Custa-me a acreditar que o 25 de Abril tenha sido há 32 anos.
Eu era um puto que se tinha iniciado na fotografia e no cinema, a terminar o 7º ano do liceu Padre António Vieira, já a frequentar o curso de pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, quase a entrar em arquitectura e prestes a fazer admissão ao curso de cinema do Conservatório. Muita coisa para um ano só !...
Soube que havia um movimento de tropas, pela manhã, num transistor portátil AIWA que o meu pai me tinha dado uns anos antes e que eu estimava como os adolescentes de hoje estimam os seus IPOD.
No café Biarritz, no Largo Frei Heitor Pinto em Alvalade, juntaram-se ao fim da manhã alguns amigos meus universitários, todos da esquerda, do MES ao MRPP passando pelo PCP. Eles que estavam sempre bem informados não percebiam patavina do que poderia estar a acontecer.
Entrámos num FORD ESCORT de um deles que furou na Avenida de Roma.
Voltei a pé para casa, no Pote de Àgua e só muito depois peguei na minha NIKON F, comprada com o meu primeiro dinheiro ganho a fazer uns desenhos de arquitectura, e fui fotografar para a rua. estava muito nervoso e envergonhado.
Tinha 19 anos e nunca tinha fotografado multidões em extãse. Ainda por cima não tinha grande angular e tinha dificuldade em apanhar tudo o que se passava à minha frente.
Passou tudo muito depressa.
e ja lá vão 32 anos!
ResponderEliminarpode ser que ainda registes outra revolução:)
O melhor que se poderá dizer é que começaste com o pé esquerdo, portanto, e que começaste bem!
ResponderEliminarera giro era que publicasses algumas dessas fotos agora
ResponderEliminarPassou tudo tão depressa, mesmo...
ResponderEliminarCaro Luis Carvalho: então com 17 anos, também eu frequentava pintura na ESBAL. Naquela manhã fui para a escola. que estava fechada, e fiquei pelo Chiado... Quem viveu este dia não esquece.
ResponderEliminarIncluí este seu artigo numa recolha que fiz para o Ultraperiférico, mas não sei porquê, foi impossível estabelecer o link.