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quinta-feira, janeiro 03, 2008

Inspector da ASAE aceitou jantar de 500 euros

Mais grave do que a cigarrilha acesa por António Nunes, o temível inspector-geral da ASAE, no restaurante do Casino Estoril, já depois da famigerada lei do tabaco ter entrado em vigor, é o facto de ele e o seu sub-inspector terem sido convidados pelo Casino.
Estavam sentados na mesa da administração usufruindo de um jantar que naquela noite custava 500 euros por cabeça, revelou hoje Mário crespo na SIC N. Ora isto parece ser um facto de uma enorme gravidade.
Um agente do Estado com as funções que tem António Nunes não pode, ou não deveria nunca, poder aceitar um convite desta natureza, ainda por cima tratando-se de uma actividade que o seu organismo fiscaliza.
Nós jornalistas temos um código de conduta que não nos permite aceitar convites deste tipo, precisamente para podermos manter a independência.
Este descaramento, que é fruto de uma falta de regulamentação ética e de comportamento dos agentes do Estado, acontece desta forma porque em Portugal é tudo normal, amiguinho e bons rapazes. Os "outros" é que são porcos, maus, feios e fumam cigarros. E, claro, pagam impostos.

Hoje à noite na SIC N confrontado com este facto o clone de Sócrates, o ministro Pereira da Silva contornou a questão achando normal um responsável daquele calibre ir jantar a restaurantes. Silva fez ouvidos de mercador e evitou o embaraço de se ter tratado de um convite, para um jantar que a ser pago teria custado 500 euros ( sem cigarrilha).

A cigarrilha do inspector está a dar a volta ao Mundo através da Reuters que já usou o acontecimento para a imprensa estrangeira gozar com este país da treta.
O país onde se abrem salas de chuto e fecham urgências, o país onde o Ministro da Doença acha normal um burocrata sentado numa ambulância xpto se recusar a transportar de imediato um doente com ataque cardíaco porque devia ligar antes para o 112 ! Faz lembrar a anedota de uma cantora de ópera que numa limousine alugada em Nova Yorque, telefonou pelo telemóvel para a sede da rent-a-car em S. Francisco para mandar o motorista baixar o nível do ar condicionado!

Estamos sempre perante um governo que não existe para facilitar a vida aos cidadãos. Existe para cortar nas despesas ( acaba de não subir na taxa da inflação os pensionistas que recebem mais de 600 euros ! palmas...), cortar no apoio social e carregar nos impostos.
Depois venham dizer que as críticas são demagogia. O Marcelo Caetano queixava-se do mesmo nas Conversas em Família.

PS: Para tornar a coisa mais manhosa só faltaria a cigarrilha ser uma réles Café Creme e o champagne uma zurrapa tipo ASTI. Este burocratas novos-ricos gozam assim a vida com estatuto de saloios.

20 comentários:

  1. quero eu meu palhço....boa luiz.

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  2. Não sabia que este António Nunes era um azeiteiro.

    Dassssssssse!

    Café creme...? o que tinham que me pagar para fumar um merda dessas!

    Asti??? Deve ser a pior das coisas que se faz em Itália.
    Isso é bebida das gajas.
    Um homem só bebe bruto, um polícia que se preze também. Digo eu, pois claro.


    Se não lhe conhecesse os actos, estou certo que o tirava pela pinta.

    Lembra a alguém ir para um jantar de 500€ fumar uma merda daquelas?

    TEMOS CROMO E DOS DIFICEÍS DE SAIR.

    Chegue-lhe Luiz, estou consigo.

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  3. This are the days...
    abaixo do pescoço é canela... Mainada!

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  4. A besta-mor se ainda "tivesse" (duvido que alguma vez tenha tido)um pingo de honra, demitia esta triste figura imediatamente.

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  5. há gente raivosa por aqui, fosgaçe :S

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  6. Bebeu-se champagne "MUMM prestige" na noite de Fim de Ano no Casino Estoril.
    O homem não estava na mesa da Administração do Casino. Aí estava Dias Loureiro e Santos Ferreira, mais Maria de Belém, Telmo Correia e Rocha Vieira.
    Se foi convidado ou não (?)...
    Mais. Antes da cigarrilha fumou um "puro" e dos bons! O chefe Marques que o diga!
    O meu era Cohiba :)

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  7. O PS na minha opinião está a mais. Eu nem sei se o homem é saloio, e olha, na verdade, antes fosse mesmo saloio...

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  8. Não esta em causa o que tal personagem bebeu ou fumou mas o acto em si.Quanto ás demissões,eles assobiam pro lado,seguindo a velha maxima: "Em terra de cegos quem tem um olho"...
    Quanto ao amigo disse,deve ser mais um lambe botas e que apanha umas migalhitas ás vezes...há gente pra tudo e yess man cá na "republica" não faltam...

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  9. Esta brada aos céus e passou-se comigo. A mulher a dias cá de casa, fundamentalista não funmadora, queria que eu deixasse de fumar na minha própria casa porque o cheiro a incomodava muito.
    Foi com os cornos p'ra rua imediatamente. Só espero que o George não lhe dê razão.

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  10. Portugal está cheio saloios que nascem sem cheta, começam a colar cartazes dos partidos, tiram os cursos a martelada e depois vão galgando agarrados aos almoços e jantares "gratis", pagos por nós todos.
    A este tipo de promiscuidade não se lembrou o nosso Presidente de referir no seu Discurso de Ano Novo.À promiscuidade dos gestores publicos relativamente ao capital que os corrompe e depois somos nós a pagar a factura, nos impostos.

    Uma coisa eu lhes asseguro, não é com o meu votinho que eles andam a brincar! É com os votos de muita gente que agora está escandalizada e faz-se de vitima.

    Queriam 150 000 empregos? "choque tecnologico"! É que é já a seguir!
    Olhem, votem neles outra vez!

    Bom trabalho Luigi! Espero que também não te deixes corromper por meia dúzia de fotos ou meia duzia de cigarrilhas dessa mestela do Café creme

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  11. O Sr Nunes violou o seu dever de isenção violando o Decreto-Lei n.º 24/84, 16 de Janeiro que Aprova o Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local que no nº 5 do artigo 3ª diz o seguinte:

    O dever de isenção consiste em não retirar vantagens directas ou indirectas, pecuniárias ou
    outras, das funções que exerce, actuando com independência em relação aos interesses e pressões particulares de qualquer índole, na perspectiva do respeito pela igualdade dos cidadãos.

    E a pena explicita no nº2 do artigo 26 é a aposentação compulsiva e demissão

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  12. ...mas pôs o parlamento, DGS e companhia a discutir a lei...
    Quem as faz que as desfaça... para o bem e para o mal alguém vai ter que esclarecer a situação relativamente a casinos.
    Como é que o DN estava àquela hora no casino? Não acredito que o fotógrafo não estivesse em trabalho, mas se não era esse o caso o que fazia no casino?

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  13. Uma tristeza, de facto...!

    Mas há pior, meus caros, muito pior.
    E que vale muito mais que uma merdosa de uma cigarrilha.
    Incluindo a promiscuidade de muitos jornalistas comentadores de economia, que andam a fazer fretes com artigos que defendem certos interesses contra ou a favor dos poderes instalados e que depois são convidados para certas televisões e para empresas a ganhar vencimentos que dão para comprar muitos charutos cubanos.
    Não se questionando tanto a ilegalidade mas sim a moralidade.

    Um país de trampa onde se incluem muita trampa de jornalistas.

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  14. Boa Luís.
    Colocaste o dedo na ferida. sendo a ASAE responsável estatutariamente pela segurança económica (prevenindo os crimes económicos) que à-vontade tem o senhor nunes para fiscalizar o quer que seja no casino - onde se sabe que o mecado paralelo dos empréstimos é o pao nosso de cada dia?
    Entretanto, enquanto mario crespo na sic-n tratava o assunto como deve de ser, a mamã sic, quiçá através da ex-rp do Casino e agora jornalixta Ana Paula Almeida, dava três minutos ao mário assis ferreira para ele dizer disparates mas, em abono da verdade, limpando a imagem deixada.

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  15. Interessante esta troca de comentários num blog da concorrência:

    "...
    «O que vou ficar à espera de ver é se o meu patrão e os proprietários dos sítios que costumo frequentar me vão respeitar a mim e investir na adequação dessess espaços às novas regras, na maioria dos casos completamente exequíveis, para que eu possa continuar a usar da minha liberdade de escolha, ainda por cima de uma forma muito mais agradável, que como fumadora também não gosto de antros cheios de fumo. Dirão uns que é impossível, que é muito caro, que o negócio já vai tão mal e que agora ainda os querem pôr a gastar dinheiro; “que não fumassem”»

    A sua opinião, Ana Tavares, é do mais sensato que já “ouvi” a um fumador, neste caso, fumadora. Parabéns pela sua seriedade.

    Pois…
    É claro que a lei não proibe ninguém de fumar.
    O problema é que alguns, direi muitos, dos proprietários dos cafés, dos restaurantes e das empresas não se cuidarem de gastar uns cobres para que os fumadores tenham o direito legítimo de se matarem (peço desculpa pela expressão, mas apenas pretendo dar força a minha ideia, porque o meu único irmão foi assim que se matou aos 53 anos, pessoa que sempre conheci com o cigarro nos queixos, e só quem não conhece de perto quem morre com um cancro nos pulmões diz tanto disparate sobre a suposta prevalência do direito dos fumadores perante os não fumadores), mas, dizia, que os proprietários dos cafés, restaurantes…, à boa moda portuguesa de ver como as coisas vão correr e só depois gastarem a massa nos equipamentos e nas adaptações para as zonas dos fumadores, ficarem a ver como paravam as modas.

    Sendo pura parvoíce, e disparate jurídico, dizer que nas salas de jogo e nos casinos a “lei do jogo” se sobrepõe à “lei do tabaco”, a começar pelo “sr. Nunes”.
    Obviamente, que aquela fica prejudicada por esta, porque nos casinos não existem apenas jogadores mas também, ou sobretudo, trabalhadores, mais, nos casinos também exitem jogadores não fumadores.

    E, passe a parolice do episódio do “sr. Nunes”, maior foi a parolice do “sr. Assis”… por conta, segundo se diz por aí, do tempo de antena de uma jornalista agora numa televisão e que já foi RP deste último dito cujo, a defender o que a lei do jogo prevalece à lei do tabaco.
    Desculpem que fale à moda da minha terra, mas o “sr. Assis” merecia era que lhe pusessem um cigarro a arder por um sítio que a gente sabe. Pois, esse mesmo.
    ..."

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  16. Quando é que nos vimos livres desta cambada de vagabundos?
    Não há por aí ninguém suficientemente novo e corajoso que começe a fazer justiça, se não com as próprias mãos ao menos com bombas caseiras?
    Penso que logo a seguir se juntavam à festa os nove milhões e quinhentos mil Portugueses que são roubados todos os dias para manter estes alarves apanascados a arrotar postas de pescada.

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  17. 500 euros? não acredito; com 500 euros talvez se compre um agente, não um chefe. Estamos em democracia e não nos tempos do "botas"!

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  18. Mas nas próximas eleições vão todos votar nos mesmos, PS, PSD, PS PSD....por favor...tenham dó..

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  19. É... realmente, nós do lado de cá do Atlântico não falamos a mesma língua. rsrsrsrs Quanto a cigarrilha: há tempos aposentei a porcaria da Café Crème. Dona Flor Pipe é MUITO melhor, assim como uma Dona Flor robusta é um bom charuto para depois do jantar. Em apoio ao que botou a mulher para fora: corra com todas de casa! Viva o bom tabaco! Abaixo a corrupção!

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