Uma campanha presidencial não se deve resumir a questões como aquela levantada acerca das acções que o ex- secretário de estado de Cavaco e seu apoiante directo na 1ª candidatura de há 5 anos, Oliveira e Costa facultou ao professor de economia.
A notícia foi dada em tempos pelo Expresso, com o documento onde se via assinado pelo punho de Oliveira e Costa o preço das acções, o que deixou o Presidente muito irritado.
A verdade é que esta questão nunca foi esclarecida por Cavaco.
Com a sua habitual queda para mudar de assunto e fazer-se de desentendido, dizendo que está a ser insultado e alvo de uma campanha negra ( argumentos iguais aos de Sócrates quando é atacado), Cavaco despacha os curiosos para um site, ou para o Tribunal Constitucional, ou atira frases tipo:" Isso nem merece resposta!". Uma frase da família das mastigadelas no bolo-rei. Aliás Cavaco deveria passar a andar com uma fatia de bolo-rei por perto. Quando lhe perguntassem sobre o destino que deu às acções, media o bolo-rei na boca e mastigava, mastigava....
O que está em causa é uma coisa muito simples: um político não é um cidadão como os outros. Tem deveres de transparência, mesmo na zona privada, diferente dos outros.
As acções que Oliveira e Costa vendeu a Cavaco não estavam à venda na praça pública. Ele, Cavaco,teve acesso privilegiado na hora da compra e no momento da venda. O lucro foi bestial. Para quem desejava exercer um cargo de PR foi um erro crasso. Um político não se pode meter neste tipo de aventuras bolsistas com ganhos fabulosos e depois de ser eleito andar a distribuir pesares e a chorar os coitadinhos. Ou a pedir para os portugueses trabalharem quando ele facturou numa operação triunfo.
Estamos a falar de uma operação legal mas pouco ética para ser feita por um político. E nem me recordo de nenhum político que o tenha feito com tanto sucesso.
Alguém imagina Vara a vender acções a Sócrates e este ganhar um balúrdio? O que aconteceria depois?
Para azar do candidato Cavaco, as acções em que ele ganhou a valer faziam parte de um banco que era um casino que nos está a custar 5 mil milhões. Pior: um dos dirigentes do banco foi nomeado por si conselheiro de estado e nunca criticado por Cavaco. Aliás Cavaco só critica a gestão depois de Oliveira e Costa e não o período do regabofe que coincide com o negócio.
Esta questão não é folclore. Duvido que isto na América não fosse fulminante para um candidato.
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quarta-feira, janeiro 05, 2011
quarta-feira, junho 03, 2009
A explicação para as boas acções de Cavaco.
Percebi, penso que bem, porque ficou tão irritado Cavaco Silva com a notícia dada pelo Expresso no último sábado sobre o facto de ele ter comprado e vendido acções da Sociedade Lusa de Negócios (e não do BPN, não é a mesma coisa) antes de ser PR, estando fora portanto da actividade política.
Cavaco Silva, ou a Presidência, nunca responderam directamente. Isto é:
uma coisa é comprar acções de uma empresa como qualquer um de nós o pode fazer através do seu gestor de conta. Outra é comprar acções, como eram as da SLN, que só se podiam realizar através de convite. Ora, isto também não tem nada de ilegal, só que do ponto de vista político isso tem uma importância enorme.
Se nos lembramos que Oliveira e Costa e Dias Loureiro eram amigos de Cavaco, e que estiveram no governo de Cavaco Silva, e que Dias Loureiro foi o que foi até há poucos dias, essa participação accionista acaba por ser penalizadora politicamente.
Como sabemos, nem tudo o que é legal é ético. E nem tudo o que o que um cidadão pode praticar se aplica à prática de um político. Em política o que parece é.
O que o Presidente devia ter dito, quando em Novembro fez aquele esclarecimento, é que tinha também tido acções da SLN, o que é diferente de ter acções de outras empresas cotadas e abertas em bolsa. É um pormenor, dirão, mas é uma omissão politicamente penalizadora para o Presidente.
O mais que podemos desejar todos é que ao menos na cúpula do Estado possamos estar tranquilos, sem enredos nem confusões.
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Cavaco Silva, ou a Presidência, nunca responderam directamente. Isto é:
uma coisa é comprar acções de uma empresa como qualquer um de nós o pode fazer através do seu gestor de conta. Outra é comprar acções, como eram as da SLN, que só se podiam realizar através de convite. Ora, isto também não tem nada de ilegal, só que do ponto de vista político isso tem uma importância enorme.
Se nos lembramos que Oliveira e Costa e Dias Loureiro eram amigos de Cavaco, e que estiveram no governo de Cavaco Silva, e que Dias Loureiro foi o que foi até há poucos dias, essa participação accionista acaba por ser penalizadora politicamente.
Como sabemos, nem tudo o que é legal é ético. E nem tudo o que o que um cidadão pode praticar se aplica à prática de um político. Em política o que parece é.
O que o Presidente devia ter dito, quando em Novembro fez aquele esclarecimento, é que tinha também tido acções da SLN, o que é diferente de ter acções de outras empresas cotadas e abertas em bolsa. É um pormenor, dirão, mas é uma omissão politicamente penalizadora para o Presidente.
O mais que podemos desejar todos é que ao menos na cúpula do Estado possamos estar tranquilos, sem enredos nem confusões.
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domingo, novembro 23, 2008
BPN no churrasco
Hoje num fantástico churrasco em casa de um amigo meu, um dia de Sol de Outono lindo, um daqueles dias que nos devolvem o prazer de viver e conviver, um outro amigo recente dizia com desassombro:" Eu também tive aplicações no BPN que me rendiam em juros o dobro pois eram feitas em Cabo Verde. Agora é na verdade uma vergonha e é bom que estas coisas sejam metidas na ordem!". Toda a gente sabia disso. E o Banco de Portugal também. E quem lá fazia aplicações também verificava no extracto que a coisa por ali dava mais. Isto é para completar um comentário feito no post anterior. Nada daquilo era ilegal, atenção. Embora alguns investimentos possam ser naturais num cidadão normal, questionáveis serão em protagonistas políticos. Aqui já entra aquela questão da ética (que nem sempre coincide com a lei propriamente dita).
BPN ? Safa! Safa!
Venho por este meio declarar que nunca tive conta no BPN, nunca trabalhei para o BPN, nunca recebi nada em honorários, nunca lhes pedi dinheiro, nem nunca lá tive aplicações...o que é que vocês têm a ver com isso? As declarações de hoje do PR, metidos no site da Presidência, são totalmente descabidas: todas aquelas declarações podem ser verificadas online nos rendimentos do casal Cavaco Silva, e mesmo que fosse inversa a realidade nada poderia ser apontado a Cavaco Silva. Que aliás deverá ser o último dos suspeitos de falta de honestidade, já agora ao lado do casal Eanes nesta ditosa Pátria.
O cavaquismo pode ter sido muita coisa, e uma delas foi a de ter servido de forno à produção de muito do pior que há em Portugal em matéria de amiguismos e jogos de interesses, mas foi um fenómeno que passou sempre ao lado de Cavaco Silva, aliás para sua grande irritabilidade. Portanto aquelas declarações são tão inesperadas como se a Madre Teresa de Calcutá tivesse vindo um dia dizer que não era praticante de swing!!!
Agora, meus caros amigos, há umas pontas que ficam de fora. E essas pontas não são resolvidas com comunicados fora de tempo e de lugar. Uma das pontas é o papel de Dias Loureiro, conselheiro de Estado nomeado por Cavaco Silva e que teve um papel dirigente no BPN, e que foi um dos principais motores da campanha de Cavaco às presidências. E esse toque de pontas é sempre desagradável. Tal como se fecha um certo círculo se começarmos a desenhar os protagonistas do governo cavaquista e a forma como Oliveira e Costa, Leite, Loureiro e Cadilhe se encontram. Claro que nada disto prova nada nem nada disto é por si condenável. Mas são estas ligações perigosas que deixam a política cada vez mais descredibilizada junto da opinião pública. E é esta promiscuidade que é mortal.
António Marta, que tive o prazer de conhecer pessoalmente há umas semanas atrás num casamento e com quem pude partilhar a sua mesa numa simpática conversa, é um homem de uma honestidade à prova de bala. Ele negociou forte com a Europa a nossa entrada, sempre com ordenados de função pública e que tem um cargo no Banco de Portugal onde nunca teve promiscuidades com negociatas. Acredito na sua palavra.
E Dias Loureiro demite-se ou não de Conselheiro?
O cavaquismo pode ter sido muita coisa, e uma delas foi a de ter servido de forno à produção de muito do pior que há em Portugal em matéria de amiguismos e jogos de interesses, mas foi um fenómeno que passou sempre ao lado de Cavaco Silva, aliás para sua grande irritabilidade. Portanto aquelas declarações são tão inesperadas como se a Madre Teresa de Calcutá tivesse vindo um dia dizer que não era praticante de swing!!!
Agora, meus caros amigos, há umas pontas que ficam de fora. E essas pontas não são resolvidas com comunicados fora de tempo e de lugar. Uma das pontas é o papel de Dias Loureiro, conselheiro de Estado nomeado por Cavaco Silva e que teve um papel dirigente no BPN, e que foi um dos principais motores da campanha de Cavaco às presidências. E esse toque de pontas é sempre desagradável. Tal como se fecha um certo círculo se começarmos a desenhar os protagonistas do governo cavaquista e a forma como Oliveira e Costa, Leite, Loureiro e Cadilhe se encontram. Claro que nada disto prova nada nem nada disto é por si condenável. Mas são estas ligações perigosas que deixam a política cada vez mais descredibilizada junto da opinião pública. E é esta promiscuidade que é mortal.
António Marta, que tive o prazer de conhecer pessoalmente há umas semanas atrás num casamento e com quem pude partilhar a sua mesa numa simpática conversa, é um homem de uma honestidade à prova de bala. Ele negociou forte com a Europa a nossa entrada, sempre com ordenados de função pública e que tem um cargo no Banco de Portugal onde nunca teve promiscuidades com negociatas. Acredito na sua palavra.
E Dias Loureiro demite-se ou não de Conselheiro?
Oliveira e Costa, preso e doente
O Caso BPN é um novo escândalo nacional naquele género de novela Lusa iniciado com o Processo Casa Pia. E se há no meio de tudo isto evidentes malandros e potenciais condenados, também é verdade que a forma como tudo tem sido tratado, quer pela Justiça quer pela imprensa, pode criar vítimas e aliviar condenações aos verdadeiramente implicados.
Escrevo isto porque a prisão de Oliveira e Costa pode abrir caminho a casos de condenação antes do tempo, como sucedeu no processo da Casa Pia. Prender um homem que podia muito bem estar a esta hora num paraíso fiscal e prisional e optou ficar por Portugal não parece de muito bom senso, principalmente atendendo à sua idade e ao seu estado de saúde.
Porventura ele vai ser o bode expiatório ideal para se fazer de conta que a justiça é dura e para nos entretantos outros verdadeiros malandros no activo político e empresarial, e com cargos altos no Estado, possam passear pelos telejornais e fazerem os seus tempos de antena.
Escrevo isto porque a prisão de Oliveira e Costa pode abrir caminho a casos de condenação antes do tempo, como sucedeu no processo da Casa Pia. Prender um homem que podia muito bem estar a esta hora num paraíso fiscal e prisional e optou ficar por Portugal não parece de muito bom senso, principalmente atendendo à sua idade e ao seu estado de saúde.
Porventura ele vai ser o bode expiatório ideal para se fazer de conta que a justiça é dura e para nos entretantos outros verdadeiros malandros no activo político e empresarial, e com cargos altos no Estado, possam passear pelos telejornais e fazerem os seus tempos de antena.
segunda-feira, novembro 03, 2008
Banco português de negociatas
Mesmo não percebendo nada de banca (nem quero!) - não posso ficar indiferente e atónito, como muitos outros portugueses perante a bronca do BPN. Este banco foi sempre uma entidade um pouco diferente dos outros, com figuras que passaram pela política e pelo período do El Dourado cavaquista (embora sem nada a ver com a seriedade de Cavaco, sempre à prova de bala), algumas polémicas como era o caso de Oliveira e Costa, um ex-secretário de Estado de Cavaco que ficou conhecido então pela arrogância fiscal. Bom, o que se dizia à boca fechada, de negócios em off-shores, de enriquecimentos rápidos...afinal havia fumo e havia fogo. E agora pergunto: NINGUÉM VAI PRESO ?
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