Um dos "mal-de-vivre" em Portugal é que achamos sempre que para fazer qualquer coisa temos de empregar meios caros, complicados e pôr toda a gente a tirar uns cursos, se possível subsidiados com fundos comunitários para quem os promove ganhar alguma coisa.
O manuseamento das ferramentas multimédia têm trazido uma confusão incrível nas instituições que querem começar a usá-las. Tenho assistido às decisões mais bacocas, amadoras e estúpidas mesmo, além de sempre caras e envolvendo verbas gastas para o lixo.
Há uns espertos que querem fazer da net uma televisão dos pequeninos, outros que acham a net uma réplica da linguagem do papel, outros mais informados, marrões e burocratas, preferem utilizar os termos em inglês aprendidos em encontros rápidos de umas associações estrangeiras que vivem de doutrinarem e depois fazerem umas patetices. O resultado está à vista nos nossos sites: todos com o cordão umbilical na edição impressa, com conteúdos chatos espelhando o que saiu no papel, falta de agilidade, competência, e uma ignorância total daquilo que deve orientar a edição de um site: utilidade, rapidez, destreza, cultura internet, comunidade, "linkagem", interacção com os" visitors".
O que sobra em maçadoria falta em utilidade, em serviço ao leitor. O que se dá a ver com fotografias (?) medíocres, vídeos indigentes e infografias paralíticas, falta em excelência visual, em saber narrativo. Muitos dos conteúdos multimédia que vemos na net são feitos por trôlhas. Lamento mas é a realidade.
Ora, quando abrimos a homepage da Presidência da República temos ali um exemplo do que deve ser um site multimédia. Está lá toda a cultura multimédia: rapidez, serviço ao leitor, fotografias que são do melhor fotojornalismo que se pode dar a ver, vídeos bem captados, bem editados.
Os meios são minimos: dois talentosos colaboradores do Presidente: Luis Filipe Catarino (fotojornalista, ex-Expresso) e Ricardo Branco ( videógrafo e editor de vídeo). Juntam eles como ferramentas: dois portáteis Apple, uma pequena câmara de vídeo e duas câmaras fotográficas. Simples.
Claro que sem a vontade e o entusiasmo de Cavaco Silva nada seria feito.
O Presidente entende os novos tempos e deixa trabalhar quem sabe.
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