terça-feira, março 22, 2011
Fotógrafo de Sócrates faz campanha pelo Continente
O fotógrafo oficial de Sócrates passou para o outro lado da máquina e faz de modelo na campanha do Continente. por este andar ainda vamos ver Sócrates a posar armado em Gorbatchev para uma campanha de malas Luis Vitão de Paços de Ferreira!!!
Morreu Artur Agostinho
Morreu Artur Agostinho. A notícia é triste. O Artur era uma força viva da cultura portuguesa. Conseguiu atravessar um longo tempo da vida portuguesa, desde os anos 40 até hoje. Sempre a trabalhar e a fazê-lo com um talento que mais não era consequência do seu amor pela vida. Há semanas atrás numa entrevista a Judite de Sousa, confessava como gostava de viver e como seria triste ter de deixar de poder usufruir desta perfeição universal. Falou da dor que foi perder um neto e do tempo em que foi perseguyido e teve de fugir para o Brasil, logo após o 25 de Abril.
O Artur faz parte da minha memória de infância. Lembro-me de o ver ao volante de um Peugeut 403 azul, na Rua Reinaldo Ferreira, onde ele costumava ir a uma farmácia. Ele foi o verdaeiro Sr. televisão. Foi apresentador, jornalista, animador, actor. Fotografei-o há uns anos nos estúdios da NBP, quando fotografava para um livro da produtora. Era de uma dedicação profissional ímpar.
O Artur merecia de Deus um pouquinho mais de tempo de antena terreno.
O Artur faz parte da minha memória de infância. Lembro-me de o ver ao volante de um Peugeut 403 azul, na Rua Reinaldo Ferreira, onde ele costumava ir a uma farmácia. Ele foi o verdaeiro Sr. televisão. Foi apresentador, jornalista, animador, actor. Fotografei-o há uns anos nos estúdios da NBP, quando fotografava para um livro da produtora. Era de uma dedicação profissional ímpar.
O Artur merecia de Deus um pouquinho mais de tempo de antena terreno.
segunda-feira, março 14, 2011
À rasca sem causa.
Há várias panelas de pressão social a ferver em Portugal. E na Europa. O descontentamento e a frustração é geral nas gerações mais novas e há desespero incerteza e medo nas gerações dos pais e avós daqueles que se manifestaram no passado sábado um pouco por todos o país.
As razões para o estado de coisas a que tudo isto chegou são vastas e não se podem reduzir a este ou aquele nome da liderança política. Todos têm responsabilidades. Os políticos, os empresários e o povo.
Nos últimos 20 anos construímos uma sociedade assente no paradigma do consumo, do crédito e do facilitismo, quer na vida estudantil, quer no Mundo do trabalho. O início desta aventura sem regresso começou com os anos de fartura do cavaquismo, com milhões de euros a entrarem diariamente no país
(mesmo antes do euro) em forma de projectos que estavam mal estruturados, subsídios a fundos perdidos, facilidade do crédito muitas vezes quase a juros zero.
A escola tornou-se fácil, o negócio das universidades privadas e subsidiadas pelo Estado produziu milhares de licenciados analfabetos (começando pelo primeiro-ministro), cursos inúteis, ilusões de uma formação académica de bórla. Os empresários preferiram jogar na bolsa ou por a massa lá fora em aplicações de retorno fabuloso e marimbaram-se em ter empresas modernas, com vocação para exportarem e criarem sólidos empregos. Os políticos optaram pelo marketing, apagaram a ideologia dos partidos e muito pior: afastaram-se dos eleitores num tempo em que a interacção está na sociedade, começando nas redes sociais.
Os partidos envelheceram e engordaram uma casta de parasitas que vivem de tachos, empregos a termo, graxa.
As empresas desprezaram a produtividade, já que pagando pouco nunca tiveram grande urgência em racionalizar meios. As responsabilidades sociais das empresas são cada vez menos. Têm como objectivo lucros sem protagonismo social. E também é verdade que muitas empresas já não conseguem pagar 14 meses por ano a quem trabalha 11, mais impostos e descontos brutais para a segurança social.
As novas gerações marimbaram-se na política e sempre consideraram como adquiridos os direitos, a democracia. Como nunca tiveram que lutar por nada, tudo lhes foi dado de bandeja, sempre acharam que tinham direito a um emprego, carro para irem para a faculdade, dinheiro para ir às discotecas, comprarem roupa de marca e irem de férias para o estrangeiro. A ideia de trabalho, mérito e competência, nunca foi interiorizada pela juventude.
O resultado está aí. Mesmo os trabalhadores séniores caíram na maior das comodidades.
Veja-se o que aconteceu na classe dos jornalistas tradicionalmente irreverente. O sindicato passou a ter um papel irrelevante, as comissões de trabalhadores perderam todo o poder e até os conselhos de redacção ficaram vazios de poder. Quando Sócrates acabou com a Caixa dos Jornalistas, um atentado vil contra a classe, não houve ninguém a reclamar. Quando empresas como o JN despediram cento e tal jornalistas de uma forma selvagem, a repercussão foi quase nula na classe.
A forma como a entrada de estagiários e de arregimentados a recibos verdes tem invadido as redacções, transformando o jornalismo numa actividade praticada por inexperientes e assalariados com cotação mais baixa que uma mulher a dias....silêncio, ninguém tugiu nem mugiu.
Veja-se o que aconteceu no mundo da fotografia profissional. Foi invadido por putos a viverem nas casas dos pais com uns kits Canon ao ombro e a aceitarem trabalhos por preços inferiores aos de estafeta de pizas. Rebentaram o mercado, lançaram o amadorismo e nunca serão ninguém na profissão porque desceram ao nível mais rasteiro. Mas aprenderem fotografia, estudarem e fazerem um esforço por serem diferentes, raramente se vê essa atitude.
O xico-espertismo deu lugar ao saber e ao estudo. Aliás, Sócrates é o melhor exemplo do facilitismo: tirou o curso pela sorrelfa numa espécie de rifa.
Portanto: as manifestações de sábado, são o reflexo destes anos sem luta e sem consciência de classe.
Num país que acaba de reeleger um presidente que no final do mandato vai ter tantos anos de poder como o defunto Moubarak, um eleitorado abstencionista que nem se manifesta das eleições, um povo que não se manifesta como opinião pública, que não participa e que se rendeu às maravilhas que julgavam adquiridas, estavam à espera de quê? De que os paizinhos lhes arranjasse, emprego? Isso era dantes!
Sem ideologia e sem luta política não se vai a nenhum lado. Nada é dado de bandeja. E a democracia conquista-se diariamente. Em todas as frentes. na escola, no trabalho, na família, na vida. Temos de saber o que queremos e para onde queremos ir.
As razões para o estado de coisas a que tudo isto chegou são vastas e não se podem reduzir a este ou aquele nome da liderança política. Todos têm responsabilidades. Os políticos, os empresários e o povo.
Nos últimos 20 anos construímos uma sociedade assente no paradigma do consumo, do crédito e do facilitismo, quer na vida estudantil, quer no Mundo do trabalho. O início desta aventura sem regresso começou com os anos de fartura do cavaquismo, com milhões de euros a entrarem diariamente no país
(mesmo antes do euro) em forma de projectos que estavam mal estruturados, subsídios a fundos perdidos, facilidade do crédito muitas vezes quase a juros zero.
A escola tornou-se fácil, o negócio das universidades privadas e subsidiadas pelo Estado produziu milhares de licenciados analfabetos (começando pelo primeiro-ministro), cursos inúteis, ilusões de uma formação académica de bórla. Os empresários preferiram jogar na bolsa ou por a massa lá fora em aplicações de retorno fabuloso e marimbaram-se em ter empresas modernas, com vocação para exportarem e criarem sólidos empregos. Os políticos optaram pelo marketing, apagaram a ideologia dos partidos e muito pior: afastaram-se dos eleitores num tempo em que a interacção está na sociedade, começando nas redes sociais.
Os partidos envelheceram e engordaram uma casta de parasitas que vivem de tachos, empregos a termo, graxa.
As empresas desprezaram a produtividade, já que pagando pouco nunca tiveram grande urgência em racionalizar meios. As responsabilidades sociais das empresas são cada vez menos. Têm como objectivo lucros sem protagonismo social. E também é verdade que muitas empresas já não conseguem pagar 14 meses por ano a quem trabalha 11, mais impostos e descontos brutais para a segurança social.
As novas gerações marimbaram-se na política e sempre consideraram como adquiridos os direitos, a democracia. Como nunca tiveram que lutar por nada, tudo lhes foi dado de bandeja, sempre acharam que tinham direito a um emprego, carro para irem para a faculdade, dinheiro para ir às discotecas, comprarem roupa de marca e irem de férias para o estrangeiro. A ideia de trabalho, mérito e competência, nunca foi interiorizada pela juventude.
O resultado está aí. Mesmo os trabalhadores séniores caíram na maior das comodidades.
Veja-se o que aconteceu na classe dos jornalistas tradicionalmente irreverente. O sindicato passou a ter um papel irrelevante, as comissões de trabalhadores perderam todo o poder e até os conselhos de redacção ficaram vazios de poder. Quando Sócrates acabou com a Caixa dos Jornalistas, um atentado vil contra a classe, não houve ninguém a reclamar. Quando empresas como o JN despediram cento e tal jornalistas de uma forma selvagem, a repercussão foi quase nula na classe.
A forma como a entrada de estagiários e de arregimentados a recibos verdes tem invadido as redacções, transformando o jornalismo numa actividade praticada por inexperientes e assalariados com cotação mais baixa que uma mulher a dias....silêncio, ninguém tugiu nem mugiu.
Veja-se o que aconteceu no mundo da fotografia profissional. Foi invadido por putos a viverem nas casas dos pais com uns kits Canon ao ombro e a aceitarem trabalhos por preços inferiores aos de estafeta de pizas. Rebentaram o mercado, lançaram o amadorismo e nunca serão ninguém na profissão porque desceram ao nível mais rasteiro. Mas aprenderem fotografia, estudarem e fazerem um esforço por serem diferentes, raramente se vê essa atitude.
O xico-espertismo deu lugar ao saber e ao estudo. Aliás, Sócrates é o melhor exemplo do facilitismo: tirou o curso pela sorrelfa numa espécie de rifa.
Portanto: as manifestações de sábado, são o reflexo destes anos sem luta e sem consciência de classe.
Num país que acaba de reeleger um presidente que no final do mandato vai ter tantos anos de poder como o defunto Moubarak, um eleitorado abstencionista que nem se manifesta das eleições, um povo que não se manifesta como opinião pública, que não participa e que se rendeu às maravilhas que julgavam adquiridas, estavam à espera de quê? De que os paizinhos lhes arranjasse, emprego? Isso era dantes!
Sem ideologia e sem luta política não se vai a nenhum lado. Nada é dado de bandeja. E a democracia conquista-se diariamente. Em todas as frentes. na escola, no trabalho, na família, na vida. Temos de saber o que queremos e para onde queremos ir.
quarta-feira, março 09, 2011
Que mais nos vai acontecer?
Está tudo contra nós. As agências de rating, o preço do petróleo, as manifestações árabes, a subida dos juros ditadas pelo BCE, o comércio mundial, a mão de obra barata do Oriente, a ganância alemã, a desunião europeia...parece que não há nada que nos possa valer.
Temos a juntar a tudo isto, e muito mais de que não me veio ao correr da pena, uma classe política mais medíocre do que a crise. Quando precisávamos de políticos com visão e capacidade para nos ajudarem a saír da crise, temos medíocres, arrivistas e empertigados.
Começa no governo, mas prolonga-se para a oposição. O PSD é um partido de esfomeados pelo poder, um grupo que não conseguiu ultrapassar a fase da adolescência política que são as juventudes partidárias.
Passos Coelho já provou que não tem carisma, experiência e que não consegue levar muita gente atrás de si, tirando o seu clone Relvas. O mesmo que se delicia frente ao Mário Crespo a mostrar mapas de sondagens onde o PSD ganharia ao PS, passando uma rasteira ao governo enquanto o Professor do alto do seu estrado em Belém fizesse de conta que não viu, pois estava de costas a fazer umas contas de sumir.
Se juntarmos os sound-bites de PPortas e o alarido demagógico do BE, resta o PCP com a sua reserva. Demasiado mau para reconstruír um país. Uma oposição ao nível do governo. Para pior.
Chegados aqui estamos no desespero, numa viagem sem regresso. Podemos meter a cabeça na areia, esperar que passe, que algo possa vir para nos ajudar a sairmos do pântano.
Todos duvidamos. Ah! Esperem! Cavaco vai tomar posse! Afinal temos salvador! O homem prometeu e ele cumpre, segundo os oráculos e o bom povo português que votou nele! O povinho nunca se engana!
"O povo tem que acreditarr em qualquer coisa"- como dizia o Presidente de Poeira, em "Rango", o filme que vi ontem e que tão bem fala de Portugal sem o saber.
Temos a juntar a tudo isto, e muito mais de que não me veio ao correr da pena, uma classe política mais medíocre do que a crise. Quando precisávamos de políticos com visão e capacidade para nos ajudarem a saír da crise, temos medíocres, arrivistas e empertigados.
Começa no governo, mas prolonga-se para a oposição. O PSD é um partido de esfomeados pelo poder, um grupo que não conseguiu ultrapassar a fase da adolescência política que são as juventudes partidárias.
Passos Coelho já provou que não tem carisma, experiência e que não consegue levar muita gente atrás de si, tirando o seu clone Relvas. O mesmo que se delicia frente ao Mário Crespo a mostrar mapas de sondagens onde o PSD ganharia ao PS, passando uma rasteira ao governo enquanto o Professor do alto do seu estrado em Belém fizesse de conta que não viu, pois estava de costas a fazer umas contas de sumir.
Se juntarmos os sound-bites de PPortas e o alarido demagógico do BE, resta o PCP com a sua reserva. Demasiado mau para reconstruír um país. Uma oposição ao nível do governo. Para pior.
Chegados aqui estamos no desespero, numa viagem sem regresso. Podemos meter a cabeça na areia, esperar que passe, que algo possa vir para nos ajudar a sairmos do pântano.
Todos duvidamos. Ah! Esperem! Cavaco vai tomar posse! Afinal temos salvador! O homem prometeu e ele cumpre, segundo os oráculos e o bom povo português que votou nele! O povinho nunca se engana!
"O povo tem que acreditarr em qualquer coisa"- como dizia o Presidente de Poeira, em "Rango", o filme que vi ontem e que tão bem fala de Portugal sem o saber.
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