Esta saga entre primos de Sócrates, o emigrado chinês a estudar um qualquer Kung-fu ou o gordo que faz pela vida em Luanda, ou entre amigos de longa data como Vara ou Lello, esta teia que começou antes de Guterres subir ao Poder, e muito bem contada no jornal i, esta saga dava um filme em seriado. Pensei ir a correr ao Estoril fotografar Coppolla e propor-lhe este guião:
Uma família portuguesa com vários piri-piris.
Vejam: Trás-os-Montes na origem, a vinda para a grande capital, a boleia da política, a entrada na ribalta do poder, o novo-riquismo que até facilita nos doutoramentos, a moda à la carte, os fatos Boss, os trejeitos, as namoradas feministas e de esquerda...os escândalos à volta, o passar pelo fogo e nem chamuscado ficar. As trapalhadas, a arrogância, o marketing.
Há qualquer coisa de Eça, de Puzzo, de heróico, de espectáculo de casino, de glória e, um dia, a queda de um anjo e seu acólitos. Até casamentos-gay entram no script, não numa dimensão sexual, mas de esquerda, com laivos políticamente correctos, e se se puder meter eólicas e CO2 a história ficará mais completa do que O Padrinho.
Não estou a pensar em ninguém em concreto. Penso sim neste elenco que mete Sócrates e as ovelhas negras, o tio porreiraço e rico de Bentley coupé, um primo tarado, um gordinho patusco, um galã bancário, de andar gingão, promovido a banqueiro e outras figuras de terceiro plano, mas não menos interessantes, os que andaram a abrir bombas de gasolina, no tempo em que o ideal não eram os carros eléctricos, a perseguição à classe média que usa o automóvel, mas o lucro com o CO2 !
Coppolla fazia um grande filme. Imagine-se um cenário inspirado no" Do Fundo do Coração". Em vez de uma cidade nocturna,um estaleiro de sucata. Ouve-se Tom Waitts. O som de uma chapa a caír. E...Acção!!! Há um parque de estacionamento. Dois carros chegam. Dois vultos trocam sacos. Mais longe uns tipos de gabardina fotografam a cena. Percebem mais tarde no photoshop que os sacos....não são recicláveis!!...
O filme acaba com os protagonistas a desaparecerem num TGV a caminho de nenhures. UFFF!!.
Portugal renasceu!..
Temos de encaixar os tipos que limparam o jaquim de murça( o que andava de posche vermelho)no enredo.Se calhar ainda por aí andam de dedo no gatilho e pontaria afinada. Vivem num parque de campismo para despistar e fazem jogging à beira mar todos os dias.
ResponderEliminarCom este enredo não sei se o Mario Puzo não se sentiria diminuído quando o comparasse com seu "Padrinho". Rede tentacular? Quando eu era miúda dava uma série italiana na televisão que tomava o nome de um crustáceo com tentáculo: era o POLVO. Retratava a Mafia italiana e Juízes incapazes de lhes fazer frente. Era bom que se começasse a chamar "os bois", ou melhor os "boys", pelos nomes...
ResponderEliminarQuando em Abril de 74 cheguei ao Chiado e deparei com a caça ao pide havia uma frase constantemente gritada: < CABEÇA PRÓ TALHO...JÁ>
ResponderEliminarE agora que somos civilizados e democratas que faremos a tantas cabeças? As outras, para que conste, nunca acabaram no talho.
João