Morreu Luis de Miranda Rocha. Só hoje o soube quando ouvia o Rádio Clube Português enquanto avançava de carro pela minha aldeia alentejana.
O Luis de Miranda Rocha foi o jornalista que em 1972 no Observador acompanhou a primeira reportagem da minha vida sobre os pescadores avieiros do tejo, do Patacão. Fiz as fotos e escrevi o texto que o Luis me ajudou a editar. Eu tinha 17 anos, e tinha ido coloborar para a revista do Artur Anselmo, levado por um colega meu do Liceu Padre António Vieira ( não me lembro do nome dele) muito ligado à direita radical, mas muito culto e de quem eu gostava.
Porventura o Luis nem já se lembraria de mim. Há pouco tempo lembrei-me dele já não sei porquê.
Há pessoas que nos marcam na vida por pequenos gestos, por ajudas tão importantes que nem damos conta da sua dimensão.
O Luis morreu cedo, muito cedo. Dá que pensar os talentos do jornalismo que se perderam, que estão em reformas, no esquecimento, na inactividade. Não estou a pensar nos velhos, estou a pensar em muitos que nem sequer fizeram sessenta e que desapereceram dos jornais, das rádios, das televisões.
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