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quarta-feira, janeiro 20, 2010

Cavaco dá uma cruz de Cristo a Santana


Afinal o Presidente Cavaco não se preocupa só com "os graves problemas do país". Sócrates deu um direito aos gays, Cavaco uma medalha ao Menino Guerreiro.

Entre um despacho e um período para matutar nos tais graves problemas da Nação, que dão a volta à cabeça de um simples professor de economia, o PR distribui ao fim da tarde umas faixas por uns ilustres que "deixaram cargos importantes da vida pública e que já nem deputados são".

Por mera rotina, burocracia política, ou para tornar útil aquela comissão que medalha que se farta no Dia da Raça, Cavaco Silva levou Santana Lopes ao beija-mão numa cena das mais crueis e cínicas como há muito se não via. O ex-secretário de estado da cultura do Cavaquismo e magnifico ex-Primeiro-Ministro, podia até ter sido condecorado com alguma dignidade num 10 de Junho ao lado de outras iminências pardas, mas não: Cavaco quis dar-lhe a "Grã-Ordem de Cristo", envenenada, pondo-o ao lado de uns apagados Silvas, olhando sempre para a fotografia com um sorriso que não deixaria escapar nenhuma migalha do bolo-rei da vingança política.

Santana saiu a correr do Palácio de Belém, o casarão que só o recebe para lhe dar desgostos, humilhações, e que deixa à sua passagem uma risota total. Safa que se faz tarde! E nem uma palavra aos abelhudos jornalistas!

O gesto político de Cavaco é de um grande mau gosto, e o que é lamentável é que ele não consegue ter fair-play para fazer uma destas encenações sem deixar cair o seu gesto mais profundo: o enterro da má moeda.

Como quem diz a Santana:"Vá transporta a Cruz como Cristo a aguentou!", Cavaco deve ter tido um dos dias mais reconfortantes do seu mandato.

Só faltava vir a seguir Barroso e deitar uma pazada final de terra para o caixão do Acabado Lopes. Malvado Cavaquismo. Heheheeh!!!

1 comentário:

  1. No meu sítio escrevi no dia 15 deste mês, a propósito deste assunto:

    «Eu também tive muitas medalhas, a penúltima delas de serviços distintos. Mas, um dia, passei-me e mandei-as todas para o lixo dentro de um envelope. Os diplomas ainda por aí estão na parede de um gabinete. Emoldurados e pendurados. Mas isto são contas de outros rosários.»

    Acrescento agora que no dia em que destrui as medalhas dei conhecimento por email à minha tutela. E nem “direito” tive a… um processo disciplinar.

    De tudo o que se passou, desde esse dia até hoje, sinto orgulho de ter tomado aquela atitude. Porque nada mudou. Antes pelo contrário.

    Foi uma atitude de indignação por razões que não vou explicar aqui. Apenas comento que, quanto a “medalhas” atribuídas à “má-moeda” não sei de que mais me envergonho. Se de quem as atribui se de quem a aceita.

    Mas tenho uma certeza. Eu nunca aceitaria.

    JJ

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