fotografias de Luiz Carvalho, hoje em S. Miguel, Odeceixe.
O meu filho David, 5 anos, adora circo. Ama o circo. Eu partilho com ele essa paixão, embora gostemos da coisa por razões diferentes. Ele parte-se a rir com as palhaçadas, vidra-se com os animais, devora as pipocas enquanto entra no mundo do sonho.
Para mim o circo é uma vida de loucos, artistas a sério, vagabundos, anarcas da alma, sofredores. Nunca percebo como conseguem viver sem subsídios, sem publico, sem dinheiro. Como se sustenta tanto camião, tanta gente, como se mata a fome a leões e outras feras.
Hoje em S. Miguel, Odeceixe, lá estava o Circo Atlas, o mesmo que estava na Alapraia há meses e que por lá andei com o meu David.
Para o puto ver aqui o circo foi uma excitação, era como se o circo o seguisse nas férias. Lá fomos à única sessão. Isto é: montaram a tenda para um único espectáculo. Fantástico. Verdadeiros artistas itinerantes.
Este circo é de uma autenticidade notável. Gosto do dono, o senhor Walter, gosto do apresentador, o ex- Zizi Jean Maire da Cruz de Pau, travesti e domador de bichos, que conheci há 20 anos a trabalhar numa peça de teatro na Gulbenkian, gosto do equilibrista e da sua partenaire, hoje vestida de branco e meias de liga, gosto da gordinha que apresenta o final num vestido vermelho decotado deixando ver uma tatuagem, na sua voz de sotaque espanhol, gosto da vendedora de bilheteira, uma ruiva ucraniana, a fumar no guichet fazendo lembrar Dietrich de cigarrilha no Sede do Mal.
Gosto disto tudo. São artistas fiéis e verdadeiros. Conseguisse eu como fotógrafo esta simplicidade de ser, ver e saber dar. É isto a arte meus caros. Um fio de alma e prazer.
Para mim o circo é uma vida de loucos, artistas a sério, vagabundos, anarcas da alma, sofredores. Nunca percebo como conseguem viver sem subsídios, sem publico, sem dinheiro. Como se sustenta tanto camião, tanta gente, como se mata a fome a leões e outras feras.
Hoje em S. Miguel, Odeceixe, lá estava o Circo Atlas, o mesmo que estava na Alapraia há meses e que por lá andei com o meu David.
Para o puto ver aqui o circo foi uma excitação, era como se o circo o seguisse nas férias. Lá fomos à única sessão. Isto é: montaram a tenda para um único espectáculo. Fantástico. Verdadeiros artistas itinerantes.
Este circo é de uma autenticidade notável. Gosto do dono, o senhor Walter, gosto do apresentador, o ex- Zizi Jean Maire da Cruz de Pau, travesti e domador de bichos, que conheci há 20 anos a trabalhar numa peça de teatro na Gulbenkian, gosto do equilibrista e da sua partenaire, hoje vestida de branco e meias de liga, gosto da gordinha que apresenta o final num vestido vermelho decotado deixando ver uma tatuagem, na sua voz de sotaque espanhol, gosto da vendedora de bilheteira, uma ruiva ucraniana, a fumar no guichet fazendo lembrar Dietrich de cigarrilha no Sede do Mal.
Gosto disto tudo. São artistas fiéis e verdadeiros. Conseguisse eu como fotógrafo esta simplicidade de ser, ver e saber dar. É isto a arte meus caros. Um fio de alma e prazer.
São postes destes que me fazem acreditar que Vc. não é tão ruim como quer fazer, por vezes, parecer.
ResponderEliminarAqui "vi" Bruce Davidson e o Zampanó do Fellini.
Bravo, as férias estão a fazer-lhe bem.
Partilho exactamente dos seus sentimentos em relação aos circos. Só acrescentaria a memória dos animais pelados e por vezes com feridas que talvez sejam tão bem tratados quanto permite a conta do veterinário...
ResponderEliminarTambém os meus filhos - com idades próxima dos cinco anos - não associaram a mulher palhaço àquela outra que viram na manhã seguinte a comprar tabaco no café... e eu também não lhes disse.
Hoje, 15 de Junho, já tenho o meu filho de 6 anos a perguntar quando é que vai ao circo na Barra (perto de Aveiro). Foi em Agosto passado que ele lá foi e devem faltar dois meses para lá voltar mas ele não esquece.
As minhas fotos não têm a qualidade das suas mas não resisto em enviar-lhe esta:
http://www.fotopt.net/foto.asp?foto=110721
Estas são as estrelas que mais aprecio!
João Gomes Mota