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domingo, fevereiro 24, 2008

Aznavour longe da vista e perto do coração

A noite memorável do cantor em Lisboa

Ainda que tarde não quero deixar de escrever aqui o que foi para mim o concerto de ontem de Aznavour, em Lisboa, no Pavilhão Atlântico. Foi muito bom. Cheio de energia, romantismo, foi um espectáculo inesquecível. O cantor está tão bom como sempre e os seus 83 anos são a prova de que não conta a idade fisíca mas a mental. Melhor: a idade mental contamina sempre para o melhor e para o pior a fisíca.
Claro que Aznavour não deve ter de enfrentar no seu dia-a-dia maçadores, chatos, arrogantes e incompetentes. Não deve precisar de sobreviver no meio da estratégia da maldade e de lutas intestinas por pequeninos e grandes poderes. O que nos mata não são os anos, não é o tempo, é a malvadez dos tempos. Simone de Oliveira disse à RTP que por cá o Aznavour já estaria na prateleira se fosse português. Acredito que sim. Cá seria um cantor pimba, piroso, fora de tempo. Em França é um monumento cultural, um orgulho nacional apadrinhado.
Foi um epsectáculo memorável. Foi pena que a produção do espectáculo não tivesse pensado em formas multimédia para os espectadores do meio da sala para trás poderem ver ao menos o cantor e as suas expressões.
Eu fiquei num lugar miserável ( apesar de ser um convite da organização!), a 500 metros do palco, onde muitas vezes nem conseguia saber em que sítio do palco estava o cantor. E estava longe de ser o pior lugar. Portanto houve muita gente, diria mais de metade da sala, que nem viu a cara de Aznavour. Um video-hall teria tornado o espectáculo bem mais agradável. Parece que organização ou se marimbou para os espectadores e só quis facturar ou então não percebe nada de produção de espectáculos. À portuguesa, portanto.

Luiz Carvalho


2 comentários:

  1. Concordo com todas as suas palavras.
    Azanavour deu-nos um espectáculo magnífico, que deslumbrou não só pela qualidade artística, mas também pela dimensão humana de uns 83 anos verdadeiramente em forma.
    Quanto aos aspectos práticos da encenação do concerto, entendo também que teria sido necessária a colocação de videowalls para se poder apreciar em toda a sua dimensão a performance de Aznavour.
    Estive na oitava fila e já mal consegui ver toda a subtileza das suas expressões...

    Foi uma noite inesquecível.

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  2. Isso sobre o espectáculo o melhor é falarem com o genro do Cavaco. O Montez, ele é que percebe de organizações de espectaculos!Para a proxima organiza ele!

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