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quinta-feira, julho 30, 2009

O pantanal de Sócrates

Sócrates no seu pantanal. Não é o Chão da Lagoa, é a política do pântano. Ontem a apresentação do programa do PS foi um show de demagogia total. O que se pode perdoar e explicar dada a época estival que atravessamos. O que não se pode calar é a esperteza saloia de Sócrates ao querer enganar os eleitores.

Dizer que vai mexer nos escalões do IRS para beneficiar a classe média (sendo que para ele quem ganha 3 mil euros líquidos por mês é rico!!!!) e depois vai reduzir as deduções fiscais, é das maiores vigaríces que já se viram. Embora Sócrates já tenha mexido no último escalão do IRS (passou-o para 42%) e nas deduções do ensino e da saúde.

Mais demagogia: vai ajudar as famílias com filhos, dando 200 euros a um prazo de 18 anos, e ao mesmo tempo mexe de novo na dedução dos custos do ensino no acerto final do IRS. Dá um presunto a quem lhe dá um porco.

Outro ponto ridículo é o incentivo à compra de carros eléctricos. Ora, todos sabemos, que ainda não há carros eléctricos no mercado. Vai haver, mas tudo está em estudo. Há dois modelos hibrídos acessíveis no mercado, mas até são maus e um deles (o Toyota Prius) polui mais o fabrico das suas baterias do que se fosse movido a petróleo puro a vida toda. É pio que carregar um carro eléctrico num gerador a gasóleo!

Portanto, o que Sócrates quer é: aumentar fortemente os impostos nos carros que vão andar sem ser a electricidade. Lança a doutrina, consegue o apoio dos totós e fica com legitimidade para carregar fiscalmente. Não se esqueçam do que escrevo.

Se este governo quisesse mesmo fazer algo de útil e barato bastava ter tornado mais acessível o uso de GPL. Podia-o ter implementado há muito nos carros do Estado a gasolina, e usado biodiesel nos carros a diesel do Estado e em transportes públicos, nomeadamente nos táxis.

O governo não fez nada por promover o GPL, pelo contrário. Obriga os utilizadores a mostrarem um catrapázio humilhante e feio nas traseiras dos carros e trata este combustível como uma opção de pobres e enjeitados.

Há limites para a demagogia.

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