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segunda-feira, março 12, 2007

Há dois anos que nos vimos livres de Santana


O governo de Sócrates fez dois anos. Portugal viu-se entretanto livre dos governos de Durão e Santana. Acabaram os troliteiros da direita, o Portas, o Lampião Félix, a maga patológica das finanças. Passámos pelo vexame de sermos vistos como um país com o governo mais divertido do Mundo, quando Santana brincava a primeiro-ministro e à sua volta todos fingiam que aquilo era um governo a sério. Rábula tamanha só mesmo nos dias finais de Salazar quando ele fazia de conta que governava e os outros à volta fingiam que ele não sabia que eles sabiam.

Passados dois anos, a crise mantém-se, a falta de objectivos políticos também, navegamos como nau desgovernada mas que ainda mantém a costa à vista para se poder orientar.

Sócrates tem sabido como ninguém manter uma imagem que vende bem o governo. Isto é: ele é determinado, corta a direito, mas... para quê ? O que melhorámos ? A educação ? A saúde ? A competência ? A competitividade? As finanças ? O crescimento ? emagrecemos o Estado ? Passámos a pagar menos impostos ?
Quantos portugueses vivem melhor hoje do que há 2 anos ?

Muitas perguntas mais podía fazer e as respostas seriam bastante desoladoras.

Claro que Sócrates é inteligente, culto e veste Armani ( estilo).É uma pessoa frontal e de diálogo fácil, pese embora o seu feitio de animal feroz. Mas os resultados não são
nada animadores: estamos a meio da tabela dos países europeus, estaríamos no final não fosse a entrada dos ex-países de Leste.
Temos o melhor pagamento multibanco, a 4ª taxa de mortalidade infantil mundial, a melhor banca em eficiência, temos ilhas de sucesso que bem aproveitadas podiam fazer de nós um país com pernas para andar. Para isso não basta mudar de governos, temos de mudar todos, a começar pelos empresários, os trabalhadores, os criativos. Todos.

PS: Portas e Santana, quais mortos-vivos ameaçam saír dos caixões ! Vai ser gozar vilanagem !

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. Em Portugal a avaliação política embora deva ser constante, pois um governo governa todos os dias, tem o seu momento mais determinante em dias de eleições. É, do meu ponto de vista, necessário completar este ciclo político (uma legislatura-4 anos) para que se possa proceder a uma avaliação e critica minimamente séria. Ou será que algum português votou para 2 anos?! Como não me parece que isso tenha acontecido esperemos mais 2 anos e, aí sim, faça-se o balanço devido. Os jornalistas gostam de datas redondas (como os 2 anos ou a metade do mandato) mas esses poucos trazem ao esclarecimento do público.

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  3. Nada mais certo...!
    Só que quanto ao Santana ninguém o elegeu para ser primeiro-ministro nem sequer por um dia!
    Mas, também estou com o comentário anterior.
    De facto, "passamos da merda para o cagalh...

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  4. Está tudo muito certo, excepto num pequeno pormenor. Será que quis dizer "acabaram os trauliteiros da direita"?

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  5. Como no Futebol , na politica há dta centro e esq. Depois há à esq da esq e há dta da dta e por ai adiante.
    No Povo o que há , são bolsos vazios, +- , e cheios .Depois temos os um pouco menos que vazio e os mais que cheios.
    Agora qual a ligação entre a politica e o povo?

    O povo paga antecipadamente com o seu voto as espectativas de encher os bolsos a partir da politica e esquece-se que seria melhor trabalhar e livrar-se dessa triste esperança que sempre se transforma em desilusão.
    Ter esperança nos politicos é como pensar apaixonar-se num bordel!

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