A SIC perdeu este ano o Circo Cardinali para a concorrência, e a substituição pelo Circo Chen com aquela rechonchuda em trajes menores a domar o hipopótamo, foi dos momentos mais felinianos já vistos em televisão; eu como sou tarado pela obra do Fellini achei um must! Mas ontem a SIC vingou-se: a entrevista com Sócrates deu novo fôlego ao "entreteinerismo" de tal forma que mesmo os Fedorentos não o conseguiram alcançar, nem achincalhando o talento do Mestre Herman José.
Agora que a poeira assentou e a recessão chegou, anunciada hoje pelas trombetas do Vitinho Constâncio, a entrevista de Sócrates vista à distância de umas horas, ganha cada vez mais o estatuto de divertimento. E percebemos o bluff total.
Tudo o que Portugal não precisava neste momento era de um pândego que fizesse do exercício da política uma arte da comunicação em vez da arte da governação. Sócrates gosta de girar à volta de si próprio, dos números soprados pela sua iminência parda, e quando as campainhas tocam ele liga a cassete e dispara:" Mais auto-estradas é sinónimo de mais segurança e menos mortes"- como se os caboucos, o alcatrão e as obras gigantes, fossem uma espécie de serviço de salvação nacional! A lata já chega ao total dislate. Para Sócrates os portugueses podem viver felizes com a crise porque não há inflação, nem prestações a aumentar: é como o trânsito: também não vão haver mais mortes nas estradas pela simples razão que já ninguém vai poder andar de carrinho.
Faz lembrar uma vizinha minha do Bairro de Alvalade, há 40 anos:" Tenho a carta há 10 anos e nunca tive nenhum acidente! Bem..também nunca guiei!!".
Enquanto Costa quer bicicletas em Lisboa a rondarem os contentores do Tejo, Sócrates quer estradas para aqueles carritos eléctricos fabricados em Leiria, sobre uma plataforma de carros de golfe (os Magalhães dos carros) poderem chegar a Bragança, uma cidade que de tão abandonada pelo Poder central acabou em casa de putas e agora nem isso já dá: as meninas mudaram-se de armas e acessórios para Espanha: é mais barato, limpo e a bófia não chateia, nem por lá existem virgens ressabiadas que não cumprem o caderno de encargos em casa!!!
Medina Carreira pode ser um exagerado mas as suas palavras são de um rigor à prova de bala. O que ele diz faz sentido: estamos perante uma fantochada total e a nossa sorte será se a banca não emprestar mesmo o caroço para Sócrates poder fazer de Duarte Pacheco. É que os custos vão ser mesmo pesados para os nossos filhos, netos e bisnetos! Aquele gráfico mostrado pelo José Gomes Ferreira (grande abraço para ti e para o Ricardo,parabéns pelo desempenho!) foi mortal. Claro que Sócrates assobiou para o lado.
PS:
Seguindo as opções de Sócrates resolvi como administrador do meu condomínio mandar fazer obras. Com esta iniciativa estou a dar emprego a três russos operários e a um empresário russo.
A obra alguém há-de pagar. Ou eu com o que amealhei, ou os meus filhos pagando um empréstimo que não parará de subir nos próximos 30 anos. o que acham que eu faça? Chamo o
Mário Lino, vou ao BES ou aconselho-me com um daqueles assessores de S. Bento?
caso opte por se aconselhar com um assessor de s. bento procure certificar-se que ele não tem um tacho na empresa que irá realizar as obras no seu condomínio, porque meu caro amigo luiz carvalho .... isto anda tudo "ligado".
ResponderEliminarconhece aquela ???
- avia-te e depressa !
penso que é o lema de alguns dos nossos governantes.
gostei de ouvir aquele ponto de vista de martin avillez (diario económico) que Portugal será o que menos sente a crise porque os portugueses há 8 anos que vivem em crise.
é bem verdade.
esta crise afecta mais os ricos do que os pobres, porque os pobres já o são há muito tempo.
Hmmmm, náo sei não. Dá-me ideia que os ricos cada vez estão mais ricos (tirando aqueles cromos milionários que se andam a matar com os desgostos do cifrão) e os pobres e classe média cada vez mais pobres, portanto, os ricos ou sentiram ao de leve como uma brisa no ar, ou então sentiram com os bolsos a ficarem mais cheios. Luiz, não se esqueça mas é de pedir um certificado energético, esse novo bastião da burocracia e da inutilidade e do atraso de vida de que este país padece. Quem quiser vender a sua casa tem de pagar mais de 300€ para que vá lá a casa um tipo ver se a casa tem vidros duplos e paineis solares e depois dar-lhe uma classificação tipo frigorífico. Eu vou ter de perder um dia de férias e gastar esses mais de 300 euros para que me dêem esse papal. Vais ser o papel higiénico mais caro da minha vida...
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