Nas últimas semanas Fontão de Carvalho ameaçava regressar à Câmara de Lisboa, o que estava a criar algum desconforto no PSD. Apesar de se encontrar com o mandato suspenso, o ex-vice-presidente tem-se deslocado com alguma frequência às instalações camarárias, aparentemente para ajudar a resolver matérias relacionadas com o seu principal pelouro, o das finanças. Resta agora saber se, perante a sua constituição como arguido num caso de gravidade muito superior aos prémios de desempenho, Fontão optará pela renúncia ao mandato. O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos sobre a matéria junto da câmara, mas sem sucesso.
A troca dos terrenos do Parque Mayer, propriedade da Bragaparques, por cerca de metade dos terrenos camarários onde se encontrava a Feira Popular, em Entrecampos, é um dos negócios sob suspeita. O outro diz respeito ao facto de a autarquia ter concedido direito de preferência à mesma empresa na hasta pública em que foi vendido o resto da área da Feira Popular.
Quer a Bragaparques quer a Câmara de Lisboa foram alvo de buscas pelas autoridades, bem como as residências de Fontão de Carvalho e da vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara – esta igualmente com mandato suspenso após ter sido constituída arguida no caso. Também a antecessora de Gabriela Seara, Eduarda Napoleão, foi constituída arguida pelo Ministério Público no mesmo processo, tendo sido ouvida na semana passada no Departamento de Investigação e Acção Penal.
Ontem foi a vez de Fontão de Carvalho ser ouvido na mesma instância. Para a semana que vem deverá ser o presidente da autarquia a prestar depoimento às autoridades. Caso venha a ser constituído arguido, o PSD decidiu que o fará substituir pela vereadora Marina Ferreira, que tem o pelouro do trânsito e que, com a saída de Fontão de Carvalho, se tornou vice-presidente da autarquia.
terça-feira, abril 24, 2007
Fontão de Carvalho foi constituído arguido
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