Mário Crespo é um dos últimos jornalistas seniores no activo, e exerce a sua profissão com um brio inabalável e uma competência rara. Tem estilo, é educado, sabe de televisão e é independente. Como o deve ser todo o jornalismo. Ora, isto só é possível porque Crespo trabalha num grupo de media onde a liberdade de expressão é um dos pontos de honra e onde o patrão é um jornalista de corpo inteiro.
Isto irrita imenso o Primeiro-ministro. Sócrates até pode ter uma namorada jornalista, mas detesta jornalistas. Detesta quem o pode por em causa, mesmo por razões democraticamente legítimas. Sócrates é um virgem com mau feitio (e disso percebo eu!) e está numa fase cada vez mais radical: quem não é seu amigo é seu inimigo. Sonha com uma comunicação social tutelada, amansada e servil, como se fazer jornalismo fosse o mesmo que fazer aquelas campanhas impecáveis em termos de comunicação que tão bem ficam no seu governo.
O que é chocante e põe em causa a posição de um Primeiro-ministro, é este falar alto no meio de um sítio público, para toda a gente ouvir, insultando e caluniando um jornalista que costuma questionar os desaires governamentais. Muita gente sabe que Sócrates grita ao telefone e se "passa" com jornais e jornalistas. Mas em público é inacreditável. Ou Sócrates está fragilizado, inseguro, e já não controla os humores, ou então ele acha que pode abater todos os que se cruzam no seu caminho e lhe fazem a vida menos cor de rosa, como ele gosta de a mostrar nos seus momentos de propaganda.
Sócrates portou-se como o professor Charrua que o terá insultado e chamado nomes feios no espaço de uma repartição pública e que uns tipos ouviram. Para Sócrates e para a sua directora da DREN aquilo era uma desfaçatez, mas agora é o próprio Sócrates que se arma em Charrua e lança chamas contra Crespo.
O outro lado desta história é a crónica de Crespo no JN ter acabado por ter sido censurada. Aqui entra a falta de coragem e isenção da direcção do JN. Uma direcção que tem sido devastadora para o jornal: despediu jornalistas à molhada, acabou com a editoria de fotografia, está amarrada às vontades do Poder. Uma direcção medrosa e que não honra o título de um jornal com grandes responsabilidades históricas. Mas isso é o que eu acho como leitor. Vale o que vale.
Agora o que vale mesmo é a ERC saber e averiguar se há ou não há censura no jornal do senhor Oliveira. E que, ao contrário da inspecção de trabalho no caso do despedimento colectivo, vá até ao fim. Só lhe fica bem e o contribuinte agradece.
«pode ter uma namorada jornalista»
ResponderEliminarÓ Luís de Carvalho, você anda para aí ocupado com work shops e depois não se actualiza.
Ele já tem outra, homem. E olhe que o tipo tem gosto. Tem os olhos lindos e para 50 anos está perfeitAAA.
JJ
Olhe lá, e aqui entre nós, que ninguém nos ouve.
ResponderEliminarO seu colega é assim meio-avariado, não acha?
Embora eu goste dele, assim-assim, vá lá.
JJ
Sócrates é um provinciano deslumbrado com o brilho das luzes, do movimento da cidade e dos restaurantes onde é tratado por "vossa excelência". Aprendeu depressa, este aluno de Guterres. Conseguiu, até, ultrapassar o "descobridor".
ResponderEliminarO poder, quase uma mão de deus no destino do País e do Povo, cortado à medida, veste-lhe o pensamento, inebria-o. Vive para ter poder, para que todos saibamos que o tem. É um palco, onde se deleita e representa.Um monólogo com fundo de fantasmas e nuvens passageiras.
Não vai ficar na História. No anedotário popular, sim, já lá está.
JF.
Essa história de jornalistas independentes,só serve para adormecer boi.
ResponderEliminarAliás,Crespo não se dá ao trabalho de disfarçar que não vai com a cara de Sócrates,basta vermos a forma como se atira a ele,por vezes com pouca urbanidade.
Tenho muita dificuldade em acreditar que Sócrates se pusesse aos berros num restaurante referindo-se a um jornalista.
Tentar fazer desta calhandrice,do tipo que disse ter sido informado por um amigo,que a irmã é costureira de calças e o marido trabalha no restaurante onde Sócrates almoçou e o ouviu dizer cobras e lagartos de um tal Crespo,um artigo de opinião,valha-nos o careca.
O director do jornal fez muito bem em não autorizar a publicação.
E o senhor não venha para a praça publica rasgar as vestes clamando pela liiberdade de expressão,cuja,nunca esteve em causa,porquanto sempre publicou os seus artigos de opinião contra Sócrates sem ninguem o chatear.
Os jornalistas da nossa praça assumem-se,regra geral, como um poder, e por vezes exercem-no de forma inviezada,quando alguem lhes põe um basta,aqui "del-rei" que vem aí a censura,está em perigo a liberdade de expressão.
Muitos deles nunca conviveram com a censura,falam de cor.
Pois cá o rapaz tem é "dificuldade" em acreditar que alguém sinta: "dificuldade em acreditar",na dita conversa.Quanta bondade e crença no "dito"!!Só fica bem, essa crença no: "no pasa nada"!Aliás, é de notar e bastante sintomático, a falta de imaginação...mais uma vez,o uso da palavra: "calhandrice".Já é moda por estes lados!No fundo é só repetir a palavra dos chefes,sejam eles o Dupont,o Lellinho ou o S.S.!
ResponderEliminarLR
Este não é o meu "Jornal de Notícias".
ResponderEliminarAqui:
http://apaginadomario.blogspot.com/2010/02/este-nao-e-o-meu-jornal-de-noticias.html
Cumprimentos.
Volto ao tema: há quem ainda não tenha notado que uma forma de censura, a de mansinho, a da sacanice vai tomando conta de certa comunicação social, domesticando-a. "Porta-te bem e não levantes ondas", parece ser o lema.
ResponderEliminarMas também que ninguém se esqueça que o Crespo, ainda há uns tempos atrás, só entrevistava personalidades do governo que até chateava. E afirmou, numa entrevista a um jornal diário, que tinha votado sócrates. E depois ainda há um outro desconcertante pormenor: andava o crespo a afiar o bico para tornar a ser correspondente em Nova iorque e pimba!, nomearam outro...
É só fazer contas!
JF