Em Portugal ou temos um excesso de protagonismo ou uma atrofia nas posições que se deviam tomar. Vejamos o dia de hoje neste aspecto: o nosso Presidente recusa-se a comentar o resultado das Europeias, embora não se tenha recusado a dar desabafos quase do foro pessoal quando referiu na passada semana que não guardara dinheiro no colchão, nem no estrangeiro...Bom, acho incrível que um Presidente não tenha uma palavra de conforto para quem perdeu e de ânimo democrático para quem ganhou. E perdeu, claro. Ninguém estava à espera que ele fizesse um arrebatador comentário como se estivesse num painel do Pós- e- Contras, mas devia ter dado uma palavra sobre a noite de ontem. Era indispensável.
Mas se há quem fale de menos há quem fale de mais. Veja-se a intervenção de Vítor Constâncio hoje na Comissão da AR. Por pouco fazia-nos lembrar a sua faceta de Vitinho do PS, quando era secretário-geral socialista. Trouxe argumentos e falou com um estilo que não parece ser bem o papel e a postura de um Presidente de um banco central.
Outro que fala de mais: Azeredo Lopes da ERC na sua habitual crónica no Público de hoje comenta comentadores, jornalistas, fala de áreas onde pode intervir na sua qualidade de entidade oficial. No fundo este país tem demasiados opinadores (até eu opino!) e todos se acham com poder para falarem de tudo e de todos, independentemente do seu estatuto. Juízes emitem opiniões políticas, políticos falam dos jornalistas, polícias insultam o primeiro-ministro....a rebaldaria total. Mas o que é preocupante mesmo é quando percebemos que começamos a ter falta de uma reserva de consciência da Nação e que já não resta bom senso em lado nenhum.
Eu tambem acho que poderia comentar o resultado das eleiçoes.
ResponderEliminarMas se comentasse, haveria muitas vozes a fazer mil e uma interpretacoes sobre a costela PSD do presidente, com mensagens subliminares e companhia
E quando ainda ha poucos dias uma senhora numa sessao de campanha dizia que o candidato do PSD era o Cavaco Silva... é melhor nao facilitar.