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domingo, agosto 20, 2006

Baby boomers, a geração que mudou o Mundo

Baby boomers

Clinton faz hoje 60 anos, Fidel está doente, eu próprio não me sinto lá muito bem e só faço 52 no mês que vem…

Gostei muito do destaque do Público de hoje sobre a geração Baby boomers, termo usado para definir quem nasceu nos Estados Unidos e na Europa entre 1946 e 1964 e que protagonizou de uma ou de outra forma a grande aventura colectiva do pós-guerra, a nova ideologia libertária, a revolução sexual, o movimento hippie, o feminismo, a independência dos povos, a sociedade consumista, a segurança social, enfim um rol de atitudes e de acontecimentos sociais e políticos que fizeram das últimas décadas talvez o período mais “civilizado” do Homem.

Clinton é um dos ícones dessa geração pela sua ascensão e carreira, desde a infância pobre no difícil Arkansas, ao seu modelo de casamento( e de infidelidades), ao seu estilo MTV, às causas que decidiu abraçar depois de ter deixado a Presidência nos Estados Unidos.
Desta geração de ouro nos Estados Unidos ressaltam nomes como David Linch, Spielberg, Oliver Stone, Cher, Gianni Versace e o incontornável George Bush e sua mulher Laura.
Há muitos, muitos mais com sessenta mas estes só por si representam bem uma geração que mudou o Mundo, uns mais do que outros, alguns para muito pior do que outros, dependendo das opiniões.
Em Portugal a fazerem sessenta este ano temos D. Duarte Pio, a cantora Tonicha, o intelectual e poeta da bola Artur Jorge, o bloquista Fernando Rosas, a minha querida amiga Lídia Jorge, Teresa Patrício Gouveia e para trás do Sol posto Xanana Gusmão.

Mesmo aqueles que não fazem seis décadas este ano e que nasceram entre 46 e 64 estão agora no poder e a exercê-lo em pleno.
Somos governados por ex- maoistas, leninistas, trotsquistas e de outros ideais de esquerda. E se o nosso primeiro- ministro se iniciou politicamente na juventude Social democrata isso foi amor de pouca dura e passado pouco tempo já era socialista, embora da ala Guterres, a mais conservadora e católica.
Os que não têm este passado de esquerda são na maior parte dos casos figuras que de uma ou de outra forma contemporizaram com o antigo regime, com o obscurantismo. Daí a grande limitação da nossa direita: não é culta nem ideológica, é ressabiada e trauliteira, e neo-liberal na fase nova-rica.

Ser-se de esquerda aos vinte é ser-se generoso e nesse sentido podemos dizer que quem nos governa e nos cobra impostos e nos põe a pagar os custos do Estado é uma classe altruísta e amiga do próximo. Imaginem se não fosse…

O Público dava a entender que por cá não tínhamos tido baby boomers até porque as razões da nossa natalidade alta nesses anos se devia mais ao nosso subdesenvolvimento ( leia-se sociedade ainda muito rural) do que à expansão da nossa indústria e logo das nossas cidades. A nossa expansão foi com a emigração para França.

George Bush é baby boomers.
Cavaco Silva não é.
E quando o vemos de férias a apanhar fruta na terra natal, no meio de diversidade arbórea centenária ( as arvores morrem de pé !) num quadro entre o idílico rural de Boliqueime e o tédio cultural da primeira dama num concerto de Juaquin Cortez, numa noite algarvia convidando ao uso de chinelos, percebemos que nós por cá todos bem, mas sempre marcando ao lado do Mundo.

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