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domingo, setembro 20, 2009

Para Sócrates Portugal são números


Quem ouve Sócrates durante horas corre o risco de subir às nuvens e passar a sentir-se num país das maravilhas. Todos os números, estudos da OCDE, do INE, todos os gráficos e powers-point desta vida, apontam para um oásis no Socratal.

Está bem que estamos em campanha eleitoral, mas o secretário-geral do PS corre o risco de um destes dias acordar e reparar que à sua volta há uma nuvem que o fez levantar voo até ao país do final feliz, bué-bué longe!

Hoje Sócrates parecia uma calculadora Casio a elogiar a Pátria e o regime do PS.

A saúde era uma montra de vitórias, embora tenha uma ministra competente e séria. Coisa rara nos dias de hoje.

Mas esqueceu-se das maternidades que fechou, das milhares de crianças que vão nascer a Espanha, dos idosos que vão tratar das cataratas a Cuba, das centenas de doentes com cancro que esperam numa lista terminal de espera, dos custos absurdos dos serviços de saúde...

Sócrates diz que no seu partido não há penalizados por delito de opinião e dá como exemplos Alegre e Seguro. Esquece-se que, por exemplo, nenhum apoiante alegrista foi escolhido para candidato a deputado. Certo?

Diz que não há medo em Portugal, porque o PS é o partido da Liberdade. Mas depois ignora a pressão sobre a TVI no caso MMGuedes, os processos que levantou a jornalistas por delito de opinião, e a brigada da ERC a trabalhar. Certo?

Sócrates gaba a educação, a obra feita no ensino, evoca o Magalhães, diz que antes os computadores eram só para os ricos e agora são para todos. Mas não refere que a classe média anda a subsidiar computadores para pais ricos e a pagar computadores que mais não são do que uma maquineta de jogos, sem ligação à internet.

Sócrates gosta de números, mas quando o número 500 mil podia vir à baila, ele prefere falar dos 0,3 por cento de crescimento, ao desespero do meio milhão de desempregados. Em Coimbra não teve uma palavra para essas vitimas de um modelo de desenvolvimento aberrante.

Claro que quem vota o faz por razões mais emotivas que racionais, logo a política transformou-se num big show Sócrates, onde o povinho baila qual macaco Adriano.

O país do trabalho e do abandono merecia mais respeito e mais verdade. Está bem que se deve ter um discurso positivo, mas um discurso assente em realidades virtuais é uma grande desonestidade intelectual.

2 comentários:

  1. Pois é ,e hoje tem o apoio do GÁGÁ de serviço.
    Isto no fim ,é como dizia há uns meses atrás,no
    blogue"aspirina B",um merdoso que assina com o pseudónimo de VALLUPI:"SÓ FALTA DEZ MESES PARA ACABAR COM ESTA MERDA"...referindo-se aquilo que acontecerá apos a vitória deste P.S. de Sócrates.
    Depois não se queixem...virá outra vez o ANIMAL FEROZ,O MENINO DE OIRO,ETC"!!L.R.

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  2. daniel tecelao9:55 da tarde

    Só para o recentrar,Maria de Belem é da àrea de Manuel Alregue.
    Pergunte às mulheres que vão parir a Espanha se não a fazem em melhores condições e em mais segurança.
    Criticar o fecho de maternidades é não perceber nada do que está em causa,serva para fazer demagogia.
    Não reconhecer que este governo fez imenso na educação,isso sim,é desonestidade intelectual.
    Por fim,mais vale Sócrates com todos os defeitos que lhe apontam,que Ferreira Leite com as qualidades que lhe atribuem!!!

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