdade. O que foi criado foi um verdadeiro alarido sexual promovido por umas falsas virgens, uns pais do tempo da avó e uns putos em idade do armário useiros e veseiros em usar as mãos nos bolsos. Nada de grave, nem nada que não se tenha visto já.
O meu filho de 8 anos é, infelizmente, muito mais violentado todos os dias à hora do jantar com imagens obscenas e violentas nos telejornais, em promos de canais generalistas e até já no Panda um pai não fica descansado! Portanto: uma jovem professora, boa profissional (nas palavras cínicas do Presidente da Câmara, de quem aliás é amiga, segundo ele) e que tem queda para a pose artística, não pode ser prejudicada enquanto mestrina, e tratada como se se tratasse de uma puta de estrada.
A Playboy, mesmo em versão portuga, não me parece que seja matéria e material disponível para venda a menores, e também não se impõe, nem é impingida, a quem não a procura.
Se os putos têm acesso à revista é culpa dos pais, se já têm mais de 16 anos sorte a deles poderem receber lições de quem "transa" o corpo numa "nice" e ainda por cima tem o valor acrescentado de ser uma excelente professora. Tudo isto em forma de música. E se Bruna é um regalo para os olhos, pode dizer-se que é música para os ouvidos. Talvez por isso o Presidente de Mirandela emprenhe tão bem pelos ouvidos. Com todo o respeito.
Este caso, que tem sido pouco destacado na imprensa, talvez porque a luz de Sua Santidade ainda esteja a iluminar o desktop de muitas redacções, é verdadeiramente um caso de ataque pessoal e de uma ilegítima usurpação da liberdade constitucional.
Ninguém pode ser prejudicado profissionalmente por ser giro, ter pose sensual e assumir a sua sexualidade, fora das horas de serviço e longe do local do ganha-pão.
Ao exilar para o arquivo municipal a professora-modelo, a Câmara de Mirandela está a cometer uma injustiça odiosa. Está a transformar o arquivo num ghetto sexual, numa casa de correcção, onde entram pecadoras e boazonas que devem estar longe dos olhares gulosas.
Bruna Real pode ser consumida nas duas dimensões da Playboy mas se a quiserem ver a três dimensões os mirandeses têm de ver a posta no arquivo!
E como a professora tem um contrato anual a sua chefe disse à Antena 1 que para o ano não haveria renovação do contrato.
Isto não é uma Câmara é uma fábrica de enchidos. Alhadas e alheiras de Mirandela. Tomem juízo e devolvam a jovem professora- digna aos seus alunos. Para bem da justiça e para um ensino sexlex.
* Lembram-se daquela actor brasieiro a dizer: "Hummm! A Bruuna !!!"
Bruna Real * a pobre da professora de música, foi suspensa por ter criado "alarido social", segundo o Presidente da edilidade transmontana, o que nem é verdade. O que foi criado foi um verdadeiro alarido sexual promovido por umas falsas virgens, uns pais do tempo da avó e uns putos em idade do armário useiros e veseiros em usar as mãos nos bolsos. Nada de grave, nem nada que não se tenha visto já.
O meu filho de 8 anos é, infelizmente, muito mais violentado todos os dias à hora do jantar com imagens obscenas e violentas nos telejornais, em promos de canais generalistas e até já no Panda um pai não fica descansado! Portanto: uma jovem professora, boa profissional (nas palavras cínicas do Presidente da Câmara, de quem aliás é amiga, segundo ele) e que tem queda para a pose artística, não pode ser prejudicada enquanto mestrina, e tratada como se se tratasse de uma puta de estrada.
A Playboy, mesmo em versão portuga, não me parece que seja matéria e material disponível para venda a menores, e também não se impõe, nem é impingida, a quem não a procura.
Se os putos têm acesso à revista é culpa dos pais, se já têm mais de 16 anos sorte a deles poderem receber lições de quem "transa" o corpo numa "nice" e ainda por cima tem o valor acrescentado de ser uma excelente professora. Tudo isto em forma de música. E se Bruna é um regalo para os olhos, pode dizer-se que é música para os ouvidos. Talvez por isso o Presidente de Mirandela emprenhe tão bem pelos ouvidos. Com todo o respeito.
Este caso, que tem sido pouco destacado na imprensa, talvez porque a luz de Sua Santidade ainda esteja a iluminar o desktop de muitas redacções, é verdadeiramente um caso de ataque pessoal e de uma ilegítima usurpação da liberdade constitucional.
Ninguém pode ser prejudicado profissionalmente por ser giro, ter pose sensual e assumir a sua sexualidade, fora das horas de serviço e longe do local do ganha-pão.
Ao exilar para o arquivo municipal a professora-modelo, a Câmara de Mirandela está a cometer uma injustiça odiosa. Está a transformar o arquivo num ghetto sexual, numa casa de correcção, onde entram pecadoras e boazonas que devem estar longe dos olhares gulosas.
Bruna Real pode ser consumida nas duas dimensões da Playboy mas se a quiserem ver a três dimensões os mirandeses têm de ver a posta no arquivo!
E como a professora tem um contrato anual a sua chefe disse à Antena 1 que para o ano não haveria renovação do contrato.
Isto não é uma Câmara é uma fábrica de enchidos. Alhadas e alheiras de Mirandela. Tomem juízo e devolvam a jovem professora- digna aos seus alunos. Para bem da justiça e para um ensino sexlex.
* Lembram-se daquela actor brasieiro a dizer: "Hummm! A Bruuna !!!"
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sexta-feira, maio 14, 2010
José Luis Saldanha Sanches
Fazia parte do meu imaginário revoluçionário desde a minha adolescência. Ele vivia na Avenida da Igreja, perto do Largo de Alvalade, e via-o muitas vezes ainda antes do 25 de Abril. Lembro-me do seu pai muito parecido fisicamente com ele.
Os meus amigos do largo acima (o Feitor Pinto) falavam-me dele. O MRPP tinha uma militância fervorosa e dedicada. Alguns desses militantes eram estudantes de económicas e filhos de pais que serviam o regime.
O Saldanha Sanches foi um herói dos tempos do COPCON quando o Otelo mandou para a prisão umas centenas de putos irreverentes, idealistas e que achavam (e bem!) que o 25 de Abril era uma golpaça militar e não uma revolução. Voilá!
A morte do revolucionário deixou-me triste.
Há cada vez menos gente na política ( e no resto) com convicções, causas e uma infinita generosidade. Claro que muitos daquela geração acabaram nos partidos mais capitalistas e liberais. Mas mantiveram um fundo humanista e uma consciência política da sociedade acima de qualquer cabotino com o curso tirado a seguir à missa de domingo.
Era um radical. E ainda hoje parecia querer "vingar" através dos impostos o que já era tarde para emendar pela revolução atirada para as calendas. Mas o seu desaparecimento é uma grande perda humana, moral e a defesa da ética fica órfã, ou pelo menos mais desamparada.
O animal está feroz...e sózinho.Mas simpático.
Sócrates parece um animal acossado. E feroz. E muito, muito só.
Está irritado mas sabe que tem de se conter. Já não o deixam brincar aos aeroportos, às faixas duplas de alcatrão, só falta deitarem-lhe o TGV ao fundo usando os submarinos que aí vão chegar. Os camaradas agitam-se na toca do Rato. Só falta ao engenheiro vir pedir desculpa.
Ele já se desdobra em simpatia. Hoje em Sines cumprimentou o motorista do autocarro que transportava e comitiva e os jornalistas dentro do recinto da Refinaria e disse-lhe:" parabéns têm aqui uma grande obra! ". Por acaso o motorista era da Resende, a empresa de aliguer do autocarro. Antes cumprimentou três hospedieras giras e não resistiu:" estavam muito giras! Estavam, não. estão!".
Eu próprio foi surpreendido, ao almoço, com um copo de branco Cartuxa na mão e a mastigar um pão com queijo, quando o Primeiro se dirigiu a mim: " Permita-me que o cumprimente!". Bom, os momentos maus devolvem sempre o melhor de simpático que há em nós! Por pouco ia deixando caír o copo!
Sócrates anunciou na passada semana em Bruxelas o princípio do fim do regabofe das obras públicas faraónicas em tom desiludido. Hoje em Sines teve a oportunidade de mandar a boca a Cavaco. "Não basta falar em produzir bens com matérias-primas nacionais é preciso depois ter forma de as escoar". Cito de cor. Só que aquele investimento é privado e de uma empresa que tem milhões de lucro à custa dos consumidores portugueses e logo: muito daquele lucro é para ali desviado por não haver concorrência de preços nos combustíveis.
Mas o que Sócrates parece mesmo é continuar a viver num país virtual. Ao por a Coca-Cola ao lado do leite e do pão na taxação do IVA, demonstra uma total falta de sensibilidade social e de esquerda. Aliás, a mesma falta de sensibilidade que Cavaco evidenciava com a sua arrogância quando era 1º ministro..
Com os portugueses a pagarem os desvarios europeus, a mania das grandezas dos governos que nos têm desgovernado, e com esse bando de abutres que sobrevoam as nossas carteiras, depois de fartos pelos prémios chorudos de empresas monopolistas onde até o Rato Mickey daria um bom Chairman....aqui estamos. Santificados por sua Santidade, à espera do verão para uns dias de praia inolvidáveis. Portugal pode esperar.
Está irritado mas sabe que tem de se conter. Já não o deixam brincar aos aeroportos, às faixas duplas de alcatrão, só falta deitarem-lhe o TGV ao fundo usando os submarinos que aí vão chegar. Os camaradas agitam-se na toca do Rato. Só falta ao engenheiro vir pedir desculpa.
Ele já se desdobra em simpatia. Hoje em Sines cumprimentou o motorista do autocarro que transportava e comitiva e os jornalistas dentro do recinto da Refinaria e disse-lhe:" parabéns têm aqui uma grande obra! ". Por acaso o motorista era da Resende, a empresa de aliguer do autocarro. Antes cumprimentou três hospedieras giras e não resistiu:" estavam muito giras! Estavam, não. estão!".
Eu próprio foi surpreendido, ao almoço, com um copo de branco Cartuxa na mão e a mastigar um pão com queijo, quando o Primeiro se dirigiu a mim: " Permita-me que o cumprimente!". Bom, os momentos maus devolvem sempre o melhor de simpático que há em nós! Por pouco ia deixando caír o copo!
Sócrates anunciou na passada semana em Bruxelas o princípio do fim do regabofe das obras públicas faraónicas em tom desiludido. Hoje em Sines teve a oportunidade de mandar a boca a Cavaco. "Não basta falar em produzir bens com matérias-primas nacionais é preciso depois ter forma de as escoar". Cito de cor. Só que aquele investimento é privado e de uma empresa que tem milhões de lucro à custa dos consumidores portugueses e logo: muito daquele lucro é para ali desviado por não haver concorrência de preços nos combustíveis.
Mas o que Sócrates parece mesmo é continuar a viver num país virtual. Ao por a Coca-Cola ao lado do leite e do pão na taxação do IVA, demonstra uma total falta de sensibilidade social e de esquerda. Aliás, a mesma falta de sensibilidade que Cavaco evidenciava com a sua arrogância quando era 1º ministro..
Com os portugueses a pagarem os desvarios europeus, a mania das grandezas dos governos que nos têm desgovernado, e com esse bando de abutres que sobrevoam as nossas carteiras, depois de fartos pelos prémios chorudos de empresas monopolistas onde até o Rato Mickey daria um bom Chairman....aqui estamos. Santificados por sua Santidade, à espera do verão para uns dias de praia inolvidáveis. Portugal pode esperar.
domingo, maio 09, 2010
Cavaco já marcha à chuva e ao vento em campanha
O que faltava para aumentar a tensão arterial política era só termos agora um Presidente da República em campanha eleitoral. Faltava, mas já não falta. Cavaco está na estrada com o staff oficial em campanha que não sendo oficial é muito mais eficaz do que se fosse assumida como tal.
O que se viu ontem na TV não dá para acreditar. Num país mergulhado na crise, o PR faz uma campanha aberta. Sujeita-se a andar à chuva e ao vento, dá aperto de mão aqui, beijinho ali, acena acolá. A Primeira-Dama diz umas graças para a câmara da SIC (muito atenta e muito repórter) tenta abrir uma gaveta de uma cozinha e não larga a mão do marido. Bom, isto nada tem de pessoal, tem de político. Aí está o casal feliz, o paradigma paternal, paraos portuguesinhos votarem no Messias, esse que está no Poder há 20 anos com os resultados à vista.
Começa a tornar-se insuportável aquela figura cavaquista do paternalismo e da vigilância sobre os passos do governo. O PR não tem nada que se imiscuir nas decisões do governo. O PR ou aprova as leis ou não as aprova e as envia para o TC, ou veta-as politicamente. Não tem que promover encontros de ex-ministros das finanças ou andar a mandar recados através das câmaras das televisões entre duas visitas públicas.
Se o PR quer ter várias opiniões que reúna o Conselho de Estado. Mas, tanto quanto nos lembramos, só o fez duas vezes ao longo do seu mandato cinzento, o que não demonstra uma extraordinária preocupação em ouvir quem tem legitimidade.
Ou então que fique claro para todos: Cavaco assume-se como candidato e já.
O que se viu ontem na TV não dá para acreditar. Num país mergulhado na crise, o PR faz uma campanha aberta. Sujeita-se a andar à chuva e ao vento, dá aperto de mão aqui, beijinho ali, acena acolá. A Primeira-Dama diz umas graças para a câmara da SIC (muito atenta e muito repórter) tenta abrir uma gaveta de uma cozinha e não larga a mão do marido. Bom, isto nada tem de pessoal, tem de político. Aí está o casal feliz, o paradigma paternal, paraos portuguesinhos votarem no Messias, esse que está no Poder há 20 anos com os resultados à vista.
Começa a tornar-se insuportável aquela figura cavaquista do paternalismo e da vigilância sobre os passos do governo. O PR não tem nada que se imiscuir nas decisões do governo. O PR ou aprova as leis ou não as aprova e as envia para o TC, ou veta-as politicamente. Não tem que promover encontros de ex-ministros das finanças ou andar a mandar recados através das câmaras das televisões entre duas visitas públicas.
Se o PR quer ter várias opiniões que reúna o Conselho de Estado. Mas, tanto quanto nos lembramos, só o fez duas vezes ao longo do seu mandato cinzento, o que não demonstra uma extraordinária preocupação em ouvir quem tem legitimidade.
Ou então que fique claro para todos: Cavaco assume-se como candidato e já.
Sócrates, o grego.
Sócrates amansa e desiste da 3ª travessia e do aeroporto. Mas manda o inefável ministro das Obras Públicas avançar com a Mont Blanc para a assinatura do TGV. Um país de doidos. Agora o TGV não vai chegar a Lisboa mas só ao Poceirão. Portanto: vai demorar-se mais tempo a chegar ao Poceirão, mais caro, mais desconfortável do que apanhar um low-coast na Portela e estar passada uma hora em Madrid. E por muito menos dinheiro. Como nenhum mortal com juízo vai para a Europa de TGV... prevê.se um comboio de alta velocidade rigorosamente vazio.
Uma política de zig-zag ao sabor do ambiente político. Hoje há aeroporto, amanhã não sabemos. Depois há 3ª ponte, hoje afinal já não há...uma verdadeira palhaçada desempenhada por palhaços pobres armados em ricos. Um espectáculo de circo decadente.
Depois as declarações de Sócrates continuam de uma total indigência intelectual. Agora arma-se em chorinhas e quer fazer crer em Paris que é um voluntarioso patriota.
Se não se pode demitir o feroz, pelo menos interná-lo não era má ideia. E com colete de forças.
Uma política de zig-zag ao sabor do ambiente político. Hoje há aeroporto, amanhã não sabemos. Depois há 3ª ponte, hoje afinal já não há...uma verdadeira palhaçada desempenhada por palhaços pobres armados em ricos. Um espectáculo de circo decadente.
Depois as declarações de Sócrates continuam de uma total indigência intelectual. Agora arma-se em chorinhas e quer fazer crer em Paris que é um voluntarioso patriota.
Se não se pode demitir o feroz, pelo menos interná-lo não era má ideia. E com colete de forças.
terça-feira, maio 04, 2010
A Feira do Livro e a Ovibeja
Embirro com a Feira do Livro e não sei bem porquê. Ou porque o plano inclinado em que assenta me dá a sensação de que está a esvaziar os visitantes para o Marquês, ou porque há ali um tom passadista e com algum paternalismo cultural. Livros velhinhos, edições desprezadas, uns editores que quase não existem, uns escritores a darem uns autógrafos a leitores militantes...na verdade tudo aquilo podia ter um ambiente mais a atirar para a frente.
E depois aquilo custa um milhão ou mais à falida Câmara lisboeta. Tenho a sensação que a Feira existe porque é fortemente subsidiada, não faz negócio e nem tem tanto visitante assim. No tempo da Amazon ou do iPad e de outros meios de circulação, a Feira deve existir para proteger essa raça em vias de extinção que é o livro em papel.
Claro que é preferível ter esta feira a não ter feira nenhuma. Já nos bastou a nós lisboetas termos ficado sem a Feira Popular que o novo-riquismo santanista matou para todo o sempre. Uma facada na alma de Lisboa. Embora passasse a vida com o fado na boca e de mão dada com a Eunice de um lado e o Rui de Carvalho no outro...
Se Beja tem a Ovibeja é justo que os lisboetas tenham a Feira do Livro. Ponham mais alma naquilo e deviam arranjar um lugar mais acolhedor. O terreiro do Paço por exemplo. Aquela nortada é uma chatice e agora nem para namorar dará muito jeito.
A feira do Livro é como a RTP: nem com ela, nem sem ela. Vivam os livros!
E depois aquilo custa um milhão ou mais à falida Câmara lisboeta. Tenho a sensação que a Feira existe porque é fortemente subsidiada, não faz negócio e nem tem tanto visitante assim. No tempo da Amazon ou do iPad e de outros meios de circulação, a Feira deve existir para proteger essa raça em vias de extinção que é o livro em papel.
Claro que é preferível ter esta feira a não ter feira nenhuma. Já nos bastou a nós lisboetas termos ficado sem a Feira Popular que o novo-riquismo santanista matou para todo o sempre. Uma facada na alma de Lisboa. Embora passasse a vida com o fado na boca e de mão dada com a Eunice de um lado e o Rui de Carvalho no outro...
Se Beja tem a Ovibeja é justo que os lisboetas tenham a Feira do Livro. Ponham mais alma naquilo e deviam arranjar um lugar mais acolhedor. O terreiro do Paço por exemplo. Aquela nortada é uma chatice e agora nem para namorar dará muito jeito.
A feira do Livro é como a RTP: nem com ela, nem sem ela. Vivam os livros!
sábado, maio 01, 2010
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