O que se passa com o Primeiro de Janeiro é aviltrante. E não consigo perceber porque razão o governo, através do ministro Augusto Santos Silva, não intervém pois estão em causa princípios éticos e deontológicos jornalísticos. A Entidade Reguladora devia também intervir e retirar o alvará ao jornal.
Hoje os jornalistas despedidos colectivamente descobriram que a sede da empresa, que os meteu na rua, é afinal um stand de automóveis, sito na Rua do Taralhão, em Gondomar, e que nem carros já vende há mais de dois anos. Isto se não é grave é o quê? Como pode um jornal vir para a rua nestas condições jurídicas com todas as agravantes éticas e deontológicas? Qualquer merceeiro pode fazer um jornal ? O despedimento colectivo está legal ? Não há Inspecção do Trabalho, ninguém mete ordem no pasquim ?
O Primeiro de Janeiro tem para mim um significado especial. Foi lá que iniciei a minha actividade como fotojornalista profissional, em 1978, na delegação de Lisboa, então dirigida pelo meu querido amigo António Valdemar. Então tinha uma redacção de jornalistas notáveis, era um jornal sério de grande credibilidade. Foi lá que conheci e trabalhei com o grande Neves de Sousa (com quem me estreei numa reportagem sobre o complexo de Tróia) e era normal encontrar o Norberto Lopes (decano do jornalismo nacional), o Eduardo Guerra Carneiro, o Vitor Carvalho e muitos outros.
Lamento que um jornal com aquela credibilidade tenha caído na sarjeta. Aqui senhor ministro Augusto Santos Silva é que está o jornalismo de sarjeta e tem agora uma boa oportunidade para o liquidar! O cancro começou há alguns anos com a intervenção de figuras ligadas ao CDS, acabou sem glória nas mãos de um pato bravo sem adjectivos.
Se esta vergonha for avante é o jornalismo que está em causa e ninguém com carteira profissional pode ficar calado perante esta vergonha.
O jornalismo do Taralhão não passará !
Luís, neste aspecto estamos irmanados, pois que também dediquei quatro anos da minha vida 88/92 ao PRIMEIRO DE JANEIRO, onde encontrei e convivi com excelentes Jornalistas, por essa altuta o Jornal já se encontrasse em curva descendente, e a partir daí foi sempre a descer... Consta que o detentor do titulo será pessoa pouco credivel, não sei, não o conheço, mas fala-se em vários processos em tribunal que depois dão em nada, e ouvi recentemente uma coisa que me espantou, ou seja, que esta mesma pessoa terá recebido um prémio atribuído por este governo, como empresário de excelencia... Bom a ser verdade, haverá mais culpados, talvez por isso as autoridades ainda não tenham investigado.
ResponderEliminarMas o SRE LUIZ é "virgem"?Nem
ResponderEliminarbrinque ok?O SRE sabe o que se passa....,ESTÁVA Á ESPERA DE QUE UM MERDAS "XUXIALISTA",antigo Extrema esquerda ,fizesse o quê???
Não se arme em simples:"IGNORO"!!!!
OK?...nem pense que nós,não sabemos QUEM é o AUGUSTO....
Não brinque...L.R.
Caro Gaspar,
ResponderEliminarfui um dos putos que entrou pouco tempo depois de teres saído. Não concordo que o jornal tenha vindo a descer desde daí. Percebo-te, mas não concordo. Não sei como medir a qualidade jornalística de um projecto, mas creio que houve trabalhos de impacto público, trabalhos copiados pelos camaradas de outros jornais (citando-nos ou não), trabalhos que foram candidatos a prémios, trabalhos que irritaram colegas mais preocupados em subir na carreira, no fundo trabalhos que nos fizeram sair de cabeça erguida no passado dia 1. E digo-te isto com o despreendimento de quem muitas vezes criticava a linha editorial, criticava as opções de agenda, criticava os artigos de opinião, e de quem esteve fora mais de um par de anos e regressou porque acreditou que o jornal fazia sentido. E ainda faz. Cada vez mais - com alterações - faz sentido um jornal como o Janeiro. O seu âmago ou core ou o que lhe queiram chamar era inatacável. A sua fama e os muitos filhos que foram abandonados pelo caminho é outra coisa. Numa frase: a redacção é uma coisa e a administração é outra. Não confundamos.
"trabalhos que irritaram colegas mais preocupados em subir na carreira", diz um dos irritados de nariz no ar. o janeiro era e é um paradigma fascinante.
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