Aí está Cavaco em plena presidência. Visitou primeiro uma ala do Hospital D. Estefânia, por sinal a mais melhorada, e foi à Bósnia vestido com um blusão militar como que a dizer que era o chefe da banda. Tudo bem.
Hoje apareceu na Assembleia sem cravo mas com uma compensação: falando ao coração dos pobrezinhos, criticando a classe média e prometendo o céu. O populismo de rosto caritativo tão ao gosto de uma grossa fatia do seu eleitorado: aqueles que preferem sempre a àrvore à floresta, a esmola à sociedade justa, o credo à prática social.
Quem não tivesse memória teria achado hoje que aquele homem que ali estava cheio de santas intenções nunca tinha governado Portugal. Mais: foi primeiro ministro com maioria absoluta num tempo charneira em que Portugal se devia ter preparado para o futuro ( para hoje) usando a criatividade política, o bom senso económico, as vistas largas que fazem dos verdadeiros políticos visionários.
Ora Cavaco governou no seu tempo à vista da costa, gastando os milhões que a Europa nos deu, fez umas obras emblemáticas de alcatrão e cimento mas a educação, a reforma do Estado, essa ficaram adiadas.
Sabemos como um dos problemas insolúveis que é o custo da função pública cresceu e consolidou-se com o cavaquismo.
É fácil usar palavras, palavras, e falinhas mansas. Mesmo a credibilidade dos políticos e da Assembleia começou a ser posta em causa no período cavaquista, quando a famosa lei das incompatibilidades reduziu o plenário de deputados a uma maioria medíocre, sem peso político, nem curriculum.
É bom não matar a memória, até porque hoje é 25 de Abril, o dia para não mais esquecer.
Quando o cinto começar a apertar (se é que é possível apertar ainda mais!) e o tuga começar a dizer tipicamente mal da sua sorte, quero ver o que vão dizer os cavaquistas que elegeram o senhor tal qual Deus no céu e Cavaco na terra...
ResponderEliminarCaro professor, muito bem vindo à blogosfera. Que melhor altura do que esta, por hora das comemorações do 25 de Abril, para um reencontro, embora cibernético? Não se recordará de mim pelo nome Davi, uma vez que não é aquele do BI, mas deixo-lhe uma pista: um trabalho final de Fotojornalismo, há dois anos, sobre a comemoração dos 30 anos após a Revolução dos Cravos. Foi um prazer e continuará a sê-lo, enquanto o puder ir lendo por aqui, num instante fatal.
ResponderEliminarUm abraço fraterno