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domingo, novembro 05, 2006

Guidinha, Tavares e transpiração

Foto de Luiz Carvalho


Para país deprimido isto não está mal.
Na RTP1 dança-se o tango com a Margarida Rebelo Pinto na pose devoradora, desde que começou a escrever sobre puros e duros.
Ela inventou a literatura light, com o sucesso que sabemos, agora parece inventar o sexo light para consumo de pais de família em crónicas de tablóides de sábado.

Aquela conversa da treta está para o sexo como as compilações “ vamos brincar aos clássicos” estão para a música séria. Também é verdade que o povo gosta mais de "remixes" e da comidinha pronta e já mastigada.

Na RTP2 apanhei de raspão uma entrevista com esse monstro da grande reportagem, José Manuel Barata Feyo, ex- RTP que conseguiu lá estar mais anos, e foram muitos, na prateleira dourada do que a fazer reportagem.
Feyo falava dos benefícios da caça, refastelado no monte alentejano, como se fizesse um vivo num hotel de 5 estrelas nos tempos de grande enviado.
Aparecia nuns planos mascarado de caçador, com uma vestimenta tão limpa e nova que fazia lembrar aqueles filmes antigos onde os cowboys estão sempre limpos e barbeados.

Atrás aparecia o seu velho compagnon de route, neste caso de “chasse”, Miguel Sousa Tavares.
Lembrei-me de uma questão que ainda não parou de me interrogar.


Afinal, aqueles parágrafos que eram citados como copiados existem ou foram inventados pelo “ caluniador”? É que MST desviou o debate para a anonimato do blogue mas nunca para rebater se os factos eram ou não verdadeiros.


Para mim é-me indiferente se uma noticia está ou não assinada. Quero é saber se é falsa ou não. Na noite de sexta houve um debate na Paris- Lisboa onde se dizia isto precisamente: a questão é saber se houve ou não plágio. Na Visão desta semana volta-se a isto: não houve nenhum jornal com a coragem de ir ao pormenor e dissecar se houve plágio. A Focus foi mais longe, mas quem vê a Focus ?

Mas se é verdade que numa obra de arte, 90 por cento é citação e 10 transpiração, o Miguel no Equador tem decerteza muito mais que 10 em trabalho.
E como o livro é bom, o resto são pormenores.
O que não invalida que a sua posição sobre a blogosfera seja completamente cavernícola, idiota e tipica de uma geração que olha para os novos tempos com a desconfiança dos inseguros.

1 comentário:

  1. O livro é francamente mau, e eu sou insuspeito, porque nunca o li...

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