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quinta-feira, julho 15, 2010

O Estado velho da Nação imortal

O Socraquistão está óptimo. E os que Praquistão péssimos, mas gastadores.

Um engenheiro a quem eu não recorreria para me fazer o projecto de estruturas de uma casa rasteira, e um vendedor de carros usados de sonho a quem eu nunca ousaria comprar um chasso, disseram, ou disse, hoje na sede da Democracia, que está tudo Porreiro !

A oposição diz que Sócrates está nas nuvens levado por um balão da Eurovisão, mas na verdade o nosso Pá Primeiro está na real.

A venda de utilitários subiu cinquenta e tal por cento, agora os pelintras dos jornalistas da TV que gostam de classificar de carros topo de gama uma banheira rolante, já podem passar o preconceito à gama geral. O país exporta mais uns caixotes, há menos calaçeiros a abandonarem a escola (o que é um gasto acrescentado em papel higiénico!), há mais portugueses a irem trabalhar lá para fora e a mandarem mais uns milhões para a banca local, vão pagar-se as scuts, as scooters e vamos deduzir menos no IRS para termos juizinho e pormos os nossos filhos a estudarem em escolas oficiais onde se irão sentir cidadãos da Ucrânia ao Brasil, de Timor a Cabo-Verde, da Feira de Cascais à Feira do Relógio. A escola democrática e pública paga com o esforço da Classe Média.

E vamos pagar mais pelas horas de espera nos hospitais públicos apinhados por gente desesperada, sem eira nem beira: aqueles que agora velhos ajudaram a erguer um país ao pé coxinho. Um país doente.

Sócrates está nas nuvens e na nuvem ao lado está um vizinho, outro grande visionário da vida política portuguesa. Um Super Homem da política, que anda a governar desde 1985 e que em vez de salvar o País que ele chama de inviável, limita-se a ajudar velhinhas a atravessar a rua e a distribuir frases demolidoras como quem dá rosas envenenadas.

O estado da Nação é o estado da política, de uma classe medíocre, sem sentido da coisa pública.
A classe que rejubila em mordomias, começando pelo escândalo da compra de carros novos (estes sim topo de gama) distribuídos pela camarilha que nos cobra impostos, dita comportamentos, vigia as nossas vidas. Uns tipos que nós elegemos e que nos apertam os ditos até ao grito final.

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