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segunda-feira, janeiro 26, 2009

A prima do sr. ministro era sua secretária ?

O processo FreePort não vai acabar tão depressa e está a deixar Sócrates nervoso. Hoje tinha o tom da voz um tom acima para gabar a sua ministra da santa educação e já falava, não para o país (alguma vez falou), mas para os queridos eleitores.
Já se percebeu: Sócrates quando apertado fica fora de si.O seu ministro adjunto, hoje à noite ao ser entrevistado por Mário Crespo na SIC, teve sempre o pé no travão e no limite da contenção ligou a cassete. Crespo, que até lhe perguntou por uma prima de Sócrates que era sua secretária (acho que ouvi bem entre tanto ruído), acabou por o deixar acelerar num espasmo total, como quem diz:"nada a fazer, fala e vai-te embora".
O problema de Sócrates é que a sua vidinha está cheia de episódios de lana caprina, que no fundo revelam bem o seu patamar cultural e técnico (começando no inglês e passando pelo Técnico), um curriculum medíocre, também tipico dos dias que correm: o tempo dos pequenos de espírito triunfarem mais pelas manobras do engraxatório, da reverência ao chefinho, tudo embrulhado num permanente assustado perfil.
Este caso até nem deve ser nenhum escândalo. Nem acredito em corrupção, embora eu ainda esteja naquela fase em que acredito no Pai Natal, apesar de estar a tentar curar-me. O que é grave em tudo isto, é o lado miserável de espectáculo que Sócrates dá: arma-se em vítima, evoca os malandros do costume, e ele é um santo que gosta dos portugueses, da classe média, dos professores, do alcatrão, da velocidade, e soube honrar os justos e profundos anseios da comunidade gay, a civil e agora a prisioneira.
O país agora não fala de problemas, crises e azias económicas. Hábil em televisão, o Primeiro arregaça as mangas e à falta de actores para fazerem distrair os portugueses é ele mesmo que vem para a pantalha, num jogo de sombras e ilusões, fazer o papel da sua vida: o entertainer nacional. No episódio de hoje há indignação, amanhã intriga, depois paixão e esmola, por fim uma banhada total para um público pobre de espírito e ainda por cima de carteira.

domingo, janeiro 25, 2009

Oh tio, oh tio !!!...(3)


Alguns dados objectivos sobre o Caso Freeport: as autoridades ingleses investigam o pagamento de luvas, o tio de Sócrates confirma que meteu a cunha para a reunião, o primo de Sócrates tentou usufruir de uma prestação de serviço, o complexo comercial teve um evidente tempo record no que respeita a aprovação, houve aspectos ecológicos desvalorizados. Objectivamente havia muito dinheiro em causa (o próprio advogado o reconheceu), havia alguma deferência pelo facto de haver a família real inglesa pelo meio.
No meio de toda esta trama vai ser difícil provar o que é pouco claro mas não ilegal, o que parece favorecimento mas não atropela a lei.
O ponto mais quente e politicamente insustentável será se se provar que o tal tio de Sócrates foi beneficiado em todo este processo. Tal como dizia hoje na SIC-N Ricardo Costa, será aqui que Sócrates pode tremer, e nem sequer estará em causa questões jurídicas ou acusatórias, serão questões políticas. Por isso Sócrates tem pressa em que isto seja deslindado.
Claro que Sócrates tem de vez em quando casos irritantes. Este é mais um a acrescentar ao da sua licenciatura dominical, da sua obra oculta de arquitecto diletante, casos de que ele soube sempre sair por cima, graças ao seu talento de actor e graças a um qualquer santo padroeiro.
Também não se percebe porque nunca avançaram as investigações a este caso, há 3 anos atrás, e porque houve uma jornalista condenada por ter escrito sobre isto, a minha amiga Inês Serra Lopes no Independente.
Se os ingleses não tivessem começado a cheirar o caso tinha morrido por cá. Certo?
Quanto à chamada comunicação social (um termo que eu detesto) teve um cuidado extremo em referir o nome de Sócrates neste caso. Durante duas semanas apenas se falava de "um ministro do governo Guterres". Por um lado revela prudência por outro desconfio de miaúfa.
Por fim: é bom constatar-mos que o jornalismo de investigação não acabou em Portugal. Este fim de semana trouxe bom jornalismo. O e-mail no Expresso e o resumo da trama. A Felícia Cabrita voltou, e o Sol não podia ter tido melhor publicidade, numa semana negra, onde o entra-não entra do tal capital angolano se tornou notícia. A forma como a notícia foi tratada revela coragem, provocação mesmo, sabendo nós que o amigo de Sócrates, o ex-bancário-banqueiro Armando Vara, que agora tem poder sobre o jornal através do BCP (as voltas que o Mundo dá, meu Deus!) não irá tornar a vida fácil para o semanário. A recusa em não deixar entrar o capital angolano não é por acaso.
Tudo o que Portugal dispensava no meio do turbilhão era mais uma história de políticos e ladrões.

(actualizado)

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Oh tio, oh tio !!!... (2)

Não é só a economia e a finança que dão a toda a hora notícias novas. A política está a acelerar de tal forma que hoje mais parecia que estávamos num novo PREC.
Embora fora de portas fui seguindo as novidades- os alertas no telemóvel ajudam.

O Freeport está na ordem do dia.
Começámos por ouvir pela manhã Sócrates a dar uma declaração muito desajustada (como agora se diz). Para ele isto é uma armadilha das forças internas do PS e da malvada oposição (estou a enriquecer o pensamento dele)que só aparece antes das eleições.
Bom: não me parece que a polícia inglesa agora seja uma aliada da oposição portuguesa e que tenha uma avença do sindicato dos magistrados portugueses. Claro que Cluny veio logo considerar uma pressão sobre "os senhores procuradores", as declarações do PM.
Não se percebe porque foi agora aPJ tão célere e não o foi há 3 anos. É verdade que esta é uma nova PJ e este um novo Procurador.
Uma coisa em comum tem Sócrates com a oposição: também ele viabilizou o projecto, ou ajudou muito a isso no seu despacho, a poucos dias das eleições. Melhor: quando o governo Guterres agonizava e todos os ratos do navio sabiam que ele ia afundar.

domingo, janeiro 11, 2009

Freeport: o mistério adiado

Pinto Monteiro disse ao CM de hoje, que não há nenhum ministro suspeito do tempo de Guterres e que tudo não passam de especulações políticas. Ainda bem, estamos mais descansados... mas não esclarecidos.
Eu não estou: não percebo porque foi aprovado um mega centro comercial numa zona que era protegida, uma das maiores zonas ecológicas da Europa, dois ou três dias antes do governo cessar funções. Alguém aprovou a construção do mastodonte, libertando essa "chatice" da reserva ecológica. É, aliás, uma situação parecida aquela do abate dos sobreiros, por coincidência a uns escassos quilómetros de Alcochete e que pôs o ex-ministro do ambiente de Santana em cheque, Luis Nobre Guedes.
Há uns ingleses a dizerem que houve corrupção. Bom, ninguém arrisca o nome do ministro, mas também ninguém vem explicar tim-tim-por-tim-tim como foi esta grande cegada. Ou se há fumo e não há fogo...Acho que isto ainda vai dar bronca da grande.