sexta-feira, janeiro 28, 2011
quinta-feira, janeiro 27, 2011
Parquímetros para ler jornais na net?
Sobre pagar ou não pagar conteúdos na internet. A minha opinião:
O ADN da internet é a livre partilha. O sucesso do YouTube, do Google, só para citar os maiores, deve-se à sua grande utilidade, á forma amigável como servem os usuários, à gratuitidade.
A internet já é paga, e bem paga, por todos nós que temos assinaturas e muitas vezes várias assinaturas. Contratos que comtemplam televisão, telefone e internet. Só eu tenho 3 assinaturas, o que representa uma renda considerável.
Portanto: pagar para ter acesso a conteúdos na net é difícil de aceitar. O negócio da internet não está "dentro" da internet mas sim naquilo que ela gera fora. Isto é: o negócio de um jornal não está directamente no seu online mas no negócio que ele pode gerar: mais leitores na edição impressa, maior influência perante um público muito mais vasto do que o do papel. O online tem um protagonismo fundamental no agarrar dos leitores muitas vezes ao minuto e poder criar uma comunidade vasta, que por si é um valor de mercado valioso.
O que eu gasto em anúncios e tempo na internet a promover os meus cursos não está na net, está no negócio que gera no meu estúdio.
O online paga-se com a mais valia da comunidade aderente ( uma multidão influente e consumidora ) e com a publicidade gerada com as milhares ou milhões de páginas vistas. Um blogue como o Instante Fatal, o ano passado com uma média de 600 visitas diárias, conseguiu facturar mil euros de publicidade. Pouco? Claro. Mas não sei se um jornal online terá gerado o proporcional em rendimento publicitário.
O sonho de os jornais deixarem de ser impressos em papel e pagos na net a um preço semelhante, poupando-se no papel, na tipografia, na distribuição, numa redacção menos ambiciosa, em troca de uns vídeos amadores, de umas fotogalerias enfastiosas ou de umas notícias requentadas com títulos a roçarem o Correio da Manhã na sua secção de sociedade, não é viável.
Os leitores estão a abandonar a compra dos jornais não é por serem em papel. É por serem dispensáveis, porque a qualidade baixou, quando se trocou o conteúdo pela embalagem, a reportagem pelo jornalismo sentado, a investigação
pela análise dos espertos que vão à televisão.
Uma edição banal tanto o é no papel como no iPad. Com a desvantagem no iPad pois o gato não pode usar o papel numa operação de convergência doméstica.
Claro que o senhor Murdock, uma figura nada recomendável para se seguir em política de jornais e televisão, um coveiro neo-liberal do jornalismo, com muitos adeptos por cá, tentou com um pequeno sucesso esta operação de parquímetro no Wall Street Journal. Mas o New York Times acabou por voltar a abrir os conteúdos da sua edição online depois de um fracasso total. Está agora a tentar repetir a experiência, mas sem negar as maiores dúvidas.
É curioso, e preocupante, que quem aparece a defender o pagamento das edições online, são muitas vezes os que nada contribuíram para jornais online fortes, com uma linguagem multimédia, com uma escrita eficaz para a net, com uma equipa de excelência. Gostava de ver edições online de grande qualidade e não réplicas medíocres das já sofríveis edições de papel.
A qualidade de uma edição online não está no facto de ter uma edição para iPad. Aliás por 150 euros qualquer jornal da paróquia tem a sua edição na Apple Store, embora haja quem faça dessa operação banal, um feito glorioso de grande génio editorial. A qualidade de uma edição online está na qualidade e na inovação. Na escrita, nas fotografias, nos vídeos, na infografia, na agilidade da notícia, no cross-promotion das várias edições impressas, online, rádio e TV. A qualidade está na grestão de uma redacção sénior, competente, repartida por editores com autonomia que possam distribuir os conteúdos em função das plataformas diferentes e das diferentes velocidades de informar.
Enquanto a possibilidade de fazer um clique nos possibilitar de mudar de site, vai ser difícil convencer alguém a pagar. A não ser que a oferta seja na verdade irresistível e consiga subverter a grande dimensão democrática da internet: partilhar em total liberdade, sem custos.
O ADN da internet é a livre partilha. O sucesso do YouTube, do Google, só para citar os maiores, deve-se à sua grande utilidade, á forma amigável como servem os usuários, à gratuitidade.
A internet já é paga, e bem paga, por todos nós que temos assinaturas e muitas vezes várias assinaturas. Contratos que comtemplam televisão, telefone e internet. Só eu tenho 3 assinaturas, o que representa uma renda considerável.
Portanto: pagar para ter acesso a conteúdos na net é difícil de aceitar. O negócio da internet não está "dentro" da internet mas sim naquilo que ela gera fora. Isto é: o negócio de um jornal não está directamente no seu online mas no negócio que ele pode gerar: mais leitores na edição impressa, maior influência perante um público muito mais vasto do que o do papel. O online tem um protagonismo fundamental no agarrar dos leitores muitas vezes ao minuto e poder criar uma comunidade vasta, que por si é um valor de mercado valioso.
O que eu gasto em anúncios e tempo na internet a promover os meus cursos não está na net, está no negócio que gera no meu estúdio.
O online paga-se com a mais valia da comunidade aderente ( uma multidão influente e consumidora ) e com a publicidade gerada com as milhares ou milhões de páginas vistas. Um blogue como o Instante Fatal, o ano passado com uma média de 600 visitas diárias, conseguiu facturar mil euros de publicidade. Pouco? Claro. Mas não sei se um jornal online terá gerado o proporcional em rendimento publicitário.
O sonho de os jornais deixarem de ser impressos em papel e pagos na net a um preço semelhante, poupando-se no papel, na tipografia, na distribuição, numa redacção menos ambiciosa, em troca de uns vídeos amadores, de umas fotogalerias enfastiosas ou de umas notícias requentadas com títulos a roçarem o Correio da Manhã na sua secção de sociedade, não é viável.
Os leitores estão a abandonar a compra dos jornais não é por serem em papel. É por serem dispensáveis, porque a qualidade baixou, quando se trocou o conteúdo pela embalagem, a reportagem pelo jornalismo sentado, a investigação
pela análise dos espertos que vão à televisão.
Uma edição banal tanto o é no papel como no iPad. Com a desvantagem no iPad pois o gato não pode usar o papel numa operação de convergência doméstica.
Claro que o senhor Murdock, uma figura nada recomendável para se seguir em política de jornais e televisão, um coveiro neo-liberal do jornalismo, com muitos adeptos por cá, tentou com um pequeno sucesso esta operação de parquímetro no Wall Street Journal. Mas o New York Times acabou por voltar a abrir os conteúdos da sua edição online depois de um fracasso total. Está agora a tentar repetir a experiência, mas sem negar as maiores dúvidas.
É curioso, e preocupante, que quem aparece a defender o pagamento das edições online, são muitas vezes os que nada contribuíram para jornais online fortes, com uma linguagem multimédia, com uma escrita eficaz para a net, com uma equipa de excelência. Gostava de ver edições online de grande qualidade e não réplicas medíocres das já sofríveis edições de papel.
A qualidade de uma edição online não está no facto de ter uma edição para iPad. Aliás por 150 euros qualquer jornal da paróquia tem a sua edição na Apple Store, embora haja quem faça dessa operação banal, um feito glorioso de grande génio editorial. A qualidade de uma edição online está na qualidade e na inovação. Na escrita, nas fotografias, nos vídeos, na infografia, na agilidade da notícia, no cross-promotion das várias edições impressas, online, rádio e TV. A qualidade está na grestão de uma redacção sénior, competente, repartida por editores com autonomia que possam distribuir os conteúdos em função das plataformas diferentes e das diferentes velocidades de informar.
Enquanto a possibilidade de fazer um clique nos possibilitar de mudar de site, vai ser difícil convencer alguém a pagar. A não ser que a oferta seja na verdade irresistível e consiga subverter a grande dimensão democrática da internet: partilhar em total liberdade, sem custos.
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quarta-feira, janeiro 05, 2011
O totonegócio do BPN. Totós somos todos nós!
Uma campanha presidencial não se deve resumir a questões como aquela levantada acerca das acções que o ex- secretário de estado de Cavaco e seu apoiante directo na 1ª candidatura de há 5 anos, Oliveira e Costa facultou ao professor de economia.
A notícia foi dada em tempos pelo Expresso, com o documento onde se via assinado pelo punho de Oliveira e Costa o preço das acções, o que deixou o Presidente muito irritado.
A verdade é que esta questão nunca foi esclarecida por Cavaco.
Com a sua habitual queda para mudar de assunto e fazer-se de desentendido, dizendo que está a ser insultado e alvo de uma campanha negra ( argumentos iguais aos de Sócrates quando é atacado), Cavaco despacha os curiosos para um site, ou para o Tribunal Constitucional, ou atira frases tipo:" Isso nem merece resposta!". Uma frase da família das mastigadelas no bolo-rei. Aliás Cavaco deveria passar a andar com uma fatia de bolo-rei por perto. Quando lhe perguntassem sobre o destino que deu às acções, media o bolo-rei na boca e mastigava, mastigava....
O que está em causa é uma coisa muito simples: um político não é um cidadão como os outros. Tem deveres de transparência, mesmo na zona privada, diferente dos outros.
As acções que Oliveira e Costa vendeu a Cavaco não estavam à venda na praça pública. Ele, Cavaco,teve acesso privilegiado na hora da compra e no momento da venda. O lucro foi bestial. Para quem desejava exercer um cargo de PR foi um erro crasso. Um político não se pode meter neste tipo de aventuras bolsistas com ganhos fabulosos e depois de ser eleito andar a distribuir pesares e a chorar os coitadinhos. Ou a pedir para os portugueses trabalharem quando ele facturou numa operação triunfo.
Estamos a falar de uma operação legal mas pouco ética para ser feita por um político. E nem me recordo de nenhum político que o tenha feito com tanto sucesso.
Alguém imagina Vara a vender acções a Sócrates e este ganhar um balúrdio? O que aconteceria depois?
Para azar do candidato Cavaco, as acções em que ele ganhou a valer faziam parte de um banco que era um casino que nos está a custar 5 mil milhões. Pior: um dos dirigentes do banco foi nomeado por si conselheiro de estado e nunca criticado por Cavaco. Aliás Cavaco só critica a gestão depois de Oliveira e Costa e não o período do regabofe que coincide com o negócio.
Esta questão não é folclore. Duvido que isto na América não fosse fulminante para um candidato.
A notícia foi dada em tempos pelo Expresso, com o documento onde se via assinado pelo punho de Oliveira e Costa o preço das acções, o que deixou o Presidente muito irritado.
A verdade é que esta questão nunca foi esclarecida por Cavaco.
Com a sua habitual queda para mudar de assunto e fazer-se de desentendido, dizendo que está a ser insultado e alvo de uma campanha negra ( argumentos iguais aos de Sócrates quando é atacado), Cavaco despacha os curiosos para um site, ou para o Tribunal Constitucional, ou atira frases tipo:" Isso nem merece resposta!". Uma frase da família das mastigadelas no bolo-rei. Aliás Cavaco deveria passar a andar com uma fatia de bolo-rei por perto. Quando lhe perguntassem sobre o destino que deu às acções, media o bolo-rei na boca e mastigava, mastigava....
O que está em causa é uma coisa muito simples: um político não é um cidadão como os outros. Tem deveres de transparência, mesmo na zona privada, diferente dos outros.
As acções que Oliveira e Costa vendeu a Cavaco não estavam à venda na praça pública. Ele, Cavaco,teve acesso privilegiado na hora da compra e no momento da venda. O lucro foi bestial. Para quem desejava exercer um cargo de PR foi um erro crasso. Um político não se pode meter neste tipo de aventuras bolsistas com ganhos fabulosos e depois de ser eleito andar a distribuir pesares e a chorar os coitadinhos. Ou a pedir para os portugueses trabalharem quando ele facturou numa operação triunfo.
Estamos a falar de uma operação legal mas pouco ética para ser feita por um político. E nem me recordo de nenhum político que o tenha feito com tanto sucesso.
Alguém imagina Vara a vender acções a Sócrates e este ganhar um balúrdio? O que aconteceria depois?
Para azar do candidato Cavaco, as acções em que ele ganhou a valer faziam parte de um banco que era um casino que nos está a custar 5 mil milhões. Pior: um dos dirigentes do banco foi nomeado por si conselheiro de estado e nunca criticado por Cavaco. Aliás Cavaco só critica a gestão depois de Oliveira e Costa e não o período do regabofe que coincide com o negócio.
Esta questão não é folclore. Duvido que isto na América não fosse fulminante para um candidato.
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