Sobre pagar ou não pagar conteúdos na internet. A minha opinião:
O ADN da internet é a livre partilha. O sucesso do YouTube, do Google, só para citar os maiores, deve-se à sua grande utilidade, á forma amigável como servem os usuários, à gratuitidade.
A internet já é paga, e bem paga, por todos nós que temos assinaturas e muitas vezes várias assinaturas. Contratos que comtemplam televisão, telefone e internet. Só eu tenho 3 assinaturas, o que representa uma renda considerável.
Portanto: pagar para ter acesso a conteúdos na net é difícil de aceitar. O negócio da internet não está "dentro" da internet mas sim naquilo que ela gera fora. Isto é: o negócio de um jornal não está directamente no seu online mas no negócio que ele pode gerar: mais leitores na edição impressa, maior influência perante um público muito mais vasto do que o do papel. O online tem um protagonismo fundamental no agarrar dos leitores muitas vezes ao minuto e poder criar uma comunidade vasta, que por si é um valor de mercado valioso.
O que eu gasto em anúncios e tempo na internet a promover os meus cursos não está na net, está no negócio que gera no meu estúdio.
O online paga-se com a mais valia da comunidade aderente ( uma multidão influente e consumidora ) e com a publicidade gerada com as milhares ou milhões de páginas vistas. Um blogue como o Instante Fatal, o ano passado com uma média de 600 visitas diárias, conseguiu facturar mil euros de publicidade. Pouco? Claro. Mas não sei se um jornal online terá gerado o proporcional em rendimento publicitário.
O sonho de os jornais deixarem de ser impressos em papel e pagos na net a um preço semelhante, poupando-se no papel, na tipografia, na distribuição, numa redacção menos ambiciosa, em troca de uns vídeos amadores, de umas fotogalerias enfastiosas ou de umas notícias requentadas com títulos a roçarem o Correio da Manhã na sua secção de sociedade, não é viável.
Os leitores estão a abandonar a compra dos jornais não é por serem em papel. É por serem dispensáveis, porque a qualidade baixou, quando se trocou o conteúdo pela embalagem, a reportagem pelo jornalismo sentado, a investigação
pela análise dos espertos que vão à televisão.
Uma edição banal tanto o é no papel como no iPad. Com a desvantagem no iPad pois o gato não pode usar o papel numa operação de convergência doméstica.
Claro que o senhor Murdock, uma figura nada recomendável para se seguir em política de jornais e televisão, um coveiro neo-liberal do jornalismo, com muitos adeptos por cá, tentou com um pequeno sucesso esta operação de parquímetro no Wall Street Journal. Mas o New York Times acabou por voltar a abrir os conteúdos da sua edição online depois de um fracasso total. Está agora a tentar repetir a experiência, mas sem negar as maiores dúvidas.
É curioso, e preocupante, que quem aparece a defender o pagamento das edições online, são muitas vezes os que nada contribuíram para jornais online fortes, com uma linguagem multimédia, com uma escrita eficaz para a net, com uma equipa de excelência. Gostava de ver edições online de grande qualidade e não réplicas medíocres das já sofríveis edições de papel.
A qualidade de uma edição online não está no facto de ter uma edição para iPad. Aliás por 150 euros qualquer jornal da paróquia tem a sua edição na Apple Store, embora haja quem faça dessa operação banal, um feito glorioso de grande génio editorial. A qualidade de uma edição online está na qualidade e na inovação. Na escrita, nas fotografias, nos vídeos, na infografia, na agilidade da notícia, no cross-promotion das várias edições impressas, online, rádio e TV. A qualidade está na grestão de uma redacção sénior, competente, repartida por editores com autonomia que possam distribuir os conteúdos em função das plataformas diferentes e das diferentes velocidades de informar.
Enquanto a possibilidade de fazer um clique nos possibilitar de mudar de site, vai ser difícil convencer alguém a pagar. A não ser que a oferta seja na verdade irresistível e consiga subverter a grande dimensão democrática da internet: partilhar em total liberdade, sem custos.
O ADN da internet é a livre partilha. O sucesso do YouTube, do Google, só para citar os maiores, deve-se à sua grande utilidade, á forma amigável como servem os usuários, à gratuitidade.
A internet já é paga, e bem paga, por todos nós que temos assinaturas e muitas vezes várias assinaturas. Contratos que comtemplam televisão, telefone e internet. Só eu tenho 3 assinaturas, o que representa uma renda considerável.
Portanto: pagar para ter acesso a conteúdos na net é difícil de aceitar. O negócio da internet não está "dentro" da internet mas sim naquilo que ela gera fora. Isto é: o negócio de um jornal não está directamente no seu online mas no negócio que ele pode gerar: mais leitores na edição impressa, maior influência perante um público muito mais vasto do que o do papel. O online tem um protagonismo fundamental no agarrar dos leitores muitas vezes ao minuto e poder criar uma comunidade vasta, que por si é um valor de mercado valioso.
O que eu gasto em anúncios e tempo na internet a promover os meus cursos não está na net, está no negócio que gera no meu estúdio.
O online paga-se com a mais valia da comunidade aderente ( uma multidão influente e consumidora ) e com a publicidade gerada com as milhares ou milhões de páginas vistas. Um blogue como o Instante Fatal, o ano passado com uma média de 600 visitas diárias, conseguiu facturar mil euros de publicidade. Pouco? Claro. Mas não sei se um jornal online terá gerado o proporcional em rendimento publicitário.
O sonho de os jornais deixarem de ser impressos em papel e pagos na net a um preço semelhante, poupando-se no papel, na tipografia, na distribuição, numa redacção menos ambiciosa, em troca de uns vídeos amadores, de umas fotogalerias enfastiosas ou de umas notícias requentadas com títulos a roçarem o Correio da Manhã na sua secção de sociedade, não é viável.
Os leitores estão a abandonar a compra dos jornais não é por serem em papel. É por serem dispensáveis, porque a qualidade baixou, quando se trocou o conteúdo pela embalagem, a reportagem pelo jornalismo sentado, a investigação
pela análise dos espertos que vão à televisão.
Uma edição banal tanto o é no papel como no iPad. Com a desvantagem no iPad pois o gato não pode usar o papel numa operação de convergência doméstica.
Claro que o senhor Murdock, uma figura nada recomendável para se seguir em política de jornais e televisão, um coveiro neo-liberal do jornalismo, com muitos adeptos por cá, tentou com um pequeno sucesso esta operação de parquímetro no Wall Street Journal. Mas o New York Times acabou por voltar a abrir os conteúdos da sua edição online depois de um fracasso total. Está agora a tentar repetir a experiência, mas sem negar as maiores dúvidas.
É curioso, e preocupante, que quem aparece a defender o pagamento das edições online, são muitas vezes os que nada contribuíram para jornais online fortes, com uma linguagem multimédia, com uma escrita eficaz para a net, com uma equipa de excelência. Gostava de ver edições online de grande qualidade e não réplicas medíocres das já sofríveis edições de papel.
A qualidade de uma edição online não está no facto de ter uma edição para iPad. Aliás por 150 euros qualquer jornal da paróquia tem a sua edição na Apple Store, embora haja quem faça dessa operação banal, um feito glorioso de grande génio editorial. A qualidade de uma edição online está na qualidade e na inovação. Na escrita, nas fotografias, nos vídeos, na infografia, na agilidade da notícia, no cross-promotion das várias edições impressas, online, rádio e TV. A qualidade está na grestão de uma redacção sénior, competente, repartida por editores com autonomia que possam distribuir os conteúdos em função das plataformas diferentes e das diferentes velocidades de informar.
Enquanto a possibilidade de fazer um clique nos possibilitar de mudar de site, vai ser difícil convencer alguém a pagar. A não ser que a oferta seja na verdade irresistível e consiga subverter a grande dimensão democrática da internet: partilhar em total liberdade, sem custos.
Brrrrrr... já estamos há muito tempo...PUM... com estes políticos de certeza!
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