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segunda-feira, março 02, 2009

Sócrates: THE SHOW MUST GO ONE

foto LC/ EXPRESSO
Que mais se poderia esperar do Congresso do PS a não ser espectáculo? Foi na verdade um dos melhores shows que já vi. O melhor no género política. Um brinco de comunicação multimédia, com luz, cor, movimento, som, imagem. O ritmo foi tudo, a emoção, o protagonista. Até o filme quer recordou a vida do PS estava muito bem editado, com imagens fantásticas e com música que contrariava o saudosismo e a emoção do que se via. Perfeito.
Infelizmente a vida portuguesa, a real, a do país profundo, dos subúrbios, das aldeias do interior, das fábricas falidas, dos patrões em fuga, da incompetência, do deixa-andar, do novo-riquismo, da superficialidade, da ignorância e do isolamento social, nada têm a ver com o que se passou durante 3 dias num pavilhão de Espinho engalanado.

O país demagogo, ignorante, clubista, o país das clientelas, dos caciques locais, o país do favorzinho, do subsídio, do engraxatório, do primo e do enteado, o país das Margaridas Moreiras desta vida, pode ficar tranquilo: vai haver tacho, sobrevivência por muito tempo. Aquela encenação digna de uma Leni Reifensthal (mas sem o talento no arrojo, nem a cultura) dos tempos de hoje, foi mais um verdadeiro filme sobre o país da roupa branca, isto é: do branqueamento ideológico, para não falarmos nos outros.
Usando a esquerda como tique, usando a esmola social, apregoando o discurso dos descontentes, Sócrates aí vai prego a fundo.

2 comentários:

  1. Eu só me questiono é como é que ainda há tanta gente tão pobre de espírito que ainda acreditam neste paleio típico de vendedor ambulante da banha da cobra que por onde passava fazia grandes discursos sobre os benefícios daquilo que vendia, que na realidade era igual a nada.
    Um país atrasado, cheio de gente atrasada e estúpida está mesmo a pedir para ter um líder desta "qualidade". Cada um tem o que merece (eu devo merecer por habitar o mesmo país que habitam os atrasados que votam nele...).

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  2. A pequenez de espirito está em dizer mal de tudo e de todos.
    Se temos pouco é porque queremos mais, se temos muito é porque estão para nos lixar, se dão, desconfiamos, se pedem estamos a ser explorados. Só olhamos para o nosso umbigo e cagamos (literalmente) em quem nos rodeia. Somos invejosos, desconfiados, egoístas, mas o mal é sempre do vizinho do lado.
    Eduardo Prado Coelho, escreveu "algo" sobre nós. O Zé Povinho, chico esperto e oportunista. Enquanto assim formos.....
    Este muda, vai para lá um pior, de certeza.

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