Que leva uma directora de recursos humanos a confessar as suas taras na rede?
Como se terá sentido o marido a quem a mulher acabou de dizer que tem um blog maroto na net onde descreve a vida sexual do casal ?
Como vai a secretária de administração ( uma mulher do norte !) aparecer junto do “inginheiro”, na manhã seguinte a uma postagem acanalhante sobre a prática dos seus desejos ?
E que faria o chefe de pessoal de uma certa empresa se soubesse que aquela “sonsa” que trabalha no open space, posta na hora de serviço no blog a mais estonteante linguagem libertina digna de uma Anais Nin de subúrbio ?
Luna, Felina,Cicuta, Sutra, são algumas destas blogueiras descaradas, não o suficiente porque ainda se escondem por detrás destes pseudónimos.
A reportagem da revista Sábado sobre as pecadoras que agora usam a net para confessarem os s mais íntimos desvarios não pode deixar de nos impressionar.
As mulheres perderam a vergonha, mandaram o senhor cura às urtigas, pecam virtualmente.
A igreja, tirando um padre que dá missa em power point, não se actualizou, não compreendeu que nem para se falar ao telefone se vai a cabines, quanto mais a confessionários para levar o credo na boca !
São as tecnologias de ponta no seu melhor.
“Simplex, meu caro !” – dirá o engenheiro Sócrates, mal sabendo ele que a rede privada está a funcionar muito melhor do que a rede pública.
Os cidadãos podem andar a ser vigiados por câmaras ocultas em estradas e onde menos esperam, mas esse big brother é já uma infantilidade, tão inócua como a PIDE no seu pior, comparado com o arrojo popular, a veia poética entre suspiros, o desejo transformado numa nova literatura que não é light, nem clássica, está entre a linguagem SMS, o vídeo de poucos segundos de pequeno formato, o sound byte, e o romantismos serôdio da telenovela.
Este clube de viciadas anónimas em sexo virtual, sinceridade e ansiedade de tudo contarem a visitors desprevenidos, que andam a espreitar pelo buraco das passwords está a aumentar, a criar moda, a ultrapassar largamente a audiência de jornais online sérios, onde prima a ética, o rigor, a crónica sábia, a opinião abalizada, o investimento sem retorno.
Os blogues têm esta acção perversa: criam tráfego, audiência poderosa, influência política e social, tendências, com zero custos.
(Vasco Pulido Valente tinha no seu blog uma audiência semelhante diariamente à sua coluna no Público e ultrapassava largamente a de muitos jornais online. E o sexo não é propriamente o seu forte. Foi uma pena que tivesse acabado. )
Em Inglaterra uma desconhecida, Zoe Margolis, transformou o seu blog num topo de vendas.
Por cá estamos a começar.
A confissão só ainda vai na cama.
Luiz!!! Ja estou de volta com pc, net e muitas novidades. Assim que chegares de ferias liga!
ResponderEliminarbeijinhos,
ana anes
A Felina é pecadora????!!!!
ResponderEliminarMuito boa, essa!
Por partilhar, na blogosfera, a sua(dela) vida sexual comigo(Marido!!!!) e só comigo, é rotulada de pecadora??? Está bem, está.... Grande moralidade....
Não acha que, neste Mundo, existem Pecados e Pecadores mais pertinentes do que neste caso?
Não acha que, neste País, existem Pecados mais graves, para os quais urge chamar a atenção?
Não acha que diariamente são colocados problemas e são cometidas atrocidades, isso sim de um descaramento total, que necessitam de urgente resolução?
Como estamos num País de Liberdade e Democracia, aceito a sua opinião. No entanto, também me reservo o direito de me insurgir com as falsas moralidades que ainda persistem em algumas mui distintas, nobres, "púdicas" e, ao mesmo tempo, tão hipócritas mentes (afinal, "quem não sente não é filho de boa gente") que são do tipo: olha para aquilo que eu digo e não para aquilo que faço.
Sou muito Feliz junto da Felina e sou Feliz por saber que existem muitas mais pessoas (anónimas, ou não) que não partilham a mesma linha de pensamento que o Sr segue.
Com os meus cordiais cumprimentos.