Almerindo Marques é um socialista. Se bem me lembro acho que chegou a ser ministro socialista no tempo em que os socialistas eram xuxas. Depois esteve na Caixa Geral de Depósitos de onde se reformou com uma choruda reforma de 3 mil contos por mês ( cito de cor). Acabou por ser repescado para a RTP no tempo do PSD. Almerindo tem um fraquinho especial por Cavaco Silva, pese embora que este não lhe retribua tanta admiração.
A nomeação deste reformado para as estradas de Portugal é mais uma de mestre do mestre Sócrates. Com esta fuga para a frente calou logo o PSD. Se gostavam tanto do homem e o gabavam tanto, então...fiquem com ele na polémica empresa que vai durar para lá da camada de ozono e do degêlo dos pólos.
Almerindo é bom gestor ? Eu com as condições financeiras que os governos têm proporcionado à RTP também o podia ser. Até tenho mau feitio como ele e gosto de cortar a direito como ele. E tenho os meus orelhas de estimação ! Eheheh!...
O caso José Rodrigues dos Santos vai, no entanto, dar a Almerindo uma pesada derrota. O que lhe vai valer é que já vai estar a fazer alcatrão quando a vitória do pivot da RTP for anunciada.
Já escrevi aqui no Fatal: a atitude do nosso orelhas foi em certa medida desleal para com o patrão. A verdade é que nós não podemos morder a mão que nos dá o pão e a lealdade tem de ser um valor sagrado. Embora vivamos num tempo de deslealdades e faltas de carácter, a verdade é que temos de usar do bom senso. E José Rodrigues dos Santos, que é tudo menos parvo, ou fez uma jogada de mestre ou fizeram-lhe a cama. Acho que aquela entrevista à Pública foi uma derrapagem controlada.
A jogada era simples: como o Almerindo ia embora, nada como desafiá-lo e dizer-lhe na cara o que ele tinha feito enquanto ele Santos foi director de informação. Se fosse despedido teria a concorrência a cobiçá-lo. A SIC está com crise de pivots e Santos é o apresentador que mais levanta o share... percebem ? Ou então a nova administração pode querer mexer na direcção da RTP e o nosso orelhas voltar a director, cargo de que se demitiu na sequência da ida da querida Rosa Veloso para Madrid.
O sucesso de Almerindo como gestor está à vista. Como diria o Guterres é fazer as contas: vejam os avales do Estado à RTP, o crédito, as receitas vindas do futebol, e vejam lá se era difícil ser assim gestor. Quem me dera ter essa folga para poder governar nem que fosse aqui a minha casa. Até daria para comprar um 997 e só usar M8. E assim seria nomeado o fotógrafo do alcatrão.
Portugal tem uma grande escola de gestão.É do melhor que há!
ResponderEliminarAs grandes mulinacionais têm head_hackers espalhados por todas as empresas do estado a detectarem os melhores talentos para os levarem a peso de ouro.
Esse Almerindo já deve ter recusado centenas de propostas para aceitar o cargo na EP.
E é porque está reformado , senão valia o dobro!
Atrás dele andou a CBS;a BBC;RTL ;até recebeu uma proposta para a china!
Por este caminho vamos ficar sem gestores e logo na gestão onde damos cartas! Ensinamos uns truque que no meio de buracos e sacos , sobra arame a montes!
Não sei que malapata tem o Luís sobre o "Orelhas"...!
ResponderEliminarPor dizer verdades, ainda que fora do tempo...!?
Por ter sido fodido, aquando de ter sido substituído na Direcção de Informação pelo JAC que, para além de ter mulher bonita, e melhor apresentadora, não lhe reconheço outros méritos...!?
Por ser doutorado (um dos únicos, ou mesmo o único na sua área) e ser professor universitário numa universidade de prestígio e não nessas da treta das particulares, onde você vai buscar uns cobres para as suas "leicas"...!?
Por ser um escritor de sucesso, em Portugal e em (muitos) países estrangeiros onde está traduzido, goste-se ou não do género literário...!?
Ou será que o Luís não aprecia homens orelhudos...!?
Poderão dizer que a mediatização do caso José Rodrigues dos Santos (o seu processo disciplinar na RTP com vista a despedimento) é corporativo.
ResponderEliminarSem dúvida que o é! A mediatização. O falar-se nos jornais, televisões, e rádios. O falar-se no caso de tal forma que já extravasa fronteiras.
A mediatização do caso é corporativa. E faz sentido, já que cada grupo tem tendência de proteger os seus pares e, neste caso, trata-se de um jornalista.
Mas a questão é bem mais grave e profunda que a que concerne a este jornalista. É bem mais abrangente e transversal!
Para além do oficialmente alegado – incumprimento eventual de horários – e do conteúdo da entrevista que deu a um periódico e que esteve na origem do despoletar do caso – ingerência ou não do poder político e da administração da empresa na actividade editorial - o que está em causa é a liberdade de expressão e as represálias a que se pode estar sujeito por parte de quem as pode praticar.
O que está em causa não é o que o visado pensa mas o facto de o ter dito.
O que está em causa é a administração da RTP não ter gostado que alguém dissesse o que pensa e de ter tratado de o punir por o ter feito.
O que está em causa é o direito à opinião e a liberdade de o exprimir.
Lamentavelmente este não é caso único.
Recordo, assim de repente, e para não falar de mim mesmo, três casos recente (ainda que não recorde os seus nomes): Na saúde, na educação, no poder local. Pensaram em dessincronia com o poder instituído, disseram-no e foram punidos!
Atente-se que estes casos aconteceram na esfera de influência do estado e que envolveram pessoas com poder argumentativo e coragem para denunciar as actuações de que fora alvo. Envolvendo gente com um nível sócio-económico médio-superior.
Consigo imaginar o que se possa passar, por analogia e dentro ou fora do estado, com quem não tenha a mesma coragem de afirmar o que pensa, que não tenha a mesma força interior ou conhecimentos para denunciar os processos de que seja alvo.
Os casos que referi, que foram ou são públicos e notórios, têm consequências nefastas para todos nós!
Para quem trabalha por conta de outrem instala-se o medo de pensar, opinar, falar. Afinal, se aconteceu e acontece com os grandes, os Srs Drs, o que pode acontecer aos pequenos, aos que têm vínculos precários e baixos salários?
Para quem emprega, a autoridade destes precedentes inconsequentes para perseguir e punir quem quer que pense ou fale em desacordo com a entidade patronal. Afinal, se o estado o pode fazer, porque não os privados?
De uma forma encapotada, o direito de opinião passou a ser punível por leis que nenhum grupo parlamentar aprovou mas convenientes ao poder, público ou privado.
O caso José Rodrigues dos Santos e o seu processo disciplinar é mais um passo na alteração das regras sociais que me faz recuar a memória a mais de uma trintena de anos atrás.
São as liberdades individuais que estão em jogo e não devem - NÃO PODEM – ser espezinhadas.
Sob pena de amanhã ser com algum de nós. Com todos nós!
Muito bem JC...
ResponderEliminarÉ isso mesmo.
E no caso do "Orelhas" alguma coisa me cheira que anda por aqui alguma inveja serôdia.
JS voçê está-se a passar dos carretos. Calma se não entra o lápis azul.
ResponderEliminar«Calma se não entra o lápis azul».
ResponderEliminarPorquê, Luís!?
Não diga que enfiou a carapuça de algo que eu tenha dito.
Quanto ao lápis azul, Luís, não pense que isso seja um tique apenas dos "coronéis", porque alguns democratas também o afiam bem.