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domingo, novembro 21, 2010

Pedro Beça Múrias. Uma despedida muito injusta.

Conheci o Pedro Beça Múrias nos anos oitenta, quando ele dava os primeiros passos na fotografia de imprensa. Começava ele a fotografar no semanário Sete e em O Jornal. Depois acabou por abandonar a fotografia e passou a escrever. É curioso que outros tentaram seguir o caminho da fotografia de imprensa como o Manuel Falcão, o António Capinha, a Teresa Mafalda Mendes e a dada altura perceberam que a fotografia não era futuro assim tão estimulante ao ponto de ser um objectivo de vida.

Passados muitos anos acabei por reencontrar o Pedro na escola Florinda Leal onde anda o meu filhote de 9 anos ( fá-los daqui a horas) e a filha do Pedro, uma menina linda, com uma especial atenção de afecto para com o pai.

Reencontrar o Pedro foi muito bom e deixou-me uma grande alegria. Ele era afectuoso, calmo, sempre irónico e cheio de humor, uma pessoa que gostava da vida e das pessoas. Um profissional dedicado e criativo na sua profissão de jornalista da rádio.

Estava no Rádio Clube Português, tinha entrado com o Luis Osório (outro grande profissional e de uma enorme dimensão humana) e falava-me entusiasmado do seu projecto, até ao dia em que me liga, estava eu em Viana do Castelo, há cerca de um ano, e me diz que a Prisa o tinha despedido por carta, enquanto ele estava a ser tratado de um cancro no cólon. A Prisa despedia o Pedro no meio de uma enxurrada de um despedimento colectivo. Nem a amizade a Luis Cebrían , o patrão espanhol da Prisa, evitou esse despedimento indigno de um profissional como o Pedro.

O Pedro conformou-se e agarrou-se à vida. Amigos não lhe faltavam. Ele era daquele tipo de pessoa que cativa e de quem ficamos amigos ao fim da primeira conversa.

Vamos todos ter muitas saudades do Pedro. Da sua voz, do tom tranquilo, da sua infinita solidariedade.

As palavras faltam-me, mas não queria deixar de escrever aqui e agora sobre este meu querido amigo, de quem não tenho sequer uma fotografia. Nem preciso pois a sua memória está para lá de um instante.

7 comentários:

  1. Uma merda é o que é. E com tanto cabrão por aí que não vale um chavo a lixar a vida ao próximo que bem podia ter ido primeiro... é mesmo uma despedida injusta... desculpa lá o tom, mas é um desabafo tardio. apaga-o se quiseres

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  2. Não conhecia o seu colega e amigo.
    Mas tenho de facto de concordar com o anónimo e com o que ele diz.
    Costumo dizê-lo muitas vezes.
    Tanta besta que anda para aí, e as pessoas que nos são queridas, e que têm bom fundo vão-se primeiro.
    Os cabrões? Ficam aí a rir-se como se nada fosse...
    Um último reparo em relação a quem o despediu...aposto que vão todos ao funeral levar flores...
    Condolências à família!

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  3. Conheci-o tinha 9 anos. Vejo-o com uma máquina enorme, e tudo o que via e gostava fotografava! Era o "pita" muito bem dispost e simpático. Muito novo ainda! Adeus Pita

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  4. Como profissional de saúde que tratou do Sr.Pedro Múrias enquanto ele esteve internado devido a cancro do cólon aproveito esta ocasião para manifestar o meu apreço em relação à sua personalidade.
    Beijinhos à sua filha Matilde.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Era um vizinho, desde o tempo de criança, sempre bem educado e simpático... Daquelas pessoas( e concordo com o anónimo em cima )fazem falta á vida, ao invés daqueles que só cá andam a fazer mal ao próximo! Aos Irmãos e demais Família, o meu ( Nosso ) sincero Pesar!
    Lúcio Póvoas e Família

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