Páginas

sábado, dezembro 30, 2006

A vergonhosa morte de Saddam

A morte de Saddam Hussein é uma coisa horrível. Uma vergonha para a comunidade internacional, uma cobardia para a democracia.

A imagem do ex-ditador de Bagdad a caminhar para a forca amparado por embuçados é um quadro digno da Idade Média, quando a Inquisição lançava os mártires à fogueira.

Foi uma morte sem dignidade, sem dimensão, sem castigo. Foi uma morte fria, executada com uma precipitação e um espírito mesquinho de vingança.

Se no dia da invasão do Iraque a multidão em fúria tivesse assaltado o Palácio e morto o ditador, como aconteceu com Ceauscescu na Roménia, a morte do ditador teria tido uma dimensão trágica e histórica, simbólica, que esta morte de Sadam não teve.

Um tribunal fantoche, num regime fantoche, numa situação política dominada pelo Estados Unidos, onde Bush precisa à viva força de um mártir, de um rosto que possa simbolizar a vitória americana, mesmo que esta nunca o seja, não são condições muito sérias para matarem o ex-ditador.

Um regime que defende os direitos humanos, a democracia, que é contra a barbárie, a pena de morte, as armas químicas, a morte de inocentes, como pode afirmar-se com cenas medievais como esta?

Que exemplo dão ao Mundo as forças da coligação perante um espectáculo destes, degradante, indigno de políticos civilizados, pregadores da tolerância contra a intolerância do Islão?

Qual é a diferença entre este assassinato e os milhares de crimes cometidos pelos terroristas e pelos fanáticos da jiade?

A Europa devia ter vergonha e os democratas americanos deviam repensar o Mundo que estamos a construir, um tempo de intolerância que só pode levar a mais e mais violência.

4 comentários:

  1. Peço desculpa de, mais uma vez, de colar um post meu como comentário a um post do Luíz de Carvalho, mas, nem que seja por mera preguiça intelectual, aí vai o que publiquei ontem sobre este assunto, sem fazer qualquer adaptação:

    "...
    O Black, a Niska, o Gigio e Saddam Hussein:
    Tenho um cão e uma cadela.
    O Black tem três anos, pesa cerca de cinquenta quilos, e só me dá preocupações com as escapadelas para ir namorar.
    A Niska tem dezasseis anos, está velhinha, cheia de rugas e de seborreia, mas, tirando as comichões, ainda está aí para as curvas.

    Tinha ainda, até há pouco meses, o Gigio, que, com a mania de desertar à procura de conseguir aquilo de que até os bichos gostam, acabou morto, com apenas cinco anos, em resultado de uma hemorragia interna, provavelmente com origem em algum acidente com alguma viatura ou devido à maldade de algum vizinho que não morra de amores por este tipo de gente.

    Tenho outro encomendado, com entrega prevista para daqui a seis meses.

    A Niska já teve o destino marcado por causa dos problemas com a pele, mas, quando os funcionários municipais estavam ao fim do quintal para a levar para o eterno destino, fiquei com um nó na garganta, e não a deixei levar.
    Rapei-lhe o pelo, apesar do frio, e tratei-a com uma espuma epidérmica que me recomendaram, tendo melhorado um pouco.
    Um destes dias, tenho que lhe rapar de novo o pelo, pois prefiro que passe frio, do que ter que a mandar matar.

    O Black, que está aqui comigo, está de acordo, apesar de já ter ressonado ao calor da lareira e não estar a ligar ao que estou para aqui a dizer.
    Tem um sono descontraído, apesar de alguns suspiros, por conta do cio de uma vizinha.
    Ele sabe que eu nunca o mandarei matar.

    Saddam Hussein é um ser abjecto, nojento, e morreu muita gente à sua conta, bem merecendo ser enforcado.
    Mas uma sociedade civilizada não tem nenhum direito sobre a vida de ninguém.
    Nem de um cão.
    ..."

    Estou a ver o José Pedro Gomes, que está a "Coçar, Onde É Preciso"... !
    Simplesmente delicioso.

    ResponderEliminar
  2. Concordo!

    E o corpo foi transportado por um helicóptero do exército americano, só falta mesmo é oferecerem a cora a George Bush para ele expor no seu rancho do Texas!

    ResponderEliminar
  3. A vida e uma arte criada por Deus. Sendo assim, nenhum outro ser vivente pode ter acesso a retira-la de seu propio descendente, por mais mal e mais cruel que ele seja, nao foi dado este poder ao homem.
    Desde o início do mundo, o homem ja vem se desenvolvendo uma maldade interior, bom se lembrar de quando Caim matou seu irmão Abel por motivos sem explicação, causando entao o primeiro homicidio na terra.
    Quando um artista cria uma obra, ele nao aceita que ninguem a copie, nem sequer viole-a, da mesma forma pode-se referir ao Grande artista Deus, criador do homem, eis ai a explicação de que a vida so pode ser tirada por um unico ser, sendo ele Deus.
    A justiça por vingança, nunca vai rezolver uma problemática de um país, pelo contrário, isto vai se causar uma grande guerra, e fazer com que o país se torne mais violento, sendo assim, causara um grande impacto mortal.
    A melhor maneira de se vingar de um criminoso, e lhe dar centenças tristes para que isso cause dor e arrependimento pelos seus atos, como pode-se citar o exemplo da prisão perpetua, um ato que nao causa indignação do proprio criador, e depois destes processos esperar a vingança divina, pois esta e a melhor maneira de se vingar de um coração maldoso.


    O.Pacheco (Artista Plástico)

    ResponderEliminar
  4. Otoniel pacheco (artista plastico)
    comentador do texto acima.
    endereço de email.
    artistaplastico.pacheco@hotmail.com

    ResponderEliminar